É cheio daqueles momentos "discurso", onde o personagem fala algo sem parar e acaba fazendo algum reflexão sobre a vida. Não acho que isso seja ruim, e até funciona aqui devido a idade e condição do personagem. Já o discurso dele final com os aplausos só é ruim mesmo. Não há nada novo, mas talvez por não querer muito além do que é necessário Martin Brest faz um filme modesto, e mesmo a prentensão de ser uma grande reflexão sobre vida fica de lado com o final que não pretende ser otimista, mas apenas um fim mesmo que dentro do que foi mostrado era o que era possível.
De alguma maneira o Alan Parker cria uma certa fantasia, mesmo que tenebrosa, mas ainda assim há uma fantasia ali. Em alguns momentos beira a um tipo de pesadelo causado por uso de alguma coisa. E é isso que torna tão terrível o que é mostrado ali, e ao mesmo tempo tão real. Essa quebra em não tentar ser tão preso ao que de fato aconteceu, mesmo sendo, já que o filme usa as fotos no final em preto e branco pra mostrar essa distinção. E também a diferença, o que interessava ao diretor era o que houve na prisão, e nem tanto o antes, ou o depois. Esse objetivo torna o filme mais forte ainda.
Impressionante como falha em tudo. É mesmo um filme da Disney sem ser da Disney já que todo o arquétipo do estúdio está ali. Bem provável que há uma influência dos filmes do estúdio em outras produções, e acabe surgindo coisas como isso aqui.
Se não fosse a bagunça que o Sommers faz o filme seria um perfeito deleite visual e sensorial camp. Mas infelizmente se perde em umas subtramas que não são desenvolvidas, e ainda assim há uma insistência por elas. Mas tem momentos inspirados aqui como o cientista vilão, e o personagem que não fala e de origem desconhecida. O fato de ter muitos personagens também não ajuda, e ainda há a tentativa de contrapor cada lado. Nesse sentido lembra uma telenovela do Carlos Lombardi, em como os personagens construíram seus traumas e coisas assim. Há uma simplicidade que até gera certo encanto, mas a bagunça é maior que isso.
Quanto mais o filme avança menos apegado a qualquer formalidade real o filme fica. Talvez seja o ápice aqui dessa ausência de um mundo que o espectador conhece e reconhece, para algo que não existe, a não ser, ali na tela durante os minutos que o filme dura. O amanhecer é falso, mesmo as locações reais são falsas. Objetos que já foram usados em outra época criam um anacronismo que faz com que o filme tenha uma violência, em algumas vezes, até mesmo pitoresca, quase inofensiva. Os diálogos poderiam ter sido tirados de um gibi do Tex, e ditos com a seriedade em como são ditos, criam o real dentro do irreal. Tudo aquilo ali existe, mesmo depois do fim, mas não da forma do mundo em que o espectador habita.
As situações incômodas geram mais tensão e são mais desconfortáveis de assistir. Mas ao mesmo tempo o filme parece não querer incomodar tanto e deixando tudo mesmo pro fim. Que, apesar de ser algo violento, perde um pouco diante do que já vinha sendo demonstrado antes. Também tem uma certa ambição em querer discutir a natureza do mal, ou em como certas pessoas sentem prazer em praticar maldades. A maneira como todo o final é filmado vai um pouco pra esse lado, de tentar desvendar isso, ou insinuar que há um mistério que o espectador não vai saber nunca
É um caos bem controlado. Mas há momentos que parecem haver mais "liberdade" na direção. Além de toda ambição que o filme carrega em cobrir durante um longo período de tempo na vida de três personagens. Com isso o filme não consegue mostrar o que é dito, seja a decadência, seja a loucura. De alguma forma o controle sobre a história que está sendo contada fica frágil já que alguns temas são colocados de forma superficial. Mas o fim da personagem da Margot Robbie, e também o do Brad Pitt, são momentos inspirados, bem melancólicos, mas contidos o suficiente pra gerar algum efeito em que assiste.
Situar toda a ação em um outro espaço que não seja a da cabana, torna a abordagem diferente. E o diretor sabe disso, já que muito do que acontece não está apenas no apartamento que tem um ar decadente assim como a cabana. E é nessa ação dentro desse limite que o filme cresce. Além disso há o fator dos próprios personagens entenderem o que está acontecendo. Mas é estranho todo esse tempo da Eli no corredor. É como se fosse uma antecipação do que vai vir e não vem, e infelizmente o filme é cheio desses momentos.
O tanto de sangue deve ser pra compensar o quanto o filme não tem energia para criar um ambiente de loucura. Fora que tudo a todo momento é muito estranho. As pessoas possuem poucas dúvidas do bizarro, já acreditam logo, ou logo são possuídas. O fato da personagem estar em um processo de reabilitação é válido já que surge ali uma pequena dúvida sobre o que está sendo visto. Mas não vai muito além disso. O lugar ali não é maldito é apenas um lugar.
Aqui todo o exagero do primeiro filme ganha forma, além de ter uma luta de uma pessoa contra ela mesma. O que é divertido e fascinante ao mesmo tempo. Sam Raimi mostra que consegue segurar por muito tempo um espaço claustrofóbico, e só com um personagem. Inclusive toda essa sequência é a melhor do filme. É um se afogar na loucura que não recusa ser ridículo, e também acreditar naquilo. A adição de outros personagens serve como uma interação dessa ambiguidade do personagem do Ash, já que ele também é o antagonista. Mas o que chama mesmo a atenção é em como o cenário é um personagem, e no fim isso fica mais evidente ainda.
Esse híbrido entre terror e comédia acaba pendendo mais para um lado. Nesse caso o da comédia, em muitos momentos é difícil ver algo de terror ali. Parece mais um "De volta para o futuro" mais exagerado. Já que não há nenhum compromisso com ser real ou não. O que até contribui para o andamento do filme, e também para como o Ash é visto nesse novo universo, ora herói, ora forasteiro que precisa sumir dali. Com isso existe mais um imaginário de um determinado período do que de fato uma preocupaçõe em ter detalhes sobre o período.
Essa ambiguidade em relação aos possuídos dá um ar de loucura a situação, como também eles reagem a isso. O terror não é tanto por essa força demoníaca que eles não vêem, mas em como ele transforma aqueles que amam e conhecem. Por isso o Ash acaba sendo um herói improvável pois ele tem muita dúvida do que fazer e em como fazer. Situar tudo em um único espaço é uma boa ideia para o orçamento limitado, mas também pela claustrofobia que essa situação acaba trazendo. O humor aqui ainda não é tão forte, mas os exageros aqui e ali acabam mostrando esse exagero que gera o humor.
James Gunn foi o diretor que mais entendeu o que Disney/Marvel queria em seus filmes, esse aqui é o ápice disso. É emotivo até o talo, a estranheza é limpa, e tem as cenas de ação pra deixar tudo bem feito na cartilha. E nessa estranheza bem comportada cabe música, cabe salvar inocentes, tem até algo religioso, mas que não se adentra muito. É inofensivo, mas também consegue ter algo autoral do diretor enquanto ele corresponde bem as expectativas do público, mas principalmente dos produtores e acionistas.
Há coisas isoladas que trazem uma graça ao filme, seja pelo tom jocoso, seja por essa fantasia mais escancarada que o filme abraça. Mas no geral é tudo muito irregular, é como se houvesse a chance de fazer algo que fuja do lugar comum estabelecido pela Disney/Marvel, e entrasse em algo ainda não explorado. Penso que seria mais proveitoso o filme ir de encontro a esse universo que ali é apresentado, sem piada, algo mais camp mesmo, mas esse mundo imaginado por produtores não deixaria isso.
É uma mistura de Indiana Jones com Sherlock Holmes, mas falta algo mais direto nesse terror com esse aspecto de filme de baixo orçamento. Mas é admirável como o filme não teme o horror, na verdade ele exagera a um nível hiperbólico. O que ajuda nesse tom episódico que o filme almeja.
Esse filme remete muito ao "A vida marinha de Steve Zissou", no sentido do que é o filme, para quem é esse filme, e ao mesmo tempo Anderson comenta sobre o cinema em geral. Ao estabelecer desde o começo esse faz de conta, Anderson também aponta em como o cinema perdeu ao longo do tempo, ou pelo menos no momento presente, essa farsa mais direta. E tudo o que envolve os aliens é sobre isso. Não precisa ser "real", na verdade é o oposto disso. E de alguma maneira ele acaba fazendo um filme de gênero, mas ao seu modo, sendo mais melancólico do que poderia ser. Não sei se é o melhor dele, mas certamente é onde o diretor aposta mais nessa fantasia simplista até, como se houvesse um orçamento tão limitado que o que foi possível foi aquilo, mas também esse sentimento de que coletivamente é possível sentir algo, e o cinema ainda faz isso.
É uma piada que se esgota rápido. Interessa ver toda essa experiência que vai tomando proporções absurdas, mas até que ponto isso é válido? Há uma crítica ali a respeito desse vazio dos grandes restaurantes que propagam ao para além da comida? O filme acaba se beneficiando desse começo onde o que fica aparente se mostra rídiculo, mas passado isso há repetições, e aquilo que parece ser interessante fica óbvio e sem viço.
Talvez o filme mais pessimista do Bay. Em determinado momento alguém fala em filme de terror, só o horror mesmo para explicar essa stuação. E não há herois, o que há são pessoas nem quem sabem para o que luta. Talvez por isso o sangue, as explosões, o desespero por não saber o que vem a seguir. O fim amargo, não há glótrias. O fim da bandeira mostra que todos ali estão condenados a um tipo de repetição. Mas que não significado.
É até interessante toda essa forma que remonta a literatura da escola realista do século 19. Até mesmo o final do filme acaba confirmando. Mas se na literatura do século 19 houvesse em alguns momentos uma visão negativa sobre o mundo, mesmo que conservadora, aqui só a visão conservadora mesmo. A ideia de contar uma história de amor que precisa passar por uma expiação dos pecados é quase um conto cristão sobre perdão e a importância da família. Mesmo que o filme tente de alguma forma colocar uma visão de como era a condição da mulher na sociedade daquela época, ainda assim é conservador, além de raso. Chega a ser engraçado algumas escolhas feitas. Mas continuam ruins.
A jornada da personagem da Elinor é mais penosa e ao mesmo tempo mais díficil de acompanhar, por isso quando chega ao fim é recompensador ver o que acontece a ela. O filme é muito feliz em conduzir tudo e não ter nenhuma pista de como aquilo vai terminar, em segurar o mistério, parecendo que as personagens não tem um lugar no mundo, pelo menos não naquele mundo em que pertencem. Que é um mundo que o Ang Lee faz questão de mostrar bem a estrutura e o rídiculo das situações, assim como o lugar delas, enquanto mulheres naquele mundo. Talvez a cena final não seja tão interessante do que todo o caminho das irmãs até ali, mas o John olhando ao longe quebra um pouco a falta de coesão com o que está sendo visto, mas funciona já que retorna ao que tinha sido mostrado antes das desilusões que o filme mostrou até ali.
Impressiona como toda a tensão entre Lizzi e Darcy é filmada. Parece que está bem escancarado, mas ao mesmo tempo não está tão explicíto. E o fato de isso não ficar evidenciado com outros artífcios enriquece o filme. É tudo feito para que a história entre os dois tenha o andamento necessário para sentir o acúmulo desses encontros, o passar dos dias, os acontecimentos ao redor deles. E esse tempo acaba contribuindo para essa tensão entre eles, e a percepção de que não adianta o que aconteça, eles não conseguem deixar de gostar um do outro.
O diretor sabe que o espectador já conhece o final, então, a partir disso, ele usa o "como isso aconteceu", e "em que momento isso acontece". Já que ele quer o espectador saiba como um dia aparentemente banal se torna outra coisa, e com isso detalha durante bons minutos banalidades antes do avião sair do aeroporto, e mesmo depois disso, ele ainda vai fornecer aos poucos o que vai acontecendo não só no avião, mas em todo o país. Com isso a tensão vai aumentando até chegar ao momento em que o sequestro do avião acontece, mas agora o espectador já sabe que não há como acontecer nada de diferente do que fato aconteceu pois o caos não está só ali dentro, mas fora também.
No humor até tem certo charme e graça, mesmo que não seja algo muito novo, o que não é um problema, pois em algum momento o filme parece saber que não há tanta novidade no que aborda. Mas quando o filme começa a se deslocar desse absurdo dos dias de hoje. Mas então o filme decide ser "sério", sem ter essa capacidade pra isso. Há ainda umas escolhas nas lentes para causa um certo desconforto, mas apesar disso é raso, há mais esforço do que algo concreto que possa ser mais do que parece. Poderia ter ficado só no humor mesmo.
Tudo o que envolve Katie e Jeff não é claro. Eles não se encontram durante o dia, os lugares que eles frenquentam sempre são cheios de sombras, há uma escuridão, nada é extremamente iluminado. Isso faz parte desse jogo entre eles, revelando que eles estão em um emaranhado de mentiras, em que nenhum dos dois sabe extamente o que é verdade. Não há como saber exatamente o que os une, o filme deixa esse mistério, é como se o espectador soubesse tanto quanto eles mesmos sobre as intenções e sentimentos deles.
Perfume de Mulher
4.3 1,3K Assista AgoraÉ cheio daqueles momentos "discurso", onde o personagem fala algo sem parar e acaba fazendo algum reflexão sobre a vida. Não acho que isso seja ruim, e até funciona aqui devido a idade e condição do personagem. Já o discurso dele final com os aplausos só é ruim mesmo. Não há nada novo, mas talvez por não querer muito além do que é necessário Martin Brest faz um filme modesto, e mesmo a prentensão de ser uma grande reflexão sobre vida fica de lado com o final que não pretende ser otimista, mas apenas um fim mesmo que dentro do que foi mostrado era o que era possível.
O Expresso da Meia-Noite
4.1 476 Assista AgoraDe alguma maneira o Alan Parker cria uma certa fantasia, mesmo que tenebrosa, mas ainda assim há uma fantasia ali. Em alguns momentos beira a um tipo de pesadelo causado por uso de alguma coisa. E é isso que torna tão terrível o que é mostrado ali, e ao mesmo tempo tão real. Essa quebra em não tentar ser tão preso ao que de fato aconteceu, mesmo sendo, já que o filme usa as fotos no final em preto e branco pra mostrar essa distinção. E também a diferença, o que interessava ao diretor era o que houve na prisão, e nem tanto o antes, ou o depois. Esse objetivo torna o filme mais forte ainda.
G.I. Joe Origens: Snake Eyes
2.6 104 Assista AgoraImpressionante como falha em tudo. É mesmo um filme da Disney sem ser da Disney já que todo o arquétipo do estúdio está ali. Bem provável que há uma influência dos filmes do estúdio em outras produções, e acabe surgindo coisas como isso aqui.
G.I. Joe: A Origem de Cobra
3.0 996 Assista AgoraSe não fosse a bagunça que o Sommers faz o filme seria um perfeito deleite visual e sensorial camp. Mas infelizmente se perde em umas subtramas que não são desenvolvidas, e ainda assim há uma insistência por elas. Mas tem momentos inspirados aqui como o cientista vilão, e o personagem que não fala e de origem desconhecida. O fato de ter muitos personagens também não ajuda, e ainda há a tentativa de contrapor cada lado. Nesse sentido lembra uma telenovela do Carlos Lombardi, em como os personagens construíram seus traumas e coisas assim. Há uma simplicidade que até gera certo encanto, mas a bagunça é maior que isso.
John Wick 4: Baba Yaga
3.9 692 Assista AgoraQuanto mais o filme avança menos apegado a qualquer formalidade real o filme fica. Talvez seja o ápice aqui dessa ausência de um mundo que o espectador conhece e reconhece, para algo que não existe, a não ser, ali na tela durante os minutos que o filme dura. O amanhecer é falso, mesmo as locações reais são falsas. Objetos que já foram usados em outra época criam um anacronismo que faz com que o filme tenha uma violência, em algumas vezes, até mesmo pitoresca, quase inofensiva. Os diálogos poderiam ter sido tirados de um gibi do Tex, e ditos com a seriedade em como são ditos, criam o real dentro do irreal. Tudo aquilo ali existe, mesmo depois do fim, mas não da forma do mundo em que o espectador habita.
Não Fale o Mal
3.6 680As situações incômodas geram mais tensão e são mais desconfortáveis de assistir. Mas ao mesmo tempo o filme parece não querer incomodar tanto e deixando tudo mesmo pro fim. Que, apesar de ser algo violento, perde um pouco diante do que já vinha sendo demonstrado antes. Também tem uma certa ambição em querer discutir a natureza do mal, ou em como certas pessoas sentem prazer em praticar maldades. A maneira como todo o final é filmado vai um pouco pra esse lado, de tentar desvendar isso, ou insinuar que há um mistério que o espectador não vai saber nunca
Babilônia
3.6 333 Assista AgoraÉ um caos bem controlado. Mas há momentos que parecem haver mais "liberdade" na direção. Além de toda ambição que o filme carrega em cobrir durante um longo período de tempo na vida de três personagens. Com isso o filme não consegue mostrar o que é dito, seja a decadência, seja a loucura. De alguma forma o controle sobre a história que está sendo contada fica frágil já que alguns temas são colocados de forma superficial. Mas o fim da personagem da Margot Robbie, e também o do Brad Pitt, são momentos inspirados, bem melancólicos, mas contidos o suficiente pra gerar algum efeito em que assiste.
A Morte do Demônio: A Ascensão
3.3 818 Assista AgoraSituar toda a ação em um outro espaço que não seja a da cabana, torna a abordagem diferente. E o diretor sabe disso, já que muito do que acontece não está apenas no apartamento que tem um ar decadente assim como a cabana. E é nessa ação dentro desse limite que o filme cresce. Além disso há o fator dos próprios personagens entenderem o que está acontecendo. Mas é estranho todo esse tempo da Eli no corredor. É como se fosse uma antecipação do que vai vir e não vem, e infelizmente o filme é cheio desses momentos.
A Morte do Demônio
3.2 3,9K Assista AgoraO tanto de sangue deve ser pra compensar o quanto o filme não tem energia para criar um ambiente de loucura. Fora que tudo a todo momento é muito estranho. As pessoas possuem poucas dúvidas do bizarro, já acreditam logo, ou logo são possuídas. O fato da personagem estar em um processo de reabilitação é válido já que surge ali uma pequena dúvida sobre o que está sendo visto. Mas não vai muito além disso. O lugar ali não é maldito é apenas um lugar.
Uma Noite Alucinante 2
3.8 711 Assista AgoraAqui todo o exagero do primeiro filme ganha forma, além de ter uma luta de uma pessoa contra ela mesma. O que é divertido e fascinante ao mesmo tempo. Sam Raimi mostra que consegue segurar por muito tempo um espaço claustrofóbico, e só com um personagem. Inclusive toda essa sequência é a melhor do filme. É um se afogar na loucura que não recusa ser ridículo, e também acreditar naquilo. A adição de outros personagens serve como uma interação dessa ambiguidade do personagem do Ash, já que ele também é o antagonista. Mas o que chama mesmo a atenção é em como o cenário é um personagem, e no fim isso fica mais evidente ainda.
Uma Noite Alucinante 3
3.5 530 Assista AgoraEsse híbrido entre terror e comédia acaba pendendo mais para um lado. Nesse caso o da comédia, em muitos momentos é difícil ver algo de terror ali. Parece mais um "De volta para o futuro" mais exagerado. Já que não há nenhum compromisso com ser real ou não. O que até contribui para o andamento do filme, e também para como o Ash é visto nesse novo universo, ora herói, ora forasteiro que precisa sumir dali. Com isso existe mais um imaginário de um determinado período do que de fato uma preocupaçõe em ter detalhes sobre o período.
Uma Noite Alucinante: A Morte do Demônio
3.8 1,4K Assista AgoraEssa ambiguidade em relação aos possuídos dá um ar de loucura a situação, como também eles reagem a isso. O terror não é tanto por essa força demoníaca que eles não vêem, mas em como ele transforma aqueles que amam e conhecem. Por isso o Ash acaba sendo um herói improvável pois ele tem muita dúvida do que fazer e em como fazer. Situar tudo em um único espaço é uma boa ideia para o orçamento limitado, mas também pela claustrofobia que essa situação acaba trazendo. O humor aqui ainda não é tão forte, mas os exageros aqui e ali acabam mostrando esse exagero que gera o humor.
Guardiões da Galáxia: Vol. 3
4.2 805 Assista AgoraJames Gunn foi o diretor que mais entendeu o que Disney/Marvel queria em seus filmes, esse aqui é o ápice disso. É emotivo até o talo, a estranheza é limpa, e tem as cenas de ação pra deixar tudo bem feito na cartilha. E nessa estranheza bem comportada cabe música, cabe salvar inocentes, tem até algo religioso, mas que não se adentra muito. É inofensivo, mas também consegue ter algo autoral do diretor enquanto ele corresponde bem as expectativas do público, mas principalmente dos produtores e acionistas.
Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania
2.8 518 Assista AgoraHá coisas isoladas que trazem uma graça ao filme, seja pelo tom jocoso, seja por essa fantasia mais escancarada que o filme abraça. Mas no geral é tudo muito irregular, é como se houvesse a chance de fazer algo que fuja do lugar comum estabelecido pela Disney/Marvel, e entrasse em algo ainda não explorado. Penso que seria mais proveitoso o filme ir de encontro a esse universo que ali é apresentado, sem piada, algo mais camp mesmo, mas esse mundo imaginado por produtores não deixaria isso.
O Exorcista do Papa
2.8 359 Assista AgoraÉ uma mistura de Indiana Jones com Sherlock Holmes, mas falta algo mais direto nesse terror com esse aspecto de filme de baixo orçamento. Mas é admirável como o filme não teme o horror, na verdade ele exagera a um nível hiperbólico. O que ajuda nesse tom episódico que o filme almeja.
Asteroid City
3.1 195 Assista AgoraEsse filme remete muito ao "A vida marinha de Steve Zissou", no sentido do que é o filme, para quem é esse filme, e ao mesmo tempo Anderson comenta sobre o cinema em geral. Ao estabelecer desde o começo esse faz de conta, Anderson também aponta em como o cinema perdeu ao longo do tempo, ou pelo menos no momento presente, essa farsa mais direta. E tudo o que envolve os aliens é sobre isso. Não precisa ser "real", na verdade é o oposto disso. E de alguma maneira ele acaba fazendo um filme de gênero, mas ao seu modo, sendo mais melancólico do que poderia ser. Não sei se é o melhor dele, mas certamente é onde o diretor aposta mais nessa fantasia simplista até, como se houvesse um orçamento tão limitado que o que foi possível foi aquilo, mas também esse sentimento de que coletivamente é possível sentir algo, e o cinema ainda faz isso.
O Menu
3.6 1,0K Assista AgoraÉ uma piada que se esgota rápido. Interessa ver toda essa experiência que vai tomando proporções absurdas, mas até que ponto isso é válido? Há uma crítica ali a respeito desse vazio dos grandes restaurantes que propagam ao para além da comida? O filme acaba se beneficiando desse começo onde o que fica aparente se mostra rídiculo, mas passado isso há repetições, e aquilo que parece ser interessante fica óbvio e sem viço.
13 Horas - Os Soldados Secretos de Benghazi
3.5 311Talvez o filme mais pessimista do Bay. Em determinado momento alguém fala em filme de terror, só o horror mesmo para explicar essa stuação. E não há herois, o que há são pessoas nem quem sabem para o que luta. Talvez por isso o sangue, as explosões, o desespero por não saber o que vem a seguir. O fim amargo, não há glótrias. O fim da bandeira mostra que todos ali estão condenados a um tipo de repetição. Mas que não significado.
O Despertar de uma Paixão
3.9 541 Assista AgoraÉ até interessante toda essa forma que remonta a literatura da escola realista do século 19. Até mesmo o final do filme acaba confirmando. Mas se na literatura do século 19 houvesse em alguns momentos uma visão negativa sobre o mundo, mesmo que conservadora, aqui só a visão conservadora mesmo. A ideia de contar uma história de amor que precisa passar por uma expiação dos pecados é quase um conto cristão sobre perdão e a importância da família. Mesmo que o filme tente de alguma forma colocar uma visão de como era a condição da mulher na sociedade daquela época, ainda assim é conservador, além de raso. Chega a ser engraçado algumas escolhas feitas. Mas continuam ruins.
Razão e Sensibilidade
4.0 526 Assista AgoraA jornada da personagem da Elinor é mais penosa e ao mesmo tempo mais díficil de acompanhar, por isso quando chega ao fim é recompensador ver o que acontece a ela. O filme é muito feliz em conduzir tudo e não ter nenhuma pista de como aquilo vai terminar, em segurar o mistério, parecendo que as personagens não tem um lugar no mundo, pelo menos não naquele mundo em que pertencem. Que é um mundo que o Ang Lee faz questão de mostrar bem a estrutura e o rídiculo das situações, assim como o lugar delas, enquanto mulheres naquele mundo. Talvez a cena final não seja tão interessante do que todo o caminho das irmãs até ali, mas o John olhando ao longe quebra um pouco a falta de coesão com o que está sendo visto, mas funciona já que retorna ao que tinha sido mostrado antes das desilusões que o filme mostrou até ali.
Orgulho e Preconceito
4.2 2,8K Assista AgoraImpressiona como toda a tensão entre Lizzi e Darcy é filmada. Parece que está bem escancarado, mas ao mesmo tempo não está tão explicíto. E o fato de isso não ficar evidenciado com outros artífcios enriquece o filme. É tudo feito para que a história entre os dois tenha o andamento necessário para sentir o acúmulo desses encontros, o passar dos dias, os acontecimentos ao redor deles. E esse tempo acaba contribuindo para essa tensão entre eles, e a percepção de que não adianta o que aconteça, eles não conseguem deixar de gostar um do outro.
Vôo United 93
3.4 233 Assista AgoraO diretor sabe que o espectador já conhece o final, então, a partir disso, ele usa o "como isso aconteceu", e "em que momento isso acontece". Já que ele quer o espectador saiba como um dia aparentemente banal se torna outra coisa, e com isso detalha durante bons minutos banalidades antes do avião sair do aeroporto, e mesmo depois disso, ele ainda vai fornecer aos poucos o que vai acontecendo não só no avião, mas em todo o país. Com isso a tensão vai aumentando até chegar ao momento em que o sequestro do avião acontece, mas agora o espectador já sabe que não há como acontecer nada de diferente do que fato aconteceu pois o caos não está só ali dentro, mas fora também.
Influencer de Mentira
3.2 90 Assista AgoraNo humor até tem certo charme e graça, mesmo que não seja algo muito novo, o que não é um problema, pois em algum momento o filme parece saber que não há tanta novidade no que aborda. Mas quando o filme começa a se deslocar desse absurdo dos dias de hoje. Mas então o filme decide ser "sério", sem ter essa capacidade pra isso. Há ainda umas escolhas nas lentes para causa um certo desconforto, mas apesar disso é raso, há mais esforço do que algo concreto que possa ser mais do que parece. Poderia ter ficado só no humor mesmo.
Fuga do Passado
4.0 86 Assista AgoraTudo o que envolve Katie e Jeff não é claro. Eles não se encontram durante o dia, os lugares que eles frenquentam sempre são cheios de sombras, há uma escuridão, nada é extremamente iluminado. Isso faz parte desse jogo entre eles, revelando que eles estão em um emaranhado de mentiras, em que nenhum dos dois sabe extamente o que é verdade. Não há como saber exatamente o que os une, o filme deixa esse mistério, é como se o espectador soubesse tanto quanto eles mesmos sobre as intenções e sentimentos deles.