Um filme sem o senso de autoimportância que Interestelar tentou estabelecer, e que também foge do anticlímax otimista de Perdido em Marte. Não é confortável de assistir, te deixa sempre numa dúvida agoniante e brinca com sua noção de real e imaginário à medida que te conecta com o protagonista -
Pra mim, faz mais sentido interpretarmos da seguinte maneira: Laure não mais precisa mentir sobre quem é para buscar a aceitação das pessoas ao seu redor. Ela é um menino em corpo de menina, e seu nome é Laure - ela aceitou-se como é, e está feliz por isso.
Não sei como fizeram crianças atuarem tão bem. Em nem um único momento o texto pareceu decorado ou forçado.
Gostei muito do trabalho do Kurt Russel aqui, está impecável. Mas não pude parar de pensar em como Jeff Bridges teria se encaixado perfeitamente no papel e, talvez, feito um trabalho ainda melhor.
Um dos melhores e mais "crus" do Scorsese. Sem muita subjetividade psicológica, o filme apoia-se numa trama bem construída e personagens integrados de forma excelente. Particularmente, um dos meus favoritos do diretor até o momento.
Um filme de personagens, sem dúvida. Cada um é bem construído mesmo que sem uma profundidade absurda e complexa, apenas com seus problemas e excentricidades que fazem os conflitos familiares tornarem-se muito críveis e próximos ao expectador. Valorizo muito a capacidade que um filme tem de me fazer gargalhar, e esse é um caso. Os minutos iniciais me fizeram quase chorar de rir com diálogos improváveis e personagens simplesmente cativantes. No início pensei que, com certeza, o filme entraria para minha lista de favoritos. Porém, com o decorrer da trama, mudei de ideia. Para simplificar posso dizer que o história toma um rumo no mínimo estranho, deixando um tom misto de dramático e cômico que me deixou particularmente confuso e, até mesmo, desconfortável. Se seguisse literalmente a própria sinopse e fosse mais simples, com certeza ficaria com minhas 4,5 ou 5 estrelas. No entanto, não o foi.
Queria ter dado uma chance a esse filme antes de ter lido o livro, com certeza teria sido uma experiência diferente, sem as comparações que destruíram essa adaptação para mim. O filme pode até ser uma "obra-prima" se o considerarmos à parte de sua origem, pois como adaptação - perdoem-me - é um completo desastre. No livro, a maldade não está em nenhum dos personagens, está no próprio hotel. De fato, há uma escala de interação: O que acontece à Danny afeta Jack, que afeta Wendy. Há um senso muito subjetivo de perigo e insanidade no ambiente, deixando o leitor sempre apreensivo sobre o fato dos acontecimentos serem reais ou apenas delírios. A obra-prima aqui é de King, e não de Kubrick, que transmitiu toda a perversidade à Torrance (o único que foi bem interpretado) e o transformou em um psicopata da noite para o dia, sem qualquer tipo de transição convincente. Li em um comentário abaixo (que achei excelente), que o diretor fez do filme quase uma sátira gore de dar risadas e, infelizmente, devo concordar.
Muitos dirão que o filme está sendo superestimado, que não é tudo isso, que só faz sucesso porque virou modinha (mas já estamos acostumados com os grandes sábios adolescentes de nossa geração, e também sabemos que suas opiniões de pouco valem, pois são fundamentadas no mero desejo de sobressair-se às massas). Eu digo: Esse filme acertou bem no alvo, com direito à head shot
. Uma comédia incessante, que consegue mesclar o ácido ao tolo, unida a momentos de pura violência dão vida ao filme que mais me fez rir no cinema até o momento. Mesmo o que parece não funcionar à princípio torna-se perfeitamente aceitável dado o contexto e a proposta da obra. De fato, minha única ressalva com relação ao todo é que, mesmo a comédia contínua sendo excelente e efetiva em 93% de sua execução, em alguns momentos parecerá forçada e, até mesmo, cansativa. Entretanto, não é nada que estragará sua experiência, longe disso. Deadpool é um filme que se destaca em todos os sentidos e que vem cheio de ideal e independência
Não dá para dizer que o filme não inova, mesmo que não seja revolucionário. Confesso que não gostei muito desse conceito de zumbi ágil, agressivo e capaz de correr. Porém é inegável que cria um senso de urgência e um clima de periculosidade que nenhum morto-vivo clássico seria capaz. Essa discussão de "zumbi verdadeiro" não afetou em nada minha impressão do filme, pois a mesma é incabível e aplica-se também à questão de Smaug ser um wyvern nas adaptações de O Hobbit. Qualquer criatura é o que é de acordo com o universo em que está inserida e a vontade de seu autor. O filme consegue criar cenas de pura tensão com muita eficácia. Além disso, sua história e resolução são bastante inesperadas, o que muito me agradou.
Um ponto fraquíssimo, para mim, foi a justificativa para a invasão de Israel: Sinceramente, uma cidade que construiu muros enormes para se prevenir dos ataques teria total ciência do fato dos zumbis serem atraídos por sons, e não permitiriam tamanha balbúrdia à menos que tivessem uma confiança cega em sua proteção - o que não ficou claro em nenhum momento.
Não sou muito fã do Brad Pitt, mas aqui ele faz o seu melhor em uma interpretação padrão que, quando colocada na situação da trama, fica suficientemente satisfatória. Também senti grande empatia pela jovem militar Segen - empatia essa que não é muito justificada já que a personagem não tem tempo de cena suficiente para ser carismática. Acho que a atriz Daniella Kertesz fez um excelente trabalho com o que lhe foi oferecido. O mesmo não pode ser dito sobre a família de Gerry. Em quase nenhum momento me preocupei realmente com as possibilidades ruins que pudessem vir a acontecê-la. Enfim, o filme se revelou muito melhor do que eu imaginava em todos os sentidos possíveis.
Nunca tinha visto um filme da Tilda Swinton sem ser As Crônicas de Nárnia. Devo ser honesto: Fiquei sem fôlego em muitas de suas cenas solo. Uma atriz que caminha por um imenso leque de emoções e ainda consegue manter um leve resquício de tristeza e desespero em todas as suas expressões capta minha total atenção e apresso. Para mim, o filme já estava valendo apenas por isso, mas então entram diversos fatores de um passado conturbado que enriquecem muito mais a personagem e deixam o espectador gradativamente mais apreensivo com o decorrer do filme. Tive literal ódio de Kevin em todos os momentos. E, ao meu ver, era isso que a diretora pretendia. Pois foi muito bem sucedida. O desfecho não poderia ser mais coerente com o restante da história e, ao mesmo tempo, surpreendente. Sempre elogio fatos que tem um sentido completamente distinto quando aplicados à uma trama bem elaborada e desenvolvida. Esse é o caso da interação final entre Eva e Kevin, que se torna literalmente repulsiva quando inserida posteriormente aos acontecimentos. Essa obra me fez sentir uma mistura de sensações que foi da alegria ao nojo, passando pela ojeriza e simpatia. Trouxe à mim uma nova personagem e atriz favorita (Eva e Tilda Swinton, mal posso esperar para ver mais de seus filmes). Por isso e por tudo apresentado anteriormente, leva as minhas 4 estrelas.
Um excelente exemplo de como um final pode estragar um filme tão promissor. Leva um 3.5 pela altíssima qualidade de seu início ao meio, antes da história ir longe demais.
Não sei o que me cativou tanto nesse filme, pois reconheço que não tem lá uma grandessíssima qualidade cinematográfica no geral. Acho que foi o fato de abordar um tema que eu nunca tinha visto, principalmente dessa maneira. Além disso, sempre fui fã de diversos tipos de mitologia, e já conhecia os "trolls", mas o conceito que me foi apresentado no filme foi algo muito revelador, e extremamente gratificante. Os personagens são cativantes o suficiente para fazer você se importar com o que acontece com eles, e não me refiro ao grupo de jovens, mas sim a Hans, o caçador de trolls. O ator Otto Jespersen consegue passar perfeitamente todos os sentimentos do personagem, o que o torna profundo em sentido de personalidade e de longe o mais carismático. A mitologia criada nessa ficção é auto sustentável e extremamente plausível dentro de seu próprio contexto.
Tratar os trolls como simples animais, mas de extrema periculosidade, foi uma jogada genial.
O que pode gerar um certo desconforto (em mim, particularmente) é que a mesma não se aprofunda. Tive vontade de conhecer as diferentes raças de trolls, suas variedades e hábitos particulares, tanto que me peguei pesquisando na internet mais sobre as raças de trolls apresentadas no filme, mas tudo que consegui foram ótimas artes conceituais. Isso é, na verdade, um ponto positivo, pois cria uma atmosfera de mistério que te faz temer ainda mais essas criaturas, no maior estilo de terror Lovecraftiano.
Há uma subtrama totalmente dispensável sobre um dos jovens ser mordido e contrair raiva, mas fora isso a história é ótima.
O filme dança entre gêneros como terror, aventura, docudrama e até mesmo drama. O terror não é algo que vá te deixar sem dormir à noite, mas é o suficiente para uma boa dose de tensão e medo. Enfim, me prolonguei demais. O Caçador de Troll foi um filme o qual assisti despretensiosamente e que acabou se revelando um dos meus filmes favoritos, da sua própria maneira.
Eu já esperava algo bom desse filme e, de fato, consegui algo do meu agrado na primeira hora. A premissa é extremamente criativa e transmite um clima que transcende o estranho ou o excêntrico. Há toda uma questão mais ideal explorada aqui: A verdadeira maldade humana escondida por uma máscara de falsas expressões e sentimentos. Até aí, o filme tinha conseguido capturar minha atenção (com exceção da atuação de Daniel Radcliffe, que se baseia em picos de qualidade e grandes intervalos de indecisão quanto à como parecer irritado ou frustrado). O final do filme é que decepciona muito, exagerando demais em diversos aspectos e deixando um gosto amargo na boca, que faz esquecer toda a qualidade desenvolvida anteriormente. O romance é bom, bem crível. O mistério é bem construído, deixando uma real dúvida.
Mas eu suspeitei daquele Lee desde o primeiro momento em que ele aparece na casa de Ig, só abandonei um pouco essa suspeita quando ele era o único que não via os chifres.
A trilha sonora do filme é imersiva o suficiente, destacando-se nos momentos adequados e criando o clima ideal em cada cena.
Na minha humilde opinião, o filme poderia ter chegado ao fim logo após a "morte" de Ig. Pensei que ele não sofreria nenhum efeito das chamas devido á sua condição, sairia do carro e, com alguma frase de efeito do tipo: "Eu descobri uma coisa... Não se pode se livrar do Diabo tão facilmente" ~empala o filha da puta do Lee com o tridente. Enfim, qualquer coisa que desse fim ao filme naquele momento, sem dar abertura para aquele final hediondo.
Devo dizer que não li o livro, mas que pretendo, e espero sinceramente que seu final seja mais recompensador.
O filme sofre muito pouco com uma falta de carisma geral. Aquele acréscimo de cativação de todos os filmes da Ghibli. Porém, os problemas param LITERALMENTE por aí, pois o resto de todo o filme em cada um de seus aspectos está perfeito (sem exageros). É raro ver um filme com uma história tão boa, personagens conflitantes e de maneira alguma unilaterais, e uma linha de desenvolvimento, de abertura à fechamento tão completa (não há fios soltos na história principal dessa animação), e uma crítica clássica colocada de maneira eficiente. "Eficiência", essa é a palavra chave do filme. A história se abre, se explora, se desenvolve e, na hora de chegar ao fim, embrulha tudo aquilo que lhe mostrou magistralmente e lhe oferece a maior das satisfações. Comentários quanto a qualidade da animação são completamente dispensáveis quando fala-se desse diretor em especial, que nos entrega mais uma vez uma obra improporcionalmente bela. E seu toque "Miyazaki" de contar uma história: Uma personagem principal feminina forte, que não dispensa ajuda masculina, mas que também não se apoia nela. Enfim, falando da trilha sonora: É excelente como um todo, mas estranha em algumas partes. Em alguns momentos de tensão ou ação, a música é animada demais, o que faz o espectador perder-se um pouco em meio ao clima. O filme ganha minhas cinco estrelas por ter sido o primeiro à me mostrar uma história executada de tal maneira à fazer-me crer plenamente que seu fim foi um fim, e que eu não precisava mais do que aquilo, pois aquele ponto estava perfeito.
A única coisa que faltou nesse filme foi um pouco de carisma do personagem principal (Ashitaka). Pouco consegui me importar com seu destino ao longo da trama, exceto em suas interações com San. Mas esse é um problema completamente dispensável considerando a grandeza e o peso da obra. Toda a crítica da ambição humana inconsequente e da morte da natureza é perfeitamente representada. Mais um trabalho incomparável e inesquecível de Hayao Miyazaki.
Me lembrou muito Breaking Bad. A transformação de Lester Burnham de um submisso e descontente homem, frustrado com sua vida profissional, familiar e até mesmo sexual, à um personagem que domina as situações nas quais se encontra e que não deve explicação de seus atos.
Lunar
3.8 686 Assista AgoraUm filme sem o senso de autoimportância que Interestelar tentou estabelecer, e que também foge do anticlímax otimista de Perdido em Marte.
Não é confortável de assistir, te deixa sempre numa dúvida agoniante e brinca com sua noção de real e imaginário à medida que te conecta com o protagonista -
o próprio final faz parte desse processo e deixa uma discussão subjetivamente aberta.
Tomboy
4.2 1,6K Assista AgoraQue final!
Pra mim, faz mais sentido interpretarmos da seguinte maneira: Laure não mais precisa mentir sobre quem é para buscar a aceitação das pessoas ao seu redor. Ela é um menino em corpo de menina, e seu nome é Laure - ela aceitou-se como é, e está feliz por isso.
Não sei como fizeram crianças atuarem tão bem. Em nem um único momento o texto pareceu decorado ou forçado.
Os Oito Odiados
4.1 2,4K Assista AgoraGostei muito do trabalho do Kurt Russel aqui, está impecável.
Mas não pude parar de pensar em como Jeff Bridges teria se encaixado perfeitamente no papel e, talvez, feito um trabalho ainda melhor.
Os Bons Companheiros
4.4 1,2K Assista AgoraUm dos melhores e mais "crus" do Scorsese. Sem muita subjetividade psicológica, o filme apoia-se numa trama bem construída e personagens integrados de forma excelente. Particularmente, um dos meus favoritos do diretor até o momento.
O Que Nós Fizemos no Nosso Feriado
3.7 270 Assista AgoraUm filme de personagens, sem dúvida. Cada um é bem construído mesmo que sem uma profundidade absurda e complexa, apenas com seus problemas e excentricidades que fazem os conflitos familiares tornarem-se muito críveis e próximos ao expectador.
Valorizo muito a capacidade que um filme tem de me fazer gargalhar, e esse é um caso. Os minutos iniciais me fizeram quase chorar de rir com diálogos improváveis e personagens simplesmente cativantes.
No início pensei que, com certeza, o filme entraria para minha lista de favoritos. Porém, com o decorrer da trama, mudei de ideia. Para simplificar posso dizer que o história toma um rumo no mínimo estranho, deixando um tom misto de dramático e cômico que me deixou particularmente confuso e, até mesmo, desconfortável.
Se seguisse literalmente a própria sinopse e fosse mais simples, com certeza ficaria com minhas 4,5 ou 5 estrelas. No entanto, não o foi.
O Iluminado
4.3 4,0K Assista AgoraQueria ter dado uma chance a esse filme antes de ter lido o livro, com certeza teria sido uma experiência diferente, sem as comparações que destruíram essa adaptação para mim.
O filme pode até ser uma "obra-prima" se o considerarmos à parte de sua origem, pois como adaptação - perdoem-me - é um completo desastre.
No livro, a maldade não está em nenhum dos personagens, está no próprio hotel. De fato, há uma escala de interação: O que acontece à Danny afeta Jack, que afeta Wendy. Há um senso muito subjetivo de perigo e insanidade no ambiente, deixando o leitor sempre apreensivo sobre o fato dos acontecimentos serem reais ou apenas delírios. A obra-prima aqui é de King, e não de Kubrick, que transmitiu toda a perversidade à Torrance (o único que foi bem interpretado) e o transformou em um psicopata da noite para o dia, sem qualquer tipo de transição convincente.
Li em um comentário abaixo (que achei excelente), que o diretor fez do filme quase uma sátira gore de dar risadas e, infelizmente, devo concordar.
Deadpool
4.0 3,0K Assista AgoraMuitos dirão que o filme está sendo superestimado, que não é tudo isso, que só faz sucesso porque virou modinha (mas já estamos acostumados com os grandes sábios adolescentes de nossa geração, e também sabemos que suas opiniões de pouco valem, pois são fundamentadas no mero desejo de sobressair-se às massas). Eu digo: Esse filme acertou bem no alvo, com direito à head shot
(ou deveria dizer "nut shot"?)
Mesmo o que parece não funcionar à princípio torna-se perfeitamente aceitável dado o contexto e a proposta da obra. De fato, minha única ressalva com relação ao todo é que, mesmo a comédia contínua sendo excelente e efetiva em 93% de sua execução, em alguns momentos parecerá forçada e, até mesmo, cansativa. Entretanto, não é nada que estragará sua experiência, longe disso.
Deadpool é um filme que se destaca em todos os sentidos e que vem cheio de ideal e independência
(em questão de seu planejamento e execução, esqueça qualquer tipo de "moral" com relação ao mesmo)
Guerra Mundial Z
3.5 3,2K Assista AgoraNão dá para dizer que o filme não inova, mesmo que não seja revolucionário. Confesso que não gostei muito desse conceito de zumbi ágil, agressivo e capaz de correr. Porém é inegável que cria um senso de urgência e um clima de periculosidade que nenhum morto-vivo clássico seria capaz.
Essa discussão de "zumbi verdadeiro" não afetou em nada minha impressão do filme, pois a mesma é incabível e aplica-se também à questão de Smaug ser um wyvern nas adaptações de O Hobbit. Qualquer criatura é o que é de acordo com o universo em que está inserida e a vontade de seu autor.
O filme consegue criar cenas de pura tensão com muita eficácia. Além disso, sua história e resolução são bastante inesperadas, o que muito me agradou.
Um ponto fraquíssimo, para mim, foi a justificativa para a invasão de Israel: Sinceramente, uma cidade que construiu muros enormes para se prevenir dos ataques teria total ciência do fato dos zumbis serem atraídos por sons, e não permitiriam tamanha balbúrdia à menos que tivessem uma confiança cega em sua proteção - o que não ficou claro em nenhum momento.
Não sou muito fã do Brad Pitt, mas aqui ele faz o seu melhor em uma interpretação padrão que, quando colocada na situação da trama, fica suficientemente satisfatória.
Também senti grande empatia pela jovem militar Segen - empatia essa que não é muito justificada já que a personagem não tem tempo de cena suficiente para ser carismática. Acho que a atriz Daniella Kertesz fez um excelente trabalho com o que lhe foi oferecido.
O mesmo não pode ser dito sobre a família de Gerry. Em quase nenhum momento me preocupei realmente com as possibilidades ruins que pudessem vir a acontecê-la.
Enfim, o filme se revelou muito melhor do que eu imaginava em todos os sentidos possíveis.
Precisamos Falar Sobre o Kevin
4.1 4,2K Assista AgoraNunca tinha visto um filme da Tilda Swinton sem ser As Crônicas de Nárnia. Devo ser honesto: Fiquei sem fôlego em muitas de suas cenas solo. Uma atriz que caminha por um imenso leque de emoções e ainda consegue manter um leve resquício de tristeza e desespero em todas as suas expressões capta minha total atenção e apresso. Para mim, o filme já estava valendo apenas por isso, mas então entram diversos fatores de um passado conturbado que enriquecem muito mais a personagem e deixam o espectador gradativamente mais apreensivo com o decorrer do filme.
Tive literal ódio de Kevin em todos os momentos. E, ao meu ver, era isso que a diretora pretendia. Pois foi muito bem sucedida.
O desfecho não poderia ser mais coerente com o restante da história e, ao mesmo tempo, surpreendente.
Sempre elogio fatos que tem um sentido completamente distinto quando aplicados à uma trama bem elaborada e desenvolvida. Esse é o caso da interação final entre Eva e Kevin, que se torna literalmente repulsiva quando inserida posteriormente aos acontecimentos.
Essa obra me fez sentir uma mistura de sensações que foi da alegria ao nojo, passando pela ojeriza e simpatia. Trouxe à mim uma nova personagem e atriz favorita (Eva e Tilda Swinton, mal posso esperar para ver mais de seus filmes). Por isso e por tudo apresentado anteriormente, leva as minhas 4 estrelas.
Van Helsing: O Caçador de Monstros
3.3 1,1K Assista AgoraEste é, com certeza, um daqueles que entra pra lista de "eu adoro essa merda"
Juno
3.7 2,3K Assista AgoraNão podiam ter chamado qualquer pessoa mais carismática do que o Michael Cera?
Interestelar
4.3 5,7K Assista AgoraUm excelente exemplo de como um final pode estragar um filme tão promissor. Leva um 3.5 pela altíssima qualidade de seu início ao meio, antes da história ir longe demais.
O Caçador de Troll
3.1 377 Assista AgoraNão sei o que me cativou tanto nesse filme, pois reconheço que não tem lá uma grandessíssima qualidade cinematográfica no geral. Acho que foi o fato de abordar um tema que eu nunca tinha visto, principalmente dessa maneira. Além disso, sempre fui fã de diversos tipos de mitologia, e já conhecia os "trolls", mas o conceito que me foi apresentado no filme foi algo muito revelador, e extremamente gratificante.
Os personagens são cativantes o suficiente para fazer você se importar com o que acontece com eles, e não me refiro ao grupo de jovens, mas sim a Hans, o caçador de trolls. O ator Otto Jespersen consegue passar perfeitamente todos os sentimentos do personagem, o que o torna profundo em sentido de personalidade e de longe o mais carismático.
A mitologia criada nessa ficção é auto sustentável e extremamente plausível dentro de seu próprio contexto.
Tratar os trolls como simples animais, mas de extrema periculosidade, foi uma jogada genial.
Há uma subtrama totalmente dispensável sobre um dos jovens ser mordido e contrair raiva, mas fora isso a história é ótima.
O filme dança entre gêneros como terror, aventura, docudrama e até mesmo drama. O terror não é algo que vá te deixar sem dormir à noite, mas é o suficiente para uma boa dose de tensão e medo.
Enfim, me prolonguei demais. O Caçador de Troll foi um filme o qual assisti despretensiosamente e que acabou se revelando um dos meus filmes favoritos, da sua própria maneira.
Amaldiçoado
3.0 1,2K Assista AgoraEu já esperava algo bom desse filme e, de fato, consegui algo do meu agrado na primeira hora. A premissa é extremamente criativa e transmite um clima que transcende o estranho ou o excêntrico. Há toda uma questão mais ideal explorada aqui: A verdadeira maldade humana escondida por uma máscara de falsas expressões e sentimentos. Até aí, o filme tinha conseguido capturar minha atenção (com exceção da atuação de Daniel Radcliffe, que se baseia em picos de qualidade e grandes intervalos de indecisão quanto à como parecer irritado ou frustrado).
O final do filme é que decepciona muito, exagerando demais em diversos aspectos e deixando um gosto amargo na boca, que faz esquecer toda a qualidade desenvolvida anteriormente.
O romance é bom, bem crível. O mistério é bem construído, deixando uma real dúvida.
Mas eu suspeitei daquele Lee desde o primeiro momento em que ele aparece na casa de Ig, só abandonei um pouco essa suspeita quando ele era o único que não via os chifres.
A trilha sonora do filme é imersiva o suficiente, destacando-se nos momentos adequados e criando o clima ideal em cada cena.
Na minha humilde opinião, o filme poderia ter chegado ao fim logo após a "morte" de Ig. Pensei que ele não sofreria nenhum efeito das chamas devido á sua condição, sairia do carro e, com alguma frase de efeito do tipo: "Eu descobri uma coisa... Não se pode se livrar do Diabo tão facilmente" ~empala o filha da puta do Lee com o tridente. Enfim, qualquer coisa que desse fim ao filme naquele momento, sem dar abertura para aquele final hediondo.
Devo dizer que não li o livro, mas que pretendo, e espero sinceramente que seu final seja mais recompensador.
Nausicaä do Vale do Vento
4.3 453 Assista AgoraO filme sofre muito pouco com uma falta de carisma geral. Aquele acréscimo de cativação de todos os filmes da Ghibli. Porém, os problemas param LITERALMENTE por aí, pois o resto de todo o filme em cada um de seus aspectos está perfeito (sem exageros).
É raro ver um filme com uma história tão boa, personagens conflitantes e de maneira alguma unilaterais, e uma linha de desenvolvimento, de abertura à fechamento tão completa (não há fios soltos na história principal dessa animação), e uma crítica clássica colocada de maneira eficiente.
"Eficiência", essa é a palavra chave do filme. A história se abre, se explora, se desenvolve e, na hora de chegar ao fim, embrulha tudo aquilo que lhe mostrou magistralmente e lhe oferece a maior das satisfações.
Comentários quanto a qualidade da animação são completamente dispensáveis quando fala-se desse diretor em especial, que nos entrega mais uma vez uma obra improporcionalmente bela. E seu toque "Miyazaki" de contar uma história: Uma personagem principal feminina forte, que não dispensa ajuda masculina, mas que também não se apoia nela.
Enfim, falando da trilha sonora: É excelente como um todo, mas estranha em algumas partes. Em alguns momentos de tensão ou ação, a música é animada demais, o que faz o espectador perder-se um pouco em meio ao clima.
O filme ganha minhas cinco estrelas por ter sido o primeiro à me mostrar uma história executada de tal maneira à fazer-me crer plenamente que seu fim foi um fim, e que eu não precisava mais do que aquilo, pois aquele ponto estava perfeito.
Princesa Mononoke
4.4 944 Assista AgoraA única coisa que faltou nesse filme foi um pouco de carisma do personagem principal (Ashitaka). Pouco consegui me importar com seu destino ao longo da trama, exceto em suas interações com San.
Mas esse é um problema completamente dispensável considerando a grandeza e o peso da obra. Toda a crítica da ambição humana inconsequente e da morte da natureza é perfeitamente representada.
Mais um trabalho incomparável e inesquecível de Hayao Miyazaki.
Beleza Americana
4.1 2,9K Assista AgoraMe lembrou muito Breaking Bad. A transformação de Lester Burnham de um submisso e descontente homem, frustrado com sua vida profissional, familiar e até mesmo sexual, à um personagem que domina as situações nas quais se encontra e que não deve explicação de seus atos.
Foi traído pela mulher, comprou um excelente carro, usou drogas esporadicamente e morreu satisfeito com tudo que fez.
Todas essas semelhanças fizeram desse filme uma experiência ainda melhor.