Há sim a figura do "branco salvador", principalmente no final, já por isso o filme é contraditório, já que ao iniciar tudo ele demonstra que não haveria outra forma daquele grupo sair dali se não da maneira que aconteceu. Mas considerando o histórico do diretor, ele não se contenta em apenas contar, ele quer arrancar do espectador qualquer emoção, quer tornar tudo grandioso demais. Assim acaba se perdendo na própria ideia de ter um filme que aborde uma história de resistência e que tem uma complexidade que ele não soube dar conta.
A Europa como um todo ainda não está bem resolvida com a questão do colonialismo, e também com imigração. "Samba" entra um pouco nisso. Aqui temos um personagem que personifica algo caro, e que também incomoda muitos europeus, que ora não sabem lidar com isso, ora utilizam um tipo de filantropia para se se sentirem, como é o caso da personagem Alice. Omar Sy é muito carismático e traz o filme pra si. Isso é inevitável. Mas tudo o que o filme apresenta parece boas intenções que não leva a lugar algum. Há uma limpeza em tudo que é apresentado aqui. É como se fosse um tipo "democracia" sem impasses ou problemas, e quando esses aparecem são resolvidos rapidamente.
É curioso esse filme existir considerando que a personagem já apareceu em tantos outros filmes, e depois de tudo o que aconteceu resolveram fazer um filme pra ela, parece um tipo de cota tardia. Mas há uma supresa aqui, já que o filme vai para um lado um tanto exagerado seja da ação, seja do drama. Como a personagem e muitos outros que estão ali não tem poderes, é até curioso como eles reagem a toda ação e sobrevivem, e é nisso que o filme cresce. Sendo essa ação descompensada. Sem se preocupar em ter muito envolvimento com algo sobrenatural, ou algo parecido, parece um filme de ação até mesmo de ação meio lado b dos filmes de ação. Mas os envolvidos parecem saber disso, então de alguma maneira funciona, mesmo com muitas lacunas, e pedindo ao espectador um conhecimento prévio de alguns acontecimentos fora do filme, que estão em outros filmes, e séries. E essa é a parte sempre fraca de universo que a Marvel/Disney criou. Essa necessidade de consumir tudo, para não se se sentir perdido.
Não é preciso ser original, e esse filme não é, mas em como contar isso, e nesse último caso o filme não tem sucesso. É um filme que, apesar ir direto ao público infantil, parece mais preocupado com o adulto que vai acompanhar a criança, ou com o adulto mesmo. Toda a trajetória da protagonista em um busca de um propósito, parece algo muito mais vindo de algum vídeo do YouTube, do que algo que de fato tenha um peso ali. O par romântico dela consegue ser pior que ela. Pois não sobra nada pra ele, a não ser uma tentativa mal feita de humor.
Existe até uma certa ingenuidade nessa premissa de falar com os mortos através de uma mão. Soa rídiculo, já que a mão parece algo feito em uma aula de arte e foi sendo rabiscada conforme o tempo foi passando por outras pessoas. Mas para além disso o filme é sobre culpa, depressão e uso de drogas. Nisso ele tem semelhança com "Corrente do mal", que também tinha uma premissa muito simples. A personagem principal não é bem vista pois claramente está depressiva depois da morte da mãe. O contato com os mortos, faz com que ela se enturme, é basicamente a socialização que pode ser feita com pessoas que usam drogas em comum, e, da maneira como os jovens no filme usam, há uma relação muito forte com isso. Mas essas analogias por mais interessantes que sejam, acabam ficando confusas em determinado momento. Não é como se o filme virasse uma bagunça, mas parece que ele não sabe tão bem pra onde ir. Mas a cena final é muito boa, e de fato assusta.
Há aqui um modo teatral na condução da trama. Mas que prefere estar mais contido do que de fato ir mais além disso. Essa opção torna o filme oscilante. Não é necessariamente uma falha, mas está longe de ser algo positivo ainda mais considerando do que o filme fala. Algumas escolhas parecem não são justificadas. É como se a direção não confiasse nos atores, e mais ainda, no texto, e em como eles iriam falar esse texto, então busca mais, e mais, sendo que há momentos em que apenas o silêncio já diz tudo.
Por alguns momentos há um olhar muito romântico para uma grande metrópole, o que tanto tem o lado bom e ruim. Mas o que o filme tem mais de interessante é esse apreço por momentos banais, pela condução simples, e até mesmo a resolução do conflito. Os momentos mais fracos eram mesmo essa certa irrealidade, quando os personagens saem da cidade, que é uma grande personagem. Até mesmo os desencontros dos personagens se dá por estarem dentro do meio urbano. Então quando o filme vai para um lado mais da "fantasia" é frágil. Afinal, a fantasia já está ali em como a cidade é mostrada e até mesmo nessa simplicidade do filme.
A cidade faz parte do filme como um personagem, seja ela qual for. E individualiza tudo, e por isso há os desencontros, que faz com que os personagens, e também o espectador em sua vida olhem por outro ângulo. Os personagens se perdem, mas se acham pois é assim que funciona na metrópole. A tensão entre os dois é tátil, e, ao mesmo tempo a direção opta por algo mais exagerado em alguns momentos, mas ele consegue conter quando é necessário.
Tem uma pretensão de ser algo muito grandioso, mas a grandiosidade fica em pequenos detalhes desse filme em que há dois filmes. A história de amor tenta trazer de volta algo meio "Casablanca", mas o melhor mesmo fica por conta de toda a trama envolvendo a personagem Hana. Ali sim o filme mostra ter um pouco mais de interesse, e até mesmo o diretor parece estar mais interessado nessa parte da história do que na outra, que é pura emulação de algo que já foi, mas que aqui é feito de forma fraca até.
O filme investe mais nas cenas de ação, que parecem ter um uma influência dos filmes da série John Wick, do que na trama. Tudo é muito condesado para que caiba em uma determinada metragem e não faça o espectador se sentir entediado ao ver uma trama que não se passa nos dias atuais, por isso o investimento nas cenas de ação, e menos nas conpirações. Há claramente uma certa obsessão em querer parecer um filme dos EUA, e até parece em alguns momentos.
Essa mistura de um noir com essa realidade totalmente não confiável estabelece "Paprika" em um lugar muito único, além é claro de debochar em vários momentos de relações sociais que são estabelecidas (vide aquela grande parada próximo ao fim do filme). O diretor joga o espectador no meio da ação e o espectador que acompanhe ou não, mas indo com calma e sem muitas distrações é possível compreender o que está acontecendo, e a trama fica mais simples de absorver. Claro que vão rolar altas interpretações, mas esse jogo entre o real e o imaginário é muito próprio do noir, claro que de outra forma. "Paprika" usa isso a seu favor, talvez isso explique tantas pessoas gostarem da animação. Onde também me incluo.
É o típico filme de terror sobre trauma, mas faz isso de uma forma bem óbvia. Pode ser que o diretor não pensasse tanto nessas alegorias, mas que o lado do horror pudesse compensar tudo. Mas não é isso que acontece. Acho bom o filme não querer explicar origem da criatura, e deixar algumas lacunas. Não vejo como furo de roteiro, mas como mostrar algo que é o essencial, e é isso que o filme faz quando parte pra esse horror mais aberto.
Há o interesse pelo cotidiano, já que é a partir dele que é exposta essa precariedade da vida do protagonista, assim como a falta de oportunidades que ele, e que de alguma maneira se estende ao filho. O corpo aqui é presente pois representa o fim do personagem diante do mundo, já que para ele envelhecer é algo que o prejudica. Que o coloca em um lugar pior de quando era jovem.
De alguma forma há algo bem tradicional na maneira em como a narrativa é conduzida, e isso faz com que o filme cresça. Tem algo de oposto ao que se espera de histórias assim, mas ao olhar com atenção, nem é tão oposto assim. É um filme tenso, mesmo sendo uma história de amor. A tensão que o espectador é nítida nas cenas, assim como o desconforto, misturado com afeto e carinho
Há uma tentivva de conciliar o "esquisito" com esse humor até simples do diretor. O Taika de alguma forma entendeu o que a Marvel/Disney queria, assim como o James Gunn no último "Guardiões", não ofende, vai pelo caminho seguro, e no fim agrada todo mundo. Mas pelo menos tem cor, e uma centelha de tentar fazer algo que não seja tão ligado a esse grande universo criado. Tem até resumo do que houve até aqui no começo do filme. Tipo aqueles das telenovelas e séries pra TV.
A direção vai no que é seguro, e com isso acerta mais do que devia. Não interessa de onde vem as criaturas, mas sim em como as pessoas reagem a isso. É uma tendência do terror que cada vez mais tem tido aderência. O que não é ruim, alguns fazem uma direção segura, outros avançam mais.
De alguma forma é o mesmo filme que o primeiro, mas com algumas mudanças. O gancho que ele deixa no fim até é parecido com o filme anterior. Mas esse aqui se interessa menos em como os personagens reagem e vivem naquele mundo e quer criar tensão em momentos diferentes. E consegue. Chega a ser até algo simples mesmo, inclusive na direção de arte que não tem a pretensão de fazer um cenário maior, e com isso muitas cenas tensas ou de ação ocorrem em lugares que pareçam abandonados, mas não necessariamente destruídos. O incômodo aqui fica com a trilha que poderia aparecer menos, e em momentos mais oportunos.
É um amor silencioso, causa até espanto quando eles vocalizam algo, ou até mesmo quando há o confronto, mas há intensidade ali, e a forma como os corpos são filmados mostra o que de de fato precisa ser mostrado, e não vocalizado. o final abrupto, deixa perguntas, mas é bem provável que seja essa a ideia passada, de que a busca pelo amor, é abrupta também, tem fases ruins, não é fácil de entender, o que torna o filme bem verossímil dentro do que é apresentado ao espectador.
Dessa leva "pós Tropa de Elite", e ainda com a ambição de falar da segurança pública na cidade do Rio de Janeiro, não consegue falar de quase nada de forma interessante, ou propor algum olhar mais interessante. O lance do morro dos prazeres ter uma upp é algo que fica como um papel de parede no fundo, pois fora isso, toda a trama poderia se passar sem a upp ali, e me impressiona como os diretores fazem ainda hoje um retrato péssimo do que seria uma pessoa que vende drogas, ou o chamado traficante, sério, não é preciso ir muito longe pra ver que aquele retrato ali não cabe em qualquer lugar da cidade do RIo de Janeiro. Aqui é visível que o problema é a direção, e não os atores.
Se o primeiro foi sobre amadurecimento, esse segundo é sobre as escolhas, não só do Miles, mas assim como a Gwen e do Miguel. Até mesmo o Mancha faz escolhas, o que mobiliza Miles a mudar suas decisões. Assim esse segundo filme já vai para um aspecto mais sombrio do que acontece ali, das decisões, do que pode acontecer com a sua, junto ao que pode acontecer a partir dessas decisões. Não a toa a relação de Miles e Gwen está mais díficil nesse filme, até mesmo Peter Parker passa por uma mudança. Fora Miguel que busca controlar tudo e perceber que nem tudo pode ser controlado. Junto a isso, há mais conexões entre o que está acontecendo com as cores, sombra e luz. É com essa conexão que o filme acaba se tornando o tipo de filme que mostra que animação pode e deve experimentar mais. Tudo relacionado a Gwen crescem muito com essas conexões do que há dentro dos personagens, junto ao que está sendo mostrado.
É a mesma história de amadurecimento vista antes, inclusive isso é muito frisado nos filmes do Sam Raimi. Mas o que chama atenção é esse não se levar a sério que a animação traz, e em como a direção utiliza as possibilidades disso. Já que poderia fazer algo muito preso a realidade, o filme não só não se filia a isso, como ainda ironiza isso, mas ainda acreditando no que está sendo contado. Não é apenas a ironia pela ironia. É apenas fazer piada com algo que muitos já chamam de "canônico". E não é tanto assim, e esse filme mostra que ainda há muito a explorar.
O que importa aqui é como os personagens sentem o que sentem, mas não conseguem nomear, além do ambiente precarizado em que vivem. A questão do ambiente é importante pois é vísivel que a direção faz questão de mostrar isso, mas sem se focar nisso, sendo algo mais como um pano de fundo, mas que se conecta com a trama central, que de alguma forma é um filme pra dentro. Tanto é um filme pra dentro que o final não chega a ser um final, pois eles não conseguem, e talvez nunca consigam lidar com o que sentem. É enxergar para além da pobreza e ver a subjetividade das pessoas ali retratadas, e o desejo dos corpos. A vontade que não se nomeia, o sentimento que aparece feroz, sedutor e perigoso.
Em alguns momentos parece algo feito pela A24, em outros parece mais esse cinema brasileiro que fica entre algo muito popular e outro mais independente. É possível enxergar um gênero ali e como o diretor vai utilizando isso ao seu favor. Mas esse humor mais explícito não é o forte do filme. Ele consegue ser o que é quando utiliza algo mais contido, ou que fique nas entrelinhas, aí é onde a direção acerta.
A intimidade que o espectador cria com esses personagens é incrível. Fora o rigor em como tudo é filmado. Hamaguchi não tem pressa, e retratar o cotidiano, e breves encontros não pode haver pressa. E tudo o que o espectador imagina ele desconstrói. É como se fosse uma resposta mais dinâmica sobre ter amizades e relacionamentos. Simplesmente lindo.
Amistad
3.9 317 Assista AgoraHá sim a figura do "branco salvador", principalmente no final, já por isso o filme é contraditório, já que ao iniciar tudo ele demonstra que não haveria outra forma daquele grupo sair dali se não da maneira que aconteceu. Mas considerando o histórico do diretor, ele não se contenta em apenas contar, ele quer arrancar do espectador qualquer emoção, quer tornar tudo grandioso demais. Assim acaba se perdendo na própria ideia de ter um filme que aborde uma história de resistência e que tem uma complexidade que ele não soube dar conta.
Samba
3.8 335A Europa como um todo ainda não está bem resolvida com a questão do colonialismo, e também com imigração. "Samba" entra um pouco nisso. Aqui temos um personagem que personifica algo caro, e que também incomoda muitos europeus, que ora não sabem lidar com isso, ora utilizam um tipo de filantropia para se se sentirem, como é o caso da personagem Alice. Omar Sy é muito carismático e traz o filme pra si. Isso é inevitável. Mas tudo o que o filme apresenta parece boas intenções que não leva a lugar algum. Há uma limpeza em tudo que é apresentado aqui. É como se fosse um tipo "democracia" sem impasses ou problemas, e quando esses aparecem são resolvidos rapidamente.
Viúva Negra
3.5 1,0K Assista AgoraÉ curioso esse filme existir considerando que a personagem já apareceu em tantos outros filmes, e depois de tudo o que aconteceu resolveram fazer um filme pra ela, parece um tipo de cota tardia. Mas há uma supresa aqui, já que o filme vai para um lado um tanto exagerado seja da ação, seja do drama. Como a personagem e muitos outros que estão ali não tem poderes, é até curioso como eles reagem a toda ação e sobrevivem, e é nisso que o filme cresce. Sendo essa ação descompensada. Sem se preocupar em ter muito envolvimento com algo sobrenatural, ou algo parecido, parece um filme de ação até mesmo de ação meio lado b dos filmes de ação. Mas os envolvidos parecem saber disso, então de alguma maneira funciona, mesmo com muitas lacunas, e pedindo ao espectador um conhecimento prévio de alguns acontecimentos fora do filme, que estão em outros filmes, e séries. E essa é a parte sempre fraca de universo que a Marvel/Disney criou. Essa necessidade de consumir tudo, para não se se sentir perdido.
Elementos
3.7 470Não é preciso ser original, e esse filme não é, mas em como contar isso, e nesse último caso o filme não tem sucesso. É um filme que, apesar ir direto ao público infantil, parece mais preocupado com o adulto que vai acompanhar a criança, ou com o adulto mesmo. Toda a trajetória da protagonista em um busca de um propósito, parece algo muito mais vindo de algum vídeo do YouTube, do que algo que de fato tenha um peso ali. O par romântico dela consegue ser pior que ela. Pois não sobra nada pra ele, a não ser uma tentativa mal feita de humor.
Fale Comigo
3.6 968 Assista AgoraExiste até uma certa ingenuidade nessa premissa de falar com os mortos através de uma mão. Soa rídiculo, já que a mão parece algo feito em uma aula de arte e foi sendo rabiscada conforme o tempo foi passando por outras pessoas. Mas para além disso o filme é sobre culpa, depressão e uso de drogas. Nisso ele tem semelhança com "Corrente do mal", que também tinha uma premissa muito simples. A personagem principal não é bem vista pois claramente está depressiva depois da morte da mãe. O contato com os mortos, faz com que ela se enturme, é basicamente a socialização que pode ser feita com pessoas que usam drogas em comum, e, da maneira como os jovens no filme usam, há uma relação muito forte com isso. Mas essas analogias por mais interessantes que sejam, acabam ficando confusas em determinado momento. Não é como se o filme virasse uma bagunça, mas parece que ele não sabe tão bem pra onde ir. Mas a cena final é muito boa, e de fato assusta.
Mass
4.0 70 Assista AgoraHá aqui um modo teatral na condução da trama. Mas que prefere estar mais contido do que de fato ir mais além disso. Essa opção torna o filme oscilante. Não é necessariamente uma falha, mas está longe de ser algo positivo ainda mais considerando do que o filme fala. Algumas escolhas parecem não são justificadas. É como se a direção não confiasse nos atores, e mais ainda, no texto, e em como eles iriam falar esse texto, então busca mais, e mais, sendo que há momentos em que apenas o silêncio já diz tudo.
Entergalactic
4.1 90 Assista AgoraPor alguns momentos há um olhar muito romântico para uma grande metrópole, o que tanto tem o lado bom e ruim. Mas o que o filme tem mais de interessante é esse apreço por momentos banais, pela condução simples, e até mesmo a resolução do conflito. Os momentos mais fracos eram mesmo essa certa irrealidade, quando os personagens saem da cidade, que é uma grande personagem. Até mesmo os desencontros dos personagens se dá por estarem dentro do meio urbano. Então quando o filme vai para um lado mais da "fantasia" é frágil. Afinal, a fantasia já está ali em como a cidade é mostrada e até mesmo nessa simplicidade do filme.
Companheiros, Quase Uma História de Amor
4.3 30A cidade faz parte do filme como um personagem, seja ela qual for. E individualiza tudo, e por isso há os desencontros, que faz com que os personagens, e também o espectador em sua vida olhem por outro ângulo. Os personagens se perdem, mas se acham pois é assim que funciona na metrópole. A tensão entre os dois é tátil, e, ao mesmo tempo a direção opta por algo mais exagerado em alguns momentos, mas ele consegue conter quando é necessário.
O Paciente Inglês
3.7 459 Assista AgoraTem uma pretensão de ser algo muito grandioso, mas a grandiosidade fica em pequenos detalhes desse filme em que há dois filmes. A história de amor tenta trazer de volta algo meio "Casablanca", mas o melhor mesmo fica por conta de toda a trama envolvendo a personagem Hana. Ali sim o filme mostra ter um pouco mais de interesse, e até mesmo o diretor parece estar mais interessado nessa parte da história do que na outra, que é pura emulação de algo que já foi, mas que aqui é feito de forma fraca até.
Os Três Mosqueteiros: D’Artagnan
3.4 68 Assista AgoraO filme investe mais nas cenas de ação, que parecem ter um uma influência dos filmes da série John Wick, do que na trama. Tudo é muito condesado para que caiba em uma determinada metragem e não faça o espectador se sentir entediado ao ver uma trama que não se passa nos dias atuais, por isso o investimento nas cenas de ação, e menos nas conpirações. Há claramente uma certa obsessão em querer parecer um filme dos EUA, e até parece em alguns momentos.
Paprika
4.2 503 Assista AgoraEssa mistura de um noir com essa realidade totalmente não confiável estabelece "Paprika" em um lugar muito único, além é claro de debochar em vários momentos de relações sociais que são estabelecidas (vide aquela grande parada próximo ao fim do filme). O diretor joga o espectador no meio da ação e o espectador que acompanhe ou não, mas indo com calma e sem muitas distrações é possível compreender o que está acontecendo, e a trama fica mais simples de absorver. Claro que vão rolar altas interpretações, mas esse jogo entre o real e o imaginário é muito próprio do noir, claro que de outra forma. "Paprika" usa isso a seu favor, talvez isso explique tantas pessoas gostarem da animação. Onde também me incluo.
Boogeyman: Seu Medo é Real
2.8 225 Assista AgoraÉ o típico filme de terror sobre trauma, mas faz isso de uma forma bem óbvia. Pode ser que o diretor não pensasse tanto nessas alegorias, mas que o lado do horror pudesse compensar tudo. Mas não é isso que acontece. Acho bom o filme não querer explicar origem da criatura, e deixar algumas lacunas. Não vejo como furo de roteiro, mas como mostrar algo que é o essencial, e é isso que o filme faz quando parte pra esse horror mais aberto.
Mundo Grua
3.6 5 Assista AgoraHá o interesse pelo cotidiano, já que é a partir dele que é exposta essa precariedade da vida do protagonista, assim como a falta de oportunidades que ele, e que de alguma maneira se estende ao filho. O corpo aqui é presente pois representa o fim do personagem diante do mundo, já que para ele envelhecer é algo que o prejudica. Que o coloca em um lugar pior de quando era jovem.
Vidas Passadas
4.2 764 Assista AgoraDe alguma forma há algo bem tradicional na maneira em como a narrativa é conduzida, e isso faz com que o filme cresça. Tem algo de oposto ao que se espera de histórias assim, mas ao olhar com atenção, nem é tão oposto assim. É um filme tenso, mesmo sendo uma história de amor. A tensão que o espectador é nítida nas cenas, assim como o desconforto, misturado com afeto e carinho
Thor: Amor e Trovão
2.9 973 Assista AgoraHá uma tentivva de conciliar o "esquisito" com esse humor até simples do diretor. O Taika de alguma forma entendeu o que a Marvel/Disney queria, assim como o James Gunn no último "Guardiões", não ofende, vai pelo caminho seguro, e no fim agrada todo mundo. Mas pelo menos tem cor, e uma centelha de tentar fazer algo que não seja tão ligado a esse grande universo criado. Tem até resumo do que houve até aqui no começo do filme. Tipo aqueles das telenovelas e séries pra TV.
Um Lugar Silencioso
4.0 3,0K Assista AgoraA direção vai no que é seguro, e com isso acerta mais do que devia. Não interessa de onde vem as criaturas, mas sim em como as pessoas reagem a isso. É uma tendência do terror que cada vez mais tem tido aderência. O que não é ruim, alguns fazem uma direção segura, outros avançam mais.
Um Lugar Silencioso - Parte II
3.6 1,2K Assista AgoraDe alguma forma é o mesmo filme que o primeiro, mas com algumas mudanças. O gancho que ele deixa no fim até é parecido com o filme anterior. Mas esse aqui se interessa menos em como os personagens reagem e vivem naquele mundo e quer criar tensão em momentos diferentes. E consegue. Chega a ser até algo simples mesmo, inclusive na direção de arte que não tem a pretensão de fazer um cenário maior, e com isso muitas cenas tensas ou de ação ocorrem em lugares que pareçam abandonados, mas não necessariamente destruídos. O incômodo aqui fica com a trilha que poderia aparecer menos, e em momentos mais oportunos.
Really Love
3.6 15É um amor silencioso, causa até espanto quando eles vocalizam algo, ou até mesmo quando há o confronto, mas há intensidade ali, e a forma como os corpos são filmados mostra o que de de fato precisa ser mostrado, e não vocalizado. o final abrupto, deixa perguntas, mas é bem provável que seja essa a ideia passada, de que a busca pelo amor, é abrupta também, tem fases ruins, não é fácil de entender, o que torna o filme bem verossímil dentro do que é apresentado ao espectador.
Pacificado
3.4 17 Assista AgoraDessa leva "pós Tropa de Elite", e ainda com a ambição de falar da segurança pública na cidade do Rio de Janeiro, não consegue falar de quase nada de forma interessante, ou propor algum olhar mais interessante. O lance do morro dos prazeres ter uma upp é algo que fica como um papel de parede no fundo, pois fora isso, toda a trama poderia se passar sem a upp ali, e me impressiona como os diretores fazem ainda hoje um retrato péssimo do que seria uma pessoa que vende drogas, ou o chamado traficante, sério, não é preciso ir muito longe pra ver que aquele retrato ali não cabe em qualquer lugar da cidade do RIo de Janeiro. Aqui é visível que o problema é a direção, e não os atores.
Homem-Aranha: Através do Aranhaverso
4.3 524 Assista AgoraSe o primeiro foi sobre amadurecimento, esse segundo é sobre as escolhas, não só do Miles, mas assim como a Gwen e do Miguel. Até mesmo o Mancha faz escolhas, o que mobiliza Miles a mudar suas decisões. Assim esse segundo filme já vai para um aspecto mais sombrio do que acontece ali, das decisões, do que pode acontecer com a sua, junto ao que pode acontecer a partir dessas decisões. Não a toa a relação de Miles e Gwen está mais díficil nesse filme, até mesmo Peter Parker passa por uma mudança. Fora Miguel que busca controlar tudo e perceber que nem tudo pode ser controlado. Junto a isso, há mais conexões entre o que está acontecendo com as cores, sombra e luz. É com essa conexão que o filme acaba se tornando o tipo de filme que mostra que animação pode e deve experimentar mais. Tudo relacionado a Gwen crescem muito com essas conexões do que há dentro dos personagens, junto ao que está sendo mostrado.
Homem-Aranha: No Aranhaverso
4.4 1,5K Assista AgoraÉ a mesma história de amadurecimento vista antes, inclusive isso é muito frisado nos filmes do Sam Raimi. Mas o que chama atenção é esse não se levar a sério que a animação traz, e em como a direção utiliza as possibilidades disso. Já que poderia fazer algo muito preso a realidade, o filme não só não se filia a isso, como ainda ironiza isso, mas ainda acreditando no que está sendo contado. Não é apenas a ironia pela ironia. É apenas fazer piada com algo que muitos já chamam de "canônico". E não é tanto assim, e esse filme mostra que ainda há muito a explorar.
Cidade Baixa
3.4 356 Assista AgoraO que importa aqui é como os personagens sentem o que sentem, mas não conseguem nomear, além do ambiente precarizado em que vivem. A questão do ambiente é importante pois é vísivel que a direção faz questão de mostrar isso, mas sem se focar nisso, sendo algo mais como um pano de fundo, mas que se conecta com a trama central, que de alguma forma é um filme pra dentro. Tanto é um filme pra dentro que o final não chega a ser um final, pois eles não conseguem, e talvez nunca consigam lidar com o que sentem. É enxergar para além da pobreza e ver a subjetividade das pessoas ali retratadas, e o desejo dos corpos. A vontade que não se nomeia, o sentimento que aparece feroz, sedutor e perigoso.
Entre Idas e Vindas
2.7 118Em alguns momentos parece algo feito pela A24, em outros parece mais esse cinema brasileiro que fica entre algo muito popular e outro mais independente. É possível enxergar um gênero ali e como o diretor vai utilizando isso ao seu favor. Mas esse humor mais explícito não é o forte do filme. Ele consegue ser o que é quando utiliza algo mais contido, ou que fique nas entrelinhas, aí é onde a direção acerta.
Happy Hour
4.3 4A intimidade que o espectador cria com esses personagens é incrível. Fora o rigor em como tudo é filmado. Hamaguchi não tem pressa, e retratar o cotidiano, e breves encontros não pode haver pressa. E tudo o que o espectador imagina ele desconstrói. É como se fosse uma resposta mais dinâmica sobre ter amizades e relacionamentos. Simplesmente lindo.