Um bom filme que tece boas críticas ao machismo e, principalmente, à forma dissimulada e quase sempre negacionista que a sociedade lida com a violência contra a mulher, sendo condescendente com os homens e sua "infantilidade eterna". O roteiro até que é bem amarrado, apesar de utilizar algumas conveniências, mas nada muito grave. Entretanto, a trilha sonora me incomodou muito, sendo muito mal colocada e intrusiva, além de irritante. No mais, não assista pensando em Kill Bill, mas sim um filme mais realista. Nota:3.5/5
Druk é um filme sensível, com a dose certa de tragicomédia e que trata o álcool como parte da existência humana, ilustrando sua utilização (e abuso) dentro dos mais distintos cenários psicossociais e nas diferentes faixas etárias. Gostei particularmente por não ser moralista e óbvio, mostrando o papel do álcool na sociedade, seja negativamente ou positivamente. Uma coisa é certa: a banalização do consumo de bebidas alcóolicas já é um padrão dentro da sociedade e, talvez, a melhor forma de conscientização seja pregar o uso moderado e, principalmente, racional das bebidas, reconhecendo seu caráter desinibidor, e potencialmente destrutivo, dentro das relações humanas. As atuações são muito boas, convincentes e não há um personagem antipático no filme, todos possuem sua importância narrativa e lidam com o álcool diferentemente. Sem mais delongas, recomendo MUITO esta obra. Nota: 4.5/5
Quando você não paga pelo produto, você é o produto. Essa frase resume bem a narrativa do documentário que faz um alerta sobre como as redes sociais estão moldando e direcionando os rumos da sociedade, mesmo que muitos acreditem em uma suposta "liberdade" proporcionada por essas redes. O algoritmo não é intrinsecamente imoral, apenas traduz a vontade da corporação em maximizar seus lucros, independentemente dos métodos. Nota:4/5
Altamente inspirado em 1984, V for Vendetta é um filme bem estilizado e tecnicamente excelente. A atuação do Hugo Weaving, mais uma vez, é brilhante. Incrível sua capacidade de falar textos longos e complicados com uma naturalidade e fluidez invejável. (A obra) Não é pra todo mundo, mas isso não diminui seu valor histórico e sua grande influência na cultura pop contemporânea. O V ao contrário é um A de anarquia. Nota: 4/5
Utópico, subversivo e instigante. Utópico, pois a existência eremita regida por ideais comunistas, dentro do contexto social de uma cidade urbanizada nos USA, não me parece crível. Subversivo porque destila, em duas horas, críticas ferrenhas ao capitalismo/materialismo, atacando as regras, ou convenções, estabelecidas por instituições como igreja, Estado e família. Instigante, pois confronta na tela estilos de vida completamente opostos, ressaltando a superficialidade das relações humanas dentro da sociedade capitalista, debatendo temas tabus como homeschooling, suicídio e religião. Entretanto, também são tecidas críticas ao estilo de vida, jocosamente apelidado pelo sogro do Ben como 'hippie', mostrando as consequências negativas na relação dos membros da família com o resto da sociedade, além da glamourização do roubo e doutrinamento ideológico autoritário por parte do pai. Concluindo, o filme permite ao espectador refletir sobre valores e paradigmas socialmente construídos durante a história, os quais aceitamos e seguimos inexoravelmente, muitas vezes sem contestar, fazendo-nos questionar os motivos por trás dessa resignação/imobilização social. Nota:4.5/5
Estranhamente divertido e narrativamente perspicaz, "Relatos Salvajes" poderia tranquilamente ser convertido em uma série, pois as estórias aqui contadas são inteiramente desenvolvidas em um cenário cotidiano, visando demonstrar por diferentes pontos-de-vista os instintos, muitas vezes reprimidos, presentes em todos nós. Nota: 4.5/5
Bem 'lynchiano', como alguns já destacaram. Atuação espetacular do Sean Gullette e condução magistral do Aronofsky, cuja direção demonstra algumas técnicas e características que seriam reforçadas ao longo de sua filmografia. O enredo é muito aberto a interpretações, mas basicamente trata-se do estereótipo de obsessão/insanidade ensaiado sob uma atmosfera delineada com uma linha tênue, que separa realidade do devaneio. O mundo do Max é fechado em si mesmo e este parece ter perdido a capacidade de sobrepujá-lo. Nota: 4/5
Muito elogiado na época de seu lançamento, "The Conjuring" é um filme de terror acima da média que faz bom proveito dos clichês de gênero e envolve com uma história familiar, mas interessante pelo verniz de "realidade" dado pelo consagrado slogan "baseado em fatos reais".
As atuações são muito boas, mas o que se destaca é a espetacular direção de James Wan, que brinca com os cenários e imprime uma dinâmica nos planos que aumentam a ansiedade do espectador. Além disso, percebe-se forte influência na narrativa e em algumas cenas, de alguns clássicos do terror como The Sixth Sense e, claro, The Exorcist.
Entretanto, enquanto o filme comporta-se magistralmente bem durante a criação do suspense e a investigação dos fatos, durante os dois primeiros atos, o terceiro ato destoa um pouco do tom vigente e implica em um final menos assustador do que o esperado, além do bait para uma óbvia continuação.
No mais, The Conjuring consegue ser assustador, ao mesmo tempo que oferece uma trama com pitadas de comédia, ação e muita inventividade num gênero ávido por novas ideias e experimentações. Nota:4/5
Bizarro. Absurdo. Grotesco. Independentemente do adjetivo que melhor represente esta obra, é inegável a sua originalidade e impacto no cinema. Com uma trama bifurcada, que converge apenas no final, Almodóvar rege com maestria uma história de vingança repugnante, onde não há lugar para a inocência ou benevolência dos protagonistas. A atuação de Bandeiras é excelente, bem como a de Elena Anaya, que brilha com uma personagem complexa de múltiplas camadas. Trata-se, portanto, de um filme memorável, não pelos aspectos técnicos, mas pela execução primorosa de uma história única. Nota 4/5
Um conto de terror moderno, Midsommar bebe muita da fonte "The Wicker Man", mas consegue criar seu próprio universo sombrio e misterioso em plena luz do dia. Entretanto, é superficial em alguns aspectos e previsível em outros, o que o torna menos assustador e mais vagaroso, pois o ritmo cadenciado que o diretor adota é um pouco cansativo por conter muitas cenas prescindíveis ao enredo. A fotografia é incrível, bem como os efeitos visuais e a maquiagem. O final é catártico e, para muitos, chocante, mas encaixa bem com o que foi desenvolvido. As atuações são boas, mas nada muito chamativo, sendo a direção/fotografia o ponto alto do filme. Enfim, para quem assistiu "The Wicker Man", Midsommar vai parecer uma "continuação", mas com maior riqueza de detalhes sobre os rituais pagãos e suas implicações. Nota: 3.5/5
Apesar da longa duração, acima da média dos filmes de super-herói, Avengers:Endgame cumpre bem seu papel de encerrar a saga do Infinito com coesão e inventividade. Grande parte do primeiro ato é, de fato, modorrenta e monocromática,
mas a morte precoce do Thanos é o ponto de inflexão perfeito para a trama, injetando boa dose de interação entre os personagens e um plot de 'heist film' mesclado com 'BTTF 2' bem elaborado e executado
. O derradeiro ato, por sua vez, é um deleite para os fãs. O confronto final entre o exército do 'bem' contra o do 'mal' é épico e distribui bem o protagonismo entre os heróis, enfatizando suas habilidades e, de forma controlada, tirando proveito do alívio cômico. O final do filme indica um 'fim de linha' para alguns personagens importantes, que 'passam o bastão' para os mais novos. Enfim, Avengers:Endgame é uma ótima experiência, principalmente, se vista como o final de um ciclo que começou há onze anos atrás e que transformou a indústria do cinema. Nota: 4.5/5
Ótimo filme se visto como uma ficção baseada em fatos reais. Para quem conhece a história, alguns detalhes incomodam pela romantização e deturpação. Por exemplo, a visão maniqueísta do longa, empobrece um pouco a narrativa e não corresponde à realidade. Talvez isso se deve ao fato da história ser narrada pelo ponto-de-vista do protagonista, o que faz mais sentido. Apesar desses detalhes, o filme é muito competente na recriação de época e cenários. Um destaque para o figurino e mise-en-scéne. As atuações também são muito boas e os efeitos práticos/maquiagem, utilizados nas cenas mais gráficas, impressionam pelo realismo e crueza. No mais, o filme cumpre bem seu papel de entretenimento e revisita capítulos sangrentos e sombrios que construíram uma mitologia e aura macabra em torno de um dos segmentos mais polêmicos do Metal. Nota: 4/5
Maravilhoso. O filme é uma belíssima experiência audiovisual que transmite uma sensação similar àquela produzida pelos quadrinhos. Obviamente, tem muito fan-service e metalinguagem, mas a estória nunca fica em segundo plano e prende a atenção até o seu previsível e satisfatório desfecho. Muito dificilmente um estúdio será capaz de produzir uma obra que supere esta em estética/ritmo/autenticidade. O frenesi é justificado e, na minha opinião, é um dos melhores filmes de herói já feitos. Nota: 4.5/5
Inteligentemente construído e com muita verossimilhança nas encenações de antigos rituais celtas (pagãos), The Wicker Man é um filme de mistério, não de terror. As atuações são convincentes e, desde um primeiro momento, nota-se um clima nada alvissareiro para o protagonista, cuja formação religiosa é diametralmente oposta/aversiva aos ritos pagãos. O final consegue surpreender, sendo coerente com a restante do filme. Enfim, The Wicker Man não é um filme comum, possui muitas incursões musicais (muito boas, por sinal) e um ritmo irregular, porém, as revelações finais são compensadoras, tornando a experiência completa. Nota: 4/5
Pretensioso, caótico e metafórico. mother! é uma obra incomum que pode parecer pedante e sem sentido para o público 'médio', pois não oferece entretenimento, passa longe de ser um filme de terror e não possui um ritmo regular. Entretanto, as alegorias e as boas atuações de todo o elenco, além das peculiaridades audiovisuais e meticulosa direção, provida pelo excêntrico Aronofsky, tornam mother! uma obra difícil de digerir, mas bastante recompensadora do ponto-de-vista intelectual. O exercício de buscar os significados das metáforas e tentar correlacionar com a narrativa bíblica, apesar de falha em alguns momentos, é bem cativante, principalmente, no terceiro ato da obra. Particularmente, gostei da narrativa e da mensagem que o filme passa, mas algumas ideias repetidas 'ad nauseam' diminuem o impacto, tornando o ritmo tedioso e as cenas desnecessárias. Porém, mesmo com as devidas ressalvas, recomendo mother! para àqueles que não se impressionam facilmente e buscam uma narrativa multidimensional. Nota: 3.5/5
O Lobo de Wall Street pode ser epitomizado em uma palavra: frenético. A direção é típica dos filmes de Martin Scorsese, onde excessos e bizarrices não são economizados e ajudam a ilustrar, especialmente aqui, a vida de esbórnia e luxúria levada pelo protagonista. Apesar da longa duração, 180 minutos, em nenhum momento o roteiro fica previsível e/ou cansativo, pois existe uma sequência de acontecimentos absurdos que mantém a atenção até o final. Os personagens principais conseguem cativar o espectador, mas não necessariamente no sentido de 'torcida', pois deseja-se que exista uma punição/limite para freá-los em algum momento que, ainda bem, ocorre ao longo do último ato. A atuação de DiCaprio é brilhante. Uma verdadeira aula de interpretação. Hill e Margot Robbie também estão bem carismáticos e à vontade, passando uma interpretação consonante com o protagonista. Vale exaltar a participação fantástica de McConaughey como mentor e inspiração do ambicioso Jordan Belfort. Enfim, o Lobo de Wall Street não é uma obra comum, mas vale a pena ser vista pois consegue entreter e envolver o espectador num universo de absurdos e excessos, onde ética, moral e sobriedade não fazem bem aos negócios. Nota: 4.5/5
O que esperar de um filme que começa pelo final? Ou melhor, pela metade? Ou...Enfim, essa confusão situacional causada pelo primeiro ato deste filme ilustra bem a peculiaridade pictórica do roteiro de 21 Grams. Inicialmente, nos deparamos com três personagens principais em situações completamente diferentes. O personagem de Sean Penn, por exemplo, alterna entre cenas onde parece estar pra morrer com cenas onde parece estar quase morrendo rsrsrsrsrs, na verdade, a partir do segundo ato começamos a descobrir e encaixar as peças do quebra-cabeça deixado em aberto no primeiro ato. De fato, é um exercício brilhante e que instiga o espectador. O diretor Iñarritu, muito inteligentemente, dosa perfeitamente as exposições que, na verdade, são perfeitamente inferidas ao decorrer do filme. As atuações são muito convincentes, em especial, Naomi Watts, cuja personagem percorre o mais tortuoso arco dramático da trama. Del Toro e Penn, por sua vez, também não ficam atrás e conquistam a empatia do espectador. Estranhamente, é uma história sem 'vilões' de verdade, pois assim como na vida real, nem sempre as coisas são binárias e, principalmente, não existe necessariamente o certo/errado. Portanto, o roteiro é brilhante e amarra todas as pontas soltas no terceiro ato, com um final não necessariamente feliz, mas resultado de uma infinidade de ações e intempéries que ocorrem na vida de cada um dos personagens. Nota 4.5/5
Muito bom filme que consegue contar, paralelamente, três boas histórias e, depois, interconectá-las de forma orgânica e coerente. A violência é mostradas em muitas 'texturas' e ocasiões, sempre de forma explícita e servindo à narrativa. As atuações são boas, mas não chegam a ser o destaque do longa, ou seja, poderia ter funcionando com outros atores perfeitamente, pois a força motriz é o roteiro cativante e a direção excepcional de Iñarritu que mostra ter aprendido bem com as técnicas de não-linearidade empregadas em filmes do mestre Tarantino. Enfim, a menos que você seja muito sensível à cenas envolvendo animais, recomendo fortemente a conhecer um dos primeiros trabalhos deste fantástico diretor. Nota 4.5/5
É um filme de horror diferente, tenso e surpreendente. Apesar de conter alguns clichês/convenções de gênero, Hereditary não apela para jump-scares e investe numa climatização e repetição de cenas tensas e sugestivas. Quanto ao enredo, não se engane, é inteligente o bastante para manter o espectador interessado até seu desfecho, mas simultaneamente fornece várias dicas de seu verdadeiro tema.
Trata-se, na verdade, de um fantástico filme de bruxaria, ao melhor estilo Rosemary's Baby.
Vale destacar também a inquietante trilha sonora que, por si só, causa calafrios e deixa o clima mais tenso. Enfim, não é um filme para todos, mas para quem tem interesse nessa nova fase do terror 'pós-moderno', vale muito a pena. Nota 4/5.
Bela Vingança
3.8 1,3K Assista AgoraUm bom filme que tece boas críticas ao machismo e, principalmente, à forma dissimulada e quase sempre negacionista que a sociedade lida com a violência contra a mulher, sendo condescendente com os homens e sua "infantilidade eterna". O roteiro até que é bem amarrado, apesar de utilizar algumas conveniências, mas nada muito grave. Entretanto, a trilha sonora me incomodou muito, sendo muito mal colocada e intrusiva, além de irritante. No mais, não assista pensando em Kill Bill, mas sim um filme mais realista. Nota:3.5/5
Druk: Mais Uma Rodada
3.9 798 Assista AgoraDruk é um filme sensível, com a dose certa de tragicomédia e que trata o álcool como parte da existência humana, ilustrando sua utilização (e abuso) dentro dos mais distintos cenários psicossociais e nas diferentes faixas etárias. Gostei particularmente por não ser moralista e óbvio, mostrando o papel do álcool na sociedade, seja negativamente ou positivamente. Uma coisa é certa: a banalização do consumo de bebidas alcóolicas já é um padrão dentro da sociedade e, talvez, a melhor forma de conscientização seja pregar o uso moderado e, principalmente, racional das bebidas, reconhecendo seu caráter desinibidor, e potencialmente destrutivo, dentro das relações humanas. As atuações são muito boas, convincentes e não há um personagem antipático no filme, todos possuem sua importância narrativa e lidam com o álcool diferentemente. Sem mais delongas, recomendo MUITO esta obra. Nota: 4.5/5
Cuba e o Cameraman
4.4 107 Assista AgoraIncrível, emocionante e reflexivo. Nota:5/5
O Dilema das Redes
4.0 594 Assista AgoraQuando você não paga pelo produto, você é o produto. Essa frase resume bem a narrativa do documentário que faz um alerta sobre como as redes sociais estão moldando e direcionando os rumos da sociedade, mesmo que muitos acreditem em uma suposta "liberdade" proporcionada por essas redes. O algoritmo não é intrinsecamente imoral, apenas traduz a vontade da corporação em maximizar seus lucros, independentemente dos métodos. Nota:4/5
V de Vingança
4.3 3,0K Assista AgoraAltamente inspirado em 1984, V for Vendetta é um filme bem estilizado e tecnicamente excelente. A atuação do Hugo Weaving, mais uma vez, é brilhante. Incrível sua capacidade de falar textos longos e complicados com uma naturalidade e fluidez invejável. (A obra) Não é pra todo mundo, mas isso não diminui seu valor histórico e sua grande influência na cultura pop contemporânea. O V ao contrário é um A de anarquia. Nota: 4/5
Capitão Fantástico
4.4 2,7K Assista AgoraUtópico, subversivo e instigante. Utópico, pois a existência eremita regida por ideais comunistas, dentro do contexto social de uma cidade urbanizada nos USA, não me parece crível. Subversivo porque destila, em duas horas, críticas ferrenhas ao capitalismo/materialismo, atacando as regras, ou convenções, estabelecidas por instituições como igreja, Estado e família. Instigante, pois confronta na tela estilos de vida completamente opostos, ressaltando a superficialidade das relações humanas dentro da sociedade capitalista, debatendo temas tabus como homeschooling, suicídio e religião. Entretanto, também são tecidas críticas ao estilo de vida, jocosamente apelidado pelo sogro do Ben como 'hippie', mostrando as consequências negativas na relação dos membros da família com o resto da sociedade, além da glamourização do roubo e doutrinamento ideológico autoritário por parte do pai. Concluindo, o filme permite ao espectador refletir sobre valores e paradigmas socialmente construídos durante a história, os quais aceitamos e seguimos inexoravelmente, muitas vezes sem contestar, fazendo-nos questionar os motivos por trás dessa resignação/imobilização social. Nota:4.5/5
Relatos Selvagens
4.4 2,9K Assista AgoraEstranhamente divertido e narrativamente perspicaz, "Relatos Salvajes" poderia tranquilamente ser convertido em uma série, pois as estórias aqui contadas são inteiramente desenvolvidas em um cenário cotidiano, visando demonstrar por diferentes pontos-de-vista os instintos, muitas vezes reprimidos, presentes em todos nós. Nota: 4.5/5
Pi
3.8 769 Assista AgoraBem 'lynchiano', como alguns já destacaram. Atuação espetacular do Sean Gullette e condução magistral do Aronofsky, cuja direção demonstra algumas técnicas e características que seriam reforçadas ao longo de sua filmografia. O enredo é muito aberto a interpretações, mas basicamente trata-se do estereótipo de obsessão/insanidade ensaiado sob uma atmosfera delineada com uma linha tênue, que separa realidade do devaneio. O mundo do Max é fechado em si mesmo e este parece ter perdido a capacidade de sobrepujá-lo. Nota: 4/5
Cisne Negro
4.2 7,9K Assista AgoraMasterpiece. Atuação visceral e inesquecível da Natalie Portman, que retrata de forma muito fiel a insanidade de sua personagem. Nota: 4.5/5
Vidro
3.5 1,3K Assista AgoraMuito ruim. Shyamalan se perdeu na direção e concluiu a trilogia da forma mais tosca possível. Nota 2/5
Invocação do Mal
3.8 3,9K Assista AgoraMuito elogiado na época de seu lançamento, "The Conjuring" é um filme de terror acima da média que faz bom proveito dos clichês de gênero e envolve com uma história familiar, mas interessante pelo verniz de "realidade" dado pelo consagrado slogan "baseado em fatos reais".
As atuações são muito boas, mas o que se destaca é a espetacular direção de James Wan, que brinca com os cenários e imprime uma dinâmica nos planos que aumentam a ansiedade do espectador. Além disso, percebe-se forte influência na narrativa e em algumas cenas, de alguns clássicos do terror como The Sixth Sense e, claro, The Exorcist.
Entretanto, enquanto o filme comporta-se magistralmente bem durante a criação do suspense e a investigação dos fatos, durante os dois primeiros atos, o terceiro ato destoa um pouco do tom vigente e implica em um final menos assustador do que o esperado, além do bait para uma óbvia continuação.
No mais, The Conjuring consegue ser assustador, ao mesmo tempo que oferece uma trama com pitadas de comédia, ação e muita inventividade num gênero ávido por novas ideias e experimentações. Nota:4/5
Trovão Tropical
3.2 967 Assista AgoraNever go full retard. Nota:4/5
A Pele que Habito
4.2 5,1K Assista AgoraBizarro. Absurdo. Grotesco. Independentemente do adjetivo que melhor represente esta obra, é inegável a sua originalidade e impacto no cinema. Com uma trama bifurcada, que converge apenas no final, Almodóvar rege com maestria uma história de vingança repugnante, onde não há lugar para a inocência ou benevolência dos protagonistas. A atuação de Bandeiras é excelente, bem como a de Elena Anaya, que brilha com uma personagem complexa de múltiplas camadas. Trata-se, portanto, de um filme memorável, não pelos aspectos técnicos, mas pela execução primorosa de uma história única. Nota 4/5
O Guia do Mochileiro das Galáxias
3.4 1,0KFilme ruim que não faz justiça ao livro.
Midsommar: O Mal Não Espera a Noite
3.6 2,8K Assista AgoraUm conto de terror moderno, Midsommar bebe muita da fonte "The Wicker Man", mas consegue criar seu próprio universo sombrio e misterioso em plena luz do dia. Entretanto, é superficial em alguns aspectos e previsível em outros, o que o torna menos assustador e mais vagaroso, pois o ritmo cadenciado que o diretor adota é um pouco cansativo por conter muitas cenas prescindíveis ao enredo. A fotografia é incrível, bem como os efeitos visuais e a maquiagem. O final é catártico e, para muitos, chocante, mas encaixa bem com o que foi desenvolvido. As atuações são boas, mas nada muito chamativo, sendo a direção/fotografia o ponto alto do filme.
Enfim, para quem assistiu "The Wicker Man", Midsommar vai parecer uma "continuação", mas com maior riqueza de detalhes sobre os rituais pagãos e suas implicações. Nota: 3.5/5
Vingadores: Ultimato
4.3 2,6K Assista AgoraApesar da longa duração, acima da média dos filmes de super-herói, Avengers:Endgame cumpre bem seu papel de encerrar a saga do Infinito com coesão e inventividade. Grande parte do primeiro ato é, de fato, modorrenta e monocromática,
mas a morte precoce do Thanos é o ponto de inflexão perfeito para a trama, injetando boa dose de interação entre os personagens e um plot de 'heist film' mesclado com 'BTTF 2' bem elaborado e executado
Mayhem: Senhores Do Caos
3.5 281Ótimo filme se visto como uma ficção baseada em fatos reais. Para quem conhece a história, alguns detalhes incomodam pela romantização e deturpação. Por exemplo, a visão maniqueísta do longa, empobrece um pouco a narrativa e não corresponde à realidade. Talvez isso se deve ao fato da história ser narrada pelo ponto-de-vista do protagonista, o que faz mais sentido.
Apesar desses detalhes, o filme é muito competente na recriação de época e cenários. Um destaque para o figurino e mise-en-scéne. As atuações também são muito boas e os efeitos práticos/maquiagem, utilizados nas cenas mais gráficas, impressionam pelo realismo e crueza. No mais, o filme cumpre bem seu papel de entretenimento e revisita capítulos sangrentos e sombrios que construíram uma mitologia e aura macabra em torno de um dos segmentos mais polêmicos do Metal.
Nota: 4/5
Homem-Aranha: No Aranhaverso
4.4 1,5K Assista AgoraMaravilhoso. O filme é uma belíssima experiência audiovisual que transmite uma sensação similar àquela produzida pelos quadrinhos. Obviamente, tem muito fan-service e metalinguagem, mas a estória nunca fica em segundo plano e prende a atenção até o seu previsível e satisfatório desfecho. Muito dificilmente um estúdio será capaz de produzir uma obra que supere esta em estética/ritmo/autenticidade. O frenesi é justificado e, na minha opinião, é um dos melhores filmes de herói já feitos. Nota: 4.5/5
O Homem de Palha
4.0 483 Assista AgoraInteligentemente construído e com muita verossimilhança nas encenações de antigos rituais celtas (pagãos), The Wicker Man é um filme de mistério, não de terror.
As atuações são convincentes e, desde um primeiro momento, nota-se um clima nada alvissareiro para o protagonista, cuja formação religiosa é diametralmente oposta/aversiva aos ritos pagãos. O final consegue surpreender, sendo coerente com a restante do filme.
Enfim, The Wicker Man não é um filme comum, possui muitas incursões musicais (muito boas, por sinal) e um ritmo irregular, porém, as revelações finais são compensadoras, tornando a experiência completa. Nota: 4/5
Mãe!
4.0 3,9K Assista AgoraPretensioso, caótico e metafórico. mother! é uma obra incomum que pode parecer pedante e sem sentido para o público 'médio', pois não oferece entretenimento, passa longe de ser um filme de terror e não possui um ritmo regular. Entretanto, as alegorias e as boas atuações de todo o elenco, além das peculiaridades audiovisuais e meticulosa direção, provida pelo excêntrico Aronofsky, tornam mother! uma obra difícil de digerir, mas bastante recompensadora do ponto-de-vista intelectual. O exercício de buscar os significados das metáforas e tentar correlacionar com a narrativa bíblica, apesar de falha em alguns momentos, é bem cativante, principalmente, no terceiro ato da obra.
Particularmente, gostei da narrativa e da mensagem que o filme passa, mas algumas ideias repetidas 'ad nauseam' diminuem o impacto, tornando o ritmo tedioso e as cenas desnecessárias. Porém, mesmo com as devidas ressalvas, recomendo mother! para àqueles que não se impressionam facilmente e buscam uma narrativa multidimensional. Nota: 3.5/5
O Lobo de Wall Street
4.1 3,4K Assista AgoraO Lobo de Wall Street pode ser epitomizado em uma palavra: frenético.
A direção é típica dos filmes de Martin Scorsese, onde excessos e bizarrices não são economizados e ajudam a ilustrar, especialmente aqui, a vida de esbórnia e luxúria levada pelo protagonista. Apesar da longa duração, 180 minutos, em nenhum momento o roteiro fica previsível e/ou cansativo, pois existe uma sequência de acontecimentos absurdos que mantém a atenção até o final.
Os personagens principais conseguem cativar o espectador, mas não necessariamente no sentido de 'torcida', pois deseja-se que exista uma punição/limite para freá-los em algum momento que, ainda bem, ocorre ao longo do último ato.
A atuação de DiCaprio é brilhante. Uma verdadeira aula de interpretação. Hill e Margot Robbie também estão bem carismáticos e à vontade, passando uma interpretação consonante com o protagonista. Vale exaltar a participação fantástica de McConaughey como mentor e inspiração do ambicioso Jordan Belfort.
Enfim, o Lobo de Wall Street não é uma obra comum, mas vale a pena ser vista pois consegue entreter e envolver o espectador num universo de absurdos e excessos, onde ética, moral e sobriedade não fazem bem aos negócios. Nota: 4.5/5
21 Gramas
4.0 888 Assista AgoraO que esperar de um filme que começa pelo final? Ou melhor, pela metade? Ou...Enfim, essa confusão situacional causada pelo primeiro ato deste filme ilustra bem a peculiaridade pictórica do roteiro de 21 Grams. Inicialmente, nos deparamos com três personagens principais em situações completamente diferentes. O personagem de Sean Penn, por exemplo, alterna entre cenas onde parece estar pra morrer com cenas onde parece estar quase morrendo rsrsrsrsrs, na verdade, a partir do segundo ato começamos a descobrir e encaixar as peças do quebra-cabeça deixado em aberto no primeiro ato. De fato, é um exercício brilhante e que instiga o espectador. O diretor Iñarritu, muito inteligentemente, dosa perfeitamente as exposições que, na verdade, são perfeitamente inferidas ao decorrer do filme. As atuações são muito convincentes, em especial, Naomi Watts, cuja personagem percorre o mais tortuoso arco dramático da trama. Del Toro e Penn, por sua vez, também não ficam atrás e conquistam a empatia do espectador. Estranhamente, é uma história sem 'vilões' de verdade, pois assim como na vida real, nem sempre as coisas são binárias e, principalmente, não existe necessariamente o certo/errado. Portanto, o roteiro é brilhante e amarra todas as pontas soltas no terceiro ato, com um final não necessariamente feliz, mas resultado de uma infinidade de ações e intempéries que ocorrem na vida de cada um dos personagens. Nota 4.5/5
Amores Brutos
4.2 818 Assista AgoraMuito bom filme que consegue contar, paralelamente, três boas histórias e, depois, interconectá-las de forma orgânica e coerente. A violência é mostradas em muitas 'texturas' e ocasiões, sempre de forma explícita e servindo à narrativa. As atuações são boas, mas não chegam a ser o destaque do longa, ou seja, poderia ter funcionando com outros atores perfeitamente, pois a força motriz é o roteiro cativante e a direção excepcional de Iñarritu que mostra ter aprendido bem com as técnicas de não-linearidade empregadas em filmes do mestre Tarantino. Enfim, a menos que você seja muito sensível à cenas envolvendo animais, recomendo fortemente a conhecer um dos primeiros trabalhos deste fantástico diretor. Nota 4.5/5
Hereditário
3.8 3,0K Assista AgoraÉ um filme de horror diferente, tenso e surpreendente. Apesar de conter alguns clichês/convenções de gênero, Hereditary não apela para jump-scares e investe numa climatização e repetição de cenas tensas e sugestivas.
Quanto ao enredo, não se engane, é inteligente o bastante para manter o espectador interessado até seu desfecho, mas simultaneamente fornece várias dicas de seu verdadeiro tema.
Trata-se, na verdade, de um fantástico filme de bruxaria, ao melhor estilo Rosemary's Baby.
Vale destacar também a inquietante trilha sonora que, por si só, causa calafrios e deixa o clima mais tenso. Enfim, não é um filme para todos, mas para quem tem interesse nessa nova fase do terror 'pós-moderno', vale muito a pena. Nota 4/5.