A Vila apresenta virtuosidade tanto no seu aspecto dramático como no âmbito do suspense, além de se tratar de uma crítica social robusta ao isolacionismo decorrente do pavor - tudo isso representado por um design de arte marcante.
Tematicamente discute uma resposta social ao medo da violência urbana, trazendo o isolamento como solução para os traumas obtidos por trágicas dissoluções familiares.
Além do mais, ressalta com sobriedade as características peculiares de se viver numa pequena comunidade, onde todos cuidam uns dos outros - e também da vida dos outros.
No que tange ao mistério da floresta que rodeia à vila, Shyamalan trabalha mais um viés narrativo com a adição de um apavorante suspense criado em torno das suspostas criaturas que habitam a mata - aqui o diretor concretiza sua direção para a alegoria, tecendo sobre o medo oriundo da ignorância - ou inocência.
Ademais, o longa traz consigo personagens consideravelmente marcantes, pelos quais o bom tempo dedicado para a construção de seus propósitos sustentam o arco dramático e afastam um peso excessivo de melodrama.
Além disso tudo, a obra encanta visualmente com sua direção de arte, seja com o uso de suas cores marcantes - vermelho e amarelo - ou com os figurinos e ambientação da arcaica vila.
Shyamallan explora toda geografia da Vila de forma magistral, caracterizando seus limites e proporcionando uma completa sensação de isolamento.
Ademais, sobretudo com os planos sequência que acompanham o caminhar da protagonista cega, o diretor nos oferece uma experiência empática e dinâmica, nos aproximando das sensações da personagem.
Tanto a vila como seus mistérios e os propósitos dos habitantes que decidiram se isolar, bem como sua bem sucedida criação de mundo isolado e estética típica victoriana nos oferecem uma imersiva e marcante obra audiovisual, digna do rótulo de um clássico multi-gênero.
Agradeço sua leitura desde já! :)
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Uma proposta inusitada carregada de exageros narrativos, mas que, ainda assim, apresenta ritmo e intriga cativantes.
A ideia de simular uma praia onde as pessoas envelhecem rapidamente e misteriosamente é, particularmente, intrigante, mas carece de muita criatividade para sua execução funcionar.
O novo longa de Shyamalan transitou bem no que diz respeito à construção do misterioso fenômeno de envelhecimento acelerado na praia e seu suspense decorrente.
Contudo, as soluções narrativas para o desenrolar dos acontecimentos beiraram ao ridículo - do tipo "crianças" saindo sozinhas e aprontando peripécias incríveis sem receber a mínima atenção dos pais.
Os exageros narrativos também se deram com acontecimentos forçados, tais quais as convenientes mortes de personagens bancando o herói, bem como as motivações superficiais dos personagens - acompanhadas de atuações que nem de perto demonstraram um real desespero com a tragédia que estava se consumando aos poucos.
O roteiro apresenta constantemente essa necessidade do acontecimento de fatos exagerados para prosseguir em diante, o que, sem dúvidas, prejudica a obra e o implica no julgamento de um filme tosco.
As atuações, como já supramenciomado, não oferecem nenhuma carga de realidade e sobriedade do que se espera de pessoas enfrentando mortes inesperadas e um assustador envelhecimento precoce de seus entes queridos - nem as criativas e dinâmicas tomadas de cena do diretor nos conseguem oferecer a devida imersão dramática.
Dito isso, vale ressaltar, ao menos, que o ritmo aventuresco é atraente e contagiante, pois por conta do diretor nos convencer que o foco da obra não se encontra nas explicações daquele mundo estranho, somos convidados a aproveitar o filme como uma agitada e insólita tragicomédia.
Ademais, a ambientação da praia isolada é esteticamente atrativa, somada a uma trilha sonora envolvente que reforça o tom aventuresco do enredo.
No apanhado dos fatos, Tempo se apresenta como uma envolvente tragicomédia recheada de exageros narrativos que, sem sombra de dúvidas, comprometem sua qualidade e tornam a qualidade da obra de apreciação controversa.
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Tenet é um autêntico filme de ação - até por isso em nenhum momento pretendeu flertar e transitar por outros gêneros, ressalte-se.
A história do agente secreto que recebeu uma missão para lá de desafiadora em salvar a humanidade de uma nova guerra mundial em razão da descoberta de inverter o tempo foi contada com a grandiosidade e suntuosidade padrão da filmografia de Nolan. Entretanto, atingiu um nível de complexidade tão extremo dos conceitos físicos abordados a ponto de gerar certo desconforto ao público.
O ritmo eletrizante da narrativa se mostra fiel ao desenrolar dos fatos, apresentando-se suficientemente instigante e atraente do início ao fim, sobretudo pela jornada de descobrimento do Protagonista (John David Washington) sobre o que significaria o Tenet e as consequências dele para a existência humana. Ao melhor estilo Mad Max – fury road (2015), as cenas de ação funcionaram organicamente em razão da narrativa - a marcante cena da explosão do avião é um dos melhores exemplos disso. Em geral, não foram gratuitas e com fins de mero exibicionismo visual, como se faz de forma tão comum em clichês do gênero de ação. Esse uso propositivo das cenas de ação é uma virtude de Nolan que salta aos olhos significativamente em toda sua cenografia.
Em termos de roteiro, segue-se uma boa narrativa repleta de desenlaces misteriosos, característica de praxe do histórico do cineasta. Em Tenet, a incompreensão dos acontecimentos pelo personagem alimenta positivamente a curiosidade geral sobre todo o mistério envolvido – o que é acalentado em parte pelas explicações d’o personagem Manipulador do Protagonista – encenado competentemente por Robert Pattinson. Contudo, se todo o esplendor das criativas e engenhosas cenas convencem do ponto de vista visual – o que se soma à marcante trilha sonora, que impacta e comove durante todo o filme, o mesmo não pode ser dito da motivação dos personagens. Embora o mistério seja um elemento essencial ao desenrolar dos acontecimentos, mostrou-se de forma muito nítida a superficialidade no arcabouço motivacional dos principais personagens – com exceção dos coadjuvantes, que enquanto acessórios à narrativa, funcionam razoavelmente bem.
Ainda assim, o que temos, em geral, são diálogos nada convincentes, emoções baratas e, por que não, clichês, permeando toda a história. Não se restam dúvidas de que o foco de Nolan se deu na jornada aventuresca do Protagonista através dos desenlaces de toda uma cadeia internacional de ações criminosas, mas a maturidade emocional de um Agente Secreto envolto a tudo isso foi posta em cheque quando o mesmo se viu entre a cruz e a espada e optou por defender a vida de uma mulher recém conhecida, motivado por uma mera paixão apressada e genérica em detrimento de salvar o mundo de uma espécie de terceira guerra mundial ocasionada pela manipulação do tempo.
Dito isso, nota-se que o conflito principal do Protagonista caminhou num nível consideravelmente raso. Não bastasse tal superficialidade, a complexidade dos conceitos abordados ainda conseguiu se sobrepor negativamente à problemática criação de personagens. Se em Interestelar Nolan conseguiu dosar suficientemente bem a mescla de conceitos físicos sofisticados em conjunto às emoções mais básicas de uma relação entre pai e filha, em Tenet as temáticas envolvidas soaram pedantes e distantes da compreensão razoável do público, além de não gerar identificação emocional com o propósito do protagonista. E não foi por falta de explicação: o diretor tentou insistentemente e repetitivamente explicar o que estava acontecendo naquele turbulento mundo.
Inversão do tempo, viagem no tempo, termodinâmica, entropia, linhas temporais distintas. Nada disso se fez claro e compreensível, ao ponto de que ao menos contribuíram para alimentar e criar propositalmente o sentimento de confusão perante a missão do Protagonista – ora, até o próprio atravessou toda a história tentando compreender o que e para que estava fazendo tudo que devia fazer.
De um modo geral, Tenet atingiu bem sua função de apresentar uma imersiva história de espião embalada numa pirotecnia cinematográfica muito bem criada e executada, constituindo-se em um bom entretenimento. No entanto, Nolan pesou a mão na complexidade dos conceitos envolvidos, dificultando a experiência até para quem normalmente aprecie resolução de mistérios – além de ter deixado de lado o imprescindível arcabouço motivacional dos personagens. Entre impacto visual e pedantismo conceitual, parece haver um equilíbrio – mas é justamente por esse equilíbrio entre virtudes e defeitos que a obra não alcançou um patamar maior do que um filme de mediano para bom.
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Embora o roteiro do filme seja conciso, peca por não melhor explicar e explorar a temática sobrenatural que permeia a maldição do cemitério.
Se visto de forma descontextualizada, tanto do livro de Stephen King como em relação à adaptação cinematográfica de 1989, ressoa como um típico terror adolescente do século XXI.
As atuações com pouca carga expressiva não conseguem salvar a intenção do roteiro em construir um arcabouço dramático para os personagens, o que propiciaria uma maior tensão atmosférica ao enredo. Além disso, os efeitos visuais e os trabalhos de maquiagem e figurino fogem de uma cenografia sóbria, alimentando a sensação de artificialidade.
Os acontecimentos e reviravoltas do roteiro talvez sejam o ponto mais destacado do longa, prendendo a atenção do público e garantindo o seu triunfo como um criativo e entretido filme de terror adolescente.
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A ideia de discutir os elementos típicos de um filme de terror através de um filme que mescla essa metalinguagem com sua própria narrativa se deu de forma bem sucedida, na medida em que suaviza a pretensão de assustar e domestica a expectativa do público.
Isto pois, o italiano Um Clássico Filme de Terror entretém enquanto sustenta seu mistério, ao mesmo tempo que convence visualmente com uma fotografia de cores fortes, num grande tributo aos giallo italianos e seu visual aveludado. O filme também convence quando avança na estilística gore, com cenas agoniantes e tensas.
Entretanto, mesmo com seu intuito de utilizar os clichês e subvertê-los, além das variadas homenagens em referências também ao gênero, torna-se repetitivo e maçante, pois peca em abordar superficialmente elementos da história, fator que poderia ajudar o longa a nos cativar e se diferenciar dos demais.
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O ponto forte do filme é a construção de um ambiente inquietante e quase claustrofóbico, que potencializa a tensão dos acontecimentos por transmitir a sensação de que as tragédias vividas no restaurante estão isoladas do resto do mundo. Além disso, apresenta personagens com algumas atuações cativantes.
Contudo, peca sobretudo nos aspectos de maquiagem, que soa excessivamente artificial e desloca a atenção do espectador - principalmente por considerarmos que a visceralidade deveria ser um dos pontos fortes do longa.
Ademais, o roteiro apresenta soluções duvidosas para resolver situações que poderiam por um fim nos momentos de tensão do assalto e seu consequente desenrolar dos fatos.
Soa como um projeto bem arquitetado, mas mal executado.
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Um alegórico e belo ensaio audiovisual que discute honra muito além do estereótipo típico impregnado a um cavaleiro medieval.
O filme se trata de uma adaptação do conto medieval de Sir Gawain e o Cavaleiro Verde, decorrente das histórias da lenda do Rei Arthur. Contudo, a adaptação busca construir uma narrativa diferente de uma típica história de bravura bélica de um cavaleiro medieval.
A temática central e pilar narrativo continua a ser o heroísmo do cavalheiro, mas a história é contada de modo subversivo, apresentando um viés diverso do que se compreende na busca de um cavalheiro por honra.
O protagonista da obra, Sir Gawain, sobrinho do Rei Arthur, não passava de um mero pretenso cavalheiro sem histórias de bravura a contar, contando somente com o prestígio do seu sangue.
Após a épica chegada de um misterioso cavaleiro verde - invocado pela mãe de Gawain, a fada Morgana - é feito um desafio ao reino, aceito pelo jovem Gawain: o ser místico propõe que alguém lhe desfira um golpe, mas com a condição de permitir que ele possa aplicar o mesmo golpe daqui a um ano, no Natal, em encontro a ser realizado na capela verde, localizada seis noites ao norte.
Gawain, em busca de reconhecimento pelo Rei Arthur, prontamente se coloca à disposição, decepando a cabeça do Cavaleiro. Ali começara a jornada psicológica de construção do personagem através de suas escolhas e decisões, almejando prestígio e grandeza.
A obra se divide em capítulos, de modo a destacar cada etapa da jornada de Gawain rumo à Capela Verde. A subversão se inicia desde a apresentação de Gawain como um bom vivant em vez de um típico guerreiro corajoso e maduro.
Os elementos subversivos prosseguem com o ritmo da jornada, pois a cada novo capítulo não se tem, necessariamente, uma narrativa repleta de aventuras e obstáculos incessantes, típicos de uma saga heróica.
Em vez de combate a grandes criaturas místicas ou batalhas épicas, temos variados momentos onde o convite feito a nós, telespectadores, é de puramente observar as expressões de dor e sofrimento de Gawain, numa tentativa de apresentar os dilemas psicológicos que o jovem passa a enfrentar na sua jornada.
Jornada essa repleta de simbolismos, com o jovem se deparando com ladrões, uma santa, gigantes e um castelo misterioso.
E, principalmente, com seu guia de viagem e aparente protetor: uma caricata raposa que passa a acompanhá-lo e auxiliá-lo na saga rumo ao Cavaleiro Verde.
Além do mais, elementos sugerem que a mãe de Gawain, a fada Morgana, continua a agir por meio de magia na tentativa de ajudar seu filho a trilhar o caminho psicológico rumo à honra - atuação essa representada sobretudo pela importância de uma protetora fita verde presenteada ao filho, elemento fundamental para compreensão dos dilemas de Gawain sobre ser um homem comum ou nobre cavalheiro.
Por conta desse componente psicológico do arco dramático do protagonista, o ritmo da narrativa por vezes pode se tornar maçante, sobretudo quando o diretor aposta em longos monólogos contemplativos - fato já característico da obra de David Lowery, que assim já havia realizado em A Ghost Story (2018).
Contudo, são nesses momentos expositivos que o longa apresenta pistas de qual seria a verdadeira missão de Gawain. O encontro com o senhor e a senhora do castelo misterioso fora o momento mais elucidativo da jornada, haja vista que as outras aventuras estavam recheadas de metáforas incompreensíveis para o público que não dominasse o conhecimento do conto arthuriano.
Ademais, não há como não destacar a fotografia do longa. A ambientação medieval típica é solenemente reproduzida, mas o que salta aos olhos de fato é o envelopamento em sóbrios tons esverdeados e alaranjados, concebendo organicidade aos cenários.
Esse visual mais realista está presente na caracterização do cavaleiro verde, que embora possua caráter místico, fora representado numa espécie de maquiagem orgânica e obscura, abandonando qualquer viés surrealista. Soma-se a esse aspecto sofisticado uma trilha sonora sutil, atingindo seu esplendor somente em momentos de clímax - que não seguiam, necessariamente, momentos de ação.
O desfecho da história coincide com a finalização da saga do jovem Gawain em busca da honraria de cavalheiro em sua batalha contra o cavaleiro verde. Embora sofisticado, seguindo o padrão da A24, o roteiro não se pretende revolucionário, embora seja subversivo, como já ressaltado.
Isto, pois, o centro da narrativa não se dá no embate em si, mas essencialmente nos valores aprendidos por Gawain durante sua trilha de autoconhecimento, que incluem bondade, fidelidade e justiça.
The Green Knight discute o valor da honra muito além de conquistas pomposas e com intuito de reconhecimento social. Além disso, trabalha a noção de mortalidade com a prevalência do verde - representante da imponência da natureza - sobre o vermelho, representante da luxúria e desejos humanos.
Ademais, a noção de bravura apresentada pela obra está intrinsecamente ligada às batalhas mentais que motivam nossas escolhas. A verdadeira bravura não consistiria na vitória da batalha contra o mundo externo, mas sim no confronto no âmago interno contra as próprias fraquezas, o que de fato constituiria um legado de glória.
O Cavaleiro Verde entrete ao seu modo, sendo convidativo àqueles que prefiram jornadas mentais embaladas numa fotografia aveludada em detrimento à ação constante típicas de sagas heróicas.
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A comédia nacional costuma ter um padrão de humor voltado ao uso apelativo de clichês e humor pastelão do cotidiano brasileiro, mas Cabras da Peste é diferente. Até flerta e se materializa utilizando convenções do gênero, mas se realiza utilizando a caricatura dos personagens à favor da construção dos mesmos, num humor voltado à encenação, mas nem por isso menos divertido.
Dirigido pelo ainda prematuro Vitor Brandt, conta com convincentes atuações do destemido protagonista Edmilson Filho - Bruceuilis e de seu covarde companheiro Matheus Nachtergaele, como Trindade. Além do mais, conta com filmografia condizente às intenções, com destaque para os figurinos dos personagens.
Em suma, o longa não se mostra pretensioso e por isso funciona consideravelmente bem, servindo como um bom entretenimento em termos de filmes de policiais trapalhões. Ah, e não dá pra deixar de mencionar a icônica cabra Celestina, razão de toda a investigação desenrolada na narrativa e que encanta com sua destreza e beleza.
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Marriage Story aborda temas sensíveis de um relacionamento humano, mostrando-se tão fidedigno que por vezes pode confundir com uma história real de casamento.
Dirigido por Noah Baumbach, (Frances Ha - 2012, Os Meyerowitz - 2017), o filme segue a linha conceitual do cineasta que faz parte do movimento cinematográfico Mumblecore, que caracteriza-se por atuações naturalísticas e diálogos improvisados. Linguagem consideravelmente oportuna para abordar a intimidade de uma relação conjugal.
Em suma, História de Um Casamento conta com atuações consistentes Scarlett Johansson, Adam Driver, Laura Dern, apresenta-se intimamente sagaz e intimista, discutindo intimidades, intrigas e nuances típicas da vida de um casal com carreiras profissionais chocantes e consequentes decisões de vida que surgem a partir desses fatores. E, mais, ainda aborda com a devida sutileza a dificuldade que é enfrentar a instabilidade de um casamento em que há um filho como divisor de águas.
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A Bruxa trata-se de um terror nenhum pouco apelativo, e, ainda assim, continuamente tenso e sufocante.
Junto com filmes como Hereditário (2018) e Get Out! (2017), compõe o sub-gênero oriundo deste século que parte da crítica compreende como Pós-Terror - a ideia é que essa nova onda de filmes busca substituir e superar os velhos clichês apelativos do gênero, priorizando narrativas verossímeis e atmosfericamente sombrias.
Em resumo, temos uma história cuidadosamente ambientada no século XVII, e na qual se discute o papel da mulher, das crenças, do patriarcado e da superstição em comunidades cristãs recém advindas às Américas. Tudo isso enlatado com toques de ocultismo, mistérios e drama familiar.
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Um coerente ensaio audiovisual acerca dos sentimentos superficiais vividos por adolescentes em relações prematuras.
Enquanto obra audiovisual, contudo, não pretende ser e nem é inovador, mas, mesmo assim se apresenta regular para um longa espanhol sem um grande orçamento financeiro.
Dito de uma forma geral, tem uma história com elementos reflexivos virtuosos apresentada num mise-en-scène razoável.
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O diretor sul-coreano Bong Joon-ho lapidou uma nova obra prima do flamejante cenário cinematográfico de seu país.
O filme conta a história da humilde família Ki-taek, que de completamente desempregada e vivendo num porão degradante, passa a prestar serviços para uma família extremamente rica e, de pouco a pouco, começa a fazer parte por completo da vida na luxuosa mansão da família burguesa.
Num ritmo impecável e envolvente, o longa nos apresenta uma rede de mentiras que começa a se desalinhar ao passo que as relações de confiança se solidificavam. Parasita é um cirúrgico ensaio sobre as relações entre classes sociais no atual cenário de desigualdade social que acomete o mundo capitalista contemporâneo.
Em leves tons de humor e drama, Bong Joon-ho construiu uma narrativa que escancara as mazelas de nosso tempo, nos agraciando, ainda, com um plost-twist ao final detalhadamente bem construído.
O forte apelo de entretenimento – sonorizado com uma riquíssima trilha sonora de música clássica -, em conjunto com uma valiosa reflexão social de fundo faz de Parasita o melhor filme de 2019.
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O diretor Todd Philips não continha grandes trabalhos em sua carreira, mas foi premiado em dirigir o 'Coringa' e acabou nos presenteando com um clássico instantâneo.
O então conhecido vilão e antagonista da saga do Batman ganhou um ensaio a seu respeito conforme nunca havia se visto em termos de história de super-heróis. Para muito além de suas reprováveis (?) atitudes, mostrou-se as mazelas sociais e psicológicas na construção da personalidade de um mero palhaço que se tornou um símbolo revolucionário de seu tempo.
O filme traz um novo patamar de exigência para contação de histórias de super-heróis, numa perspectiva muito mais séria e fatídica. 'Coringa 'é um ensaio extremamente dúbio de se interpretar acerca de haver justificativa ou não para a reação violenta dos indivíduos em face de uma total omissão de governantes para com seus cidadãos – caso da fictícia e distópica Gotham City.
Destaque final para Joaquin Phoenix e sua interpretação magistral do Joker.
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O 2º longa metragem da crescente carreira do diretor Ari Aster traz uma história cheia de misticismos e baseada em costumes pagãos.
Apresenta-se um grupo de jovens, contando com alguns mestrandos em antropologia, que são convidados para ir a um pequeno e isolado vilarejo sueco a fim de conhecerem um antigo ritual da comunidade em comemoração ao solstício de verão – e que ocorre a cada 90 anos.
Acontecimentos perturbadores ocorrem e desafiam o tênue liame de se julgar culturas diferentes a partir das nossas vivências. Tudo isso ambientado numa bela cenografia do verão sueco e tendo como pano de fundo uma trilha sonora mística que é, praticamente, capaz de fazer o ouvinte flutuar.
Não bastasse todos esses elementos para lá de intrigantes, a história assenta-se na crise de relacionamento que os protagonistas e namorados Dani (Florence Pugh) e Christian (Jack Reynor) estão enfrentando.
Carregado de simbolismos, místicas e esoterismo, o filme embala-se num contínuo suspense que desagua num cenário aterrorizante, sem abusar de clichês próprios do gênero. Midsommar é singular e indispensável para os amantes de terror psicológico.
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Depois do premiado Get Out! (Corra!), Jordan Peele trouxe às telonas mais uma história de suspense/terror com forte teor de tensão racial.
Imagine o que aconteceria se, de repente, sua casa fosse invadida e você e toda sua família tivessem suas vidas tomadas por outras pessoas que ficassem em seus lugares? Aterrorizante, não? Acrescente um pouco mais de tempero supondo que estas pessoas fossem suas exatas cópias, vindas de um submundo onde elas eram completamente ignoradas pela sociedade.
Afinal, quem somos nós? O que nos distingue dos outros? A cor da pele? A nacionalidade? Bem, a reflexão é extensa, mas podemos dizer que a crítica social disposta neste envolvente filme é mais um tapa na cara na parte xenófoba da sociedade estadunidense.
Ao mesmo tempo em que se fala em construção de muros, 'Nós' é um belo ensaio sobre até que ponto somos merecedores de privilégios em detrimento aos demais.
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O tão esperado 9° filme dirigido pelo renomado Quentin Tarantino resgata a efervescência do final da década 60 nos EUA.
Utilizando como base a trágica história real do assassino e líder de seita Charles Manson, Tarantino construiu uma história que por vezes contém ação, por outras, suspense, e que flerta até mesmo com certo teor documental sobre tudo que acontecia na caótica Hollywood sessentista. Temos aí uma miscelânea de gêneros com o toque especial de visceralidade tarantinesca.
Como mote principal, Era uma vez em Hollywood conta a história do ficcional ator Rick Dalton (Leonardo Di Caprio) e seu dublê Cliff Booth (Brad Pitt) – ambos com atuação digníssima – nas jornadas dos dois pela crescente cena cinematográfica de Hollywood.
Desse desenrolar de fatos você pode esperar de tudo um pouco: drama, humor, e, principalmente, um final épico.
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Do aclamado diretor Martin Scorsese, O Irlandês, produção original da Netflix, aborda o lado nada glamouroso dos gângster’s envolvidos nas máfias americanas.
Diferentemente do que o inconsciente coletivo espera de filmes sobre gângster’s – normalmente com muita ação e aventuras nos conflitos entre os membros mafiosos -, aqui se investiga as relações afetivas entre eles.
Também há dinamismo na apresentação de todo cenário de intrigas e disputas por poder, mas o ponto chave da narrativa se concentra em dissecar as relações de confiança, angústia, ambição e medos dos personagens.
O elenco é grandioso: Robert de Niro interpreta o personagem central que dá nome ao filme: Frank Sheran, o irlandês que fora motorista, mafioso e líder sindical. Al Pacino, por sua vez, contracena Jimmy Hoffa, presidente nacional do sindicato de caminhoneiros dos EUA. Todos estão bem e representam de forma fidedigna o tom da épica narrativa sobre o conturbado cenário sindical americano.
Zardoz representa uma distopia religiosa, social e antropológica de uma forma exageradamente jocosa e voltada ao absurdo estético.
Guardadas as limitações da época, fica nítido que o roteiro poderia ser abordado de uma maneira mais sóbria, ainda que voltada à comédia.
De todo modo, o filme per si tornou-se um verdadeiro clássico non-sense setentista, entregando um singular Sir. Sean Connery que, ouso dizer, jamais veremos em qualquer outra obra. Bizarramente icônico.
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A linguagem para representar a história de um trambiqueiro não poderia ser outra que não a do caos.
Embora Joias Brutas tenha sua decupagem excessivamente dinâmica, trilha sonora por vezes incômoda e ambientação vorazmente urbana, ainda assim consegue representar seu protagonista de uma forma consideravelmente intimista.
As emoções proporcionadas pela impecável atuação de Adam Sandler foram captadas de um modo tão efusivo que até dá para nos questionarmos se estamos diante de uma obra documental ou ficcional.
Joias Brutas é uma peça valiosa sobre a representação cinematográfica da vida de um autêntico nova-iorquino bem sucedido - quer dizer, ao menos em termos materialistas, com o mesmo não podendo ser dito para obtenção de sabedoria de vida.
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A Vila
3.3 1,6KA Vila apresenta virtuosidade tanto no seu aspecto dramático como no âmbito do suspense, além de se tratar de uma crítica social robusta ao isolacionismo decorrente do pavor - tudo isso representado por um design de arte marcante.
Tematicamente discute uma resposta social ao medo da violência urbana, trazendo o isolamento como solução para os traumas obtidos por trágicas dissoluções familiares.
Além do mais, ressalta com sobriedade as características peculiares de se viver numa pequena comunidade, onde todos cuidam uns dos outros - e também da vida dos outros.
No que tange ao mistério da floresta que rodeia à vila, Shyamalan trabalha mais um viés narrativo com a adição de um apavorante suspense criado em torno das suspostas criaturas que habitam a mata - aqui o diretor concretiza sua direção para a alegoria, tecendo sobre o medo oriundo da ignorância - ou inocência.
Ademais, o longa traz consigo personagens consideravelmente marcantes, pelos quais o bom tempo dedicado para a construção de seus propósitos sustentam o arco dramático e afastam um peso excessivo de melodrama.
Além disso tudo, a obra encanta visualmente com sua direção de arte, seja com o uso de suas cores marcantes - vermelho e amarelo - ou com os figurinos e ambientação da arcaica vila.
Shyamallan explora toda geografia da Vila de forma magistral, caracterizando seus limites e proporcionando uma completa sensação de isolamento.
Ademais, sobretudo com os planos sequência que acompanham o caminhar da protagonista cega, o diretor nos oferece uma experiência empática e dinâmica, nos aproximando das sensações da personagem.
Tanto a vila como seus mistérios e os propósitos dos habitantes que decidiram se isolar, bem como sua bem sucedida criação de mundo isolado e estética típica victoriana nos oferecem uma imersiva e marcante obra audiovisual, digna do rótulo de um clássico multi-gênero.
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Tempo
3.1 1,1K Assista AgoraUma proposta inusitada carregada de exageros narrativos, mas que, ainda assim, apresenta ritmo e intriga cativantes.
A ideia de simular uma praia onde as pessoas envelhecem rapidamente e misteriosamente é, particularmente, intrigante, mas carece de muita criatividade para sua execução funcionar.
O novo longa de Shyamalan transitou bem no que diz respeito à construção do misterioso fenômeno de envelhecimento acelerado na praia e seu suspense decorrente.
Contudo, as soluções narrativas para o desenrolar dos acontecimentos beiraram ao ridículo - do tipo "crianças" saindo sozinhas e aprontando peripécias incríveis sem receber a mínima atenção dos pais.
Os exageros narrativos também se deram com acontecimentos forçados, tais quais as convenientes mortes de personagens bancando o herói, bem como as motivações superficiais dos personagens - acompanhadas de atuações que nem de perto demonstraram um real desespero com a tragédia que estava se consumando aos poucos.
O roteiro apresenta constantemente essa necessidade do acontecimento de fatos exagerados para prosseguir em diante, o que, sem dúvidas, prejudica a obra e o implica no julgamento de um filme tosco.
As atuações, como já supramenciomado, não oferecem nenhuma carga de realidade e sobriedade do que se espera de pessoas enfrentando mortes inesperadas e um assustador envelhecimento precoce de seus entes queridos - nem as criativas e dinâmicas tomadas de cena do diretor nos conseguem oferecer a devida imersão dramática.
Dito isso, vale ressaltar, ao menos, que o ritmo aventuresco é atraente e contagiante, pois por conta do diretor nos convencer que o foco da obra não se encontra nas explicações daquele mundo estranho, somos convidados a aproveitar o filme como uma agitada e insólita tragicomédia.
Ademais, a ambientação da praia isolada é esteticamente atrativa, somada a uma trilha sonora envolvente que reforça o tom aventuresco do enredo.
No apanhado dos fatos, Tempo se apresenta como uma envolvente tragicomédia recheada de exageros narrativos que, sem sombra de dúvidas, comprometem sua qualidade e tornam a qualidade da obra de apreciação controversa.
Agradeço sua leitura desde já! :)
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Tenet
3.4 1,3K Assista AgoraTenet é um autêntico filme de ação - até por isso em nenhum momento pretendeu flertar e transitar por outros gêneros, ressalte-se.
A história do agente secreto que recebeu uma missão para lá de desafiadora em salvar a humanidade de uma nova guerra mundial em razão da descoberta de inverter o tempo foi contada com a grandiosidade e suntuosidade padrão da filmografia de Nolan. Entretanto, atingiu um nível de complexidade tão extremo dos conceitos físicos abordados a ponto de gerar certo desconforto ao público.
O ritmo eletrizante da narrativa se mostra fiel ao desenrolar dos fatos, apresentando-se suficientemente instigante e atraente do início ao fim, sobretudo pela jornada de descobrimento do Protagonista (John David Washington) sobre o que significaria o Tenet e as consequências dele para a existência humana. Ao melhor estilo Mad Max – fury road (2015), as cenas de ação funcionaram organicamente em razão da narrativa - a marcante cena da explosão do avião é um dos melhores exemplos disso. Em geral, não foram gratuitas e com fins de mero exibicionismo visual, como se faz de forma tão comum em clichês do gênero de ação. Esse uso propositivo das cenas de ação é uma virtude de Nolan que salta aos olhos significativamente em toda sua cenografia.
Em termos de roteiro, segue-se uma boa narrativa repleta de desenlaces misteriosos, característica de praxe do histórico do cineasta. Em Tenet, a incompreensão dos acontecimentos pelo personagem alimenta positivamente a curiosidade geral sobre todo o mistério envolvido – o que é acalentado em parte pelas explicações d’o personagem Manipulador do Protagonista – encenado competentemente por Robert Pattinson.
Contudo, se todo o esplendor das criativas e engenhosas cenas convencem do ponto de vista visual – o que se soma à marcante trilha sonora, que impacta e comove durante todo o filme, o mesmo não pode ser dito da motivação dos personagens. Embora o mistério seja um elemento essencial ao desenrolar dos acontecimentos, mostrou-se de forma muito nítida a superficialidade no arcabouço motivacional dos principais personagens – com exceção dos coadjuvantes, que enquanto acessórios à narrativa, funcionam razoavelmente bem.
Ainda assim, o que temos, em geral, são diálogos nada convincentes, emoções baratas e, por que não, clichês, permeando toda a história. Não se restam dúvidas de que o foco de Nolan se deu na jornada aventuresca do Protagonista através dos desenlaces de toda uma cadeia internacional de ações criminosas, mas a maturidade emocional de um Agente Secreto envolto a tudo isso foi posta em cheque quando o mesmo se viu entre a cruz e a espada e optou por defender a vida de uma mulher recém conhecida, motivado por uma mera paixão apressada e genérica em detrimento de salvar o mundo de uma espécie de terceira guerra mundial ocasionada pela manipulação do tempo.
Dito isso, nota-se que o conflito principal do Protagonista caminhou num nível consideravelmente raso. Não bastasse tal superficialidade, a complexidade dos conceitos abordados ainda conseguiu se sobrepor negativamente à problemática criação de personagens. Se em Interestelar Nolan conseguiu dosar suficientemente bem a mescla de conceitos físicos sofisticados em conjunto às emoções mais básicas de uma relação entre pai e filha, em Tenet as temáticas envolvidas soaram pedantes e distantes da compreensão razoável do público, além de não gerar identificação emocional com o propósito do protagonista. E não foi por falta de explicação: o diretor tentou insistentemente e repetitivamente explicar o que estava acontecendo naquele turbulento mundo.
Inversão do tempo, viagem no tempo, termodinâmica, entropia, linhas temporais distintas. Nada disso se fez claro e compreensível, ao ponto de que ao menos contribuíram para alimentar e criar propositalmente o sentimento de confusão perante a missão do Protagonista – ora, até o próprio atravessou toda a história tentando compreender o que e para que estava fazendo tudo que devia fazer.
De um modo geral, Tenet atingiu bem sua função de apresentar uma imersiva história de espião embalada numa pirotecnia cinematográfica muito bem criada e executada, constituindo-se em um bom entretenimento. No entanto, Nolan pesou a mão na complexidade dos conceitos envolvidos, dificultando a experiência até para quem normalmente aprecie resolução de mistérios – além de ter deixado de lado o imprescindível arcabouço motivacional dos personagens. Entre impacto visual e pedantismo conceitual, parece haver um equilíbrio – mas é justamente por esse equilíbrio entre virtudes e defeitos que a obra não alcançou um patamar maior do que um filme de mediano para bom.
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Cemitério Maldito
2.7 891Embora o roteiro do filme seja conciso, peca por não melhor explicar e explorar a temática sobrenatural que permeia a maldição do cemitério.
Se visto de forma descontextualizada, tanto do livro de Stephen King como em relação à adaptação cinematográfica de 1989, ressoa como um típico terror adolescente do século XXI.
As atuações com pouca carga expressiva não conseguem salvar a intenção do roteiro em construir um arcabouço dramático para os personagens, o que propiciaria uma maior tensão atmosférica ao enredo. Além disso, os efeitos visuais e os trabalhos de maquiagem e figurino fogem de uma cenografia sóbria, alimentando a sensação de artificialidade.
Os acontecimentos e reviravoltas do roteiro talvez sejam o ponto mais destacado do longa, prendendo a atenção do público e garantindo o seu triunfo como um criativo e entretido filme de terror adolescente.
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Um Clássico Filme de Terror
2.7 423A ideia de discutir os elementos típicos de um filme de terror através de um filme que mescla essa metalinguagem com sua própria narrativa se deu de forma bem sucedida, na medida em que suaviza a pretensão de assustar e domestica a expectativa do público.
Isto pois, o italiano Um Clássico Filme de Terror entretém enquanto sustenta seu mistério, ao mesmo tempo que convence visualmente com uma fotografia de cores fortes, num grande tributo aos giallo italianos e seu visual aveludado. O filme também convence quando avança na estilística gore, com cenas agoniantes e tensas.
Entretanto, mesmo com seu intuito de utilizar os clichês e subvertê-los, além das variadas homenagens em referências também ao gênero, torna-se repetitivo e maçante, pois peca em abordar superficialmente elementos da história, fator que poderia ajudar o longa a nos cativar e se diferenciar dos demais.
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O Animal Cordial
3.4 618 Assista AgoraO ponto forte do filme é a construção de um ambiente inquietante e quase claustrofóbico, que potencializa a tensão dos acontecimentos por transmitir a sensação de que as tragédias vividas no restaurante estão isoladas do resto do mundo. Além disso, apresenta personagens com algumas atuações cativantes.
Contudo, peca sobretudo nos aspectos de maquiagem, que soa excessivamente artificial e desloca a atenção do espectador - principalmente por considerarmos que a visceralidade deveria ser um dos pontos fortes do longa.
Ademais, o roteiro apresenta soluções duvidosas para resolver situações que poderiam por um fim nos momentos de tensão do assalto e seu consequente desenrolar dos fatos.
Soa como um projeto bem arquitetado, mas mal executado.
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A Lenda do Cavaleiro Verde
3.6 475 Assista AgoraUm alegórico e belo ensaio audiovisual que discute honra muito além do estereótipo típico impregnado a um cavaleiro medieval.
O filme se trata de uma adaptação do conto medieval de Sir Gawain e o Cavaleiro Verde, decorrente das histórias da lenda do Rei Arthur. Contudo, a adaptação busca construir uma narrativa diferente de uma típica história de bravura bélica de um cavaleiro medieval.
A temática central e pilar narrativo continua a ser o heroísmo do cavalheiro, mas a história é contada de modo subversivo, apresentando um viés diverso do que se compreende na busca de um cavalheiro por honra.
O protagonista da obra, Sir Gawain, sobrinho do Rei Arthur, não passava de um mero pretenso cavalheiro sem histórias de bravura a contar, contando somente com o prestígio do seu sangue.
Após a épica chegada de um misterioso cavaleiro verde - invocado pela mãe de Gawain, a fada Morgana - é feito um desafio ao reino, aceito pelo jovem Gawain: o ser místico propõe que alguém lhe desfira um golpe, mas com a condição de permitir que ele possa aplicar o mesmo golpe daqui a um ano, no Natal, em encontro a ser realizado na capela verde, localizada seis noites ao norte.
Gawain, em busca de reconhecimento pelo Rei Arthur, prontamente se coloca à disposição, decepando a cabeça do Cavaleiro. Ali começara a jornada psicológica de construção do personagem através de suas escolhas e decisões, almejando prestígio e grandeza.
A obra se divide em capítulos, de modo a destacar cada etapa da jornada de Gawain rumo à Capela Verde. A subversão se inicia desde a apresentação de Gawain como um bom vivant em vez de um típico guerreiro corajoso e maduro.
Os elementos subversivos prosseguem com o ritmo da jornada, pois a cada novo capítulo não se tem, necessariamente, uma narrativa repleta de aventuras e obstáculos incessantes, típicos de uma saga heróica.
Em vez de combate a grandes criaturas místicas ou batalhas épicas, temos variados momentos onde o convite feito a nós, telespectadores, é de puramente observar as expressões de dor e sofrimento de Gawain, numa tentativa de apresentar os dilemas psicológicos que o jovem passa a enfrentar na sua jornada.
Jornada essa repleta de simbolismos, com o jovem se deparando com ladrões, uma santa, gigantes e um castelo misterioso.
E, principalmente, com seu guia de viagem e aparente protetor: uma caricata raposa que passa a acompanhá-lo e auxiliá-lo na saga rumo ao Cavaleiro Verde.
Além do mais, elementos sugerem que a mãe de Gawain, a fada Morgana, continua a agir por meio de magia na tentativa de ajudar seu filho a trilhar o caminho psicológico rumo à honra - atuação essa representada sobretudo pela importância de uma protetora fita verde presenteada ao filho, elemento fundamental para compreensão dos dilemas de Gawain sobre ser um homem comum ou nobre cavalheiro.
Por conta desse componente psicológico do arco dramático do protagonista, o ritmo da narrativa por vezes pode se tornar maçante, sobretudo quando o diretor aposta em longos monólogos contemplativos - fato já característico da obra de David Lowery, que assim já havia realizado em A Ghost Story (2018).
Contudo, são nesses momentos expositivos que o longa apresenta pistas de qual seria a verdadeira missão de Gawain. O encontro com o senhor e a senhora do castelo misterioso fora o momento mais elucidativo da jornada, haja vista que as outras aventuras estavam recheadas de metáforas incompreensíveis para o público que não dominasse o conhecimento do conto arthuriano.
Ademais, não há como não destacar a fotografia do longa. A ambientação medieval típica é solenemente reproduzida, mas o que salta aos olhos de fato é o envelopamento em sóbrios tons esverdeados e alaranjados, concebendo organicidade aos cenários.
Esse visual mais realista está presente na caracterização do cavaleiro verde, que embora possua caráter místico, fora representado numa espécie de maquiagem orgânica e obscura, abandonando qualquer viés surrealista. Soma-se a esse aspecto sofisticado uma trilha sonora sutil, atingindo seu esplendor somente em momentos de clímax - que não seguiam, necessariamente, momentos de ação.
O desfecho da história coincide com a finalização da saga do jovem Gawain em busca da honraria de cavalheiro em sua batalha contra o cavaleiro verde. Embora sofisticado, seguindo o padrão da A24, o roteiro não se pretende revolucionário, embora seja subversivo, como já ressaltado.
Isto, pois, o centro da narrativa não se dá no embate em si, mas essencialmente nos valores aprendidos por Gawain durante sua trilha de autoconhecimento, que incluem bondade, fidelidade e justiça.
The Green Knight discute o valor da honra muito além de conquistas pomposas e com intuito de reconhecimento social. Além disso, trabalha a noção de mortalidade com a prevalência do verde - representante da imponência da natureza - sobre o vermelho, representante da luxúria e desejos humanos.
Ademais, a noção de bravura apresentada pela obra está intrinsecamente ligada às batalhas mentais que motivam nossas escolhas. A verdadeira bravura não consistiria na vitória da batalha contra o mundo externo, mas sim no confronto no âmago interno contra as próprias fraquezas, o que de fato constituiria um legado de glória.
O Cavaleiro Verde entrete ao seu modo, sendo convidativo àqueles que prefiram jornadas mentais embaladas numa fotografia aveludada em detrimento à ação constante típicas de sagas heróicas.
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A Tragédia de Macbeth
3.7 192 Assista AgoraCoen + A24 = Quero
Beau Tem Medo
3.2 416 Assista AgoraAri Aster + Joaquin Phoenix = OMG
Não! Não Olhe!
3.5 1,3K Assista AgoraAnsioso por como a indústria brasileira vai traduzir esse título... haha
Nem?!
Cabras da Peste
3.2 255A comédia nacional costuma ter um padrão de humor voltado ao uso apelativo de clichês e humor pastelão do cotidiano brasileiro, mas Cabras da Peste é diferente. Até flerta e se materializa utilizando convenções do gênero, mas se realiza utilizando a caricatura dos personagens à favor da construção dos mesmos, num humor voltado à encenação, mas nem por isso menos divertido.
Dirigido pelo ainda prematuro Vitor Brandt, conta com convincentes atuações do destemido protagonista Edmilson Filho - Bruceuilis e de seu covarde companheiro Matheus Nachtergaele, como Trindade. Além do mais, conta com filmografia condizente às intenções, com destaque para os figurinos dos personagens.
Em suma, o longa não se mostra pretensioso e por isso funciona consideravelmente bem, servindo como um bom entretenimento em termos de filmes de policiais trapalhões. Ah, e não dá pra deixar de mencionar a icônica cabra Celestina, razão de toda a investigação desenrolada na narrativa e que encanta com sua destreza e beleza.
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História de um Casamento
4.0 1,9K Assista AgoraMarriage Story aborda temas sensíveis de um relacionamento humano, mostrando-se tão fidedigno que por vezes pode confundir com uma história real de casamento.
Dirigido por Noah Baumbach, (Frances Ha - 2012, Os Meyerowitz - 2017), o filme segue a linha conceitual do cineasta que faz parte do movimento cinematográfico Mumblecore, que caracteriza-se por atuações naturalísticas e diálogos improvisados. Linguagem consideravelmente oportuna para abordar a intimidade de uma relação conjugal.
Em suma, História de Um Casamento conta com atuações consistentes Scarlett Johansson, Adam Driver, Laura Dern, apresenta-se intimamente sagaz e intimista, discutindo intimidades, intrigas e nuances típicas da vida de um casal com carreiras profissionais chocantes e consequentes decisões de vida que surgem a partir desses fatores. E, mais, ainda aborda com a devida sutileza a dificuldade que é enfrentar a instabilidade de um casamento em que há um filho como divisor de águas.
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A Bruxa
3.6 3,4K Assista AgoraA Bruxa trata-se de um terror nenhum pouco apelativo, e, ainda assim, continuamente tenso e sufocante.
Junto com filmes como Hereditário (2018) e Get Out! (2017), compõe o sub-gênero oriundo deste século que parte da crítica compreende como Pós-Terror - a ideia é que essa nova onda de filmes busca substituir e superar os velhos clichês apelativos do gênero, priorizando narrativas verossímeis e atmosfericamente sombrias.
Em resumo, temos uma história cuidadosamente ambientada no século XVII, e na qual se discute o papel da mulher, das crenças, do patriarcado e da superstição em comunidades cristãs recém advindas às Américas. Tudo isso enlatado com toques de ocultismo, mistérios e drama familiar.
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Amar
2.4 123Um coerente ensaio audiovisual acerca dos sentimentos superficiais vividos por adolescentes em relações prematuras.
Enquanto obra audiovisual, contudo, não pretende ser e nem é inovador, mas, mesmo assim se apresenta regular para um longa espanhol sem um grande orçamento financeiro.
Dito de uma forma geral, tem uma história com elementos reflexivos virtuosos apresentada num mise-en-scène razoável.
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Parasita
4.5 3,6K Assista AgoraO diretor sul-coreano Bong Joon-ho lapidou uma nova obra prima do flamejante cenário cinematográfico de seu país.
O filme conta a história da humilde família Ki-taek, que de completamente desempregada e vivendo num porão degradante, passa a prestar serviços para uma família extremamente rica e, de pouco a pouco, começa a fazer parte por completo da vida na luxuosa mansão da família burguesa.
Num ritmo impecável e envolvente, o longa nos apresenta uma rede de mentiras que começa a se desalinhar ao passo que as relações de confiança se solidificavam. Parasita é um cirúrgico ensaio sobre as relações entre classes sociais no atual cenário de desigualdade social que acomete o mundo capitalista contemporâneo.
Em leves tons de humor e drama, Bong Joon-ho construiu uma narrativa que escancara as mazelas de nosso tempo, nos agraciando, ainda, com um plost-twist ao final detalhadamente bem construído.
O forte apelo de entretenimento – sonorizado com uma riquíssima trilha sonora de música clássica -, em conjunto com uma valiosa reflexão social de fundo faz de Parasita o melhor filme de 2019.
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Coringa
4.4 4,1K Assista AgoraO diretor Todd Philips não continha grandes trabalhos em sua carreira, mas foi premiado em dirigir o 'Coringa' e acabou nos presenteando com um clássico instantâneo.
O então conhecido vilão e antagonista da saga do Batman ganhou um ensaio a seu respeito conforme nunca havia se visto em termos de história de super-heróis. Para muito além de suas reprováveis (?) atitudes, mostrou-se as mazelas sociais e psicológicas na construção da personalidade de um mero palhaço que se tornou um símbolo revolucionário de seu tempo.
O filme traz um novo patamar de exigência para contação de histórias de super-heróis, numa perspectiva muito mais séria e fatídica. 'Coringa 'é um ensaio extremamente dúbio de se interpretar acerca de haver justificativa ou não para a reação violenta dos indivíduos em face de uma total omissão de governantes para com seus cidadãos – caso da fictícia e distópica Gotham City.
Destaque final para Joaquin Phoenix e sua interpretação magistral do Joker.
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Midsommar: O Mal Não Espera a Noite
3.6 2,8K Assista AgoraO 2º longa metragem da crescente carreira do diretor Ari Aster traz uma história cheia de misticismos e baseada em costumes pagãos.
Apresenta-se um grupo de jovens, contando com alguns mestrandos em antropologia, que são convidados para ir a um pequeno e isolado vilarejo sueco a fim de conhecerem um antigo ritual da comunidade em comemoração ao solstício de verão – e que ocorre a cada 90 anos.
Acontecimentos perturbadores ocorrem e desafiam o tênue liame de se julgar culturas diferentes a partir das nossas vivências. Tudo isso ambientado numa bela cenografia do verão sueco e tendo como pano de fundo uma trilha sonora mística que é, praticamente, capaz de fazer o ouvinte flutuar.
Não bastasse todos esses elementos para lá de intrigantes, a história assenta-se na crise de relacionamento que os protagonistas e namorados Dani (Florence Pugh) e Christian (Jack Reynor) estão enfrentando.
Carregado de simbolismos, místicas e esoterismo, o filme embala-se num contínuo suspense que desagua num cenário aterrorizante, sem abusar de clichês próprios do gênero. Midsommar é singular e indispensável para os amantes de terror psicológico.
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Nós
3.8 2,3K Assista AgoraDepois do premiado Get Out! (Corra!), Jordan Peele trouxe às telonas mais uma história de suspense/terror com forte teor de tensão racial.
Imagine o que aconteceria se, de repente, sua casa fosse invadida e você e toda sua família tivessem suas vidas tomadas por outras pessoas que ficassem em seus lugares? Aterrorizante, não? Acrescente um pouco mais de tempero supondo que estas pessoas fossem suas exatas cópias, vindas de um submundo onde elas eram completamente ignoradas pela sociedade.
Afinal, quem somos nós? O que nos distingue dos outros? A cor da pele? A nacionalidade? Bem, a reflexão é extensa, mas podemos dizer que a crítica social disposta neste envolvente filme é mais um tapa na cara na parte xenófoba da sociedade estadunidense.
Ao mesmo tempo em que se fala em construção de muros, 'Nós' é um belo ensaio sobre até que ponto somos merecedores de privilégios em detrimento aos demais.
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Era Uma Vez em... Hollywood
3.8 2,3K Assista AgoraO tão esperado 9° filme dirigido pelo renomado Quentin Tarantino resgata a efervescência do final da década 60 nos EUA.
Utilizando como base a trágica história real do assassino e líder de seita Charles Manson, Tarantino construiu uma história que por vezes contém ação, por outras, suspense, e que flerta até mesmo com certo teor documental sobre tudo que acontecia na caótica Hollywood sessentista. Temos aí uma miscelânea de gêneros com o toque especial de visceralidade tarantinesca.
Como mote principal, Era uma vez em Hollywood conta a história do ficcional ator Rick Dalton (Leonardo Di Caprio) e seu dublê Cliff Booth (Brad Pitt) – ambos com atuação digníssima – nas jornadas dos dois pela crescente cena cinematográfica de Hollywood.
Desse desenrolar de fatos você pode esperar de tudo um pouco: drama, humor, e, principalmente, um final épico.
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O Irlandês
4.0 1,5K Assista AgoraDo aclamado diretor Martin Scorsese, O Irlandês, produção original da Netflix, aborda o lado nada glamouroso dos gângster’s envolvidos nas máfias americanas.
Diferentemente do que o inconsciente coletivo espera de filmes sobre gângster’s – normalmente com muita ação e aventuras nos conflitos entre os membros mafiosos -, aqui se investiga as relações afetivas entre eles.
Também há dinamismo na apresentação de todo cenário de intrigas e disputas por poder, mas o ponto chave da narrativa se concentra em dissecar as relações de confiança, angústia, ambição e medos dos personagens.
O elenco é grandioso: Robert de Niro interpreta o personagem central que dá nome ao filme: Frank Sheran, o irlandês que fora motorista, mafioso e líder sindical. Al Pacino, por sua vez, contracena Jimmy Hoffa, presidente nacional do sindicato de caminhoneiros dos EUA. Todos estão bem e representam de forma fidedigna o tom da épica narrativa sobre o conturbado cenário sindical americano.
Zardoz
3.3 82 Assista AgoraZardoz representa uma distopia religiosa, social e antropológica de uma forma exageradamente jocosa e voltada ao absurdo estético.
Guardadas as limitações da época, fica nítido que o roteiro poderia ser abordado de uma maneira mais sóbria, ainda que voltada à comédia.
De todo modo, o filme per si tornou-se um verdadeiro clássico non-sense setentista, entregando um singular Sir. Sean Connery que, ouso dizer, jamais veremos em qualquer outra obra. Bizarramente icônico.
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De Volta Para o Futuro
4.4 1,8K Assista AgoraCômico, cartunesco e até mesmo infantil, mas nem por isso deixa de ser virtuoso, marcante e entusiasmante.
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Joias Brutas
3.7 1,1K Assista AgoraA linguagem para representar a história de um trambiqueiro não poderia ser outra que não a do caos.
Embora Joias Brutas tenha sua decupagem excessivamente dinâmica, trilha sonora por vezes incômoda e ambientação vorazmente urbana, ainda assim consegue representar seu protagonista de uma forma consideravelmente intimista.
As emoções proporcionadas pela impecável atuação de Adam Sandler foram captadas de um modo tão efusivo que até dá para nos questionarmos se estamos diante de uma obra documental ou ficcional.
Joias Brutas é uma peça valiosa sobre a representação cinematográfica da vida de um autêntico nova-iorquino bem sucedido - quer dizer, ao menos em termos materialistas, com o mesmo não podendo ser dito para obtenção de sabedoria de vida.
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Enola Holmes
3.5 816 Assista AgoraEnola Holmes: ritmo aventuresco, divertido e instigante no início; porém, tediante e melodramático em excesso do meio para o final.
Mas cumpre bem seu fim: uma história contada numa ótica representativa e enlatada em um bom entretenimento.
Nota: de razoável para bom.
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