OLD-FASHION AMERICAN LIVING Lucy e Ricky rumo aos subúrbios para uma nova vida com o crescidinho Little Ricky. A sexta-temporada é um momento triste para todo fã de Lucy. Esta é a última temporada em que a série seria produzida no formato clássico de seu sucesso, isso inclui o ritmo rápido que envolvia a relação entre a primeira dama da comédia televisiva Lucille Ball e o talento imigrante de Desi Arnaz como Ricky Ricardo, além da duração.
Com o final da sexta temporada, em função do crescimento e dos lucros, as ambições crescem, Ricky decide aumentar a Desilu em 1957, diminuir a frequência de episódios para que pudessem lançar episódios maiores e mais bem produzidos, maiores cenários e possibilidades de edição, mais deleite aos olhos do público. Ainda que na temporada seguinte a série fosse ganhar grandes participações especiais, como Tallulah Bankhead, Betty Grable, dentre outras, também perderia um pouco do ritmo na piada ao longo de alguns momentos de seus 13 episódios com 50 min de duração cada, aqui o coração dos fãs seriam partidos com o fim do casamento de Arnaz e Ball.
A parte boa de tudo isso é que teremos para sempre a recordação e o registro delicioso do último momento em 30 min do casal que é, justamente, esta temporada. Lucy e Ricky procuram uma vida mais calma e tranquila em Connecticut, mas tipicamente nunca conseguem. Cheia de reviravoltas, participações brilhantes como a de Orson Welles e muita, mais muita desaventura em série da Mrs. screwball mais querida da américa.
A quinta temporada continua as piadas dos viajantes Lucy e Ricky Ricardo com seus queridos amigos Ethel e Fred Mertz, mas desta vez numa eurotrip para lá de idílica cuja emblemática cena italiana com Lucy pisando em uvas é uma das cenas mais reprisadas e famosas de toda série, tendo sido até colorizada para o especial de natal exibido pela CBS décadas mais tarde. É também nesta temporada o episódio considerado o mais caro de toda série, quando todos vão embarcar no navio para a europa e Lucy fica para trás devido a inúmeros contratempos que culminam na chegada da protagonista de helicóptero ao encontro de seus amados. Highlights para a abertura da série com a participação de JOHN WAYNE e mais tarde de CHARLES BOYER no especial "Paris at Last", incluindo discussões interessantes sobre a influência da moda à época. A viagem dos protagonistas conta ainda com aventuras nos alpes suiços, no sul da França, em terras londrinas da Rainha, numa região bucólica britânica, na Itália e um dos episódios mais autorais da série, o sonho escocês de Lucy Ricardo em "Lucy vai à Escócia" para desvendar a própria árvore genealógica.
Considerados por muitos como a temporada de ouro da série, a quarta temporada leva os Ricardos e os Metzes à Hollywood, onde encontram inúmeras celebridades a começar por William Holden e Eve Arden, depois Cornel Wilde, Rock Hudson, Harpo Marx, John Wayne, Don Loper, Hedda Hopper, Van Johnson, dentre outros. Boa parte da temporada foca na viagem, mas temos ainda o episódio em que Lucy aprende a dirigir e mais, em "Mr and Mrs. TV Show" a série tem um surto de metalinguagem em que Lucy e Ricardo gravam uma série doméstica nada distante do que Lucille e Desi já faziam brilhantemente. A partir do episódio 13, eles partem em viagem e a primeira cena dos quatro no carro novo, atravessando uma ponte filmada a partir de uma espécie de chroma key da época, é pioneira à televisão.
Cada vez mais centralizada no personagem de Lucille Ball, a terceira temporada da série caminha para um panorama de episódios ainda mais criativos que os da temporada anterior. O celebre Ricky Ricardo pelo seu show provoca disputas acirradas com a esposa que quer mais que do nunca adentrar também ao show business. Pontos altos sobre a personalidade dos protagonistas incluem "Lucy tells the truth", o sexto episódio em que Ricky duvida que Lucy consegue ficar muito tempo sem contar mentiras e se ele, questionado por ela, poderia ficar muito tempo sem se estressar. Eles redecoram apartamentos, participam de inúmeros espetáculos musicais e se metem em situações cada vez mais estranhas.
Marcada pelo sucesso, a segunda temporada traz grandes momentos do casal protagonizado por Desi e Lucille. O primeiro episódio ("Job Switching", ao ar em setembro de 1952) ficou conhecido pelo TV Guide como um dos momentos mais memoráveis da história da televisão. Quando as mulheres questionam o papel da dona-de-casa e trocam de trabalho com os maridos: a surpresa é tipicamente patriarcal como a época, a tragicomédia envolta do fato de que os homens não dariam certo na cozinha e as mulheres tão pouco no dever de trabalharem fora de casa.
Tem que rir para não chorar e com tantos momentos de emoção, não dá para deixar passar o episódio em que Ricky descobre a gravidez de Lucy que algumas semanas depois daria luz ao Little Ricky. O produtor relata em "Laughs, Luck... And Lucy" como o casal foi tomado pela emoção no palco ao lembrar do dia que, longe da ficção, descobriram que teriam um filho.
É uma escolha sem volta a de começar a assistir I Love Lucy: deixe-se conhecer melhor por meio de todo machismo e da [im]prudência matrimonial provinciana que tornou Lucille Ball e Desi Arnaz eternos na história da televisão, criando a situation comedy [sitcom] mais importante da história da TV. Entenda como mesmo de maneira datada, há espaço para sermos encantados pelo potencial da série, enquanto documento televisivo histórico; E por tudo que há de fascinante na relação contraditória entre o lar e o show business para Lucy e Ricky Ricardo, curiosos seres que mesmo em toda estratificação social, celebritismo e desvalor do papel feminino não se tornam vitimizados. Tem uma coisa fascinante na figura da Lucy que está entre o subversivo e submisso, ambos ocultos por trás dos cabelos vermelhos e pelo desejo de fama. Por trás do impedimento daquilo que Lucy mais gostaria no mundo e do dilema de sua existência: participar do show de Ricky Ricardo no club Tropicana com a sua permissão e ao mesmo tempo estar no palco apenas mediante às farsas maquinadas para entrar no palco, há insegurança nele e uma pequena dose xenofóbica nela. Os alfinetes são trocados no dia-a-dia do casal mais assistido nos USA da década de 50, discutindo questões brilhantes como a chegada da TV, a família patriarcal e a doçura meio-azeda da vida americana em pleno way of life e no auge de sua flamboyance. A disfarçada Lucilda que sobe no palco toda noite portando uma máscara diferente em cada episódio para não ser oprimida pelo marido representa o teatro da vida americana, tratando a ideia de uma forma sarcástica e inteligente. Por mais que seja desestimulante a censura de Ricky, as maneiras que Lucy alcança para escapá-lo lembram até o toque absurdo e soft-lux de Lubitsch, sabe aquela maldade ferina que parece se construir com sorrisos e juras de amor? É isso, não se engane com a simplicidade das risadas e dos choros de I Love Lucy, duvide de tudo e não confie em nada se não receber o café da manhã na cama.
Num grande momento da obra, deparamo-nos com os seguintes dizeres: "A vida é demasiadamente curta para a eternidade das emoções..."
Berlin Alexanderplatz (1980) é uma produção de quase dezesseis horas que comporta o universo místico da Alemanha de Fassbinder, louvando a grande questão da sua obra – a pessoalidade do artista enquanto identidade estética e ideológica.
Entre leituras de “A Anarquia da Fantasia” (1988), a seleção de textos, entrevistas e ensaios de Michael Töteberg sobre a carreira deste grande artista, há um rico acervo de detalhes sobre os meandros sinuosos da relação de Fassbinder com a obra de Alfred Döblin. Fica claro que a leitura do livro de Döblin, o ponto de partida à produção desta série televisiva, influenciaria profundamente o seu posicionamento, no que diz respeito ao trabalho biográfico e à sensibilidade na construção de seus personagens.
Seriado contundente para a produção atual, uma amostra de como refinamento pode ser transposto pela ferramenta televisiva sem pecar com exageros explicativos e históricos. Isso quer dizer que ela consegue silenciar os momentos corretos e deixar espaço para o reverberar de eventos no espectador. Contudo, não é algo que se basta aí. Há algumas desarmonias na representação da figura aristocrata inglesa, num misto em que não se sabe o que é evidente deles ou construído pelo olhar americano de ser. Coniventes servos discutem a polidez dos patrões. Afortunados ingleses levam suas vidas à regalia a partir de uma estrutura que (falsamente) se apresenta como benfeitora para distintas classes sociais. Ao intercalar os dois lados da moeda, o seriado de origem inglesa que também transita por uma direção americana, apresenta o que é menos comum às produções de Merchant-Ivory, um realismo pouco indispensável e provocador do lúdico (há exceção para o episódio três) outrora reconhecido com produções anteriores sobre o mesmo tema, além de expressar uma visão de mundo detida pelas paredes de um lar monumental. Downton Abbey traz o cinza das vestimentas com inegável honra e sutilezas estéticas.
Há nesta temporada uma incrível evolução na composição dos episódios, além da relação de Monica e Chandler ser extremamente carismática com questões que abrangem seus amigos de forma significativa. Ai, ai, Las Vegas...
Uma temporada maravilhosa que supera o desenrolar vicioso do primeiro término de Ross e Rachel com subtramas deleciosas e um final terrivelmente inesquecível.
Final belíssimo para uma série que marcou a história da TV. Ótimas interpretações, humor sofisticado, edição elogiosa. Elementos idílicos que participaram da composição de um marco quanto a pensamentos contrários ao American Way of Life. Uma verdadeira pérola televisiva com seus altos e baixos, como qualquer outra produção seriada, mas que trouxe o talentoso Marc Cherry à tona com uma premissa rica em criatividade que retoma os mais obscuros desejos do ser humanos, desde o pecado original.
A adaptação de Todd Haynes para este clássico da literatura norte-americana configura uma visão moderna e madura do enredo. É inevitável encontrar por aí comparações entre esta e a versão de 1945 com Joan Crawford, mas sejamos enfáticos na hora de especificar a diferença gritante que existe na transposição do gênero que ocorre com esta adaptação literária. Chamarei de Haynes esta versão contemporânea e de Curtiz a produção Noir da 1945. O que não delimita as duas versão vai muito além do gênero: Haynes, nas suas 5 horas de duração, busca fundamentar-se nas nuances dos personagens e configura uma faceta sirkiana por meio dos seus longos planos de sofrimento, que essencialmente nos interioriza como nunca a problémática do personagens; Curtiz proclama a glória do Noir com uma narrativa muito mais ágil, personagens cheios de características bem definidas (a heroína, o vilão...), uma fotografia que tem interferência na nossa impressão da história efetivamente e de longe um desfecho típico da década de 40, moralista! Haynes em seu desfecho nos abre espaço para outras facetas da reflexão a respeito deste eterno combate entre mãe e filha. A exímia interpretação de Kate Winslet completa com sabedoria o "extrarealismo" que essa adaptação peca em propor, na seguinte forma, quando somos submetidos a tantos detalhes, perdemos a habilidade de imaginar as coisas de forma distinta. Não existe necessidade de transpor tudo, afinal de contas, para isso existe a nossa insistência em projetar nossas experiências na arte. Todd Haynes não intitula isto série, mas sim filme, e por conta disso, somos vítimas desta duração e apaixonados pela mensagem que ela propõe!
Foi-se o tempo que a série nos oferecia inovações que perpassavam a mesmice de filhos buscando por seus pais e relações afetivas inseguras pela dualidade imbecil dos próprios "rendezvous" que efetivamente não funcionam. Disfunções mesmo quando a personagem mais interessante, Blair Waldorf, encontra-se no palco da narrativa, a qual antes nos proporcionava sensações nostálgicas quanto às artes e envolvimento com a trama, mas que agora nos implora para crescer e buscar coisas mais pertinentes.
É improvável soltar um elogio completo ao Glee, a série tem uma qualidade totalmente inconstante. Os discursos de aceitação e a personagem Sue de Jane Lynch constituem o único diferencial nesta temporada. Apesar da Rachel Berry ser muito identificável, pessoalmente, Glee nos encanta por nada senão pela trilha sonora!
Uma temporada muito centrada nos relacionamentos amorosos se comparada com as duas anteriores. As referências continuam surpreendentes, os títulos criativos, apesar de que o mais óbvio é a caída na qualidade dos problemas juvenis predominantes no roteiro. Não satisfeitos, a edição do finale em flashbacks é extremamente insuficiente e não oferece ao espectador demasiada ânsia de iniciar uma nova temporada. Destacando-se no início com a viagem de Brenda e Donna à Paris, a série começa a desenvolver a temática "traição" entre os membros da gangue, o que leva a diversos questionamentos psicológicos superficiais e uma empatia ainda maior por parte do público. Se tem uma coisa inquestionável ao longo da série, isto é o poder apologético e influente que os roteiristas conseguiram obter através do público jovem no início da década de 90, desde o comportamento até no âmbito comercial, o que está devidamente refletido nas aparições de artistas famosos da época, tanto no decorrer da narrativa quanto nos créditos dançantes. Os episódios que se destacam nesta temporada estão entre "Too Little, Too Late/Paris 75001", "Shooting Star/American in Paris", "The Back Story", "Rebel with a Cause", "The Kindness of Strangers", "It's a Totally Happening Life", "Midlife… Now What?" e "Back in the High Life Again".
Maysa era um verdadeiro espírito precursor do rompimento de regras. Jamais poderia sonhar em assistir mais bela homenagem aos seus olhares amargos. São longas tomadas de acidez, que nos revelam a cruz de sua personalidade. Aquilo que ninguém poderia tirá-la – o dom em fazer vida de suas mortes. Nunca consigo evitar a dor delas – Grand Dame. Sinto-me admirado por uma força invisível que as move. No caso de Maysa, o álcool foi um grande amigo. Os amores passavam, aquele velho uísque ficava. A verdade é que intensidade de sua vida tornou-a susceptível a um fim trágico. Se pudesse ter encontrado algum de seus olhares, diria – "Ne NOUS quitte pas!"
Uma minissérie que buscava transportar divinas palavras da literatura brasileira para a telinha. O resultado é interessante a muitos, porém não transpassa a encenação comercial do patrocínio da música "Elephant Gun" aos meus olhos. O destaque sólido é para alguns trechos teatrais. Do resto, leia o livro!
"Anaconda", "Play it again, David", "Halloween", "The Next 50 Years", "U4EA" e "Walsh Family Christmas" são meus episódios prediletos. O poker à la Sinatra, referências à "Casablanca", Donna colocando Lycra para o futuro e o Natal Walshiano. Uma delícia para os olhos. Verdade!
La Ligne de Beauté? Definitivamente o título em francês dá um up (sentido publicitário) nesta história que não considero ser tão avassaladora. Entretanto, não deve ser subestimada por tratar bem um assunto tão delicado: AIDS. É baseada em um livro escrito por Alan Hollinghurst, ambientada no Reino Unido, tem como personagem principal Nick Guest, que por ironia do destino é um 'guest' (do inglês, hóspede) na casa da família Fedden. Entre os luxos e personagens excêntricos, Nick conhece a experiência da hipocrisia social por conta de sua orientação sexual. Sendo praticamente uma minissérie de 3 episódios, "Linha da Beleza" trata a promiscuidade, seja em festas restritas ou grandes eventos, a relação política com a homossexualidade na entranha oitentista e natureza da beleza.
Twin Peaks (3ª Temporada)
4.4 621 Assista AgoraJá está disponível na Netflix ! ;o)
Ready to enter this place
both wonderful
and strange.
I Love Lucy (6ª Temporada)
4.4 1OLD-FASHION AMERICAN LIVING
Lucy e Ricky rumo aos subúrbios para uma nova vida com o crescidinho Little Ricky. A sexta-temporada é um momento triste para todo fã de Lucy. Esta é a última temporada em que a série seria produzida no formato clássico de seu sucesso, isso inclui o ritmo rápido que envolvia a relação entre a primeira dama da comédia televisiva Lucille Ball e o talento imigrante de Desi Arnaz como Ricky Ricardo, além da duração.
Com o final da sexta temporada, em função do crescimento e dos lucros, as ambições crescem, Ricky decide aumentar a Desilu em 1957, diminuir a frequência de episódios para que pudessem lançar episódios maiores e mais bem produzidos, maiores cenários e possibilidades de edição, mais deleite aos olhos do público. Ainda que na temporada seguinte a série fosse ganhar grandes participações especiais, como Tallulah Bankhead, Betty Grable, dentre outras, também perderia um pouco do ritmo na piada ao longo de alguns momentos de seus 13 episódios com 50 min de duração cada, aqui o coração dos fãs seriam partidos com o fim do casamento de Arnaz e Ball.
A parte boa de tudo isso é que teremos para sempre a recordação e o registro delicioso do último momento em 30 min do casal que é, justamente, esta temporada. Lucy e Ricky procuram uma vida mais calma e tranquila em Connecticut, mas tipicamente nunca conseguem. Cheia de reviravoltas, participações brilhantes como a de Orson Welles e muita, mais muita desaventura em série da Mrs. screwball mais querida da américa.
I Love Lucy (5ª temporada)
4.5 2A quinta temporada continua as piadas dos viajantes Lucy e Ricky Ricardo com seus queridos amigos Ethel e Fred Mertz, mas desta vez numa eurotrip para lá de idílica cuja emblemática cena italiana com Lucy pisando em uvas é uma das cenas mais reprisadas e famosas de toda série, tendo sido até colorizada para o especial de natal exibido pela CBS décadas mais tarde. É também nesta temporada o episódio considerado o mais caro de toda série, quando todos vão embarcar no navio para a europa e Lucy fica para trás devido a inúmeros contratempos que culminam na chegada da protagonista de helicóptero ao encontro de seus amados. Highlights para a abertura da série com a participação de JOHN WAYNE e mais tarde de CHARLES BOYER no especial "Paris at Last", incluindo discussões interessantes sobre a influência da moda à época. A viagem dos protagonistas conta ainda com aventuras nos alpes suiços, no sul da França, em terras londrinas da Rainha, numa região bucólica britânica, na Itália e um dos episódios mais autorais da série, o sonho escocês de Lucy Ricardo em "Lucy vai à Escócia" para desvendar a própria árvore genealógica.
I Love Lucy (4ª temporada)
4.4 3Considerados por muitos como a temporada de ouro da série, a quarta temporada leva os Ricardos e os Metzes à Hollywood, onde encontram inúmeras celebridades a começar por William Holden e Eve Arden, depois Cornel Wilde, Rock Hudson, Harpo Marx, John Wayne, Don Loper, Hedda Hopper, Van Johnson, dentre outros. Boa parte da temporada foca na viagem, mas temos ainda o episódio em que Lucy aprende a dirigir e mais, em "Mr and Mrs. TV Show" a série tem um surto de metalinguagem em que Lucy e Ricardo gravam uma série doméstica nada distante do que Lucille e Desi já faziam brilhantemente. A partir do episódio 13, eles partem em viagem e a primeira cena dos quatro no carro novo, atravessando uma ponte filmada a partir de uma espécie de chroma key da época, é pioneira à televisão.
I Love Lucy (3ª Temporada)
4.5 2Cada vez mais centralizada no personagem de Lucille Ball, a terceira temporada da série caminha para um panorama de episódios ainda mais criativos que os da temporada anterior. O celebre Ricky Ricardo pelo seu show provoca disputas acirradas com a esposa que quer mais que do nunca adentrar também ao show business. Pontos altos sobre a personalidade dos protagonistas incluem "Lucy tells the truth", o sexto episódio em que Ricky duvida que Lucy consegue ficar muito tempo sem contar mentiras e se ele, questionado por ela, poderia ficar muito tempo sem se estressar. Eles redecoram apartamentos, participam de inúmeros espetáculos musicais e se metem em situações cada vez mais estranhas.
I Love Lucy (2ª Temporada)
4.5 6Marcada pelo sucesso, a segunda temporada traz grandes momentos do casal protagonizado por Desi e Lucille. O primeiro episódio ("Job Switching", ao ar em setembro de 1952) ficou conhecido pelo TV Guide como um dos momentos mais memoráveis da história da televisão. Quando as mulheres questionam o papel da dona-de-casa e trocam de trabalho com os maridos: a surpresa é tipicamente patriarcal como a época, a tragicomédia envolta do fato de que os homens não dariam certo na cozinha e as mulheres tão pouco no dever de trabalharem fora de casa.
Tem que rir para não chorar e com tantos momentos de emoção, não dá para deixar passar o episódio em que Ricky descobre a gravidez de Lucy que algumas semanas depois daria luz ao Little Ricky. O produtor relata em "Laughs, Luck... And Lucy" como o casal foi tomado pela emoção no palco ao lembrar do dia que, longe da ficção, descobriram que teriam um filho.
I Love Lucy (1ª Temporada)
4.3 44É uma escolha sem volta a de começar a assistir I Love Lucy: deixe-se conhecer melhor por meio de todo machismo e da [im]prudência matrimonial provinciana que tornou Lucille Ball e Desi Arnaz eternos na história da televisão, criando a situation comedy [sitcom] mais importante da história da TV. Entenda como mesmo de maneira datada, há espaço para sermos encantados pelo potencial da série, enquanto documento televisivo histórico; E por tudo que há de fascinante na relação contraditória entre o lar e o show business para Lucy e Ricky Ricardo, curiosos seres que mesmo em toda estratificação social, celebritismo e desvalor do papel feminino não se tornam vitimizados. Tem uma coisa fascinante na figura da Lucy que está entre o subversivo e submisso, ambos ocultos por trás dos cabelos vermelhos e pelo desejo de fama. Por trás do impedimento daquilo que Lucy mais gostaria no mundo e do dilema de sua existência: participar do show de Ricky Ricardo no club Tropicana com a sua permissão e ao mesmo tempo estar no palco apenas mediante às farsas maquinadas para entrar no palco, há insegurança nele e uma pequena dose xenofóbica nela. Os alfinetes são trocados no dia-a-dia do casal mais assistido nos USA da década de 50, discutindo questões brilhantes como a chegada da TV, a família patriarcal e a doçura meio-azeda da vida americana em pleno way of life e no auge de sua flamboyance. A disfarçada Lucilda que sobe no palco toda noite portando uma máscara diferente em cada episódio para não ser oprimida pelo marido representa o teatro da vida americana, tratando a ideia de uma forma sarcástica e inteligente. Por mais que seja desestimulante a censura de Ricky, as maneiras que Lucy alcança para escapá-lo lembram até o toque absurdo e soft-lux de Lubitsch, sabe aquela maldade ferina que parece se construir com sorrisos e juras de amor? É isso, não se engane com a simplicidade das risadas e dos choros de I Love Lucy, duvide de tudo e não confie em nada se não receber o café da manhã na cama.
Berlin Alexanderplatz
4.5 29Num grande momento da obra,
deparamo-nos com os seguintes dizeres:
"A vida é demasiadamente curta
para a eternidade das emoções..."
Berlin Alexanderplatz (1980) é uma produção de quase dezesseis horas que comporta o universo místico da Alemanha de Fassbinder, louvando a grande questão da sua obra – a pessoalidade do artista enquanto identidade estética e ideológica.
Entre leituras de “A Anarquia da Fantasia” (1988), a seleção de textos, entrevistas e ensaios de Michael Töteberg sobre a carreira deste grande artista, há um rico acervo de detalhes sobre os meandros sinuosos da relação de Fassbinder com a obra de Alfred Döblin. Fica claro que a leitura do livro de Döblin, o ponto de partida à produção desta série televisiva, influenciaria profundamente o seu posicionamento, no que diz respeito ao trabalho biográfico e à sensibilidade na construção de seus personagens.
LEIA MAIS:
http://cinexistencia.blogspot.com.br/2014/03/berlin-alexanderplatz-13-partes-e-1.html
Downton Abbey (1ª Temporada)
4.6 371 Assista AgoraSeriado contundente para a produção atual, uma amostra de como refinamento pode ser transposto pela ferramenta televisiva sem pecar com exageros explicativos e históricos. Isso quer dizer que ela consegue silenciar os momentos corretos e deixar espaço para o reverberar de eventos no espectador. Contudo, não é algo que se basta aí. Há algumas desarmonias na representação da figura aristocrata inglesa, num misto em que não se sabe o que é evidente deles ou construído pelo olhar americano de ser. Coniventes servos discutem a polidez dos patrões. Afortunados ingleses levam suas vidas à regalia a partir de uma estrutura que (falsamente) se apresenta como benfeitora para distintas classes sociais. Ao intercalar os dois lados da moeda, o seriado de origem inglesa que também transita por uma direção americana, apresenta o que é menos comum às produções de Merchant-Ivory, um realismo pouco indispensável e provocador do lúdico (há exceção para o episódio três) outrora reconhecido com produções anteriores sobre o mesmo tema, além de expressar uma visão de mundo detida pelas paredes de um lar monumental. Downton Abbey traz o cinza das vestimentas com inegável honra e sutilezas estéticas.
Friends (5ª Temporada)
4.7 329Há nesta temporada uma incrível evolução na composição dos episódios, além da relação de Monica e Chandler ser extremamente carismática com questões que abrangem seus amigos de forma significativa. Ai, ai, Las Vegas...
Friends (4ª Temporada)
4.7 316Uma temporada maravilhosa que supera o desenrolar vicioso do primeiro término de Ross e Rachel com subtramas deleciosas e um final terrivelmente inesquecível.
Desperate Housewives (8ª Temporada)
4.5 281 Assista AgoraTUDO SOBRE A MAÇÃ
Final belíssimo para uma série que marcou a história da TV. Ótimas interpretações, humor sofisticado, edição elogiosa. Elementos idílicos que participaram da composição de um marco quanto a pensamentos contrários ao American Way of Life. Uma verdadeira pérola televisiva com seus altos e baixos, como qualquer outra produção seriada, mas que trouxe o talentoso Marc Cherry à tona com uma premissa rica em criatividade que retoma os mais obscuros desejos do ser humanos, desde o pecado original.
Mildred Pierce
4.2 168 Assista AgoraTo hell with Veda! BRAVA!
A adaptação de Todd Haynes para este clássico da literatura norte-americana configura uma visão moderna e madura do enredo. É inevitável encontrar por aí comparações entre esta e a versão de 1945 com Joan Crawford, mas sejamos enfáticos na hora de especificar a diferença gritante que existe na transposição do gênero que ocorre com esta adaptação literária. Chamarei de Haynes esta versão contemporânea e de Curtiz a produção Noir da 1945. O que não delimita as duas versão vai muito além do gênero: Haynes, nas suas 5 horas de duração, busca fundamentar-se nas nuances dos personagens e configura uma faceta sirkiana por meio dos seus longos planos de sofrimento, que essencialmente nos interioriza como nunca a problémática do personagens; Curtiz proclama a glória do Noir com uma narrativa muito mais ágil, personagens cheios de características bem definidas (a heroína, o vilão...), uma fotografia que tem interferência na nossa impressão da história efetivamente e de longe um desfecho típico da década de 40, moralista! Haynes em seu desfecho nos abre espaço para outras facetas da reflexão a respeito deste eterno combate entre mãe e filha. A exímia interpretação de Kate Winslet completa com sabedoria o "extrarealismo" que essa adaptação peca em propor, na seguinte forma, quando somos submetidos a tantos detalhes, perdemos a habilidade de imaginar as coisas de forma distinta. Não existe necessidade de transpor tudo, afinal de contas, para isso existe a nossa insistência em projetar nossas experiências na arte. Todd Haynes não intitula isto série, mas sim filme, e por conta disso, somos vítimas desta duração e apaixonados pela mensagem que ela propõe!
Gossip Girl: A Garota do Blog (4ª Temporada)
4.1 469Foi-se o tempo que a série nos oferecia inovações que perpassavam a mesmice de filhos buscando por seus pais e relações afetivas inseguras pela dualidade imbecil dos próprios "rendezvous" que efetivamente não funcionam. Disfunções mesmo quando a personagem mais interessante, Blair Waldorf, encontra-se no palco da narrativa, a qual antes nos proporcionava sensações nostálgicas quanto às artes e envolvimento com a trama, mas que agora nos implora para crescer e buscar coisas mais pertinentes.
Glee (2ª Temporada)
4.1 470É improvável soltar um elogio completo ao Glee, a série tem uma qualidade totalmente inconstante. Os discursos de aceitação e a personagem Sue de Jane Lynch constituem o único diferencial nesta temporada. Apesar da Rachel Berry ser muito identificável, pessoalmente, Glee nos encanta por nada senão pela trilha sonora!
Desperate Housewives (7ª Temporada)
4.4 107Desesperadamente viciante!
Barrados no Baile (3ª Temporada)
3.9 9Uma temporada muito centrada nos relacionamentos amorosos se comparada com as duas anteriores. As referências continuam surpreendentes, os títulos criativos, apesar de que o mais óbvio é a caída na qualidade dos problemas juvenis predominantes no roteiro. Não satisfeitos, a edição do finale em flashbacks é extremamente insuficiente e não oferece ao espectador demasiada ânsia de iniciar uma nova temporada. Destacando-se no início com a viagem de Brenda e Donna à Paris, a série começa a desenvolver a temática "traição" entre os membros da gangue, o que leva a diversos questionamentos psicológicos superficiais e uma empatia ainda maior por parte do público.
Se tem uma coisa inquestionável ao longo da série, isto é o poder apologético e influente que os roteiristas conseguiram obter através do público jovem no início da década de 90, desde o comportamento até no âmbito comercial, o que está devidamente refletido nas aparições de artistas famosos da época, tanto no decorrer da narrativa quanto nos créditos dançantes. Os episódios que se destacam nesta temporada estão entre "Too Little, Too Late/Paris 75001", "Shooting Star/American in Paris", "The Back Story", "Rebel with a Cause", "The Kindness of Strangers", "It's a Totally Happening Life", "Midlife… Now What?" e "Back in the High Life Again".
Sailor Moon (1ª Temporada)
4.2 113 Assista AgoraUsagi & Tuxedo para a eternidade!
Gravitation
3.6 29Marcou minha adolescência. Ainda guardo os mangás! グラビテーション :)
Maysa - Quando Fala o Coração
4.2 275 Assista AgoraMaysa era um verdadeiro espírito precursor do rompimento de regras. Jamais poderia sonhar em assistir mais bela homenagem aos seus olhares amargos. São longas tomadas de acidez, que nos revelam a cruz de sua personalidade. Aquilo que ninguém poderia tirá-la – o dom em fazer vida de suas mortes. Nunca consigo evitar a dor delas – Grand Dame. Sinto-me admirado por uma força invisível que as move. No caso de Maysa, o álcool foi um grande amigo. Os amores passavam, aquele velho uísque ficava.
A verdade é que intensidade de sua vida tornou-a susceptível a um fim trágico.
Se pudesse ter encontrado algum de seus olhares, diria – "Ne NOUS quitte pas!"
Capitu
4.5 629Uma minissérie que buscava transportar divinas palavras da literatura brasileira para a telinha. O resultado é interessante a muitos, porém não transpassa a encenação comercial do patrocínio da música "Elephant Gun" aos meus olhos. O destaque sólido é para alguns trechos teatrais. Do resto, leia o livro!
Barrados no Baile (2ª Temporada)
3.9 8"Anaconda", "Play it again, David", "Halloween", "The Next 50 Years", "U4EA" e "Walsh Family Christmas" são meus episódios prediletos. O poker à la Sinatra, referências à "Casablanca", Donna colocando Lycra para o futuro e o Natal Walshiano. Uma delícia para os olhos. Verdade!
Barrados no Baile (1ª Temporada)
3.9 80"Fame is Where You Find It", "B.Y.O.B." e o episódio piloto são os meus preferidos.
A Linha da Beleza
3.6 13La Ligne de Beauté? Definitivamente o título em francês dá um up (sentido publicitário) nesta história que não considero ser tão avassaladora. Entretanto, não deve ser subestimada por tratar bem um assunto tão delicado: AIDS. É baseada em um livro escrito por Alan Hollinghurst, ambientada no Reino Unido, tem como personagem principal Nick Guest, que por ironia do destino é um 'guest' (do inglês, hóspede) na casa da família Fedden. Entre os luxos e personagens excêntricos, Nick conhece a experiência da hipocrisia social por conta de sua orientação sexual.
Sendo praticamente uma minissérie de 3 episódios, "Linha da Beleza" trata a promiscuidade, seja em festas restritas ou grandes eventos, a relação política com a homossexualidade na entranha oitentista e natureza da beleza.