Que filme! Roteiro muito bom, dosando cirurgicamente o drama, ação e o humor com perfeição! Um filme que consegue ao mesmo tempo ser divertido, intenso e emocional em vários níveis. O que mais me surpreendeu foi como conseguiram colocar tantos personagens na trama e dar destaque pra todos, cada um de sua maneira. E isso que ainda tinham que apresentar o Homem-Aranha e o Pantera Negra, o que aliás fizeram com maestria. Mesmo os personagens "menores" como a Sharon Carter estão lá pra fazer a trama andar e tem seus momentos no filme. O maior acerto da Marvel até hoje. É o filme definitivo de super-heróis!
Acho que o maior trunfo dessa versão de Mogli: o menino lobo, é que ele consegue através do seu CGI perfeito dar pro espectador o deslumbre da vida selvagem na natureza de maneira extremamente crível (pra não dizer fotográfica) e ao mesmo tempo consegue dar o encanto da fábula necessário pra que você se sinta inserido naquele ambiente fantástico do filme. E isso é realmente algo muito dificil e devemos tirar o chapéu pra equipe de efeitos visuais desse filme, foram absolutamente esplêndidos. A história é simples, mas sem ser simplória e traz elementos do livro em que o longa foi baseado e também revive algumas idéias da animação da Disney, mas sem soar um mero revival. Os núcleos de animais são mostrados com valores e características que não necessariamente os antropomorfizam, é mais uma "tradução" do que aqueles animais são em sua essencia, e isso é um ponto forte do filme, não entendemos os animais como meras caricaturas. Os elefantes, por exemplo, são uma espécie de deuses da floresta, tamanha sua magnitude. O ritmo do filme é bom, com um começo ágil, emocional e intenso e mesmo com a "relaxada" que o segundo ato traz não sentimos que estamos sem orientação na narrativa em momento algum. Cada obstáculo na jornada de Mogli é bem definido e não vem de maneira gratuita, e sim sempre adicionando algo que impulsiona a narrativa, mesmo quando rola um pequeno flashback (inteligentemente inserido). O trabalho de vozes do filme é um show à parte, assistam legendado! O terceiro ato é esplêndido nas cenas de ação, que são fartas e realmente intensas (alem de visualmente lindas) e o desfecho do filme é satisfatório e revisita bem o primeiro ato. Mogli: O menino lobo é um GRANDE acerto da Disney e deve impulsionar ainda mais o estúdio em seus projetos de "live action".
Queria muito defender o filme, dizer que a crítica estava errada, que Batman v Superman está sendo atacado injustamente, que o filme é "feito para quem entende das HQs" ou até mesmo desconfiar que a Marvel/Disney comprou a opinião da critica... Mas não! Que filme horrível! Que grwnde nó na garganta depois de assistir isso. Uma trama que se sabota por tentar criar o futuro do universo DC no cinema e esquece de resolver os pontos do filme com inteligência. Isso quando simplesmente as cenas não te levam pra lugar nenhum dentro da narrativa! Uma das piores montagens que eu já vi no cinema, sem dúvida. Tudo é extremamente raso e apressado, confuso, sem ritmo, sem criar resultado dentro do filme, sem te levar a aspirações maiores no desenvolvimento. E a culpa é única e exclusivamente da direção megalomaníaca do Snyder e do roteiro que falha em tentar traduzir essa megalomania e grandeza com soluções nada críveis e até burras. Os atores entregam o melhor que eles podem dentro dessa bagunça, veja bem...o BatAffleck é ótimo, o Superman do Cavill está mais humano, a Gadot coitada, consegue ainda dar um certo brilho mesmo dentro das decisões imbecis do texto do filme. O Luthor eu até engoliria os maneirismos e modo afetado se o plano dele fosse pelo menos inteligente. Até a trilha é confusa, você percebe que não tem um padrão estético ali que ajude a construir ou reforçar os aspectos dos personagens. O filme promete algo que definitivamente não cumpre. Os protagonistas não criam uma relação que abasteça a razão pro embate entre eles e quando ele finalmente acontece e você acha que vai ter um certo alívio com as cenas de ação depois de tanta confusão da trama, elas são insuficientes e você se sente enganado. Os atos do roteiro não se comunicam, coisa básica de cinema. Na parte final você acha que está dentro de um jogo ruim de videogame de tanta luz colorida e rabisco dançando na tela. É um filme pretensioso, mal escrito, mal dirigido, com uma trilha ineficaz, com CG pra lá de duvidoso. No meio disso tudo ainda ficam inserindo referências das HQs que acabam sendo um tiro no pé, pq são interessantes mas esbarram nas pontas soltas do roteiro dando a impressão que só estão ali pra tentar salvar a narrativa e agradar o público com algo que o texto não entrega. Maior decepção cinematográfica da minha vida.
É um bom filme de terror, que lembra em vários momentos clássicos como "Hora do Pesadelo", "A profecia" e "Poltergeist", principalmente por conta da ambientação sombria e claustrofóbica, por ser um "terror dentro de casa" e claro, pela criança, bem interpretada pelo Noah Wiseman. O orçamento baixo talvez tenha atrapalhado um pouco a apresentação do Babadook em si, mas ainda assim funciona. Senti falta de uma trilha mais marcante pra elevar mais os momentos de tensão e achei as cenas com o marido da protagonista um pouco mal resolvidas, mas que podem deixar inclusive algo aberto para uma sequência. No geral é um filme competente, que no meio de tanta porcaria da indústria de terror dos dias de hoje ainda consegue acender um farolzinho de esperança pra essa indústria, ainda que não tenha realmente apresentado nada de novo. PS: As referências várias no filme tmb foram bem legais.
Do que é feita a felicidade? E o quanto ela vale? Depois que assisti "O conto da Princesa Kaguya" essas foram as perguntas que ficaram ecoando em mim. O filme adapta um conto folclórico japonês que mostra a trajetória da menina mágica que nasceu de um broto de bambu, encontrada por um lenhador e criada então como filha. O filme mostra como as expectativas que são geradas por outros, ainda que com as melhores das intenções, podem realmente nos fazer mal. Há uma grande crítica ao materialismo, ao tradicionalismo e a sociedade hierárquica japonesa como um todo. Kaguya é uma garota que conforme suas próprias palavras "nasceu para ser como os pássaros e as feras" e quando é deslocada do vilarejo simples onde nasceu para uma suntuosa mansão na capital vai pouco a pouco perdendo sua felicidade, seu brilho. Vai deixando de ser a criatura mágica que ela é, se adaptando a uma realidade que a aprisiona, tolhe. Visualmente, a delicada pintura em aquarela é usada com maestria para traduzir a essência do que é mostrado em tela. Os tons delicados de verde da floresta, o rosa das flores de cerejeira, o azul puro do céu visto em um campo aberto, dão uma sensação de paz e felicidade que exala nos momentos mais alegres do filme. Já o branco e o cinza, usados sobretudo na mansão onde a garota é aprisionada, transmitem um vazio assustador que coloca o espectador realmente dentro dos sentimentos da garota. A trilha sonora lindíssima, com belos temas instrumentais e canções está inserida de maneira a contar a narrativa, aumentando a experiência de assistir a obra. "O conto da Princesa Kaguya" é uma experiência única em cinema, um filme realmente bonito (ainda que melancólico) e que faz você sorrir, chorar, ter esperança. É tudo que o Studio Ghibli sempre foi: Bom demais para se colocar em palavras.
Dirigido por Tim Johnson (Formiguinhaz), "Cada um na sua casa" é um filme que não necessariamente traz algo de novo pro escopo do cinema de animação comercial, seja da DreamWorks ou das concorrentes, mas isso não significa que o filme não tenha nada pra acrescentar, pelo contrário: São alguns detalhes que fazem essa produção ser mais relevante do que talvez permita seu roteiro, que não é necessariamente original ao explorar a relação inusitada de amizade entre uma garota e um pequeno alienígena fofo - vide Lilo & Stitch. O que realmente é notável no filme é a aposta em uma protagonista fora do comum: Tip (Rihanna) é uma jovem garota negra de olhos verdes e um lindo cabelo crespo, que usa roupas convencionais e confortáveis e tem uma certa dificuldade em fazer amigos na sétima série já que se assume como "nerd". No roteiro, os alienígenas coloridos e covardes da raça Boov fogem de seu planeta após serem perseguidos pelos seus inimigos Gorgons, e cegamente conduzidos pelo seu líder vem se esconder na Terra numa tentativa de encontrarem um refúgio permanente. Ao chegarem no Planeta, um desses aliens, o atrapalhado e "desencaixado" Oh (Jim Parsons), acaba por acidentamente enviar uma mensagem que relevaria a posição dos Boov, colocando a Terra e os próprio Boov em perigo e por isso é perseguido como inimigo público número 1 e na sua fuga acaba por esbarrar em Tip, que acidentalmente foi deixada pra trás depois que os Boov realocaram a população em uma cidade que projetaram especialmente pros humanos - onde se encontra sua mãe. O ritmo do filme é ágil e tem bastante informação no roteiro, sendo que em alguns momentos ficamos com a sensação de que se piscarmos podemos perder alguma coisa importante. O visual é colorido e muito bonito e as cores abundantes, junto com a boa trilha (com música exclusiva da Rihanna) ajudam a dar a direção da narrativa. O filme tem uma bonita mensagem sobre relacionamento famíliar e apesar de não ser uma obra prima como foi "Como treinar seu Dragão" ou não ter a carga emocional intensa de "Big Hero 6" é uma ótima pedida. Recomendado.
"O reino dos gatos" é uma animação do Studio Ghibli de 2002 e conta a história da atrapalhada "Haru", que depois de salvar um gato de um atropelamento arranja involuntariamente uma boa dose de encrenca, já que o gato em questão é "Príncipe Lune" filho do Rei dos Gatos que aproveita do ocorrido pra tentar arranjar uma noiva pra seu filho, sequestrando a pobre Haru e levando-a até seu reino. Com uma história onde obviamente se encontra um certo eco do estrondoso sucesso "Viagem de Chihiro", o filme no entanto não se limita a ser uma cópia do citado vencedor do Oscar. "O reino dos Gatos" é pontuado por um humor leve, uma narrativa simples e acertiva, com personagens bem cativantes e um trabalho de animação de qualidade, característico do estúdio. Certamente não é um dos "melhores" nem mais comentados filmes Ghibli mas é verdadeiramente bom e delicioso de ver. Recomendado.
Lançado em 1964, "Mary Poppins", o alegre, doce e mágico musical da Disney carrega consigo uma história que começa mais de duas décadas antes de seu lançamento: Foram cerca de 25 anos até que Walt Disney, depois de inúmeras abordagens e negociações obtivesse os direitos sobre o livro da escritora inglesa P.L Travers que além de não gostar das obras de Walt, ainda impôs direitos de 5% na bilheteria do filme, 100 mil dólares no bolso e liberdade pra mexer no roteiro. Vencidas as dificuldades da negociação, o estúdio ainda teve problemas ao negociar com a protagonista Julie Andrews, grávida na época que foi chamada pro filme e cotada pra estrelar "My Fair Lady", papel que acabou sendo de Audrey Hepburn. Entretanto, todas essas dificuldades desapareceram por completo no resultado do filme: Vencedor de 5 Oscar dos 11 que concorreu (incluindo Melhor Atriz pra Julie Andrews, que no discurso agradeceu a Warner por não ter sido escolha pra "My Fair Lady" ) "Mary Poppins" é um dos filmes mais bem sucedidos da Disney, custando 6 milhões de dólares e faturando mais de 30 milhões em bilheteria. No longa, que mistura números musicais em live action com belas animações, acompanhamos a história da rica Família Banks, que apesar de bem sucedidos não conseguem cuidar dos próprios filhos e vivem contratando e despedindo babás, até que surge Mary Poppins, atendendo um pedido das crianças e como num passe de mágica transforma a rotina e vida da família. Um grande filme da Disney, perfeito para as todas as idades.
Em uma palavra: Supercalifragilisticexpialidocious!!
"Operação Big Hero" estreia exatamente seis anos depois da Disney ter anunciado a bilionária compra da gigante Marvel em 2009 e vem pra cumprir duas missões importantes na estratégia de mercado da Disney: Casar os universos de histórias em quadrinhos com o de animação e inserir ainda mais a Disney/Marvel no mercado asiático, consumidor e produtor assíduo das duas linguagens em questão. E "Operação Big Hero" cumpre o esperado em grande estilo! Apostando em uma fusão de estilos que emula o melhor da Disney/Pixar e Marvel ,o longa pega emprestado a velocidade da ação dos filmes de herói à la "Vingadores" e "Guardiões da Galáxia" e o lado cômico, emocional e fofo já característico dos roteiros da empresa que é casa do Mickey Mouse. No filme, que tem o jovem prodígio Hiro Hamada como protagonista, vemos a história de como o inteligente garoto aprende a lidar com uma grande perda enquanto cria um laço afetivo com seus amigos, principalmente o carismático robô Baymax, numa troca de experiências emocionante entre os dois personagens. Tendo por trás as mentes criativas de uma equipe formada por profissionais responsáveis pelo sucessos "Detona Ralph" e "Frozen - uma aventura congelante" o filme é uma elegia ao moderno, ao tecnológico e a inovação, o que deve ter muito apelo pro novo público infanto-juvenil dos dias de hoje, tão familiarizado com computadores, internet e aparelhos eletrônicos como smartphones, tablets e afins. Um grande acerto da Disney, ótima pedida tanto para crianças como para adultos nessas férias.
Extremamente interessante essa coletânea na forma de 5 contos sobre Batman na visão de artistas japoneses do anime. Variadas técnicas de animação, roteiros funcionais e interessantes, várias facetas exploradas do herói que se tornou mito (inclusive o próprio conceito desse mito é explorado de maneira brilhante em um dos contos). O que achei mais interessante aqui é ver como alguns conceitos não necessariamente tão explorados no ocidente porém contidos no personagem foram realçados pelos artistas orientais. Conceitos como disciplina, braveza e moralidade tem uma dimensão diferente no oriente (e aqui fica uma clara alusão ao conceito dos samurais), além da tecnologia do japão moderno que entrou em dos contos com maestria. O único revés é que poderia ser mais longo na duração, mesmo com mais contos. Excelente material.
O filme que não pensa em ser uma adaptação da (talvez) mais famosa HQ de todos os tempos, "Morte do Superman" empresta o mesmo vilão dos quadrinhos, "Apocalypse", como algoz do homem de aço. Porém diferente da trama original da história dos anos 90, o vilão alienígena aqui é adicionado apenas como um ingrediente inserido na trama sem nenhum pano de fundo que o justifique a não ser ocasionar a batalha que tira a vida do bom moço de Krypton, o que posteriormente leva Lex Luthor, o real vilão aqui, a uma insana empreitada em busca do controle de Metrópolis. Apesar de alguns pontos não muito bem resolvidos no roteiro, o filme consegue se sustentar por possuir um texto bom e trazer uma certa carga emocional no decorrer da história. Um filme interessante, mas que pode frustrar um pouco o público das hqs pelo distanciamento total com a obra que o originou.
"Suspiria", de 1977 é o clássico absoluto de Dario Argento e talvez seja o filme de horror com a paleta de cores mais deslumbrante da história do cinema. O filme (baseado na obra literária "Suspiria di profundis" de Thomas de Quincey) conta a história de Suzy Banion, uma jovem estadounidense recém chegada a uma antiga escola de balé européia na qual o estranho assassinato de uma ex-aluna é o pontapé inicial pra estranhos incidentes no local. Desconfortável desde sua chegada e impulsionada por uma amiga que compartilha a mesma sensação, Suzy acaba descobrindo que a escola foi fundada inicialmente para prática de magias ocultas e que um grande segredo ainda ronda o lugar. Neste filme Dario Argento conduz de maneira magistral o suspense até o último momento, utilizando cores sempre vívidas e ressaltadas para criar um grande espetáculo de sensações e atmosferas, hora nos sufocando em tons quentes e intensos, hora nos abandonando na total escuridão de tons frios e mórbidos, sempre criando uma intensa sensação de alucinação, sonho e magia. Outro ponto a destacar é a incrível trilha sonora, composta pela banda italiana de rock progressivo "Goblin" e que utiliza dentro da música os mais diversos recursos como barulhos, batidas, sussuros, gemidos e gritos pra colaborar com a narrativa, deixando tudo ainda mais atmosférico. Todos esses elementos fazem de "Suspiria" um dos filmes reconhecidamente mais influentes e bem construídos da história do horror. Recomendado.
Lançado em 1941, "Dumbo" é um filme que marca um período de mudança nos estúdios Disney. Antecedido pelos excelentes e tecnicamente perfeitos "Branca de Neve", "Pinóquio" e "Fantasia" o filme tinha uma difícil missão: Ser um sucesso comercial realmente lucrativo, já que seus antecessores, embora perfeitos em sua execução técnica e ovacionados pela crítica, foram filmes onde o estúdio sofreu prejuízos, sobretudo com o megalomaniaco "Fantasia". Além disso, em 1939, com a guerra declarada na Europa, os lucros internacionais do país tinham despencado em cerca de 75% o que colocava uma faca no pescoço de Walt Disney pois se os resultados fossem negativos isso poderia implicar na falência do estúdio. Vale lembrar que não existia Disneyland nessa época, então toda receita de Walt vinha mesmo de seus filmes. Sabendo disso, Disney recrutou a "velha guarda" da animação de seu estúdio para fazer um filme que fosse econômico em sua criação mas determinado a manter a qualidade tão característica de sua visão artística. Dessa maneira, apostando num estilo mais próximo do cartunismo de suas "Silly Simphonies" o trabalho foi confiado a Bill Tytla, Art Babbit, Freddy Moore e Ward Kimball entre outros, que entregaram o que até hoje é considerado um dos melhores trabalhos de animação do estúdio. No roteiro simples - sem deixar de ser extremamente acertivo e tocante - acompanhamos a história do elefantinho de circo com orelhas gigantes, inicialmente ridicularizado por sua aparência, que com a ajuda de Timóteo, um simpático ratinho, descobre seu verdadeiro potencial e se torna um astro. Mesmo com a simplicidade imposta por Walt na produção do filme, encontramos ainda em Dumbo espaço para a experimentação surrealista da sequência de cenas "Pink elephants on parade", onde temos a Sun Ra Arkestra comandando um tema musical memorável. Logo após a produção do filme, e o lançamento de "Bambi", uma greve assolaria a empresa de Walt, o que daria novos rumos a suas produções, decretando assim o fim do período que seria conhecido como "a era de ouro da disney".
"Um rei em Nova York", de 1957, é o último filme em que Sir Charles Chaplin interpreta um protagonista em sua carreira. 10 anos depois, já com 77 anos, ele iria escrever, produzir e dirigir "A condessa de Hong Kong", com Marlon Brando e Sophia Loren, onde realiza uma pequena ponta como mordomo. Dito isso, é fácil entender o quão significativo é esse filme. O longa conta a história do benevolente "Rei Igor Shadov", um monarca com ideias utópicas sobre uso adequado de energia atômica e que é obrigado a fugir de seu país depois que seus súditos querem sua cabeça por pensarem que suas intenções com tal energia tem orientação militar. O destino escolhido para fuga é a cidade de Nova York, onde ao chegar recebe um golpe de um oportunista primeiro ministro e perde toda sua fortuna. Desamparado, mas escoltado sempre por seu leal embaixador (magistralmente interpretado por Oliver Johnston), o Rei passa a receber diversas investidas da indústria Americana, até que acaba aceitando ser garoto propaganda de algumas marcas por precisar do dinheiro. Chaplin utiliza toda sua genialidade e liberdade que o gênero comédia permite para criticar a sociedade Americana das mais diversas maneiras e em todos seus aspectos: Shadov detesta o quão barulhento, insolente e estapafúrdio é aquele lugar. Chaplin dirige seu olhar crítico a todos os aspectos daquela sociedade: Cultural, na música e cinema americano (numa impagável ida de Shadov a uma sessão), à imprensa ávida por novas notícias do rei, aos ideais distorcidos de identidade que a indústria dita (quando Shadov é forçado a fazer uma cirurgia plástica para parecer mais jovem) e sobretudo à perseguição de ideais políticos aqui representados na figura do jovem Rupert McCabee (seu filho, Michael Chaplin), que é um impetuoso garoto filho de pais comunistas. Um filme memorável, feito por um homem/artista lendário, com inteligência, crítica e principalmente humor, esse filme mostra o que Chaplin realmente é: Um rei. <3 Vejam correndo.
Dario Argento não tem o título de "mestre do terror" à toa. A mistura de elementos diversos como assassinato em série, poderes paranormais e insetos faz com que "Phenomena" seja um filme ousado, instigante, excêntrico e inteligente. Alguns momentos no roteiro passam por filosofia, história e menção a demônios o que enriquece a história. O choque das sequências finais mostra como Argento é mestre em manter o suspense em alta até o derradeiro momento quando o "terror" propriamente dito se instaura no filme e toma de assalto o espectador. O filme tem ainda uma bela trilha sonora, com bandas do calibre de um Iron Maiden e Motörhead, o que sempre é legal de ver em um filme.
Trajando manto e capuz negros, executando ao orgão uma peça fúnebre em um estranho salão onde bonecos mecânicos integram uma bizarra orquestra, é assim que somos primeiramente apresentados ao Dr. Phibes, uma figura imponente, excêntrica e tremendamente magnética que logo se revela ser um gênio diabólico em busca de vingança pela morte de Victoria, sua esposa, numa caçada obsessiva aos cirurgiões que não foram capazes de salvar a vida de sua amada ocasionando uma série de mortes desenhadas de acordo com as pragas bíblicas que assolaram o Egito. Em "O Abominável Dr. Phibes" temos Vincent Price interpretando um dos personagens mais icônicos do terror de todos os tempos, em um filme que consegue combinar de maneira perfeita o horror com boas doses de humor negro e ainda colocar essa combinação dentro de uma atmosfera romântica evocada pelo carisma do personagem central. O filme rendeu ainda a continuação "A Câmara de horrores do Abominável Dr. Phibes", única vez que Vincent Price interpretou o mesmo personagem no cinema, aliás. Um clássico do cinema de horror mundial.
"Planeta dos Macacos: O confronto" é um filme bastante peculiar por vários motivos que é interessante serem listados: Primeiro, porque tem a dura missão de ser a sequência de "Planeta dos Macacos - a origem", que realmente é um ótimo filme; Segundo, é um filme cujo roteiro é ambientado anos depois dos fatos narrados no primeiro e está desvencilhado do elenco e até mesmo do ambiente de seu predecessor; Terceiro, porque leva todo o peso de ser baseado em uma das maiores franquias da história do cinema de ficção científica, com milhares de fãs exigentes por um trabalho de alto nível; E quarto, é um filme onde nunca a captura de movimentos foi usada de maneira tão ousada e se faz tão necessária para dar credibilidade e mesmo profundidade ao filme. Tendo todos esses fatos expostos, o que se pode dizer de "Planeta dos Macacos: O Confronto" é que o filme consegue ser sólido o suficiente pra se sustentar em tudo que é esperado dele, já que funciona bem como uma sequência, mantém o nível de qualidade do primeiro filme, honra as características da franquia e principalmente usa a tecnologia de captura de movimentos não só como um truque pra impressionar o espectador mas sim como uma linguagem que dá uma beleza única ao filme ( e aqui faz se notável o dom de Andy Serkis de explorá-la de maneira sem igual). Em termos de roteiro, o filme não é exatamente ousado, seguindo uma estrutura bem linear, sem deixar pontos soltos no desenvolvimento e acho bastante interessante a maneira como os núcleos familiares de homens e macacos foram bem explorados, assim como alguns momentos do primeiro filme foram retomados sem que o filme ficasse "preso" no passado. Outro ponto alto são as cenas de ação, com belíssimas câmeras se movimentando de maneira ágil e trabalhando a favor do filme, sem que fique cansativo pro espectador (o que acontece com frequência em novos filmes de ação). O vilão, o macaco Koba, merece destaque também por sua caracterização. Em suma, "Planeta dos Macacos - O confronto" é um ótimo filme, que merece bastante atenção, e com certeza vale a ida ao cinema.
Quando a Marvel anunciou a produção de Guardiões da Galáxia o sentimento de muitos (meu inclusive) foi de desconfiança e é fácil entender o motivo: Trazer pras telonas personagens tão exóticos quanto os dessa equipe era extremamente arriscado, já que afinal de contas estamos falando de alienígenas coloridos, um guaxinim falante obcecado por armas pesadas e um homem-árvore com vocabulário limitado. Além disso, esse filme carregava o peso de introduzir o espectador do universo cinematógrafico da Marvel ( e que não necessariamente lê as hqs) a um cenário espacial e caótico, literalmente a anos-luz das tramas mais tradicionais da casa das idéias e repleto de informações onde grandes histórias já foram contadas nas HQS. Depois de muita propaganda (e ansiedade) o que se pode dizer é que toda a espera valeu muito a pena! Guardiões da galáxia é um filme divertidíssimo, explosivo, empolgante e que captura a atenção do espectador a cada segundo que sua trama se desenrola na tela. A ação quase não te dá tempo pra respirar, os elementos do roteiro (com várias referências da cultura pop, linkados com uma ótima trilha) são apresentados com a eficiência necessária pra construir bem a história mostrada e os personagens, graças a ótima escolha do elenco, são repletos de carisma (com óbvio destaque para Rocket e Groot, os mais incomuns) e convencem em suas motivações. A mais incrível conquista da Marvel com Guardiões da Galáxia é que eles provaram definitivamente que tem a capacidade de criar um filme que vai agradar o público geral e o específico e não é à toa que eu vejo muitas pessoas dizendo que esse é o melhor filme da Marvel! <3
Adaptação do mangá de Keiji Nakazawa, que relata a experiência de vida de uma família depois da queda da bomba atômica durante e após a segunda guerra mundial, o filme Gen - Pés descalços, de 1983, é daquelas obras arrebatadoras, que causam um tipo de torpor no espectador. Um filme que me fez desmanchar em lágrimas do ínicio ao fim e me trouxe o choro de todos os tipos: O choro do horror com a sequência de cenas da explosão, o choro da tristeza com o luto pelas milhares de vidas perdidas, o choro da dureza da nova realidade que se coloca frente ao protagonista (Gen, uma criança) e o choro da felicidade pela esperança de dias melhores. É um filme que faz ao mesmo tempo você enxergar o extremo do mal que o homem pode chegar a causar e o extremo do bem que pode haver adormecido dentro dele. Assistam!
"A chuva o molha, o vento o resseca, é amassado pelos pés das pessoas, mas ainda assim o trigo nasce, se enraíza e cresce. Ele sobrevive."
O que mais me impressionou em Valsa com Bashir, além da beleza gráfica da animação e o terror da situação retratada, foi o caráter humano da obra, o olhar do envolvido que, ainda passado por todo o sofrimento exposto no longa, tem a coragem (impulsionada pela necessidade) de buscar dentro de si mesmo a história soterrada em sua própria memória. Enquanto acompanhamos a jornada do protagonista em busca de suas lembranças vamos aos poucos encontrando nossa própria humanidade também, retratada nos pequenos (e poderosos) detalhes do filme, sempre meio que anestesiados pela violência e teor surreal da situação. Grande filme.
Um filme Ghibli com a marca Ghibli: Roteiro consistente, sutileza, bela arte nas animações, linda trilha e o encanto característico de sempre! O que mais me prende nesse filme é que mesmo tendo como pano de fundo um ambiente mais pesado, com menção a guerras, crimes e mortes ele ainda consegue ser capaz de nos dar personagens cheios de esperança e inocência. Um grande, grande filme!
Ótimo filme! tem um ritmo rápido e dinâmico, apelo visual e é inteligente ao explorar bem as próprias características da marca Lego. É um filme cheio de personagens, inclusive da figura pop, que já apareceram em forma de brinquedo da franquia e que tem uma justificativa inteligente pra estarem no filme. Tem muitas piadas ótimas e garante risos de adultos e crianças com extrema facilidade além de que pros adultos tem uma mensagem de muita força e significância. Assistam! TUDO É INCRÍVEL!!!
Não é tão brilhante quanto "Megamente" que viria no ano seguinte ou outras animações da Dreamworks mas garante risadas sinceras pelo texto bem legal. Tem algumas referências escondidas de vários filmes famosos do gênero sci-fi, o que dá uma enriquecida. É ótimo pra crianças já que o texto é leve e a ação deve prender bastante os pequenos. Realmente espero ver outro filme com esses personagens.
Achei o filme apenas razoável. A construção inicial do drama em torno do personagem (fantásticamente interpretado) de Bryan Cranston é empolgante no começo mas
a "passada de bastão" para seu filho não convence por não adicionar carga dramática suficiente. Se o filme é sobre um homem que perdeu sua mulher e história e luta contra um acobertamento de fatos que o direciona inclusive à propria morte, porque não adicionar essa intensidade de narrativa no personagem para qual seu legado foi deixado? Isso não acontece pelo enredo que não desenvolve uma profundidade além da destruição visual (belíssima, por dizer) na tela. O diretor Gareth Edwards até cita a preocupação sobre a questão de uso de armamento nuclear, mas se perde em como utilizar os monstros do filme, principalmente o monstro principal. A preocupação em tornar Godzilla um "amigável salvador" da cidade é bastante imatura e tira em muito um certo lado sombrio que Godzilla sempre representou: a exploração desenfreada e o descontrole das ações humanas sobre o mundo que o cerca. Essa falta de "saber o que fazer" com os monstros fica extremamente evidente no final do filme, que é até risível: O monstrão apenas levanta e vai embora.
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O filme deve agradar o publico que espera um espetáculo visual e nada mais, mas mesmo esse público deve sentir falta de mais intensidade na narrativa.
Capitão América: Guerra Civil
3.9 2,4K Assista AgoraQue filme! Roteiro muito bom, dosando cirurgicamente o drama, ação e o humor com perfeição! Um filme que consegue ao mesmo tempo ser divertido, intenso e emocional em vários níveis. O que mais me surpreendeu foi como conseguiram colocar tantos personagens na trama e dar destaque pra todos, cada um de sua maneira. E isso que ainda tinham que apresentar o Homem-Aranha e o Pantera Negra, o que aliás fizeram com maestria. Mesmo os personagens "menores" como a Sharon Carter estão lá pra fazer a trama andar e tem seus momentos no filme. O maior acerto da Marvel até hoje. É o filme definitivo de super-heróis!
Mogli: O Menino Lobo
3.8 1,0K Assista AgoraAcho que o maior trunfo dessa versão de Mogli: o menino lobo, é que ele consegue através do seu CGI perfeito dar pro espectador o deslumbre da vida selvagem na natureza de maneira extremamente crível (pra não dizer fotográfica) e ao mesmo tempo consegue dar o encanto da fábula necessário pra que você se sinta inserido naquele ambiente fantástico do filme. E isso é realmente algo muito dificil e devemos tirar o chapéu pra equipe de efeitos visuais desse filme, foram absolutamente esplêndidos. A história é simples, mas sem ser simplória e traz elementos do livro em que o longa foi baseado e também revive algumas idéias da animação da Disney, mas sem soar um mero revival. Os núcleos de animais são mostrados com valores e características que não necessariamente os antropomorfizam, é mais uma "tradução" do que aqueles animais são em sua essencia, e isso é um ponto forte do filme, não entendemos os animais como meras caricaturas. Os elefantes, por exemplo, são uma espécie de deuses da floresta, tamanha sua magnitude. O ritmo do filme é bom, com um começo ágil, emocional e intenso e mesmo com a "relaxada" que o segundo ato traz não sentimos que estamos sem orientação na narrativa em momento algum. Cada obstáculo na jornada de Mogli é bem definido e não vem de maneira gratuita, e sim sempre adicionando algo que impulsiona a narrativa, mesmo quando rola um pequeno flashback (inteligentemente inserido). O trabalho de vozes do filme é um show à parte, assistam legendado! O terceiro ato é esplêndido nas cenas de ação, que são fartas e realmente intensas (alem de visualmente lindas) e o desfecho do filme é satisfatório e revisita bem o primeiro ato. Mogli: O menino lobo é um GRANDE acerto da Disney e deve impulsionar ainda mais o estúdio em seus projetos de "live action".
Batman vs Superman - A Origem da Justiça
3.4 5,0K Assista AgoraQueria muito defender o filme, dizer que a crítica estava errada, que Batman v Superman está sendo atacado injustamente, que o filme é "feito para quem entende das HQs" ou até mesmo desconfiar que a Marvel/Disney comprou a opinião da critica... Mas não! Que filme horrível! Que grwnde nó na garganta depois de assistir isso. Uma trama que se sabota por tentar criar o futuro do universo DC no cinema e esquece de resolver os pontos do filme com inteligência. Isso quando simplesmente as cenas não te levam pra lugar nenhum dentro da narrativa! Uma das piores montagens que eu já vi no cinema, sem dúvida. Tudo é extremamente raso e apressado, confuso, sem ritmo, sem criar resultado dentro do filme, sem te levar a aspirações maiores no desenvolvimento. E a culpa é única e exclusivamente da direção megalomaníaca do Snyder e do roteiro que falha em tentar traduzir essa megalomania e grandeza com soluções nada críveis e até burras. Os atores entregam o melhor que eles podem dentro dessa bagunça, veja bem...o BatAffleck é ótimo, o Superman do Cavill está mais humano, a Gadot coitada, consegue ainda dar um certo brilho mesmo dentro das decisões imbecis do texto do filme. O Luthor eu até engoliria os maneirismos e modo afetado se o plano dele fosse pelo menos inteligente. Até a trilha é confusa, você percebe que não tem um padrão estético ali que ajude a construir ou reforçar os aspectos dos personagens. O filme promete algo que definitivamente não cumpre. Os protagonistas não criam uma relação que abasteça a razão pro embate entre eles e quando ele finalmente acontece e você acha que vai ter um certo alívio com as cenas de ação depois de tanta confusão da trama, elas são insuficientes e você se sente enganado. Os atos do roteiro não se comunicam, coisa básica de cinema. Na parte final você acha que está dentro de um jogo ruim de videogame de tanta luz colorida e rabisco dançando na tela. É um filme pretensioso, mal escrito, mal dirigido, com uma trilha ineficaz, com CG pra lá de duvidoso. No meio disso tudo ainda ficam inserindo referências das HQs que acabam sendo um tiro no pé, pq são interessantes mas esbarram nas pontas soltas do roteiro dando a impressão que só estão ali pra tentar salvar a narrativa e agradar o público com algo que o texto não entrega. Maior decepção cinematográfica da minha vida.
O Babadook
3.5 2,0KÉ um bom filme de terror, que lembra em vários momentos clássicos como "Hora do Pesadelo", "A profecia" e "Poltergeist", principalmente por conta da ambientação sombria e claustrofóbica, por ser um "terror dentro de casa" e claro, pela criança, bem interpretada pelo Noah Wiseman. O orçamento baixo talvez tenha atrapalhado um pouco a apresentação do Babadook em si, mas ainda assim funciona. Senti falta de uma trilha mais marcante pra elevar mais os momentos de tensão e achei as cenas com o marido da protagonista um pouco mal resolvidas, mas que podem deixar inclusive algo aberto para uma sequência. No geral é um filme competente, que no meio de tanta porcaria da indústria de terror dos dias de hoje ainda consegue acender um farolzinho de esperança pra essa indústria, ainda que não tenha realmente apresentado nada de novo.
PS: As referências várias no filme tmb foram bem legais.
O Conto da Princesa Kaguya
4.4 802 Assista AgoraDo que é feita a felicidade? E o quanto ela vale?
Depois que assisti "O conto da Princesa Kaguya" essas foram as perguntas que ficaram ecoando em mim.
O filme adapta um conto folclórico japonês que mostra a trajetória da menina mágica que nasceu de um broto de bambu, encontrada por um lenhador e criada então como filha. O filme mostra como as expectativas que são geradas por outros, ainda que com as melhores das intenções, podem realmente nos fazer mal. Há uma grande crítica ao materialismo, ao tradicionalismo e a sociedade hierárquica japonesa como um todo. Kaguya é uma garota que conforme suas próprias palavras "nasceu para ser como os pássaros e as feras" e quando é deslocada do vilarejo simples onde nasceu para uma suntuosa mansão na capital vai pouco a pouco perdendo sua felicidade, seu brilho. Vai deixando de ser a criatura mágica que ela é, se adaptando a uma realidade que a aprisiona, tolhe.
Visualmente, a delicada pintura em aquarela é usada com maestria para traduzir a essência do que é mostrado em tela. Os tons delicados de verde da floresta, o rosa das flores de cerejeira, o azul puro do céu visto em um campo aberto, dão uma sensação de paz e felicidade que exala nos momentos mais alegres do filme. Já o branco e o cinza, usados sobretudo na mansão onde a garota é aprisionada, transmitem um vazio assustador que coloca o espectador realmente dentro dos sentimentos da garota. A trilha sonora lindíssima, com belos temas instrumentais e canções está inserida de maneira a contar a narrativa, aumentando a experiência de assistir a obra.
"O conto da Princesa Kaguya" é uma experiência única em cinema, um filme realmente bonito (ainda que melancólico) e que faz você sorrir, chorar, ter esperança. É tudo que o Studio Ghibli sempre foi: Bom demais para se colocar em palavras.
Cada Um na Sua Casa
3.7 574 Assista AgoraDirigido por Tim Johnson (Formiguinhaz), "Cada um na sua casa" é um filme que não necessariamente traz algo de novo pro escopo do cinema de animação comercial, seja da DreamWorks ou das concorrentes, mas isso não significa que o filme não tenha nada pra acrescentar, pelo contrário: São alguns detalhes que fazem essa produção ser mais relevante do que talvez permita seu roteiro, que não é necessariamente original ao explorar a relação inusitada de amizade entre uma garota e um pequeno alienígena fofo - vide Lilo & Stitch. O que realmente é notável no filme é a aposta em uma protagonista fora do comum: Tip (Rihanna) é uma jovem garota negra de olhos verdes e um lindo cabelo crespo, que usa roupas convencionais e confortáveis e tem uma certa dificuldade em fazer amigos na sétima série já que se assume como "nerd".
No roteiro, os alienígenas coloridos e covardes da raça Boov fogem de seu planeta após serem perseguidos pelos seus inimigos Gorgons, e cegamente conduzidos pelo seu líder vem se esconder na Terra numa tentativa de encontrarem um refúgio permanente. Ao chegarem no Planeta, um desses aliens, o atrapalhado e "desencaixado" Oh (Jim Parsons), acaba por acidentamente enviar uma mensagem que relevaria a posição dos Boov, colocando a Terra e os próprio Boov em perigo e por isso é perseguido como inimigo público número 1 e na sua fuga acaba por esbarrar em Tip, que acidentalmente foi deixada pra trás depois que os Boov realocaram a população em uma cidade que projetaram especialmente pros humanos - onde se encontra sua mãe.
O ritmo do filme é ágil e tem bastante informação no roteiro, sendo que em alguns momentos ficamos com a sensação de que se piscarmos podemos perder alguma coisa importante. O visual é colorido e muito bonito e as cores abundantes, junto com a boa trilha (com música exclusiva da Rihanna) ajudam a dar a direção da narrativa.
O filme tem uma bonita mensagem sobre relacionamento famíliar e apesar de não ser uma obra prima como foi "Como treinar seu Dragão" ou não ter a carga emocional intensa de "Big Hero 6" é uma ótima pedida.
Recomendado.
O Reino dos Gatos
3.9 403 Assista Agora"O reino dos gatos" é uma animação do Studio Ghibli de 2002 e conta a história da atrapalhada "Haru", que depois de salvar um gato de um atropelamento arranja involuntariamente uma boa dose de encrenca, já que o gato em questão é "Príncipe Lune" filho do Rei dos Gatos que aproveita do ocorrido pra tentar arranjar uma noiva pra seu filho, sequestrando a pobre Haru e levando-a até seu reino.
Com uma história onde obviamente se encontra um certo eco do estrondoso sucesso "Viagem de Chihiro", o filme no entanto não se limita a ser uma cópia do citado vencedor do Oscar. "O reino dos Gatos" é pontuado por um humor leve, uma narrativa simples e acertiva, com personagens bem cativantes e um trabalho de animação de qualidade, característico do estúdio. Certamente não é um dos "melhores" nem mais comentados filmes Ghibli mas é verdadeiramente bom e delicioso de ver. Recomendado.
Mary Poppins
4.0 612 Assista AgoraLançado em 1964, "Mary Poppins", o alegre, doce e mágico musical da Disney carrega consigo uma história que começa mais de duas décadas antes de seu lançamento: Foram cerca de 25 anos até que Walt Disney, depois de inúmeras abordagens e negociações obtivesse os direitos sobre o livro da escritora inglesa P.L Travers que além de não gostar das obras de Walt, ainda impôs direitos de 5% na bilheteria do filme, 100 mil dólares no bolso e liberdade pra mexer no roteiro. Vencidas as dificuldades da negociação, o estúdio ainda teve problemas ao negociar com a protagonista Julie Andrews, grávida na época que foi chamada pro filme e cotada pra estrelar "My Fair Lady", papel que acabou sendo de Audrey Hepburn. Entretanto, todas essas dificuldades desapareceram por completo no resultado do filme: Vencedor de 5 Oscar dos 11 que concorreu (incluindo Melhor Atriz pra Julie Andrews, que no discurso agradeceu a Warner por não ter sido escolha pra "My Fair Lady" ) "Mary Poppins" é um dos filmes mais bem sucedidos da Disney, custando 6 milhões de dólares e faturando mais de 30 milhões em bilheteria. No longa, que mistura números musicais em live action com belas animações, acompanhamos a história da rica Família Banks, que apesar de bem sucedidos não conseguem cuidar dos próprios filhos e vivem contratando e despedindo babás, até que surge Mary Poppins, atendendo um pedido das crianças e como num passe de mágica transforma a rotina e vida da família. Um grande filme da Disney, perfeito para as todas as idades.
Em uma palavra: Supercalifragilisticexpialidocious!!
Operação Big Hero
4.2 1,9K Assista Agora"Operação Big Hero" estreia exatamente seis anos depois da Disney ter anunciado a bilionária compra da gigante Marvel em 2009 e vem pra cumprir duas missões importantes na estratégia de mercado da Disney: Casar os universos de histórias em quadrinhos com o de animação e inserir ainda mais a Disney/Marvel no mercado asiático, consumidor e produtor assíduo das duas linguagens em questão. E "Operação Big Hero" cumpre o esperado em grande estilo! Apostando em uma fusão de estilos que emula o melhor da Disney/Pixar e Marvel ,o longa pega emprestado a velocidade da ação dos filmes de herói à la "Vingadores" e "Guardiões da Galáxia" e o lado cômico, emocional e fofo já característico dos roteiros da empresa que é casa do Mickey Mouse. No filme, que tem o jovem prodígio Hiro Hamada como protagonista, vemos a história de como o inteligente garoto aprende a lidar com uma grande perda enquanto cria um laço afetivo com seus amigos, principalmente o carismático robô Baymax, numa troca de experiências emocionante entre os dois personagens. Tendo por trás as mentes criativas de uma equipe formada por profissionais responsáveis pelo sucessos "Detona Ralph" e "Frozen - uma aventura congelante" o filme é uma elegia ao moderno, ao tecnológico e a inovação, o que deve ter muito apelo pro novo público infanto-juvenil dos dias de hoje, tão familiarizado com computadores, internet e aparelhos eletrônicos como smartphones, tablets e afins. Um grande acerto da Disney, ótima pedida tanto para crianças como para adultos nessas férias.
Batman: O Cavaleiro de Gotham
3.7 101 Assista AgoraExtremamente interessante essa coletânea na forma de 5 contos sobre Batman na visão de artistas japoneses do anime. Variadas técnicas de animação, roteiros funcionais e interessantes, várias facetas exploradas do herói que se tornou mito (inclusive o próprio conceito desse mito é explorado de maneira brilhante em um dos contos). O que achei mais interessante aqui é ver como alguns conceitos não necessariamente tão explorados no ocidente porém contidos no personagem foram realçados pelos artistas orientais. Conceitos como disciplina, braveza e moralidade tem uma dimensão diferente no oriente (e aqui fica uma clara alusão ao conceito dos samurais), além da tecnologia do japão moderno que entrou em dos contos com maestria. O único revés é que poderia ser mais longo na duração, mesmo com mais contos. Excelente material.
A Morte do Superman
3.4 115 Assista AgoraO filme que não pensa em ser uma adaptação da (talvez) mais famosa HQ de todos os tempos, "Morte do Superman" empresta o mesmo vilão dos quadrinhos, "Apocalypse", como algoz do homem de aço. Porém diferente da trama original da história dos anos 90, o vilão alienígena aqui é adicionado apenas como um ingrediente inserido na trama sem nenhum pano de fundo que o justifique a não ser ocasionar a batalha que tira a vida do bom moço de Krypton, o que posteriormente leva Lex Luthor, o real vilão aqui, a uma insana empreitada em busca do controle de Metrópolis.
Apesar de alguns pontos não muito bem resolvidos no roteiro, o filme consegue se sustentar por possuir um texto bom e trazer uma certa carga emocional no decorrer da história. Um filme interessante, mas que pode frustrar um pouco o público das hqs pelo distanciamento total com a obra que o originou.
Suspiria
3.8 979 Assista Agora"Suspiria", de 1977 é o clássico absoluto de Dario Argento e talvez seja o filme de horror com a paleta de cores mais deslumbrante da história do cinema. O filme (baseado na obra literária "Suspiria di profundis" de Thomas de Quincey) conta a história de Suzy Banion, uma jovem estadounidense recém chegada a uma antiga escola de balé européia na qual o estranho assassinato de uma ex-aluna é o pontapé inicial pra estranhos incidentes no local. Desconfortável desde sua chegada e impulsionada por uma amiga que compartilha a mesma sensação, Suzy acaba descobrindo que a escola foi fundada inicialmente para prática de magias ocultas e que um grande segredo ainda ronda o lugar. Neste filme Dario Argento conduz de maneira magistral o suspense até o último momento, utilizando cores sempre vívidas e ressaltadas para criar um grande espetáculo de sensações e atmosferas, hora nos sufocando em tons quentes e intensos, hora nos abandonando na total escuridão de tons frios e mórbidos, sempre criando uma intensa sensação de alucinação, sonho e magia.
Outro ponto a destacar é a incrível trilha sonora, composta pela banda italiana de rock progressivo "Goblin" e que utiliza dentro da música os mais diversos recursos como barulhos, batidas, sussuros, gemidos e gritos pra colaborar com a narrativa, deixando tudo ainda mais atmosférico.
Todos esses elementos fazem de "Suspiria" um dos filmes reconhecidamente mais influentes e bem construídos da história do horror. Recomendado.
Dumbo
3.6 411 Assista AgoraLançado em 1941, "Dumbo" é um filme que marca um período de mudança nos estúdios Disney. Antecedido pelos excelentes e tecnicamente perfeitos "Branca de Neve", "Pinóquio" e "Fantasia" o filme tinha uma difícil missão: Ser um sucesso comercial realmente lucrativo, já que seus antecessores, embora perfeitos em sua execução técnica e ovacionados pela crítica, foram filmes onde o estúdio sofreu prejuízos, sobretudo com o megalomaniaco "Fantasia". Além disso, em 1939, com a guerra declarada na Europa, os lucros internacionais do país tinham despencado em cerca de 75% o que colocava uma faca no pescoço de Walt Disney pois se os resultados fossem negativos isso poderia implicar na falência do estúdio. Vale lembrar que não existia Disneyland nessa época, então toda receita de Walt vinha mesmo de seus filmes.
Sabendo disso, Disney recrutou a "velha guarda" da animação de seu estúdio para fazer um filme que fosse econômico em sua criação mas determinado a manter a qualidade tão característica de sua visão artística. Dessa maneira, apostando num estilo mais próximo do cartunismo de suas "Silly Simphonies" o trabalho foi confiado a Bill Tytla, Art Babbit, Freddy Moore e Ward Kimball entre outros, que entregaram o que até hoje é considerado um dos melhores trabalhos de animação do estúdio.
No roteiro simples - sem deixar de ser extremamente acertivo e tocante - acompanhamos a história do elefantinho de circo com orelhas gigantes, inicialmente ridicularizado por sua aparência, que com a ajuda de Timóteo, um simpático ratinho, descobre seu verdadeiro potencial e se torna um astro. Mesmo com a simplicidade imposta por Walt na produção do filme, encontramos ainda em Dumbo espaço para a experimentação surrealista da sequência de cenas "Pink elephants on parade", onde temos a Sun Ra Arkestra comandando um tema musical memorável.
Logo após a produção do filme, e o lançamento de "Bambi", uma greve assolaria a empresa de Walt, o que daria novos rumos a suas produções, decretando assim o fim do período que seria conhecido como "a era de ouro da disney".
Um Rei em Nova York
3.9 30 Assista Agora"Um rei em Nova York", de 1957, é o último filme em que Sir Charles Chaplin interpreta um protagonista em sua carreira. 10 anos depois, já com 77 anos, ele iria escrever, produzir e dirigir "A condessa de Hong Kong", com Marlon Brando e Sophia Loren, onde realiza uma pequena ponta como mordomo. Dito isso, é fácil entender o quão significativo é esse filme. O longa conta a história do benevolente "Rei Igor Shadov", um monarca com ideias utópicas sobre uso adequado de energia atômica e que é obrigado a fugir de seu país depois que seus súditos querem sua cabeça por pensarem que suas intenções com tal energia tem orientação militar. O destino escolhido para fuga é a cidade de Nova York, onde ao chegar recebe um golpe de um oportunista primeiro ministro e perde toda sua fortuna. Desamparado, mas escoltado sempre por seu leal embaixador (magistralmente interpretado por Oliver Johnston), o Rei passa a receber diversas investidas da indústria Americana, até que acaba aceitando ser garoto propaganda de algumas marcas por precisar do dinheiro.
Chaplin utiliza toda sua genialidade e liberdade que o gênero comédia permite para criticar a sociedade Americana das mais diversas maneiras e em todos seus aspectos: Shadov detesta o quão barulhento, insolente e estapafúrdio é aquele lugar. Chaplin dirige seu olhar crítico a todos os aspectos daquela sociedade: Cultural, na música e cinema americano (numa impagável ida de Shadov a uma sessão), à imprensa ávida por novas notícias do rei, aos ideais distorcidos de identidade que a indústria dita (quando Shadov é forçado a fazer uma cirurgia plástica para parecer mais jovem) e sobretudo à perseguição de ideais políticos aqui representados na figura do jovem Rupert McCabee (seu filho, Michael Chaplin), que é um impetuoso garoto filho de pais comunistas.
Um filme memorável, feito por um homem/artista lendário, com inteligência, crítica e principalmente humor, esse filme mostra o que Chaplin realmente é: Um rei.
<3 Vejam correndo.
Phenomena
3.7 246Dario Argento não tem o título de "mestre do terror" à toa. A mistura de elementos diversos como assassinato em série, poderes paranormais e insetos faz com que "Phenomena" seja um filme ousado, instigante, excêntrico e inteligente. Alguns momentos no roteiro passam por filosofia, história e menção a demônios o que enriquece a história. O choque das sequências finais mostra como Argento é mestre em manter o suspense em alta até o derradeiro momento quando o "terror" propriamente dito se instaura no filme e toma de assalto o espectador. O filme tem ainda uma bela trilha sonora, com bandas do calibre de um Iron Maiden e Motörhead, o que sempre é legal de ver em um filme.
O Abominável Dr. Phibes
4.0 126Trajando manto e capuz negros, executando ao orgão uma peça fúnebre em um estranho salão onde bonecos mecânicos integram uma bizarra orquestra, é assim que somos primeiramente apresentados ao Dr. Phibes, uma figura imponente, excêntrica e tremendamente magnética que logo se revela ser um gênio diabólico em busca de vingança pela morte de Victoria, sua esposa, numa caçada obsessiva aos cirurgiões que não foram capazes de salvar a vida de sua amada ocasionando uma série de mortes desenhadas de acordo com as pragas bíblicas que assolaram o Egito. Em "O Abominável Dr. Phibes" temos Vincent Price interpretando um dos personagens mais icônicos do terror de todos os tempos, em um filme que consegue combinar de maneira perfeita o horror com boas doses de humor negro e ainda colocar essa combinação dentro de uma atmosfera romântica evocada pelo carisma do personagem central. O filme rendeu ainda a continuação "A Câmara de horrores do Abominável Dr. Phibes", única vez que Vincent Price interpretou o mesmo personagem no cinema, aliás. Um clássico do cinema de horror mundial.
Planeta dos Macacos: O Confronto
3.9 1,8K Assista Agora"Planeta dos Macacos: O confronto" é um filme bastante peculiar por vários motivos que é interessante serem listados: Primeiro, porque tem a dura missão de ser a sequência de "Planeta dos Macacos - a origem", que realmente é um ótimo filme; Segundo, é um filme cujo roteiro é ambientado anos depois dos fatos narrados no primeiro e está desvencilhado do elenco e até mesmo do ambiente de seu predecessor; Terceiro, porque leva todo o peso de ser baseado em uma das maiores franquias da história do cinema de ficção científica, com milhares de fãs exigentes por um trabalho de alto nível; E quarto, é um filme onde nunca a captura de movimentos foi usada de maneira tão ousada e se faz tão necessária para dar credibilidade e mesmo profundidade ao filme.
Tendo todos esses fatos expostos, o que se pode dizer de "Planeta dos Macacos: O Confronto" é que o filme consegue ser sólido o suficiente pra se sustentar em tudo que é esperado dele, já que funciona bem como uma sequência, mantém o nível de qualidade do primeiro filme, honra as características da franquia e principalmente usa a tecnologia de captura de movimentos não só como um truque pra impressionar o espectador mas sim como uma linguagem que dá uma beleza única ao filme ( e aqui faz se notável o dom de Andy Serkis de explorá-la de maneira sem igual).
Em termos de roteiro, o filme não é exatamente ousado, seguindo uma estrutura bem linear, sem deixar pontos soltos no desenvolvimento e acho bastante interessante a maneira como os núcleos familiares de homens e macacos foram bem explorados, assim como alguns momentos do primeiro filme foram retomados sem que o filme ficasse "preso" no passado. Outro ponto alto são as cenas de ação, com belíssimas câmeras se movimentando de maneira ágil e trabalhando a favor do filme, sem que fique cansativo pro espectador (o que acontece com frequência em novos filmes de ação). O vilão, o macaco Koba, merece destaque também por sua caracterização.
Em suma, "Planeta dos Macacos - O confronto" é um ótimo filme, que merece bastante atenção, e com certeza vale a ida ao cinema.
Guardiões da Galáxia
4.1 3,8K Assista AgoraQuando a Marvel anunciou a produção de Guardiões da Galáxia o sentimento de muitos (meu inclusive) foi de desconfiança e é fácil entender o motivo: Trazer pras telonas personagens tão exóticos quanto os dessa equipe era extremamente arriscado, já que afinal de contas estamos falando de alienígenas coloridos, um guaxinim falante obcecado por armas pesadas e um homem-árvore com vocabulário limitado. Além disso, esse filme carregava o peso de introduzir o espectador do universo cinematógrafico da Marvel ( e que não necessariamente lê as hqs) a um cenário espacial e caótico, literalmente a anos-luz das tramas mais tradicionais da casa das idéias e repleto de informações onde grandes histórias já foram contadas nas HQS. Depois de muita propaganda (e ansiedade) o que se pode dizer é que toda a espera valeu muito a pena! Guardiões da galáxia é um filme divertidíssimo, explosivo, empolgante e que captura a atenção do espectador a cada segundo que sua trama se desenrola na tela. A ação quase não te dá tempo pra respirar, os elementos do roteiro (com várias referências da cultura pop, linkados com uma ótima trilha) são apresentados com a eficiência necessária pra construir bem a história mostrada e os personagens, graças a ótima escolha do elenco, são repletos de carisma (com óbvio destaque para Rocket e Groot, os mais incomuns) e convencem em suas motivações. A mais incrível conquista da Marvel com Guardiões da Galáxia é que eles provaram definitivamente que tem a capacidade de criar um filme que vai agradar o público geral e o específico e não é à toa que eu vejo muitas pessoas dizendo que esse é o melhor filme da Marvel! <3
Gen Pés Descalços
4.4 143Adaptação do mangá de Keiji Nakazawa, que relata a experiência de vida de uma família depois da queda da bomba atômica durante e após a segunda guerra mundial, o filme Gen - Pés descalços, de 1983, é daquelas obras arrebatadoras, que causam um tipo de torpor no espectador. Um filme que me fez desmanchar em lágrimas do ínicio ao fim e me trouxe o choro de todos os tipos: O choro do horror com a sequência de cenas da explosão, o choro da tristeza com o luto pelas milhares de vidas perdidas, o choro da dureza da nova realidade que se coloca frente ao protagonista (Gen, uma criança) e o choro da felicidade pela esperança de dias melhores. É um filme que faz ao mesmo tempo você enxergar o extremo do mal que o homem pode chegar a causar e o extremo do bem que pode haver adormecido dentro dele. Assistam!
"A chuva o molha, o vento o resseca, é amassado pelos pés das pessoas, mas ainda assim o trigo nasce, se enraíza e cresce. Ele sobrevive."
Valsa com Bashir
4.2 305 Assista AgoraO que mais me impressionou em Valsa com Bashir, além da beleza gráfica da animação e o terror da situação retratada, foi o caráter humano da obra, o olhar do envolvido que, ainda passado por todo o sofrimento exposto no longa, tem a coragem (impulsionada pela necessidade) de buscar dentro de si mesmo a história soterrada em sua própria memória. Enquanto acompanhamos a jornada do protagonista em busca de suas lembranças vamos aos poucos encontrando nossa própria humanidade também, retratada nos pequenos (e poderosos) detalhes do filme, sempre meio que anestesiados pela violência e teor surreal da situação. Grande filme.
Porco Rosso: O Último Herói Romântico
3.9 285 Assista AgoraUm filme Ghibli com a marca Ghibli: Roteiro consistente, sutileza, bela arte nas animações, linda trilha e o encanto característico de sempre! O que mais me prende nesse filme é que mesmo tendo como pano de fundo um ambiente mais pesado, com menção a guerras, crimes e mortes ele ainda consegue ser capaz de nos dar personagens cheios de esperança e inocência. Um grande, grande filme!
Uma Aventura LEGO
3.8 907 Assista AgoraÓtimo filme! tem um ritmo rápido e dinâmico, apelo visual e é inteligente ao explorar bem as próprias características da marca Lego. É um filme cheio de personagens, inclusive da figura pop, que já apareceram em forma de brinquedo da franquia e que tem uma justificativa inteligente pra estarem no filme. Tem muitas piadas ótimas e garante risos de adultos e crianças com extrema facilidade além de que pros adultos tem uma mensagem de muita força e significância. Assistam! TUDO É INCRÍVEL!!!
Monstros vs. Alienígenas
3.1 569 Assista AgoraNão é tão brilhante quanto "Megamente" que viria no ano seguinte ou outras animações da Dreamworks mas garante risadas sinceras pelo texto bem legal. Tem algumas referências escondidas de vários filmes famosos do gênero sci-fi, o que dá uma enriquecida. É ótimo pra crianças já que o texto é leve e a ação deve prender bastante os pequenos. Realmente espero ver outro filme com esses personagens.
Godzilla
3.1 2,1K Assista AgoraAchei o filme apenas razoável. A construção inicial do drama em torno do personagem (fantásticamente interpretado) de Bryan Cranston é empolgante no começo mas
a "passada de bastão" para seu filho não convence por não adicionar carga dramática suficiente. Se o filme é sobre um homem que perdeu sua mulher e história e luta contra um acobertamento de fatos que o direciona inclusive à propria morte, porque não adicionar essa intensidade de narrativa no personagem para qual seu legado foi deixado? Isso não acontece pelo enredo que não desenvolve uma profundidade além da destruição visual (belíssima, por dizer) na tela. O diretor Gareth Edwards até cita a preocupação sobre a questão de uso de armamento nuclear, mas se perde em como utilizar os monstros do filme, principalmente o monstro principal. A preocupação em tornar Godzilla um "amigável salvador" da cidade é bastante imatura e tira em muito um certo lado sombrio que Godzilla sempre representou: a exploração desenfreada e o descontrole das ações humanas sobre o mundo que o cerca. Essa falta de "saber o que fazer" com os monstros fica extremamente evidente no final do filme, que é até risível: O monstrão apenas levanta e vai embora.
O filme deve agradar o publico que espera um espetáculo visual e nada mais, mas mesmo esse público deve sentir falta de mais intensidade na narrativa.