É o típico filme que já se prevê o desfecho nos primeiros minutos, ainda mais neste caso, que se trata de uma adaptação de um livro excelente e clássico. Diga-se de passagem, meu romance gótico favorito.
Nesta adaptação, os roteiristas se valeram de um trecho do livro e inseriram alguns personagens novos — meio fracos, em sua maioria — dentro da famigerada trama. Mas como era de se esperar, Liam Cunningham entregou uma atuação bastante convincente em seu personagem, o capitão Elliot.
Também gostei do protagonista, o médico Clemens (Corey Hawkins) e ainda mais da personagem Anna (Aisling Franciosi) — contrariando alguns sujeitos alienados aqui, que disseram se tratar de "mera lacração". Muitos se deixaram traumatizar por outros filmes e agora se tornaram paranoicos, sempre que aparece uma mulher com destaque em alguma cena, já apontam e vociferam: "lacração!"
Não há lacração alguma. E tampouco vejo problemas com personagens femininas fortes. Provavelmente, os sujeitos que frisam isso, não se atentaram ao trecho em que a personagem conta como foi parar ali, bem como seu passado, recurso chamado "backstory" no roteiro. Lacração é quando querem forçar a barra, enfiar um discurso goela abaixo, descartar a lógica, suplantar a verossimilhança, colocando a ideologia, a militância e o politicamente correto acima da trama (acima de tudo), problematizando — e condenando — homens, ou melhor, "o patriarcado", resultando numa siririca mental infindável. Algo que aqui não fizeram. Nesse aspecto, o roteiro manteve a congruência.
No entanto, ainda assim, há alguns equívocos no enredo, furos e limitações. Mas apesar disso, no geral, achei bacana. Trouxe uma boa ambientação, cenas interessantes e bem-feitas. A fotografia, cenografia, maquiagem e trilha sonora, são ótimas, os pontos altos da obra.
Obviamente, poderia ter sido bem melhor, mas está longe de ser o total fiasco que os pseudocríticos dizem por aí. Mesmo que, lamentavelmente, tenha sido, sim, um fracasso de bilheteria, chegando a faturar metade do orçamento — mas lembremos que nem sempre sucesso de bilheteria implica em boa qualidade. Vide "Barbie", que foi um sucesso de bilheteria e, dizendo o óbvio, para ser um filme medíocre e um pouco menos fútil, teria de melhorar muito.
Voltando ao que interessa, é uma pena mesmo que "Drácula: A Última Viagem do Deméter", de fato, naufragou. Estava torcendo para que fosse melhor e fizesse uma boa bilheteria, impulsionando mais filmes (bons) do gênero. É sempre desafiador adaptar um livro, ainda mais um clássico que já teve tantas versões no cinema e em outras mídias. E também contar com um orçamento relativamente baixo para os padrões atuais de Hollywood — todavia, eu sei, isso nem sempre é desculpa. Existem filmes excelentes com baixíssimos orçamentos. Mas há de convir que para uma obra audiovisual de terror/fantasia, adaptação de um clássico, num período vitoriano, complica bastante a execução.
Penso que, o maior equívoco, foi a ideia de adaptar Drácula, novamente. Ainda mais um único capítulo da obra, como foi feito. Seria muito mais profícuo se fosse um roteiro original de vampiros, mesmo que ambientado na maior parte dentro de um navio — acho válido —, porém, com bem mais liberdade criativa, algum ineditismo e mais possibilidades no arcabouço da narrativa. Além de evitar comparações, ainda haveria um terreno fértil para explorar, aprofundar mais os personagens e evitar alguns clichês.
O próprio Drácula, apesar do visual bacana, foi mal aproveitado, limitando-se a ser um mero monstro o tempo todo, sem carisma e praticamente sem falas. Teve gente que o achou inteligente nesta adaptação, eu não achei. No máximo, instintivo. Quem leu o livro sabe, Drácula tem várias facetas, tem seu flanco bestial, assassino e sanguinário, mas também tem seu lado humano, carismático, dissimulado e persuasivo.
Até o momento, “Drácula de Bram Stoker”, do Coppola continua sendo a melhor adaptação de todas. E depois dela, os filmes do Terence Fisher, com o saudoso Christopher Lee.
Enfim. Acho que vale a pena conferir, sem uma expectativa alta. Não tem saído quase filme deste gênero que mereça ser visto. Não me lembro de nenhum que gostei nos últimos anos. Pra mim, sendo bem justo, "Drácula: A Última Viagem do Deméter" é um filme nota 6.
Belíssimo. Fatidicamente melancólico e denso. Pura catarse, ou seja, tudo que mais aprecio.
Muitos não gostam desse ar sorumbático que muitas obras dramáticas exibem, mas lhe digo: assim como as peças mais belas de Shakespeare são as tragédias, e a vida por si só é trágica, a arte quando capta esse aspecto indelével da existência e retrata com grande sensibilidade, se torna algo magnífico.
Theodore é um personagem bem verossímil, que só enfatiza o caráter taciturno, ou talvez, misantrópico de uma grande parcela da sociedade, que também padece diariamente por conta de uma infindável solidão. O filme salienta que as pessoas sempre têm a possibilidade de se relacionar com terceiros, seja uma relação afetuosa bem íntima e rotineira, ou ainda uma amizade esporádica. Porém, não o fazem por inúmeros motivos, entre eles, a insegurança, desconfiança, instabilidade, medo, traumas, uma asfixiante desilusão, etc. E cada dia que passa, o ser humano tem mais dificuldade para criar vínculos.
E penso que a tendência é piorar, seja por conta dos aspectos citados acima, ou pela tentativa vã de substituir afetos e um relacionamento sólido por tecnologia ou efemeridades. Além disso, a psique humana é de fato complexa, confusa, contraditória, passional, ao mesmo tempo frígida e cálida. Enquanto que tantos solteiros(as) enfatizam: “Eu quero ficar sozinho(a)!”, muitos, de modo oculto estão à procura de conhecer gente nova para se envolver, e em sites e aplicativos de relacionamentos por aí. Ainda que a pessoa simule uma austeridade, insensibilidade, ressaltando que só está a fim de flertes e sexo casual. Sem contar que, uns ainda enaltecem sua solidão aderindo a certas tendências que dizem estar na moda ser “single”. Mas não tem jeito, com exceção dos psicopatas/sociopatas e outros seres que carregam enfermidades psíquicas, quaisquer indivíduos têm sensibilidade em alguma medida, sempre estarão à mercê do amor romântico (não é redundância, há vários tipos de amor), ainda que lutem contra isso e até tentem repudiar. Desde nossos ancestrais neandertais já era assim e conosco não é diferente. Tantos filósofos já escreveram sobre isso, inclusive Schopenhauer, e mais recentemente o sociólogo Zygmunt Bauman em livros como Modernidade Líquida, Amor Líquido, Vida Líquida e demais obras.
E tem outro fator que corrobora a solidão intrínseca e gritante (mesmo quem está num relacionamento “tradicional”): o narcisismo desmedido; que por sinal também é uma patologia. Desde que surgiram as redes sociais, as pessoas solitárias tentam mascarar seu sofrimento interno com certas frivolidades como inúmeras selfies durante um dia, postar toda hora o que está fazendo, o que está sentindo, onde está e afins. Com as selfies, tentam justificar que é “Amor Próprio”, mas que na verdade é uma colossal carência e necessidade de dissimular, ou seja, fingir ser o que não é e/ou sentir o que não sente. O amor próprio não tem necessidade de ser ostentado a todo o momento, quem o faz, certamente tem algum desequilíbrio emocional. Doravante, realmente é um tema vasto.
Voltando ao filme. Embora o plot pareça surreal a princípio, talvez não seja tanto assim. Como disse, essa grande dificuldade de manter vínculos duradouros, faz com que cada vez mais surjam os famosos namoros virtuais, que não é de hoje, inclusive, conheço e já conheci pessoas que passam meses num relacionamento desses, e muitas vezes terminam sem ter conhecido pessoalmente o indivíduo que se “relacionou”, e já conheci adultos, diga-se de passagem. E hoje também se tornou algo natural. Será que o plot do filme é tão fantasioso assim? Creio que não.
E para quem achou também irrisório o fato do Theodore e a Samantha (a voz) até fazerem sexo daquele modo (por áudio), esquecem que há tempos já existe o famigerado “tele-sexo”. Enfim.
A imensa melancolia do Roteiro é cativante, mesmo para as pessoas que gostam de obras jubilosas, a sensibilidade que o Spike Jonze teve (e penso que ainda tem) é notável. Não à toa, lhe rendeu um Oscar, um Globo de Ouro e outros prêmios, que nesse caso, a meu ver, foi bem merecido. Fora isso, o filme tem boas doses de humor, por vezes atenuando parte da tristeza do protagonista e do público envolvido com a trama.
A produção num todo é excelente, também há um grande destaque para a Fotografia, bem como a Direção de Arte extremamente competente e bela. O figurino antiquado do Theodore serviu como um ótimo contraste e contraponto para todos os artifícios tecnológicos que se expõe aos olhos do espectador. Realçando ainda mais sua personalidade peculiar e introspectiva, mesmo havendo semelhanças entre os outros solitários que também aderiram ao OS (assistente pessoal,ou assistente virtual de computador,semelhante ao Siri do (IOS) ou Cortana da Microsoft).
Gostei muito do elenco de modo geral, destaque para Joaquin Phoenix e Scarlett Johansson. Atuação de ambos foi excelente, me surpreenderam. Penso que a Johansson deve ter tido suas respectivas dificuldades em ser extremamente expressiva apenas com a voz (semelhantes às dublagens tradicionais), porém, sem extravasar dos atributos singulares da personagem.
Ótima montagem. Trilha Sonora belíssima, sublime. Direção formidável do Spike Jonze. Tem tudo para se tornar um clássico no futuro.
Adoro a franquia, desde o primeiro, Cloverfield – Monstro, já achava tudo ótimo (detalhe que nem curto filmes found footage, com raras exceções). O segundo, Rua Cloverfield 10, então nem se fala, achei excelente, com um suspense corrosivo e imprevisível, elenco formidável, direção magnífica também. Entretanto, esse terceiro teve tantos deslizes e equívocos, que fica difícil defender, mesmo para um fã inveterado.
Achei uma ideia promissora e perspicaz que desde 2008, cada um tivesse seu formato, gênero e linguagem própria: o primeiro, found footage, é mais um terror desmesurado e caótico; o segundo um baita suspense, tenso, com um personagem desequilibrado e paranoico, confinamento, toques de terror e ficção científica no final; o terceiro ambientado quase que completamente no espaço, ficção científica pura. No entanto, o grande problema, a meu ver, foi no desenvolvimento e erros crassos no roteiro, tão pueris que chegam até a transmitir um amadorismo, diluindo toda a seriedade da trama e grandiosidade da produção. Diga-se de passagem, O Paradoxo Cloverfield foi produzido por J.J. Abrams (um baita cineasta que já vem cuidando da produção desde o primeiro) e Drew Goddard, roteirista de Cloverfield - Monstro. Ou seja, ainda teve o aval de dois grandes profissionais, bem experientes e respeitáveis, como que deixaram passar batido os equívocos gritantes desse roteiro?
Várias cenas extremamente insólitas e incoerentes que são indefensáveis. Eis algumas delas, que me deu vontade até de desistir de ver o filme:
1 – Aquela cena em que o Mundy perde o braço, como que numa mutilação, sem uma gota de sangue, não sente nada, e a expressão que fica, nada convincente, por si só já seria intragável. Mas depois ainda piora, segue como se nada tivesse acontecido, logo depois começa a fazer piadas.
2 – Mais a diante, Schmidt escuta um ruído assustador, tudo sugere que será uma criatura monstruosa, e no fim encontra apenas o braço do outro sujeito dando um rolê pela nave, no melhor estilo Mãozinha da Família Addams.
3 – Posteriormente, exibem o tal braço decepado ainda se mexendo, “pensando” e escrevendo por conta própria! Com uma justificativa tacanha e insustentável.
4 – A bussola da nave some e vai parar misteriosamente dentro do corpo do finado Volkov! E ainda só descobrem porque a mãozinha escreveu!
Já estava insosso e pouco envolvente, mas depois disso tudo acabou de desandar. Nem mesmo o drama subjetivo da Ava Hamilton e boa atuação da atriz, fez com que trouxesse mais empatia para a trama; e me pareceu que tentaram reproduzir algo muito parecido com que é mostrado em “A Chegada” e “Interestelar”, especificamente no âmbito dos respectivos protagonistas. Uma tentativa frustrada, nesse caso.
Sem contar outros momentos que são mostrados, quase que de forma aleatória, irrisória e sem agregar nada:
Lá pela metade, antes da cena do braço decepado, Volkov adoece misteriosamente, como se tivesse sido infectado sem de fato ter uma infecção. Depois tem um ataque epilético, na sequência vomita as trocentas minhocas que tinham sumido e foram aparecer justo no estômago dele. Aliás, para que os sujeitos guardavam aquelas minhocas?? Estimação?? Levaram pra passear no espaço??
Monk, um sujeito que é médico (e brasileiro ainda por cima), mas na hora que necessitam que faça uma incisão no corpo do defunto russo, diz que não consegue... Aí a chinesa, que é uma engenheira, que se dispõe a fazer o serviço. E a verossimilhança mais uma vez é jogada no espaço...
Outro fator que parece um detalhe trivial, mas faz toda a diferença: O trecho que aparece o escritor/especialista da teoria que leva o nome do filme, alertando que não devem jamais continuar com a missão, e já entrega todas as consequências. Isso além de óbvio gera expectativas que o filme não cumpre. E o tempo todo fazem isso, sugerem que algo realmente nefasto vai acontecer naquele reduto, mas no fim não é nada... Uma broxada atrás da outra.
A produção é relativamente curta, mas gastam tanto tempo com problemas secundários, intrigas pouco convincentes entre os personagens, nem mesmo boas lutas corpo a corpo (sei que não é um filme de ação, mas se o roteirista se dispõe a inserir, que seja realmente bem elaboradas e minimamente aceitáveis, e não uma mulher retirando o manete de um pebolim para bater em outra). Essas e tantas outras coisas dão a impressão que o filme é longo, bem sem nexo e fatidicamente arrastado. Há tantos deslizes, que atenuaram o plot principal e em vários momentos deixaram a trama cair no ridículo.
Também parecia boa a ideia de criar um terceiro filme para preencher as lacunas deixadas nos dois primeiros, (não gosto de usar o termo “explicar”, visto que não precisa ser algo didático) mas fizeram tudo de forma tão desleixada, que acabou sendo quase irrelevante. Seria melhor ter mantido alguns mistérios e dúvidas do que fazer com que a franquia ficasse em descrédito.
Sei que não é fácil criar um enredo, cada página de um roteiro equivale aproximadamente a um minuto de filme, ou seja, um filme de 140 minutos vai ter cerca de 140 páginas, praticamente um livro. E um roteiro tem suas peculiaridades, não é como escrever um romance ou um conto grande. Ainda mais do gênero de ficção científica. Além de exigir profunda experiência de quem escreve, necessita de um conhecimento prévio em ciências, nesse caso engenharia eletrônica/mecânica, física e principalmente astronomia e lógica! Óbvio que o sujeito não precisa ser profissional em uma dessas áreas, mas que ao menos leia muito, muito mesmo sobre isso. Para que tenha segurança em desenvolver algo consistente e crível. Veja por exemplo, H. G. Wells, H.P. Lovecraft (creio que Drew Goddard deva ter se inspirado nele para projetar o primeiro filme) e Isaac Asimov, os caras não eram cientistas ou astrônomos, mas tinham um repertório gigantesco, além disso, foram bastante observadores com seus semelhantes e com a sociedade num todo, por isso criaram bons personagens, ótimas tramas e obras atemporais.
Enfim. O segundo filme, Rua Cloverfield 10, também focou bastante num conflito interno entre os personagens, mas tudo acontecia de forma inteligente, intrigante, realista e densa. Aí no final, que surge de fato o monstro, fica sendo a cereja do bolo. Já esse terceiro, além de mostrar apenas alguns segundos do monstro no final, não possuiu uma trama sólida e empática o suficiente para sustentar o interesse do espectador. Acabou diluindo o plot, que era muito bom, entregando um grande enfado e decepção no fim. Lamentável, o potencial era imenso.
Infelizmente, com exceção de alguns efeitos, não há nada realmente admirável nesse filme. O Roteiro é medíocre, Fotografia e Direção de Arte medianas, Trilha Sonora displicente, Montagem razoável, Direção ruim.
Já soube que terá mais um filme na franquia, não vou deixar de assistir. Mas como fã de longa data, realmente espero que mantenham a qualidade presente nos dois primeiros. E para tanto, de modo algum deveriam permitir que Oren Uziel escreva o próximo filme!! Não vi os outros trabalhos dele, mas nesse gênero já demonstrou ser péssimo! O mais adequado seria que Drew Goddard que redigiu o primeiro filme, escrevesse o quarto, ou então o excelente trio que roteirizou o segundo: Josh Campbell, Matt Stuecken e Damien Chazelle. E se não for pedir muito, que um dos diretores responsáveis pelos anteriores, talvez o próprio J.J. Abrams ou um diretor competente dirija a produção.
Ver o Pierce Brosnan na correria e distribuindo porrada aos sessenta e tantos anos, pode ser bem divertido e gratificante.
Realmente, segue a linha dos filmes “Busca Implacável”: tiro, porrada e bomba, com algumas atuações relevantes e com sorte, um ou outro plot twist. Mas achei acima da média, tampouco cansativo ou previsível como alguns indivíduos disseram. A menos que se chame de previsível algo que se mostre indubitável nos últimos vinte minutos (que é o desfecho).
Seria óbvio as comparações que fariam com 007, por se tratar basicamente da mesma temática. Porém, neste filme Pierce Brosnan interpreta um espião aposentado, bem mais velho, misterioso, fora do arquétipo de galã sedutor, sem alguns escrúpulos, sem nenhuma pompa e sem doses de ironia do famoso 007. (Diga-se de passagem, no último filme que ele interpretou James Bond,”Um Novo Dia Para Morrer”, estava com uma atuação bem austera, densa e dramática, divergindo muito dos anteriores que protagonizou). Ele é um ator bastante versátil, sou fã do trabalho dele. Tão quanto o Liam Neeson, protagonista de “Busca Implacável”. Aliás, eles têm um ótimo filme western/drama que atuaram juntos, chamado “À Procura da Vingança”, recomendo.
Enfim, de fato o roteiro não é uma obra-prima. Claro que os filmes 007 ainda são superiores, visto que são adaptações de uma série de livros, com trama mais sólida, melhor estruturada, mais carismática, com personagens bem desenvolvidos e vilões icônicos, (sem contar os famigerados veículos e brinquedos do agente secreto britânico). Entretanto, November Man vale pela atuação do Pierce Brosnan, e ainda conta uma boa Fotografia e Trilha Sonora bem competente. Ótimas cenas de ação para os apreciadores.
E para os saudosistas, vale sim, pra saciar parte da nostalgia de quando ele atuava na franquia 007. Todavia, saiba que não é uma cópia, e também ele não vai aparecer de smoking, flertando com belas mulheres, nem bebendo Dry Martini ou Vodka.
Desconfortante, misantrópico, lancinante e ao mesmo tempo empático, denotando grande sensibilidade.
Alguns classificam como "terror", ou "drama e terror", inclusive na própria descrição do Filmow. Porém, não vejo nada de aterrador. Trata-se de um drama bastante singular com teor filosófico e auspicioso. Embora seja fictício, a abordagem é bastante verossímil e realista. E ainda condizendo muito com os tempos contemporâneos.
A obra emerge com relevantes questionamentos e expõe o caráter adverso de alguns indivíduos, principalmente os que mantém o extrínseco preconceito físico, o escárnio e até mesmo a ojeriza para com as pessoas que apresentam problemas congênitos (o que é lamentável, ainda mais no mundo real). Também nos mostra que as monstruosidades são reais; muitas vezes possuem bela aparência, mas em seus âmagos reinam a fealdade, apatia, perfídia, crueldade e todo tipo de abjeção.
Bom Roteiro, trama interessante e reflexiva, bons personagens. A Direção de Arte é ótima, tão quanto a Fotografia. Montagem competente e exímia Direção de Tod Browning, insigne Diretor de Drácula (com Bela Lugosi).
Nos anos 20, já existiam filmes magnânimos e indefectíveis, tais como: Nosferatu, O Gabinete do Dr Caligari, O Homem que Ri, M - O Vampiro de Düsseldorf, Metropolis e etc.
Mas evidentemente este não é um filme que se destaca pela trama, personagens e afins. O Roteiro é bastante simplista e até pueril. No entanto, o ponto saliente da obra é sua linguagem, todo o aspecto visual: Direção de Arte, Fotografia e Montagem. Sendo bastante arrojado para a época. Um tanto enfadonho para quem não está habituado a filmes da época.
A Fotografia fala por si só, segue como o principal artifício para o desenvolvimento da narrativa. Os enquadramentos precisos junto com a iluminação acurada e criativa dão o tom esdrúxulo e intrigante ao filme.
A Direção de Arte é exímia também, através de ótimos figurinos e cenografia, deixam a ambientação ainda mais convincente.
Sobre o elenco, é curioso ver como as atuações de modo geral, eram bem caricatas e teatrais naquele período. Principalmente, durante as duas primeiras décadas do século XX, em que praticamente todos os atores vinham do teatro e eram um tanto inexperientes com o cinema - o que é absolutamente plausível, porém, isso não tornam as produções pífias ou irrelevantes, pelo contrário. – Divergindo dos dias contemporâneos, em que muitos atores têm a possibilidade de ingressar diretamente em produções audiovisuais. Mesmo que muitos ainda prefiram começa com o teatro, mas em certa feita, podem escolher em qual segmento desejam atuar e fazer sua carreira.
Com a primeira produção cinematográfica sendo exibida em 1895 pelos irmãos Lumière (A Chegada do Trem na Estação de Ciotat; inclusive assustando o público, pensavam que de fato um trem estava vindo em suas direções), tudo que se referia às películas ainda era novidade. E nesse sentido, Sombras tem sua grande relevância pela originalidade em projetar sua estória.
Quando você pensa que já desvendou tudo do enredo, que por sinal é excelente e muito bem construído, vem um plot twist que lhe pega de surpresa; e até lhe causa repulsa, ante toda a perversão de um antagonista.
Roteiro redigido com maestria, estarrecedor. Além de toda a trama policial, ótimos personagens, narrativa intrigante do início ao fim. Desfecho atroz, arrebatador. Bastante verossímil e lancinante. Impossível não se surpreender.
Não é um filme de ação ou policial frenético, com edição ultradinâmica contendo 9999 cortes a cada minuto, calcado na trivialidade e cheio de tiro, porrada e bomba, semelhante aos famigerados blockbusters pós 2000. Pra quem reclama que é monótono, com certeza não é público-alvo desse tipo de produção. Melhor ficar apenas na filmografia de Vin Diesel e Jason Statham. Creio ser mais adequado para tal perfil. Doravante.
Chinatown mantém um ritmo mais lento e distendido, propositalmente, exigindo interesse, atenção e maturidade do telespectador. Também não possui violência gráfica gritante, mas o teor psicológico (típico do Polanski) consegue ser mais visceral do que muitos filmes do gênero.
O bom desempenho de todo o elenco é notável, mas as atuações insignes evidentemente ficam por conta de Jack Nicholson (esse cara sempre consegue me surpreender e fazer com que fique cada vez mais fã), John Huston e Faye Dunaway.
Como já era de se esperar, Direção formidável do Polanski (que curiosamente é pouco expressivo como ator, mas como cineasta é magnânimo).
Enfim, imprescindível para os fãs de bons filmes policiais/Noir.
Trama original e intrigante. Apesar de alguns deslizes, a obra é muito bem executada. Chega a ser previsível em boa parte, o telespectador consegue deduzir os rumos da trama. Porém, ainda assim, gera algumas incertezas e não deixa de ser bastante interessante, enleando suspense, terror e gore.
Gostei muito da abordagem realista que deram ao Roteiro, com enfoque em uma perspectiva mais científica, mas não descartando as antigas lendas. Excelente combinação. Os personagens são ótimos, principalmente Talan Gwynek, Mrs. Gwynek, Gavin Flemyng.
Elenco sensacional, deveras convincente e empático. Acertaram em cheio na escolha dos atores, percebe-se que teve um casting 100% preciso. Brian Scott O'Connor estava estarrecedor, atuação monstra, com o perdão do trocadilho.
Direção de Arte também é sublime, com destaque para as maquiagens, próteses, cenografia e afins. As cenas viscerais são simplesmente impressionantes, magnânimas. Só por esse quesito já valeria assistir e apreciar.
A Trilha Sonora emerge como um artifício infalível para gerar mais clima de mistério e terror à trama. Até a música nos créditos iniciais é exímia. Formidável.
Talvez, um dos pontos negativos, é a Fotografia. Não sou adepto ao estilo found-footage, com algumas exceções. Mas às vezes, os enquadramentos imprecisos e o cinegrafista com a câmera na mão, tremendo quase o tempo todo, incomoda.
Aqueles inserts de reportagens no final também são desnecessários, não agregam nada. Creio que se terminasse o filme após o desfecho na floresta, já estaria muito bom. Contudo, isso não chega a ser um problema.
O filme tem uma Direção de Arte magnífica, como disse acima, mas não custava dar um trato no visual do Gavin. Embora a representação do ator estivesse convincente, não ficou legal aquele visual de Lobisomem depilado e descaracterizado. Se tivesse caninos e orelhas pontudas seria quase um Nosferatu raivoso LOL Podiam ter sido mais solícitos com isso. A cena em si, achei bem legal, embora também já imaginava que ele ia aparecer para salvar a amada.
Enfim, de modo geral, muito acima da média. Bem dirigido. Para quem gosta da temática, com certeza vale ao menos uma conferida.
Com exceção dos haters babacas que aparecem por aqui e em toda a internet, os fãs mais exigentes do gênero reconhecem que mesmo com os deslizes, é no mínimo um bom filme.
Apesar de ter quase 30 anos, acompanhei boa parte das temporadas de Power Rangers, assisti de 1993 a 2005. E na infância, como era de se esperar, igual a maioria, fui aficionado. Tive os bonecos desde Mighty Morphin (aqueles famigerados que ao apertar um botão na cintura virava a cabeça) até In Space (esses tenho até hoje), diga-se de passagem, uma das melhores em âmbito de Roteiro.
Até Power Rangers Lost Galaxy, achava sensacional, uma vez que mantiveram a mesma linha cronológica desde a primeira temporada (Mighty Morphin). As demais cheguei a ver, mas já não tinha a mesma fascinação, (muito provavelmente porque já era mais velho) penso que devido as tramas serem mais triviais e parece que ainda mais pueris.
Também conferi as produções cinematográficas em suas respectivas épocas: Power Rangers, O Filme de 1995 e Power Rangers Turbo de 1997. Gosto mais do primeiro, por ter sido bem mais emblemático e uma produção melhor no geral, o roteiro também acho superior, visto que contava com o ótimo vilão canastrão Ivan Ooze, mérito do ator Paul Freeman, e evidentemente dos roteiristas John Kamps e Arne Olsen, e do diretor Bryan Spicer. O elenco é o mesmo da série e bastante carismático, como de costume.
Da infância a adolescência, sempre fui fã de Tokusatsu: Jiban, Jiraya, Jaspion, Kamen Rider, Changeman, Flashman, Winspector, Cybercops e afins. Todos esses antigos acompanhei na saudosa TV Manchete - que aliás, também exibia diversos animes exímios, tais como: Samurai Warriors, Shurato, Sailor Moon, Os Cavaleiros do Zodíaco (curiosamente não gosto, mas reconheço sua importância), Yu Yu Hakusho (fã inveterado, até hoje assisto) e tantos outros.
A frase soa clichê, extremamente saudosista e nostálgica, mas verossímil: "Já não há mais emissoras como antigamente".
Mas doravante. Falando deste novo remake, creio que muitos exageraram nas críticas negativas. Embora não seja uma obra-prima, e tirando os deslizes, é sim divertido. Poderia ser muito melhor, é claro, mas nem de longe é um completo fiasco.
Talvez, um dos maiores equívocos, dentro do Roteiro, foi a tentativa intensificar muito o drama subjetivo de cada personagem. Não que fosse um erro a ideia, mas o modo em que os personagens foram construídos e a backstory de cada um, não havia necessidade, uma vez que eles são bastante superficiais, triviais. Nenhum deles passou por nada tão extraordinário (antes de se tornarem Rangers) a ponto de dramatizar tanto o passado. Também perderam muito tempo exibindo a mise in scene (cotidiano) ao invés de retratar conflitos relevantes e interessantes, tanto intrínsecos quanto extrínsecos. Mesmo com o intento de ressaltar a personalidade dos adolescentes, no fim eles acabam sendo quase apáticos. E nesse quesito, o elenco também não ajuda muito, não gostei de nenhum deles, (com exceção de Zordon e Rita, que ficaram formidáveis) os jovens também não são carismáticos como os antigos foram (e nem estou pesando o saudosismo).
Os minutos iniciais do filme são excelentes: um clima distópico e devastador despontam com grande impacto na trama, incutindo bastante deslumbre e empatia no público. Sugerindo que será uma obra extasiante de ficção científica, entretanto, infelizmente a trama decai e perde o vigor.
Fiquei fascinado com aquela cena em que o Zordon está se rastejando e troca as últimas palavras com a Ranger Amarela, frisando que toda a equipe foi destruída e depois pede ao Alpha que recrute novos Rangers. Pena que não seguiu por esse caminho mais sério e sombrio, e adiante tudo ficou pueril. Surgiram boas cenas, mas nenhuma tão surpreendente quanto o início.
Tinham o potencial de fazer um filme magnífico de ficção científica/distopia, mas resolveram frisar situações banais e mais do mesmo. Ao menos podiam ter utilizado os bons clichês: uma tragédia na vida dos adolescentes, ou algo realmente estarrecedor e impactante, mostrar de fato a vilã e/ou seus lacaios dizimando parte da população, frisar o desespero de alguma família, ou pessoa, etc. Enfim, se fosse se enveredar pelos clichês, que ao menos fossem importantes para o enredo. (São exemplos prosaicos, mas que penso que funcionaria melhor de acordo com o que foi mostrado, se o roteiro fosse meu, seguiria para a vertente que foi apresentada no começo).
Rita Repulsa demora para fazer algo de fato perverso (e no fim nem supera as expectativas). Não desenvolveram o potencial da personagem, nem da atriz. No início do filme, tudo indicava que seria uma ótima vilã, mas a trama não abre espaço para que ela cumpra seu papel. Fica só nas ameaças e uma ou outra morte aleatória, que por sinal quase nem são exibidas.
Entendo que a classificação etária era baixa, mas ainda assim, este filme não foi (ou não deveria ser) feito para crianças. Afinal, as crianças dos anos 90 hoje são adultas, muitos até pais e mães. Mesmo que fosse destinado ao público infantil, as crianças que assistem Power Rangers hoje em dia, que consomem os produtos relacionados, também mereciam algo melhor.
Alguns filmes de super-heróis, ainda que tenha classificação indicativa 12 anos, conseguem ser mais sóbrios, ter mais profundidade, empatia e relevância na narrativa. Exemplos: Trilogia Cavaleiro das Trevas, O Homem de Aço, Capitão América: O Primeiro Vingador, Cry Freeman, A Liga Extraordinária, V de Vingança, etc.
E para concluir o texto quilométrico, vide os equívocos salientados acima, não é de todo ruim. A trama é um pouco enfadonha e irrelevante em alguns trechos, mas tem seus pontos positivos. E como já mencionei, só pelo início já mereceria ser assistido. As poucas cenas de ação são muito boas, gostei muito dos Zords (embora são colocados no filme de modo parco e às pressas, mal falam sobre eles). E também vale conferir pela atuação de Bryan Cranston (Zordon) e Elizabeth Banks (Rita Repulsa).
O aspecto técnico do filme é sublime e não tem o que criticar. Ótima Fotografia e Direção de Arte. Trilha Sonora excelente (e ainda saciando parte da nostalgia através do tema clássico). Efeitos Visuais magnânimos. Edição bem competente. A Direção é bastante razoável.
Para os fãs inveterados de Mighty Morphin, ainda conta com a ilustre participação de Jason David Frank (antigo Tommy Oliver) e Amy Jo Johnson (antiga Kimberly).
Para ser sincero, lamentei o cancelamento da sequência. Penso que nas mãos de um bom roteirista e diretor, poderia superar este primeiro.
Filme com Roteiro bastante pueril, singelo e sem grandes surpresas. Porém, bastante divertido. E dentro do que se propõe a aduzir, é muito bom. Entre os primeiros vinte minutos, estava achando sem graça, mas quando o protagonista deixa sua terra natal e segue para Nova York, fica bem mais interessante e hilário.
Típico filme para ver em família, ou simplesmente para expurgar o enfado. Se for assistido sem grandes expectativas, sem o pseudo-olhar técnico e sem exigir um conteúdo filosófico de um filme trivial de humor, certamente entretém e rende uns bons risos.
Bom elenco, boas atuações, especialmente de Will Ferrell e James Caan (um baita ator e bastante versátil). Bem dirigido, Jon Favreau já demonstra aqui que, mesmo se tratando de comédia e um orçamento mais modesto, consegue ser acurado e criativo. Ótima Direção de Arte e Fotografia. Trilha Sonora exímia.
O cineasta Don Coscarelli tem seu mérito por ter feito um filme totalmente autoral: escreveu o roteiro, dirigiu, filmou e editou. No entanto, impossível não admitir que o roteiro é muito fraco e estapafúrdio. Várias cenas previsíveis e enfadonhas. Personagens sem carisma, vilão apático, final clichê. Enfim.
Muitos idolatram apenas por ser um filme setentista, de baixo orçamento, que rendeu sequências e pouco conhecido. Mas isso não significa qualidade. Acabei ficando até sem vontade de conferir os outros.
Sei que o intento era ser assumidamente trash, mas também não precisava usar aquele sangue mostarda, pqp. Tudo que consegui fazer foi rir de tão tosco.
Porém, se há algo de grande relevância e o maior êxito da produção, é a Trilha Sonora. Realmente ótima. É o único artifício que consegue deixar o filme com um bom clima de mistério e um pouco mais interessante. De resto, tudo é dispensável.
Assisti sem ler a sinopse, apenas sabia que era uma adaptação da obra "O Corvo" de Edgar Allan Poe, e pra minha surpresa, não era nada do que imaginei que seria. O poema em si é um tanto melancólico, taciturno, e esta adaptação, é literalmente uma comédia do início ao fim, com vários elementos de fantasia.
Esperava que fosse um filme de terror ou suspense, mas me enganei. E devo admitir: Cara, que filme divertido.
Adoro Edgar Allan Poe, é meu escritor predileto no gênero de suspense, policial e terror. Contos como "Tu és o Homem", "Berenice", "A Máscara da Morte Rubra", "O Coração Denunciador", "O Diabo no Campanário", "O Retrato Oval", "Os Crimes da Rua Morgue" e evidentemente, "O Gato Preto" (e tantos outros que não caberia citar aqui) são obras-primas perenes. Eternas inspirações. Vários textos de Poe já foram adaptados para o cinema, inclusive muitos personagens do Poe interpretados por Vincent Price. Ainda pretendo assistir todos.
(Diga-se de passagem, a melhor caracterização do próprio autor, foi através da lenda viva Jeffrey Combs em ''O Gato Preto", filme que é inerente a série Mestres do Terror (muito boa por sinal) dirigido pelo excelente cineasta Stuart Gordon, episódio 11 da segunda temporada).
Como adoro a Direção de Arte dos filmes que Vincent Price trabalha, e a atuação dele também, é claro. As locações em que os produtores encontram pra gravar, tão quanto a cenografia, são sempre magníficas.
Mas falando do Roteiro, se Edgar Allan Poe estivesse vivo, creio que nem ele poderia imaginar que fariam um filme cômico inspirado em seu poema mais consagrado e misantrópico, tampouco que o resultado seria formidável.
A trama é bastante lúdica, até pueril por assim dizer, com uns toques macabros e de fantasia. Total contraste e divergência com o poema. Na verdade, "O Corvo" em si, foi inserido como referência e homenagem ao autor, porque o enredo mesmo é original e imprevisível, pouco tem a ver com o original. O famigerado pássaro trevoso aparece como ponto de partida na trama, um chamado à aventura. Apesar de ser um filme de humor, o Roteiro é consistente e ainda conta com alguns plot twists. E principalmente, com um final divertidíssimo.
Há um divertidíssimo duelo de mágica nos minutos finais que é hilário, sensacional, digno de dar inveja a franga Harry Potter.
Vincent Price estava excelente no papel. Aliás, além dele, o filme conta com nomes icônicos, tais como: Boris Karloff (Frankenstein, A Múmia), Jack Nicholson (O Iluminado, Batman) e Peter Lorre (M, O Vampiro de Dusseldorf, Casablanca). Karloff ficou ótimo como vilão canastrão e traiçoeiro. Também gostei muito da atuação da Hazel Court, cativante.
Roger Corman dirigiu com maestria, tão quanto o roteirista Richard Matheson. Toda a equipe fez um trabalho magnânimo. Como mencionei acima, adorei a Direção de Arte, também a Fotografia, Trilha Sonora e Montagem.
A trama pode parecer um tanto clichê nos dias de hoje, uma vez que bruxos, mansões e castelos assombrados já foram retratados em diversas produções. Entretanto, creio que na época deve ter sido estarrecedor, e hoje não é menos interessante que outrora.
Tanto este filme quanto a obra original de H. P. Lovecraft, são imprescindíveis e imortais dentro do gênero, total inspiração. O mesmo vale para Edgar Allan Poe, que é citado nos créditos de abertura e final, outro grande mestre do terror e suspense, diga-se de passagem, meu escritor predileto.
Como era de esperar, formidável atuação de Vincent Price, grande carisma. Debra Paget também estava excelente. Ainda que apareça pouco, somos contemplados com a beleza extasiante de Cathie Merchant.
A ambientação é fascinante, uma Direção de Arte magnífica. Ótima Trilha Sonora. Bom Roteiro.
Enfim, um clássico do gênero de terror. Muito divertido.
Pensava que seria inferior ao spin-off antecessor, mas me enganei. Até a metade, a trama seguia um pouco arrastada, – porém é justificável, uma vez que há muitos personagens para serem apresentados e desenvolvidos – mas depois vai ganhando força e desponta com cenas magnânimas.
Gostei de todos os personagens, da trama e principalmente do final. Achei excelente como conectaram os roteiros dessa sequência com o primeiro. Deixando de ser apenas mais um produto caça-níquel e sem qualidade, como a maioria das produções do gênero.
tanto da boneca Annabelle original, como da freira satânica (Valak) que aparece em Invocação do Mal 2. Naquela específica cena que a irmã Charlotte mostra o retrato com as outras freiras. E também na cena pós-crédito.
A Produção como já imaginava foi sublime: Ótima Fotografia e Direção de Arte. Trilha Sonora formidável. Excelentes Efeitos Visuais. Montagem impecável. Direção exímia. Elenco surpreendente. Não conhecia nenhuma das meninas, fiquei impressionado com a atuação delas, bastante empática e cativante.
Numa era de inúmeras produções oportunistas e sem qualidade, triviais e ruins, as franquias Invocação do Mal e Annabelle têm sido provas cabais que ainda é possível realizar filmes bons de terror, sem apelar para remakes de filmes clássicos, adaptações vagabundas de obras literárias consagradas, ou ainda filmes de terror em found-footage com trama tacanha (acho um absurdo priorizar mais a linguagem que o Roteiro, por isso muitas vezes um filme bem produzido se torna péssimo, o enredo sólido é o alicerce de qualquer obra, enfim).
Sempre que investem em um Roteiro original, já conseguem o meu respeito. Particularmente, acho que ainda cabem mais dois filmes (um em cada) nas franquias Invocação do Mal e Annabelle. Creio que duas trilogias fechariam muito bem a saga, se mantiverem a qualidade, evidentemente.
Adoro esses Capirotos que aparecem nos filmes. Maquiagem e Figurinos sensacionais. A Freira Capirotesca de Invocação do Mal 2 parece o Marilyn Manson, mas gosto muito LOL
Não é um filme, mas sim uma miscelânea de ações jogadas numa trama medíocre, incongruente e sem nenhum grau de verossimilhança, apática e até irritante. Há mais furos no Roteiro do que em uma peneira.
Começa sem nexo e termina incoerente.
E ainda 6 pessoas assinaram o Roteiro. 6 cabeças que não valem 1. Ao que tudo indica, nenhuma delas têm capacidade de redigir uma simples redação. Sim, porque ao menos em uma dissertação é imprescindível ter começo, meio e fim. Começo - apresentação, exposição de informações; Meio - desenvolvimento, obstáculos, conflitos; Fim - consequências, revelações, desfecho.
É como se a trama dessas estórias só tivessem começo, e ainda muito precário. Tudo é extremamente superficial, sem qualquer profundidade nas narrativas, exacerbadamente subjetivo. Parece que a única preocupação que tiveram é com cada cena de carnificina, com o banho de sangue e mortes aleatórias. Na cabeça dessas pessoas, um filme de terror precisa ter apenas vísceras, sangue e mortes. Pra que consistência no Roteiro, não é mesmo? Pra que desenvolver personagens, enredo? Pra que ter ao menos uma premissa? Afinal é só tacar quaisquer personagens em ações estapafúrdias e manter as únicas cenas coerentes, carregadas de clichês.
Pneu furado em estrada sem placa, deserta, sem GPS, personagens perdidos e ineptos. Outro que atropela a vítima na estrada durante a noite por estar no celular. Família estranha/satanista. Se esconder de assassinatos dentro do armário.
Que porra que são aqueles esqueletos alados?!! Que ainda saem dos corpos das pessoas mortas do nada?! Não dá pra chamar nem de ceifadores, fica muito abrangente. Não tem como se munir de justificativas para atenuar a tosqueira dessas criaturas, não há nenhuma característica que possam ser classificadas como demônios, espíritos ou qualquer outra coisa. São apenas caveirinhas aladas.
Percebe-se a total displicência e inexperiência dos que escreveram.
Por fim, quando se pensa que vai melhorar, perto do final, a última estória (que na verdade é uma prequel da primeira) é quase que uma cópia (muito tosca por sinal) de Os Estranhos. E como era de se esperar, também uma caralhada de clichês.
Só para esclarecer: Não tem necessidade de redigir um roteiro 100% didático, explicando tudo nos mínimos detalhes. Afinal, não é um filme institucional. Porém, é primordial ter uma trama consistente, empática, intrigante e que tenha um desfecho imprevisível ou ao menos aceitável/razoável. E claro, com bons personagens. Não me venha com essa conversa de deixar tudo na percepção do telespectador, de abusar da subjetividade, ou a pior de todas as justificativas de quem defende este fiasco: "É pra fazer o povo pensar!" Porra, desde quando este filme é uma obra filosófica?!! Se o sujeito ainda usasse esse mesmo argumento para qualquer obra do Bergman, ok. Ia concordar totalmente. Mas não há nada para se pensar, e sim para se lamentar a catástrofe que é Southbound. Sei que é um filme simplista, com o único intento de entreter e ''assustar", mas foram infelizes, não alcançaram o objetivo.
Pra mim, tudo isso é mera displicência dos que escreveram, roteiro preguiçoso, vagabundo. Denota apenas inaptidão. E mal dirigido também, óbvio.
Não quer deixar tudo previsível, linear e "mastigado" ao público? Ok. Há inúmeras formas de usar da subjetividade, alegoria, criatividade e agregar muito à trama. O escritor pode redigir a estória de forma não-linear (semelhante aos filmes do Tarantino, por exemplo), com mistérios, plot twists, flashbacks, ironia dramática, dar mais vida e profundidade aos personagens, enfim, uma série de recursos. Mas pra isso precisa trabalhar!
Muitos reclamaram dos efeitos, antes o problema se limitasse a isso. É um total equívoco do início ao fim.
Depois fui pesquisar, descobri que o filme é dos mesmos produtores/criadores de VHS. Tá explicado! VHS apesar de ter quase todos os mesmos problemas deste, (e ainda uma péssima fotografia, mesmo sendo justificado por ser found-footage) ao menos conseguia ser intrigante. Apesar de cair nos mesmos erros: sem premissa ou premissa clichê, sem desenvolvimento, personagens triviais e estúpidos, inverossímil, inconsistente, etc.
Quanto a parte técnica de Southbound, nem vale a pena comentar, apesar da boa Direção de Arte e Fotografia razoável, nada de extraordinário.
Enfim, se estiver sem filme pra assistir, reveja um que você já tem em mídia física ou hd, leia um bom livro, ou releia algo que gostou, encha a cara, olhe até pro teto se estiver sem nada pra fazer, aproveite para filosofar. Mas não perca seu tempo com este filme.
O filme me surpreendeu muito, principalmente Gal Gadot.
Quando anunciaram que ela daria a vida a Mulher-Maravilha, não coloquei muita fé, esperava o pior. Achava que não pudesse ficar bem no papel, já que Lynda Carter tinha todos os atributos físicos da personagem e concedeu uma atuação mítica para a Amazona. No entanto, Gal Gadot também é linda, e ficou realmente maravilhosa.
Em Batman vs Superman ela já havia exposto seu potencial (ainda que o filme seja bem mediano) mas neste que de fato mostrou todo seu talento e sensibilidade.
Mudaram alguns pormenores da criação original (o que seria óbvio em uma adaptação), contudo, gostei muito. Possui todos os artifícios de um bom Roteiro: protagonista cativante, empática, coadjuvantes relevantes, bom vilão/antagonista, trama interessante, com plot twist e epifania.
A aparição do Ares me deixou estupefato. Quando vi o trailer na época, não sabia que ele estaria na trama. Após falarem nele no começo, fica quase evidente que surgiria em algum momento. Mas o modo que despontou foi imprevisível, jamais imaginaria que o Ares era o Sir Patrick Morgan, um sujeito um tanto velho (o ator tem 54 anos, não é um velho, mas parece) e fora de suspeitas.
O elenco é exímio. Toda a parte técnica do filme é excelente: Ótimo Roteiro. Direção de Arte sublime (principalmente figurinos e cenografia), Fotografia magnânima. Trilha Sonora formidável. Efeitos Visuais impressionantes. Direção fantástica. Enfim, nem tem mais o que elogiar. Melhor adaptação da DC depois de Watchmen do Snyder e da Trilogia Cavaleiro das Trevas do Nolan.
Espero que no próximo filme da Mulher-Maravilha mantenham a mesma qualidade. Quem sabe não inserem a Circe como vilã, arqui-inimiga da Amazona. Se tiver um bom roteiro, caracterização e direção, vai ser sensacional.
PS: Ainda não vi Liga da Justiça, espero que tenham feito um bom filme.
Infelizmente, uma das produções irrelevantes dos anos 70.
Com exceção da ótima Trilha Sonora, e a beleza das atrizes, principalmente Jacqueline Bisset e Barbara Parkins, o restante é pífio.
No início você já consegue identificar o vilão e seu objetivo, tão quanto o caminho para o desfecho óbvio. Entretanto, resolve dar uma chance, para ver se por milagre surge algum plot twist e te surpreende, mas termina com toda obviedade possível. Não há uma única cena de real impacto na trama. Personagens totalmente superficiais.
Além da premissa ser clichê, encerra sem nenhuma novidade. Roteiro previsível e fastidioso. Mal dirigido. Lamentavelmente, nem tem como defender e jogar a culpa no baixo orçamento. Como se sabe, existem inúmeros filmes baratos e excelentes. Não li a obra original, mas esta adaptação é um fiasco.
E como na maioria das vezes, uma tradução oportunista, que não faz jus ao título, que nem de longe chega perto da magnitude de "As Bodas de Satã", que precede este e trata da mesma temática, mas infinitamente melhor.
Se você é fã de filmes do Capiroto, dê prioridade aos que são excelentes, tais como: "As Bodas de Satã", "O Bebê de Rosemary", "Uma Filha para o Diabo", "A Profecia", "O Exorcista", "Coração Satânico", “Advogado do Diabo” ou mais recentemente "A Bruxa" (2016) etc.
Quanto a "Balada para Satã", melhor correr porque é uma cilada.
Como sempre, o ódio gratuito e inepto dos haters não podia evidentemente deixar de constar em um filme blockbuster como esse.
É claro que não é uma obra-prima, e muitos (os verdadeiros fãs e leitores de longa data) esperavam que fosse. Ainda mais quando se tem 6 caras para escrever um único Roteiro, sendo que um deles é o próprio diretor. Mas, doravante. Também não acho que foi esse fiasco todo que estão exaltando. Com algumas ressalvas, teve seu êxito.
Nos primeiros minutos de Peter Parker em cena, pensei realmente que seria péssimo do início ao fim, calcado na trivialidade e futilidade teen. Mas até que me surpreendeu, positivamente. A trama vai evoluindo aos poucos, e ao menos na personalidade de Parker, consegue ser verossímil e congruente com a realidade, principalmente a atual. Muitos panacas compararam o Peter Parker do Tobey Maguire com o do Tom Holland, mas esquecem que o primeiro filme do Raimi foi realizado em outra época, 15 anos atrás para ser exato, evidentemente os adolescentes daquela época não têm mesmo o perfil dos de hoje. Isso é tão explícito e óbvio que eu nem deveria comentar, mas alguns pseudocríticos ignoram este fato. Outro detalhe, na época, Raimi assumiu que nunca havia lido nada do personagem. Foi ler depois de ser cotado para dirigir a adaptação. E esquecem que a trilogia também está longe de ser perfeita, vide o terceiro filme, aquilo sim, foi uma total brochada. Descaracterizou 100% os personagens e o Homem-Aranha. E particularmente, não gosto de Tobey Maguire nesse papel, fez um Parker emotivo ao extremo, chorão, bunda-mole e por vezes apático. Com exceção dos vilões dos dois primeiros, nada de extraordinário. Sam Raimi é um baita cineasta, mas dentro do seu âmbito: terror/trash. Adoro vários filmes dele, principalmente a trilogia Evil Dead, Darkman e Arraste-me Para o Inferno. Mas adaptando filmes de super-heróis não é um mestre, está longe de ser.
Mas claro, na mente parca de um saudosista intolerante, sem exceção, em qualquer situação, o primeiro vai ser sempre o melhor.
Falando do Roteiro, gostei do desenvolvimento. Me transmitiu bastante verossimilhança, o que é fundamental em qualquer obra. Embora muitos não gostem (inclusive eu) ser youtuber teen é uma realidade praticamente no mundo todo. E a internet hoje é a principal forma de relacionamento dos adolescentes (e de muitos adultos também). O que não faria sentido é manter os mesmos hobbies e a personalidade idêntica do Peter Parker original (oriundo dos anos 60) inserido no perfil do adolescente contemporâneo. Isso sim, soaria fake e intragável. Além disso, o Peter Parker do Holland não se limita a ser um youtuber.
Esse novo Homem-Aranha é muito mais realista, mais humano e pra mim até mais carismático que os anteriores. E afinal, na época em que Tom Holland foi cotado para interpretar o personagem, era um adolescente, e no filme agiu como um. Tampouco o achei burro, como tanto frisaram. Burras são as pessoas que não compreendem as grandes diferenças do adolescente atual para um dos anos 60, ou ainda um que seja de 15 anos atrás. Seria como fechar os olhos e fingir, negligenciar toda a mudança tecnológica e o impacto que isso teve na vida das pessoas, principalmente na dos jovens. 15 anos atrás existia YouTube? Não. E Facebook, Twitter? Não. Instagram? Não. WhatsApp? Não. Nem mesmo Orkut? Não.
Não só no visual e psique, mas o figurino utilizado pelo protagonista nesse filme, achei sensacional. E para os fãs das HQs de Stan Lee e Steve Ditko o uniforme do Aranha foi bem fiel. Claro que também achei exagero a maioria das funções do traje, quase uma "armadura de pano". Porém, como foi projetada por Tony Stark, até faz sentido. Lembrando que na época que foi criada, nos 60, os criadores não tinham toda essa visão hi-tech como hoje, a própria tecnologia da época também era extremamente limitada, obviamente.
Também gostei muito do vilão, tão quanto de sua personalidade. E pra mim, conseguiram a proeza de deixar o traje do Abutre melhor que o original (também difere nas habilidades e poderes, o Abutre original tinha a capacidade de drenar a força vital dos seus inimigos, o tornando mais jovem e mais forte, já que era um idoso). Para quem não conhece, sugiro que dê uma olhada no Google. O primeiro que apareceu nas HQs era um tanto galhofa em sua vestimenta. A adaptação representada nesta versão, me agradou mais. Sou fã do Michael Keaton, desde Batman (Tim Burton). Ele ficou excelente nesse papel. Na época que saiu Birdman (baita filme) do Iñárritu, pensei em como seria sensacional se Michael Keaton interpretasse o Abutre. Nem preciso dizer o quanto fiquei feliz quando soube que de fato seria ele.
A trama de Homem-Aranha de Volta ao lar é consistente e empática. Ótimas cenas de ação e até um drama (moderado) nas cenas que enaltecem os conflitos intrínsecos de Peter Parker. Conta até com um plot twist interessante no final, que para um filme no escopo traçado é bastante competente.
É evidente que é um filme pueril, para jovens e famílias. Com classificação etária baixa (12 anos). Não faria sentido uma adaptação extremamente complexa, ininteligível, sisuda, sombria e etc. O próprio universo do personagem não é assim. Afinal, as primeiras aventuras despontam na adolescência do personagem, em meio a todos os acontecimentos juvenis. Essa nova adaptação faz jus o estilo de filmes adaptados da Marvel, que com exceção do Deadpool, possuem tramas atenuadas, com pouca violência.
Uma das grandes mancadas do filme, pra mim o pior equívoco, foi o Shocker. Um vilão de suma importância no universo do Aranha, e foi retratado de forma tão pífia. Tanto pela personalidade apática que deram ao personagem, quanto pela atuação e figurino tosco. Não fizeram questão de investir nada no Shocker, o que foi bastante decepcionante.
Se tivessem deixado o ator Logan Marshall-Green para interpretar o personagem, ao menos teria ficado um pouco melhor. Na trama, era o único que peitava o Abutre, poderia ter rendido uns bons conflitos.
Bokeem Woodbine é um bom ator, mas nesse filme estava péssimo. Penso que foi devido ao roteiro mesmo. Fora a questão da troca de etnia dos personagens, um tema sempre polêmico, mas para quem conhece os personagens das HQs e/ou animações é um fato que incomoda demais. No mesmo nível, seria de emputecer a inserção de um Blade e Spawn/Al Simmons branco numa adaptação (embora já tenham diversos Spawns de outras etnias nas HQs, mas Al Simmons sempre foi negro) e são meus personagens prediletos. Enfim, essa é uma questão que também rende muita controvérsia, nem vou entrar nesse aspecto.
Outro ponto negativo, que às vezes fica enfadonho, é o coadjuvante amigo do Peter, Ned. Poderia ser menos exagerado em algumas de suas reações, mas são detalhes. Nada que comprometa a trama.
Toda a parte técnica, Produção, Direção de Arte, Fotografia, Trilha Sonora e Efeitos visuais são excelentes, nem precisa ser pontuado. Não achei nenhuma falha nesses quesitos.
Pra encerrar, dentro dos parâmetros, foi uma boa adaptação, sim. Quem acha péssimo e não consegue enxergar nenhum ponto positivo, certamente é um alienado que esperava algo que o filme não poderia cumprir. E muito provavelmente, filmes de super-heróis não são para tais pessoas. Uma vez que quase sempre, são obras lúdicas. Não espere uma trama adulta, complexa, com grandes paradoxos e diversas alegorias de algo que não foi criado com essa intenção. O objetivo era apenas entreter e abstrair.
O que mais se vê na internet são críticas de puro ódio gratuito, dispensáveis, sem qualquer argumento. Muitas pessoas não são coerentes, mas sim estúpidas em suas opiniões. É claro que qualquer um tem o direito de dizer o que pensa, por mais infundado e irrelevante que seja tal comentário.
Decepção. Achei sem qualidade tanto como terror quanto drama. Trama e personagens apáticos, sem carisma. Diálogos artificiais. Há diversas cenas esdrúxulas, sem congruência, inverossímeis. Todo o Roteiro é inconsistente, insípido e enfadonho.
Muitos enaltecem este filme simplesmente por ser uma obra do Romero, pouco conhecida e a predileta do cineasta, o que não implica nenhum respaldo de êxito.
E os que são a favor repetem a mesma coisa: "É um filme totalmente original". "Ótima releitura dos filmes de Vampiro".
Desde quando desconstrução de um determinado tema ou arquétipo é sinônimo de qualidade? Muito pelo contrário, quando alguém surge com a pretensão de "desconstruir" e "reconstruir" um tema, gênero ou arquétipo, já fico desconfiado e espero o pior. E normalmente é o que acontece. Acho muito mais crível e empático se trabalhar com arquétipos já existentes, acrescentar novos significados e alegorias, do que demolir o que se mantinha estabelecido. Sempre duvido de quem tenta reinventar a roda.
Além disso, pra mim não trouxe nenhuma novidade. Já havia assistido alguns filmes com ideias semelhantes. Um deles é The Reflecting Skin com Viggo Mortensen. Porém, gostei muito mais daquele. A produção era de baixo valor também, mas ao menos tinha uma ótima Fotografia e um bom Roteiro.
Enfim. Sendo generoso, Martin é fraco em todos os sentidos, pra não dizer péssimo. A produção também é uma lástima, mesmo com orçamento baixo, o Romero já fez filmes muito melhores. Em Martin, nem a Direção de Arte é boa, os figurinos são triviais, cenografia comum, a maquiagem é quase ausente e o pouco que aparece não agrega nada para um filme dessa estirpe, ainda que seja mais psicológico que explícito. A Trilha Sonora displicente e quase omissa também incomoda, deixa tudo ainda mais tedioso.
George A. Romero era um baita cineasta e ainda pretendo conferir toda a filmografia dele. Um cara que respeito muito, sou fã dos filmes dele de zumbis, mas esse trabalho serviu apenas para reforçar que grandes diretores e roteiristas não estão isentos do erro. Afinal, são humanos.
Roteiro magnânimo. Trama e personagens excelentes, muito bem construídos. Particularmente, não achei nada longo, tampouco enfadonho. S. Craig Zahler foi solícito com os personagens e enredo, e para tanto, não havia como a obra ser menor. Do contrário, ficaria mais um filme superficial, e não algo original e surpreendente como foi.
A backstory dos personagens é fascinante, tão quanto suas psiques. Cada um com sua própria moral e perspectivas, muito bem trabalhadas. Normalmente, grande parte dos roteiros investem apenas no protagonista e/ou antagonista, mas Bone Tomahawk conseguiu a proeza de ressaltar cada um deles em respectivos momentos. Adorei todos. E ainda com um plot twist/final arrebatador.
Foi um trabalho de mestre, poucos conseguem compreender a grandeza desse roteiro, e não só isso, a grandeza do filme como um todo.
Quem não gostou, obviamente ansiava por um filme curto e clichê, mais do mesmo: tiro, porrada e bomba. Ou apenas carnificina, sem nenhuma profundidade na narrativa.
Teve gente que nos comentários abaixo frisou ser clichê e até inverossímil a abordagem de índios canibais. Certamente nunca ouviram falar dos Wari, uma tribo de índios que eram canibais e inclusive são do Brasil. A típica opinião infundada e rasa.
Além do Roteiro sublime, Ótima Fotografia e Direção de Arte. Trilha Sonora competente. Boa montagem e uma Direção formidável. Sobre o elenco, nem tem muito o que falar, atuações sensacionais. Já estimava o Kurt Russell (aliás, é incrível, ele fica bem nesses papéis em filme Western, desde Tombstone já comprovou isso, diga-se de passagem um baita filme!) e Patrick Wilson idem, fiquei ainda mais fã de ambos.
Genial a forma como S. Craig Zahler enleou muito bem o Western e o Terror. Antes disso, que me lembro só tinha visto com uma proposta semelhante Rejeitados Pelo Diabo (obra-prima do Rob Zombie, inclusive, assim como Bone Tomahawk, também tem Sid Haig no elenco, interpretando o insano e famigerado Capitão Spaulding).
Enfim, tem tudo para se tornar um clássico no futuro.
É bastante previsível, canastrão em muitos momentos e com efeitos toscos. Porém, muito divertido.
Embora seja uma produção de baixo orçamento, modesta em todos os quesitos, a Fotografia e Direção de Arte são bem aprazíveis e até admiráveis. A Trilha Sonora também é ótima, muito imersiva. Direção competente do mestre Ted Nicolaou.
Seja como for, o filme tem ambientação e estética interessantes. Fora que o vilão Radu (atuação muito boa de Anders Hove) é sensacional. Moldado com base no arquétipo medieval europeu.
Numa era que há inúmeros filmes péssimos do gênero, tanto em trama quanto em personagens, tornando a imagem da criatura irrisória, colorida e purpurinada, brilhante no sol, este merece reconhecimento por retratar o Vampiro em seu aspeto mais clássico: sombrio, visceral, funesto e tão apreciado pelos fãs.
Para quem não se importar tanto com o roteiro simplório e despretensioso, vai gostar. E para os que são aficionados por Vampiros é indispensável.
O filme tem uma trama interessante e atmosfera cativante. O roteiro é original, se comparado com diversos clichês no mesmo gênero. Porém, por ser um filme de Vampiro, no geral, acaba sendo mediano. Os fãs saudosistas do filme vão discordar de mim, evidentemente.
Particularmente, detesto quando desconstroem o arquétipo da criatura – detalhe: existe uma diferença colossal entre arquétipo e estereótipo, muitos sabem, outros não, mas doravante – mesmo correndo o risco de ser antiquado ou tachado de intolerante, ou mera chatice, creio que nesse caso, sempre vou manter a mesma opinião.
Pra mim, vampiro que se preze não exclui seus atributos clássicos: tez pálida, caninos pontiagudos, não sai no sol (ok, Drácula sai, mas aí é outra estória e os argumentos são plausíveis), raramente mantém contato com humanos, (a menos que seja para se alimentar ou algo de suma importância) são inteligentes, bastante persuasivos e etc. Não precisavam manter todas as particularidades já retratadas em outras obras. Algumas características clássicas podem até ser descartadas, tais como: alho (esse acho até cômico), crucifixo (já que o crucifixo é um símbolo ancestral, mas não está presente em todas as religiões e culturas, sendo assim pode ser descartado ou substituído, mas de acordo com a proposta do filme, ok? Ok) e água benta. Contudo, os primeiros que citei acima, são imprescindíveis, do contrário, começam a surgir cada vez mais produções literárias e cinematográficas toscas e repulsivas como Crepúsculo e afins, descaracterizando totalmente a criatura mitológica, alterando o sombrio e taciturno para o irrisório e purpurinado.
Um Dragão é um Dragão por conta de suas características peculiares: tamanho descomunal, pele escamosa, chifres ou protuberâncias na cabeça, um par de longas asas (ok, se for o chinês não tem asas), extensa cauda, imenso vigor, ímpeto e afins. Coloque um Dragão pequeno, frágil, fraco, extremamente burro e parecendo uma tartaruga, aí chame de Dragão, quero ver se vai ter a mesma relevância e imponência dentro do contexto da obra. A analogia é válida, cabe para ambos os casos. Manter certas características tradicionais, não significa ter uma trama clichê, muito pelo contrário. Quando se usa certos atributos já conhecidos do grande público se cria ainda mais vínculo e empatia com o leitor/expectador. A aparência do ser mitológico pode ser a mesma desde os primórdios e ainda assim apresentar um enredo magnífico.
Mas falando sobre a trama, até a metade estava achando ótimo. Aquele início, na balada gótica/darkwave foi excelente, fotografia magnânima, paleta de cores muito bem aplicada e caiu como uma luva. Uma ambientação extasiante. Mas depois parece que o filme oscila bastante na qualidade, tanto no roteiro quanto nos atributos técnicos – sei que Tony Scott era um grande cineasta, um mestre, tão quanto seu irmão, Ridley Scott, mas talvez, filmes desse gênero não fosse sua especialidade, (mesmo Fome de Viver sendo o trabalho mais lembrado dele pelo grande público) afinal, é impossível ser excelente em tudo – a ambientação soturna esvaece com o tempo, e só volta a ganhar vigor perto do final. A obra tem um apelo bastante lascivo, frisando o aspecto da luxúria dos vampiros, algo onipresente no gênero. Todavia, mesmo com o bom elenco, com as belas atrizes, com David Bowie, com as cenas sensuais/eróticas e trama interessante, o desfecho é pífio. E isso me refiro aos últimos minutos. Se excluíssem os cinco minutos finais, ao menos pra mim, terminaria de forma digna.
O mais sensato dos fãs há de convir: uma Vampira ancestral e poderosa como a Miriam Blaylock ser facilmente ludibriada e vencida por outra que acabou de ser transformada, é o fim da picada! A novata simula se destruir por uma única espetada na jugular. E Miriam com todos seus séculos, milênios de existência e experiência, não percebe o embuste. Total incoerência com a trama. Tudo bem que a cena com os vampiros-zumbis levantando dos caixões foi boa, ótima direção de arte e maquiagem, mas o fim de Miriam foi pífio demais, beirando a estupidez. Até passaria batido o envelhecimento dos lacaios, já que seria justificável por alguns fatores. Mas toda essa ideia tacanha dos vampiros usarem cruz-faquinha para furar o pescoço das vítimas (sei que o nome correto da Cruz Egípcia é Ankh, mas ficou tão tosco que chamo de cruz-faquinha) é imperdoável.
Enfim, é óbvio que o filme tem seus acertos e se mostra interessante desde o início. A parte técnica é notável. Excelente Trilha Sonora e Fotografia sublime. Para quem não é tão apegado à mitologia dos vampiros, acaba sendo uma obra-prima.
Acabei revendo pela terceira vez, para relembrar alguns detalhes e cenas. A Produção de modo geral é magnânima, tanto Direção de Arte, Fotografia, Efeitos Visuais e Trilha Sonora. Atributos típicos da Direção e Produção Executiva de Ridley Scott, um mestre em Ficção Científica e filmes épicos.
Divergindo da grande maioria, acho um filme ótimo. Claro que tem pequenos deslizes no Roteiro, mas a trama ficou consistente na maior parte do tempo. Há um grau de empatia pelos personagens, principalmente quanto a protagonista Elizabeth Shaw, interpretada pela brilhante Noomi Rapace. O elenco é excelente, temos Charlize Theron, Guy Pearce e Michael Fassbender em papéis bastante relevantes e expressivos – um dos aspectos que decaiu de forma gritante na sequência, com exceção do Michael Fassbender, entre outras coisas – mas este foi muito bem dirigido.
Grande ideia abordar uma das maiores questões da humanidade e frisar o imenso paradoxo atemporal da criação.
Me agradou bastante a inserção dos Engenheiros, seres intrigantes e fascinantes, (fora toda a Direção de Arte e Figurino deles, um trabalho sublime do qual o saudoso H. R. Giger ainda fez parte. A referência aos Anunnaki é clara. Para quem conhece, ainda que superficialmente, ou já tenha lido algum livro de ufologia, captou toda a concepção. Os Engenheiros nada mais são do que uma representação dos Anunnaki, que segundo as fontes da ufologia, ou o que alguns chamam de “ciência especulativa”, ou até “pseudociência” de modo pejorativo mesmo, são entidades extraterrestres que criaram os humanos, e assim como é mostrado no filme, também eram gigantes e adorados como deuses por antigas civilizações, entre elas a sumeriana. Enfim.
Para um fã lúcido da saga Alien e de Ficção Científica, certamente foi um filme no mínimo aceitável e interessante, para os extremamente saudosistas, intolerantes e nada receptivos, foi um disparate.
A meu ver, no geral, é no mínimo muito bom, com poucos deslizes e furos no roteiro e o desenvolvimento parco de alguns personagens
mas é uma ótima prequel. E mais uma vez contrariando o hater e pseudofã, creio que o universo da franquia é profícuo e cabem inúmeras explorações. Ainda que os filmes posteriores a quadrilogia original não sejam perfeitos, sou a favor que continuem.
Drácula: A Última Viagem do Deméter
2.9 230 Assista AgoraÉ o típico filme que já se prevê o desfecho nos primeiros minutos, ainda mais neste caso, que se trata de uma adaptação de um livro excelente e clássico. Diga-se de passagem, meu romance gótico favorito.
Nesta adaptação, os roteiristas se valeram de um trecho do livro e inseriram alguns personagens novos — meio fracos, em sua maioria — dentro da famigerada trama. Mas como era de se esperar, Liam Cunningham entregou uma atuação bastante convincente em seu personagem, o capitão Elliot.
Também gostei do protagonista, o médico Clemens (Corey Hawkins) e ainda mais da personagem Anna (Aisling Franciosi) — contrariando alguns sujeitos alienados aqui, que disseram se tratar de "mera lacração". Muitos se deixaram traumatizar por outros filmes e agora se tornaram paranoicos, sempre que aparece uma mulher com destaque em alguma cena, já apontam e vociferam: "lacração!"
Não há lacração alguma. E tampouco vejo problemas com personagens femininas fortes. Provavelmente, os sujeitos que frisam isso, não se atentaram ao trecho em que a personagem conta como foi parar ali, bem como seu passado, recurso chamado "backstory" no roteiro. Lacração é quando querem forçar a barra, enfiar um discurso goela abaixo, descartar a lógica, suplantar a verossimilhança, colocando a ideologia, a militância e o politicamente correto acima da trama (acima de tudo), problematizando — e condenando — homens, ou melhor, "o patriarcado", resultando numa siririca mental infindável. Algo que aqui não fizeram. Nesse aspecto, o roteiro manteve a congruência.
No entanto, ainda assim, há alguns equívocos no enredo, furos e limitações. Mas apesar disso, no geral, achei bacana. Trouxe uma boa ambientação, cenas interessantes e bem-feitas. A fotografia, cenografia, maquiagem e trilha sonora, são ótimas, os pontos altos da obra.
Obviamente, poderia ter sido bem melhor, mas está longe de ser o total fiasco que os pseudocríticos dizem por aí. Mesmo que, lamentavelmente, tenha sido, sim, um fracasso de bilheteria, chegando a faturar metade do orçamento — mas lembremos que nem sempre sucesso de bilheteria implica em boa qualidade. Vide "Barbie", que foi um sucesso de bilheteria e, dizendo o óbvio, para ser um filme medíocre e um pouco menos fútil, teria de melhorar muito.
Voltando ao que interessa, é uma pena mesmo que "Drácula: A Última Viagem do Deméter", de fato, naufragou. Estava torcendo para que fosse melhor e fizesse uma boa bilheteria, impulsionando mais filmes (bons) do gênero. É sempre desafiador adaptar um livro, ainda mais um clássico que já teve tantas versões no cinema e em outras mídias. E também contar com um orçamento relativamente baixo para os padrões atuais de Hollywood — todavia, eu sei, isso nem sempre é desculpa. Existem filmes excelentes com baixíssimos orçamentos. Mas há de convir que para uma obra audiovisual de terror/fantasia, adaptação de um clássico, num período vitoriano, complica bastante a execução.
Penso que, o maior equívoco, foi a ideia de adaptar Drácula, novamente. Ainda mais um único capítulo da obra, como foi feito. Seria muito mais profícuo se fosse um roteiro original de vampiros, mesmo que ambientado na maior parte dentro de um navio — acho válido —, porém, com bem mais liberdade criativa, algum ineditismo e mais possibilidades no arcabouço da narrativa. Além de evitar comparações, ainda haveria um terreno fértil para explorar, aprofundar mais os personagens e evitar alguns clichês.
O próprio Drácula, apesar do visual bacana, foi mal aproveitado, limitando-se a ser um mero monstro o tempo todo, sem carisma e praticamente sem falas. Teve gente que o achou inteligente nesta adaptação, eu não achei. No máximo, instintivo. Quem leu o livro sabe, Drácula tem várias facetas, tem seu flanco bestial, assassino e sanguinário, mas também tem seu lado humano, carismático, dissimulado e persuasivo.
Até o momento, “Drácula de Bram Stoker”, do Coppola continua sendo a melhor adaptação de todas. E depois dela, os filmes do Terence Fisher, com o saudoso Christopher Lee.
Enfim. Acho que vale a pena conferir, sem uma expectativa alta. Não tem saído quase filme deste gênero que mereça ser visto. Não me lembro de nenhum que gostei nos últimos anos. Pra mim, sendo bem justo, "Drácula: A Última Viagem do Deméter" é um filme nota 6.
Ela
4.2 5,8K Assista AgoraBelíssimo. Fatidicamente melancólico e denso. Pura catarse, ou seja, tudo que mais aprecio.
Muitos não gostam desse ar sorumbático que muitas obras dramáticas exibem, mas lhe digo: assim como as peças mais belas de Shakespeare são as tragédias, e a vida por si só é trágica, a arte quando capta esse aspecto indelével da existência e retrata com grande sensibilidade, se torna algo magnífico.
Theodore é um personagem bem verossímil, que só enfatiza o caráter taciturno, ou talvez, misantrópico de uma grande parcela da sociedade, que também padece diariamente por conta de uma infindável solidão. O filme salienta que as pessoas sempre têm a possibilidade de se relacionar com terceiros, seja uma relação afetuosa bem íntima e rotineira, ou ainda uma amizade esporádica. Porém, não o fazem por inúmeros motivos, entre eles, a insegurança, desconfiança, instabilidade, medo, traumas, uma asfixiante desilusão, etc.
E cada dia que passa, o ser humano tem mais dificuldade para criar vínculos.
E penso que a tendência é piorar, seja por conta dos aspectos citados acima, ou pela tentativa vã de substituir afetos e um relacionamento sólido por tecnologia ou efemeridades. Além disso, a psique humana é de fato complexa, confusa, contraditória, passional, ao mesmo tempo frígida e cálida. Enquanto que tantos solteiros(as) enfatizam: “Eu quero ficar sozinho(a)!”, muitos, de modo oculto estão à procura de conhecer gente nova para se envolver, e em sites e aplicativos de relacionamentos por aí. Ainda que a pessoa simule uma austeridade, insensibilidade, ressaltando que só está a fim de flertes e sexo casual. Sem contar que, uns ainda enaltecem sua solidão aderindo a certas tendências que dizem estar na moda ser “single”. Mas não tem jeito, com exceção dos psicopatas/sociopatas e outros seres que carregam enfermidades psíquicas, quaisquer indivíduos têm sensibilidade em alguma medida, sempre estarão à mercê do amor romântico (não é redundância, há vários tipos de amor), ainda que lutem contra isso e até tentem repudiar. Desde nossos ancestrais neandertais já era assim e conosco não é diferente. Tantos filósofos já escreveram sobre isso, inclusive Schopenhauer, e mais recentemente o sociólogo Zygmunt Bauman em livros como Modernidade Líquida, Amor Líquido, Vida Líquida e demais obras.
E tem outro fator que corrobora a solidão intrínseca e gritante (mesmo quem está num relacionamento “tradicional”): o narcisismo desmedido; que por sinal também é uma patologia. Desde que surgiram as redes sociais, as pessoas solitárias tentam mascarar seu sofrimento interno com certas frivolidades como inúmeras selfies durante um dia, postar toda hora o que está fazendo, o que está sentindo, onde está e afins. Com as selfies, tentam justificar que é “Amor Próprio”, mas que na verdade é uma colossal carência e necessidade de dissimular, ou seja, fingir ser o que não é e/ou sentir o que não sente. O amor próprio não tem necessidade de ser ostentado a todo o momento, quem o faz, certamente tem algum desequilíbrio emocional. Doravante, realmente é um tema vasto.
Voltando ao filme. Embora o plot pareça surreal a princípio, talvez não seja tanto assim. Como disse, essa grande dificuldade de manter vínculos duradouros, faz com que cada vez mais surjam os famosos namoros virtuais, que não é de hoje, inclusive, conheço e já conheci pessoas que passam meses num relacionamento desses, e muitas vezes terminam sem ter conhecido pessoalmente o indivíduo que se “relacionou”, e já conheci adultos, diga-se de passagem. E hoje também se tornou algo natural. Será que o plot do filme é tão fantasioso assim? Creio que não.
E para quem achou também irrisório o fato do Theodore e a Samantha (a voz) até fazerem sexo daquele modo (por áudio), esquecem que há tempos já existe o famigerado “tele-sexo”. Enfim.
A imensa melancolia do Roteiro é cativante, mesmo para as pessoas que gostam de obras jubilosas, a sensibilidade que o Spike Jonze teve (e penso que ainda tem) é notável. Não à toa, lhe rendeu um Oscar, um Globo de Ouro e outros prêmios, que nesse caso, a meu ver, foi bem merecido. Fora isso, o filme tem boas doses de humor, por vezes atenuando parte da tristeza do protagonista e do público envolvido com a trama.
A produção num todo é excelente, também há um grande destaque para a Fotografia, bem como a Direção de Arte extremamente competente e bela. O figurino antiquado do Theodore serviu como um ótimo contraste e contraponto para todos os artifícios tecnológicos que se expõe aos olhos do espectador. Realçando ainda mais sua personalidade peculiar e introspectiva, mesmo havendo semelhanças entre os outros solitários que também aderiram ao OS (assistente pessoal,ou assistente virtual de computador,semelhante ao Siri do (IOS) ou Cortana da Microsoft).
Gostei muito do elenco de modo geral, destaque para Joaquin Phoenix e Scarlett Johansson. Atuação de ambos foi excelente, me surpreenderam. Penso que a Johansson deve ter tido suas respectivas dificuldades em ser extremamente expressiva apenas com a voz (semelhantes às dublagens tradicionais), porém, sem extravasar dos atributos singulares da personagem.
Ótima montagem. Trilha Sonora belíssima, sublime. Direção formidável do Spike Jonze. Tem tudo para se tornar um clássico no futuro.
O Paradoxo Cloverfield
2.7 779 Assista AgoraAdoro a franquia, desde o primeiro, Cloverfield – Monstro, já achava tudo ótimo (detalhe que nem curto filmes found footage, com raras exceções). O segundo, Rua Cloverfield 10, então nem se fala, achei excelente, com um suspense corrosivo e imprevisível, elenco formidável, direção magnífica também. Entretanto, esse terceiro teve tantos deslizes e equívocos, que fica difícil defender, mesmo para um fã inveterado.
Achei uma ideia promissora e perspicaz que desde 2008, cada um tivesse seu formato, gênero e linguagem própria: o primeiro, found footage, é mais um terror desmesurado e caótico; o segundo um baita suspense, tenso, com um personagem desequilibrado e paranoico, confinamento, toques de terror e ficção científica no final; o terceiro ambientado quase que completamente no espaço, ficção científica pura. No entanto, o grande problema, a meu ver, foi no desenvolvimento e erros crassos no roteiro, tão pueris que chegam até a transmitir um amadorismo, diluindo toda a seriedade da trama e grandiosidade da produção. Diga-se de passagem, O Paradoxo Cloverfield foi produzido por J.J. Abrams (um baita cineasta que já vem cuidando da produção desde o primeiro) e Drew Goddard, roteirista de Cloverfield - Monstro. Ou seja, ainda teve o aval de dois grandes profissionais, bem experientes e respeitáveis, como que deixaram passar batido os equívocos gritantes desse roteiro?
Várias cenas extremamente insólitas e incoerentes que são indefensáveis. Eis algumas delas, que me deu vontade até de desistir de ver o filme:
1 – Aquela cena em que o Mundy perde o braço, como que numa mutilação, sem uma gota de sangue, não sente nada, e a expressão que fica, nada convincente, por si só já seria intragável. Mas depois ainda piora, segue como se nada tivesse acontecido, logo depois começa a fazer piadas.
2 – Mais a diante, Schmidt escuta um ruído assustador, tudo sugere que será uma criatura monstruosa, e no fim encontra apenas o braço do outro sujeito dando um rolê pela nave, no melhor estilo Mãozinha da Família Addams.
3 – Posteriormente, exibem o tal braço decepado ainda se mexendo, “pensando” e escrevendo por conta própria! Com uma justificativa tacanha e insustentável.
4 – A bussola da nave some e vai parar misteriosamente dentro do corpo do finado Volkov! E ainda só descobrem porque a mãozinha escreveu!
Sem contar outros momentos que são mostrados, quase que de forma aleatória, irrisória e sem agregar nada:
Lá pela metade, antes da cena do braço decepado, Volkov adoece misteriosamente, como se tivesse sido infectado sem de fato ter uma infecção. Depois tem um ataque epilético, na sequência vomita as trocentas minhocas que tinham sumido e foram aparecer justo no estômago dele. Aliás, para que os sujeitos guardavam aquelas minhocas?? Estimação?? Levaram pra passear no espaço??
Monk, um sujeito que é médico (e brasileiro ainda por cima), mas na hora que necessitam que faça uma incisão no corpo do defunto russo, diz que não consegue... Aí a chinesa, que é uma engenheira, que se dispõe a fazer o serviço. E a verossimilhança mais uma vez é jogada no espaço...
Outro fator que parece um detalhe trivial, mas faz toda a diferença: O trecho que aparece o escritor/especialista da teoria que leva o nome do filme, alertando que não devem jamais continuar com a missão, e já entrega todas as consequências. Isso além de óbvio gera expectativas que o filme não cumpre. E o tempo todo fazem isso, sugerem que algo realmente nefasto vai acontecer naquele reduto, mas no fim não é nada... Uma broxada atrás da outra.
A produção é relativamente curta, mas gastam tanto tempo com problemas secundários, intrigas pouco convincentes entre os personagens, nem mesmo boas lutas corpo a corpo (sei que não é um filme de ação, mas se o roteirista se dispõe a inserir, que seja realmente bem elaboradas e minimamente aceitáveis, e não uma mulher retirando o manete de um pebolim para bater em outra). Essas e tantas outras coisas dão a impressão que o filme é longo, bem sem nexo e fatidicamente arrastado. Há tantos deslizes, que atenuaram o plot principal e em vários momentos deixaram a trama cair no ridículo.
Também parecia boa a ideia de criar um terceiro filme para preencher as lacunas deixadas nos dois primeiros, (não gosto de usar o termo “explicar”, visto que não precisa ser algo didático) mas fizeram tudo de forma tão desleixada, que acabou sendo quase irrelevante. Seria melhor ter mantido alguns mistérios e dúvidas do que fazer com que a franquia ficasse em descrédito.
Sei que não é fácil criar um enredo, cada página de um roteiro equivale aproximadamente a um minuto de filme, ou seja, um filme de 140 minutos vai ter cerca de 140 páginas, praticamente um livro. E um roteiro tem suas peculiaridades, não é como escrever um romance ou um conto grande. Ainda mais do gênero de ficção científica. Além de exigir profunda experiência de quem escreve, necessita de um conhecimento prévio em ciências, nesse caso engenharia eletrônica/mecânica, física e principalmente astronomia e lógica! Óbvio que o sujeito não precisa ser profissional em uma dessas áreas, mas que ao menos leia muito, muito mesmo sobre isso. Para que tenha segurança em desenvolver algo consistente e crível. Veja por exemplo, H. G. Wells, H.P. Lovecraft (creio que Drew Goddard deva ter se inspirado nele para projetar o primeiro filme) e Isaac Asimov, os caras não eram cientistas ou astrônomos, mas tinham um repertório gigantesco, além disso, foram bastante observadores com seus semelhantes e com a sociedade num todo, por isso criaram bons personagens, ótimas tramas e obras atemporais.
Enfim. O segundo filme, Rua Cloverfield 10, também focou bastante num conflito interno entre os personagens, mas tudo acontecia de forma inteligente, intrigante, realista e densa. Aí no final, que surge de fato o monstro, fica sendo a cereja do bolo. Já esse terceiro, além de mostrar apenas alguns segundos do monstro no final, não possuiu uma trama sólida e empática o suficiente para sustentar o interesse do espectador. Acabou diluindo o plot, que era muito bom, entregando um grande enfado e decepção no fim. Lamentável, o potencial era imenso.
Infelizmente, com exceção de alguns efeitos, não há nada realmente admirável nesse filme. O Roteiro é medíocre, Fotografia e Direção de Arte medianas, Trilha Sonora displicente, Montagem razoável, Direção ruim.
Já soube que terá mais um filme na franquia, não vou deixar de assistir. Mas como fã de longa data, realmente espero que mantenham a qualidade presente nos dois primeiros. E para tanto, de modo algum deveriam permitir que Oren Uziel escreva o próximo filme!! Não vi os outros trabalhos dele, mas nesse gênero já demonstrou ser péssimo! O mais adequado seria que Drew Goddard que redigiu o primeiro filme, escrevesse o quarto, ou então o excelente trio que roteirizou o segundo: Josh Campbell, Matt Stuecken e Damien Chazelle. E se não for pedir muito, que um dos diretores responsáveis pelos anteriores, talvez o próprio J.J. Abrams ou um diretor competente dirija a produção.
Um Conto de Batman: Gotham City 1889
3.6 104Nem tenho muito que dizer, a não ser que é uma animação excelente! Contém um plot twist magnífico, final imprevisível. Recomendo profundamente.
November Man: Um Espião Nunca Morre
3.1 142 Assista grátisVer o Pierce Brosnan na correria e distribuindo porrada aos sessenta e tantos anos, pode ser bem divertido e gratificante.
Realmente, segue a linha dos filmes “Busca Implacável”: tiro, porrada e bomba, com algumas atuações relevantes e com sorte, um ou outro plot twist. Mas achei acima da média, tampouco cansativo ou previsível como alguns indivíduos disseram. A menos que se chame de previsível algo que se mostre indubitável nos últimos vinte minutos (que é o desfecho).
Seria óbvio as comparações que fariam com 007, por se tratar basicamente da mesma temática. Porém, neste filme Pierce Brosnan interpreta um espião aposentado, bem mais velho, misterioso, fora do arquétipo de galã sedutor, sem alguns escrúpulos, sem nenhuma pompa e sem doses de ironia do famoso 007. (Diga-se de passagem, no último filme que ele interpretou James Bond,”Um Novo Dia Para Morrer”, estava com uma atuação bem austera, densa e dramática, divergindo muito dos anteriores que protagonizou). Ele é um ator bastante versátil, sou fã do trabalho dele. Tão quanto o Liam Neeson, protagonista de “Busca Implacável”. Aliás, eles têm um ótimo filme western/drama que atuaram juntos, chamado “À Procura da Vingança”, recomendo.
Enfim, de fato o roteiro não é uma obra-prima. Claro que os filmes 007 ainda são superiores, visto que são adaptações de uma série de livros, com trama mais sólida, melhor estruturada, mais carismática, com personagens bem desenvolvidos e vilões icônicos, (sem contar os famigerados veículos e brinquedos do agente secreto britânico). Entretanto, November Man vale pela atuação do Pierce Brosnan, e ainda conta uma boa Fotografia e Trilha Sonora bem competente. Ótimas cenas de ação para os apreciadores.
E para os saudosistas, vale sim, pra saciar parte da nostalgia de quando ele atuava na franquia 007. Todavia, saiba que não é uma cópia, e também ele não vai aparecer de smoking, flertando com belas mulheres, nem bebendo Dry Martini ou Vodka.
Monstros
4.3 509 Assista AgoraDesconfortante, misantrópico, lancinante e ao mesmo tempo empático, denotando grande sensibilidade.
Alguns classificam como "terror", ou "drama e terror", inclusive na própria descrição do Filmow.
Porém, não vejo nada de aterrador. Trata-se de um drama bastante singular com teor filosófico e auspicioso. Embora seja fictício, a abordagem é bastante verossímil e realista. E ainda condizendo muito com os tempos contemporâneos.
A obra emerge com relevantes questionamentos e expõe o caráter adverso de alguns indivíduos, principalmente os que mantém o extrínseco preconceito físico, o escárnio e até mesmo a ojeriza para com as pessoas que apresentam problemas congênitos (o que é lamentável, ainda mais no mundo real).
Também nos mostra que as monstruosidades são reais; muitas vezes possuem bela aparência, mas em seus âmagos reinam a fealdade, apatia, perfídia, crueldade e todo tipo de abjeção.
Bom Roteiro, trama interessante e reflexiva, bons personagens. A Direção de Arte é ótima, tão quanto a Fotografia. Montagem competente e exímia Direção de Tod Browning, insigne Diretor de Drácula (com Bela Lugosi).
Sombras
3.3 9Nos anos 20, já existiam filmes magnânimos e indefectíveis, tais como: Nosferatu, O Gabinete do Dr Caligari, O Homem que Ri, M - O Vampiro de Düsseldorf, Metropolis e etc.
Mas evidentemente este não é um filme que se destaca pela trama, personagens e afins. O Roteiro é bastante simplista e até pueril. No entanto, o ponto saliente da obra é sua linguagem, todo o aspecto visual: Direção de Arte, Fotografia e Montagem. Sendo bastante arrojado para a época. Um tanto enfadonho para quem não está habituado a filmes da época.
A Fotografia fala por si só, segue como o principal artifício para o desenvolvimento da narrativa. Os enquadramentos precisos junto com a iluminação acurada e criativa dão o tom esdrúxulo e intrigante ao filme.
A Direção de Arte é exímia também, através de ótimos figurinos e cenografia, deixam a ambientação ainda mais convincente.
Sobre o elenco, é curioso ver como as atuações de modo geral, eram bem caricatas e teatrais naquele período. Principalmente, durante as duas primeiras décadas do século XX, em que praticamente todos os atores vinham do teatro e eram um tanto inexperientes com o cinema - o que é absolutamente plausível, porém, isso não tornam as produções pífias ou irrelevantes, pelo contrário. – Divergindo dos dias contemporâneos, em que muitos atores têm a possibilidade de ingressar diretamente em produções audiovisuais. Mesmo que muitos ainda prefiram começa com o teatro, mas em certa feita, podem escolher em qual segmento desejam atuar e fazer sua carreira.
Com a primeira produção cinematográfica sendo exibida em 1895 pelos irmãos Lumière (A Chegada do Trem na Estação de Ciotat; inclusive assustando o público, pensavam que de fato um trem estava vindo em suas direções), tudo que se referia às películas ainda era novidade. E nesse sentido, Sombras tem sua grande relevância pela originalidade em projetar sua estória.
Chinatown
4.1 636 Assista AgoraQuando você pensa que já desvendou tudo do enredo, que por sinal é excelente e muito bem construído, vem um plot twist que lhe pega de surpresa; e até lhe causa repulsa, ante toda a perversão de um antagonista.
Roteiro redigido com maestria, estarrecedor. Além de toda a trama policial, ótimos personagens, narrativa intrigante do início ao fim. Desfecho atroz, arrebatador. Bastante verossímil e lancinante. Impossível não se surpreender.
Não é um filme de ação ou policial frenético, com edição ultradinâmica contendo 9999 cortes a cada minuto, calcado na trivialidade e cheio de tiro, porrada e bomba, semelhante aos famigerados blockbusters pós 2000. Pra quem reclama que é monótono, com certeza não é público-alvo desse tipo de produção. Melhor ficar apenas na filmografia de Vin Diesel e Jason Statham. Creio ser mais adequado para tal perfil. Doravante.
Chinatown mantém um ritmo mais lento e distendido, propositalmente, exigindo interesse, atenção e maturidade do telespectador. Também não possui violência gráfica gritante, mas o teor psicológico (típico do Polanski) consegue ser mais visceral do que muitos filmes do gênero.
O bom desempenho de todo o elenco é notável, mas as atuações insignes evidentemente ficam por conta de Jack Nicholson (esse cara sempre consegue me surpreender e fazer com que fique cada vez mais fã), John Huston e Faye Dunaway.
Como já era de se esperar, Direção formidável do Polanski (que curiosamente é pouco expressivo como ator, mas como cineasta é magnânimo).
Enfim, imprescindível para os fãs de bons filmes policiais/Noir.
Sinistro: A Maldição do Lobisomem
2.7 171 Assista AgoraTrama original e intrigante. Apesar de alguns deslizes, a obra é muito bem executada. Chega a ser previsível em boa parte, o telespectador consegue deduzir os rumos da trama. Porém, ainda assim, gera algumas incertezas e não deixa de ser bastante interessante, enleando suspense, terror e gore.
Gostei muito da abordagem realista que deram ao Roteiro, com enfoque em uma perspectiva mais científica, mas não descartando as antigas lendas. Excelente combinação. Os personagens são ótimos, principalmente Talan Gwynek, Mrs. Gwynek, Gavin Flemyng.
Elenco sensacional, deveras convincente e empático. Acertaram em cheio na escolha dos atores, percebe-se que teve um casting 100% preciso. Brian Scott O'Connor estava estarrecedor, atuação monstra, com o perdão do trocadilho.
Direção de Arte também é sublime, com destaque para as maquiagens, próteses, cenografia e afins. As cenas viscerais são simplesmente impressionantes, magnânimas. Só por esse quesito já valeria assistir e apreciar.
A Trilha Sonora emerge como um artifício infalível para gerar mais clima de mistério e terror à trama. Até a música nos créditos iniciais é exímia. Formidável.
Talvez, um dos pontos negativos, é a Fotografia. Não sou adepto ao estilo found-footage, com algumas exceções. Mas às vezes, os enquadramentos imprecisos e o cinegrafista com a câmera na mão, tremendo quase o tempo todo, incomoda.
Aqueles inserts de reportagens no final também são desnecessários, não agregam nada. Creio que se terminasse o filme após o desfecho na floresta, já estaria muito bom. Contudo, isso não chega a ser um problema.
Outro ponto negativo:
O filme tem uma Direção de Arte magnífica, como disse acima, mas não custava dar um trato no visual do Gavin. Embora a representação do ator estivesse convincente, não ficou legal aquele visual de Lobisomem depilado e descaracterizado. Se tivesse caninos e orelhas pontudas seria quase um Nosferatu raivoso LOL Podiam ter sido mais solícitos com isso. A cena em si, achei bem legal, embora também já imaginava que ele ia aparecer para salvar a amada.
Enfim, de modo geral, muito acima da média. Bem dirigido. Para quem gosta da temática, com certeza vale ao menos uma conferida.
Com exceção dos haters babacas que aparecem por aqui e em toda a internet, os fãs mais exigentes do gênero reconhecem que mesmo com os deslizes, é no mínimo um bom filme.
Power Rangers
3.2 1,1K Assista AgoraApesar de ter quase 30 anos, acompanhei boa parte das temporadas de Power Rangers, assisti de 1993 a 2005. E na infância, como era de se esperar, igual a maioria, fui aficionado. Tive os bonecos desde Mighty Morphin (aqueles famigerados que ao apertar um botão na cintura virava a cabeça) até In Space (esses tenho até hoje), diga-se de passagem, uma das melhores em âmbito de Roteiro.
Até Power Rangers Lost Galaxy, achava sensacional, uma vez que mantiveram a mesma linha cronológica desde a primeira temporada (Mighty Morphin).
As demais cheguei a ver, mas já não tinha a mesma fascinação, (muito provavelmente porque já era mais velho) penso que devido as tramas serem mais triviais e parece que ainda mais pueris.
Também conferi as produções cinematográficas em suas respectivas épocas: Power Rangers, O Filme de 1995 e Power Rangers Turbo de 1997. Gosto mais do primeiro, por ter sido bem mais emblemático e uma produção melhor no geral, o roteiro também acho superior, visto que contava com o ótimo vilão canastrão Ivan Ooze, mérito do ator Paul Freeman, e evidentemente dos roteiristas John Kamps e Arne Olsen, e do diretor Bryan Spicer. O elenco é o mesmo da série e bastante carismático, como de costume.
Da infância a adolescência, sempre fui fã de Tokusatsu: Jiban, Jiraya, Jaspion, Kamen Rider, Changeman, Flashman, Winspector, Cybercops e afins. Todos esses antigos acompanhei na saudosa TV Manchete - que aliás, também exibia diversos animes exímios, tais como: Samurai Warriors, Shurato, Sailor Moon, Os Cavaleiros do Zodíaco (curiosamente não gosto, mas reconheço sua importância), Yu Yu Hakusho (fã inveterado, até hoje assisto) e tantos outros.
A frase soa clichê, extremamente saudosista e nostálgica, mas verossímil: "Já não há mais emissoras como antigamente".
Mas doravante. Falando deste novo remake, creio que muitos exageraram nas críticas negativas. Embora não seja uma obra-prima, e tirando os deslizes, é sim divertido. Poderia ser muito melhor, é claro, mas nem de longe é um completo fiasco.
Talvez, um dos maiores equívocos, dentro do Roteiro, foi a tentativa intensificar muito o drama subjetivo de cada personagem. Não que fosse um erro a ideia, mas o modo em que os personagens foram construídos e a backstory de cada um, não havia necessidade, uma vez que eles são bastante superficiais, triviais. Nenhum deles passou por nada tão extraordinário (antes de se tornarem Rangers) a ponto de dramatizar tanto o passado. Também perderam muito tempo exibindo a mise in scene (cotidiano) ao invés de retratar conflitos relevantes e interessantes, tanto intrínsecos quanto extrínsecos. Mesmo com o intento de ressaltar a personalidade dos adolescentes, no fim eles acabam sendo quase apáticos. E nesse quesito, o elenco também não ajuda muito, não gostei de nenhum deles, (com exceção de Zordon e Rita, que ficaram formidáveis) os jovens também não são carismáticos como os antigos foram (e nem estou pesando o saudosismo).
Os minutos iniciais do filme são excelentes: um clima distópico e devastador despontam com grande impacto na trama, incutindo bastante deslumbre e empatia no público. Sugerindo que será uma obra extasiante de ficção científica, entretanto, infelizmente a trama decai e perde o vigor.
Fiquei fascinado com aquela cena em que o Zordon está se rastejando e troca as últimas palavras com a Ranger Amarela, frisando que toda a equipe foi destruída e depois pede ao Alpha que recrute novos Rangers. Pena que não seguiu por esse caminho mais sério e sombrio, e adiante tudo ficou pueril. Surgiram boas cenas, mas nenhuma tão surpreendente quanto o início.
Tinham o potencial de fazer um filme magnífico de ficção científica/distopia, mas resolveram frisar situações banais e mais do mesmo. Ao menos podiam ter utilizado os bons clichês: uma tragédia na vida dos adolescentes, ou algo realmente estarrecedor e impactante, mostrar de fato a vilã e/ou seus lacaios dizimando parte da população, frisar o desespero de alguma família, ou pessoa, etc. Enfim, se fosse se enveredar pelos clichês, que ao menos fossem importantes para o enredo. (São exemplos prosaicos, mas que penso que funcionaria melhor de acordo com o que foi mostrado, se o roteiro fosse meu, seguiria para a vertente que foi apresentada no começo).
Rita Repulsa demora para fazer algo de fato perverso (e no fim nem supera as expectativas). Não desenvolveram o potencial da personagem, nem da atriz. No início do filme, tudo indicava que seria uma ótima vilã, mas a trama não abre espaço para que ela cumpra seu papel. Fica só nas ameaças e uma ou outra morte aleatória, que por sinal quase nem são exibidas.
Entendo que a classificação etária era baixa, mas ainda assim, este filme não foi (ou não deveria ser) feito para crianças. Afinal, as crianças dos anos 90 hoje são adultas, muitos até pais e mães. Mesmo que fosse destinado ao público infantil, as crianças que assistem Power Rangers hoje em dia, que consomem os produtos relacionados, também mereciam algo melhor.
Alguns filmes de super-heróis, ainda que tenha classificação indicativa 12 anos, conseguem ser mais sóbrios, ter mais profundidade, empatia e relevância na narrativa. Exemplos: Trilogia Cavaleiro das Trevas, O Homem de Aço, Capitão América: O Primeiro Vingador, Cry Freeman, A Liga Extraordinária, V de Vingança, etc.
E para concluir o texto quilométrico, vide os equívocos salientados acima, não é de todo ruim. A trama é um pouco enfadonha e irrelevante em alguns trechos, mas tem seus pontos positivos. E como já mencionei, só pelo início já mereceria ser assistido. As poucas cenas de ação são muito boas, gostei muito dos Zords (embora são colocados no filme de modo parco e às pressas, mal falam sobre eles). E também vale conferir pela atuação de Bryan Cranston (Zordon) e Elizabeth Banks (Rita Repulsa).
O aspecto técnico do filme é sublime e não tem o que criticar. Ótima Fotografia e Direção de Arte. Trilha Sonora excelente (e ainda saciando parte da nostalgia através do tema clássico). Efeitos Visuais magnânimos. Edição bem competente. A Direção é bastante razoável.
Para os fãs inveterados de Mighty Morphin, ainda conta com a ilustre participação de Jason David Frank (antigo Tommy Oliver) e Amy Jo Johnson (antiga Kimberly).
Para ser sincero, lamentei o cancelamento da sequência. Penso que nas mãos de um bom roteirista e diretor, poderia superar este primeiro.
Um Duende em Nova York
2.7 154 Assista AgoraFilme com Roteiro bastante pueril, singelo e sem grandes surpresas. Porém, bastante divertido. E dentro do que se propõe a aduzir, é muito bom.
Entre os primeiros vinte minutos, estava achando sem graça, mas quando o protagonista deixa sua terra natal e segue para Nova York, fica bem mais interessante e hilário.
Típico filme para ver em família, ou simplesmente para expurgar o enfado. Se for assistido sem grandes expectativas, sem o pseudo-olhar técnico e sem exigir um conteúdo filosófico de um filme trivial de humor, certamente entretém e rende uns bons risos.
Bom elenco, boas atuações, especialmente de Will Ferrell e James Caan (um baita ator e bastante versátil). Bem dirigido, Jon Favreau já demonstra aqui que, mesmo se tratando de comédia e um orçamento mais modesto, consegue ser acurado e criativo. Ótima Direção de Arte e Fotografia. Trilha Sonora exímia.
Fantasma
3.4 145O cineasta Don Coscarelli tem seu mérito por ter feito um filme totalmente autoral: escreveu o roteiro, dirigiu, filmou e editou. No entanto, impossível não admitir que o roteiro é muito fraco e estapafúrdio. Várias cenas previsíveis e enfadonhas. Personagens sem carisma, vilão apático, final clichê. Enfim.
Muitos idolatram apenas por ser um filme setentista, de baixo orçamento, que rendeu sequências e pouco conhecido. Mas isso não significa qualidade. Acabei ficando até sem vontade de conferir os outros.
Sei que o intento era ser assumidamente trash, mas também não precisava usar aquele sangue mostarda, pqp. Tudo que consegui fazer foi rir de tão tosco.
Porém, se há algo de grande relevância e o maior êxito da produção, é a Trilha Sonora. Realmente ótima. É o único artifício que consegue deixar o filme com um bom clima de mistério e um pouco mais interessante. De resto, tudo é dispensável.
O Corvo
3.6 92Assisti sem ler a sinopse, apenas sabia que era uma adaptação da obra "O Corvo" de Edgar Allan Poe, e pra minha surpresa, não era nada do que imaginei que seria. O poema em si é um tanto melancólico, taciturno, e esta adaptação, é literalmente uma comédia do início ao fim, com vários elementos de fantasia.
Esperava que fosse um filme de terror ou suspense, mas me enganei.
E devo admitir: Cara, que filme divertido.
Adoro Edgar Allan Poe, é meu escritor predileto no gênero de suspense, policial e terror. Contos como "Tu és o Homem", "Berenice", "A Máscara da Morte Rubra", "O Coração Denunciador", "O Diabo no Campanário", "O Retrato Oval", "Os Crimes da Rua Morgue" e evidentemente, "O Gato Preto" (e tantos outros que não caberia citar aqui) são obras-primas perenes. Eternas inspirações. Vários textos de Poe já foram adaptados para o cinema, inclusive muitos personagens do Poe interpretados por Vincent Price. Ainda pretendo assistir todos.
(Diga-se de passagem, a melhor caracterização do próprio autor, foi através da lenda viva Jeffrey Combs em ''O Gato Preto", filme que é inerente a série Mestres do Terror (muito boa por sinal) dirigido pelo excelente cineasta Stuart Gordon, episódio 11 da segunda temporada).
Como adoro a Direção de Arte dos filmes que Vincent Price trabalha, e a atuação dele também, é claro. As locações em que os produtores encontram pra gravar, tão quanto a cenografia, são sempre magníficas.
Mas falando do Roteiro, se Edgar Allan Poe estivesse vivo, creio que nem ele poderia imaginar que fariam um filme cômico inspirado em seu poema mais consagrado e misantrópico, tampouco que o resultado seria formidável.
A trama é bastante lúdica, até pueril por assim dizer, com uns toques macabros e de fantasia. Total contraste e divergência com o poema. Na verdade, "O Corvo" em si, foi inserido como referência e homenagem ao autor, porque o enredo mesmo é original e imprevisível, pouco tem a ver com o original. O famigerado pássaro trevoso aparece como ponto de partida na trama, um chamado à aventura.
Apesar de ser um filme de humor, o Roteiro é consistente e ainda conta com alguns plot twists. E principalmente, com um final divertidíssimo.
Há um divertidíssimo duelo de mágica nos minutos finais que é hilário, sensacional, digno de dar inveja a franga Harry Potter.
Vincent Price estava excelente no papel. Aliás, além dele, o filme conta com nomes icônicos, tais como: Boris Karloff (Frankenstein, A Múmia), Jack Nicholson (O Iluminado, Batman) e Peter Lorre (M, O Vampiro de Dusseldorf, Casablanca). Karloff ficou ótimo como vilão canastrão e traiçoeiro. Também gostei muito da atuação da Hazel Court, cativante.
Roger Corman dirigiu com maestria, tão quanto o roteirista Richard Matheson. Toda a equipe fez um trabalho magnânimo. Como mencionei acima, adorei a Direção de Arte, também a Fotografia, Trilha Sonora e Montagem.
Eis um filme que ainda vou rever muitas vezes.
O Castelo Assombrado
3.8 69A trama pode parecer um tanto clichê nos dias de hoje, uma vez que bruxos, mansões e castelos assombrados já foram retratados em diversas produções. Entretanto, creio que na época deve ter sido estarrecedor, e hoje não é menos interessante que outrora.
Tanto este filme quanto a obra original de H. P. Lovecraft, são imprescindíveis e imortais dentro do gênero, total inspiração. O mesmo vale para Edgar Allan Poe, que é citado nos créditos de abertura e final, outro grande mestre do terror e suspense, diga-se de passagem, meu escritor predileto.
Como era de esperar, formidável atuação de Vincent Price, grande carisma. Debra Paget também estava excelente. Ainda que apareça pouco, somos contemplados com a beleza extasiante de Cathie Merchant.
A ambientação é fascinante, uma Direção de Arte magnífica. Ótima Trilha Sonora. Bom Roteiro.
Enfim, um clássico do gênero de terror. Muito divertido.
Annabelle 2: A Criação do Mal
3.3 1,1K Assista AgoraGrata surpresa.
Pensava que seria inferior ao spin-off antecessor, mas me enganei.
Até a metade, a trama seguia um pouco arrastada, – porém é justificável, uma vez que há muitos personagens para serem apresentados e desenvolvidos – mas depois vai ganhando força e desponta com cenas magnânimas.
Gostei de todos os personagens, da trama e principalmente do final. Achei excelente como conectaram os roteiros dessa sequência com o primeiro. Deixando de ser apenas mais um produto caça-níquel e sem qualidade, como a maioria das produções do gênero.
Também me agradou muito as referências:
tanto da boneca Annabelle original, como da freira satânica (Valak) que aparece em Invocação do Mal 2. Naquela específica cena que a irmã Charlotte mostra o retrato com as outras freiras. E também na cena pós-crédito.
A Produção como já imaginava foi sublime: Ótima Fotografia e Direção de Arte. Trilha Sonora formidável. Excelentes Efeitos Visuais. Montagem impecável. Direção exímia. Elenco surpreendente. Não conhecia nenhuma das meninas, fiquei impressionado com a atuação delas, bastante empática e cativante.
Numa era de inúmeras produções oportunistas e sem qualidade, triviais e ruins, as franquias Invocação do Mal e Annabelle têm sido provas cabais que ainda é possível realizar filmes bons de terror, sem apelar para remakes de filmes clássicos, adaptações vagabundas de obras literárias consagradas, ou ainda filmes de terror em found-footage com trama tacanha (acho um absurdo priorizar mais a linguagem que o Roteiro, por isso muitas vezes um filme bem produzido se torna péssimo, o enredo sólido é o alicerce de qualquer obra, enfim).
Sempre que investem em um Roteiro original, já conseguem o meu respeito.
Particularmente, acho que ainda cabem mais dois filmes (um em cada) nas franquias Invocação do Mal e Annabelle. Creio que duas trilogias fechariam muito bem a saga, se mantiverem a qualidade, evidentemente.
PS:
Adoro esses Capirotos que aparecem nos filmes. Maquiagem e Figurinos sensacionais. A Freira Capirotesca de Invocação do Mal 2 parece o Marilyn Manson, mas gosto muito LOL
Southbound
2.9 151Não recomendaria nem para um inimigo.
Não é um filme, mas sim uma miscelânea de ações jogadas numa trama medíocre, incongruente e sem nenhum grau de verossimilhança, apática e até irritante. Há mais furos no Roteiro do que em uma peneira.
Começa sem nexo e termina incoerente.
E ainda 6 pessoas assinaram o Roteiro. 6 cabeças que não valem 1. Ao que tudo indica, nenhuma delas têm capacidade de redigir uma simples redação. Sim, porque ao menos em uma dissertação é imprescindível ter começo, meio e fim.
Começo - apresentação, exposição de informações; Meio - desenvolvimento, obstáculos, conflitos; Fim - consequências, revelações, desfecho.
É como se a trama dessas estórias só tivessem começo, e ainda muito precário. Tudo é extremamente superficial, sem qualquer profundidade nas narrativas, exacerbadamente subjetivo. Parece que a única preocupação que tiveram é com cada cena de carnificina, com o banho de sangue e mortes aleatórias. Na cabeça dessas pessoas, um filme de terror precisa ter apenas vísceras, sangue e mortes.
Pra que consistência no Roteiro, não é mesmo? Pra que desenvolver personagens, enredo? Pra que ter ao menos uma premissa? Afinal é só tacar quaisquer personagens em ações estapafúrdias e manter as únicas cenas coerentes, carregadas de clichês.
Exemplo:
Pneu furado em estrada sem placa, deserta, sem GPS, personagens perdidos e ineptos. Outro que atropela a vítima na estrada durante a noite por estar no celular. Família estranha/satanista. Se esconder de assassinatos dentro do armário.
E um dos piores disparates:
Que porra que são aqueles esqueletos alados?!! Que ainda saem dos corpos das pessoas mortas do nada?! Não dá pra chamar nem de ceifadores, fica muito abrangente. Não tem como se munir de justificativas para atenuar a tosqueira dessas criaturas, não há nenhuma característica que possam ser classificadas como demônios, espíritos ou qualquer outra coisa. São apenas caveirinhas aladas.
Percebe-se a total displicência e inexperiência dos que escreveram.
Por fim, quando se pensa que vai melhorar, perto do final, a última estória (que na verdade é uma prequel da primeira) é quase que uma cópia (muito tosca por sinal) de Os Estranhos. E como era de se esperar, também uma caralhada de clichês.
Só para esclarecer: Não tem necessidade de redigir um roteiro 100% didático, explicando tudo nos mínimos detalhes. Afinal, não é um filme institucional. Porém, é primordial ter uma trama consistente, empática, intrigante e que tenha um desfecho imprevisível ou ao menos aceitável/razoável. E claro, com bons personagens.
Não me venha com essa conversa de deixar tudo na percepção do telespectador, de abusar da subjetividade, ou a pior de todas as justificativas de quem defende este fiasco: "É pra fazer o povo pensar!" Porra, desde quando este filme é uma obra filosófica?!! Se o sujeito ainda usasse esse mesmo argumento para qualquer obra do Bergman, ok. Ia concordar totalmente. Mas não há nada para se pensar, e sim para se lamentar a catástrofe que é Southbound. Sei que é um filme simplista, com o único intento de entreter e ''assustar", mas foram infelizes, não alcançaram o objetivo.
Pra mim, tudo isso é mera displicência dos que escreveram, roteiro preguiçoso, vagabundo. Denota apenas inaptidão. E mal dirigido também, óbvio.
Não quer deixar tudo previsível, linear e "mastigado" ao público? Ok. Há inúmeras formas de usar da subjetividade, alegoria, criatividade e agregar muito à trama. O escritor pode redigir a estória de forma não-linear (semelhante aos filmes do Tarantino, por exemplo), com mistérios, plot twists, flashbacks, ironia dramática, dar mais vida e profundidade aos personagens, enfim, uma série de recursos. Mas pra isso precisa trabalhar!
Muitos reclamaram dos efeitos, antes o problema se limitasse a isso. É um total equívoco do início ao fim.
Depois fui pesquisar, descobri que o filme é dos mesmos produtores/criadores de VHS. Tá explicado! VHS apesar de ter quase todos os mesmos problemas deste, (e ainda uma péssima fotografia, mesmo sendo justificado por ser found-footage) ao menos conseguia ser intrigante. Apesar de cair nos mesmos erros: sem premissa ou premissa clichê, sem desenvolvimento, personagens triviais e estúpidos, inverossímil, inconsistente, etc.
Quanto a parte técnica de Southbound, nem vale a pena comentar, apesar da boa Direção de Arte e Fotografia razoável, nada de extraordinário.
Enfim, se estiver sem filme pra assistir, reveja um que você já tem em mídia física ou hd, leia um bom livro, ou releia algo que gostou, encha a cara, olhe até pro teto se estiver sem nada pra fazer, aproveite para filosofar. Mas não perca seu tempo com este filme.
Mulher-Maravilha
4.1 2,9K Assista AgoraO filme me surpreendeu muito, principalmente Gal Gadot.
Quando anunciaram que ela daria a vida a Mulher-Maravilha, não coloquei muita fé, esperava o pior. Achava que não pudesse ficar bem no papel, já que Lynda Carter tinha todos os atributos físicos da personagem e concedeu uma atuação mítica para a Amazona. No entanto, Gal Gadot também é linda, e ficou realmente maravilhosa.
Em Batman vs Superman ela já havia exposto seu potencial (ainda que o filme seja bem mediano) mas neste que de fato mostrou todo seu talento e sensibilidade.
Mudaram alguns pormenores da criação original (o que seria óbvio em uma adaptação), contudo, gostei muito. Possui todos os artifícios de um bom Roteiro: protagonista cativante, empática, coadjuvantes relevantes, bom vilão/antagonista, trama interessante, com plot twist e epifania.
A aparição do Ares me deixou estupefato. Quando vi o trailer na época, não sabia que ele estaria na trama. Após falarem nele no começo, fica quase evidente que surgiria em algum momento. Mas o modo que despontou foi imprevisível, jamais imaginaria que o Ares era o Sir Patrick Morgan, um sujeito um tanto velho (o ator tem 54 anos, não é um velho, mas parece) e fora de suspeitas.
O elenco é exímio. Toda a parte técnica do filme é excelente: Ótimo Roteiro. Direção de Arte sublime (principalmente figurinos e cenografia), Fotografia magnânima. Trilha Sonora formidável. Efeitos Visuais impressionantes. Direção fantástica.
Enfim, nem tem mais o que elogiar. Melhor adaptação da DC depois de Watchmen do Snyder e da Trilogia Cavaleiro das Trevas do Nolan.
Espero que no próximo filme da Mulher-Maravilha mantenham a mesma qualidade. Quem sabe não inserem a Circe como vilã, arqui-inimiga da Amazona. Se tiver um bom roteiro, caracterização e direção, vai ser sensacional.
PS: Ainda não vi Liga da Justiça, espero que tenham feito um bom filme.
Balada para Satã
3.4 45Infelizmente, uma das produções irrelevantes dos anos 70.
Com exceção da ótima Trilha Sonora, e a beleza das atrizes, principalmente Jacqueline Bisset e Barbara Parkins, o restante é pífio.
No início você já consegue identificar o vilão e seu objetivo, tão quanto o caminho para o desfecho óbvio. Entretanto, resolve dar uma chance, para ver se por milagre surge algum plot twist e te surpreende, mas termina com toda obviedade possível. Não há uma única cena de real impacto na trama. Personagens totalmente superficiais.
Além da premissa ser clichê, encerra sem nenhuma novidade. Roteiro previsível e fastidioso. Mal dirigido. Lamentavelmente, nem tem como defender e jogar a culpa no baixo orçamento. Como se sabe, existem inúmeros filmes baratos e excelentes. Não li a obra original, mas esta adaptação é um fiasco.
E como na maioria das vezes, uma tradução oportunista, que não faz jus ao título, que nem de longe chega perto da magnitude de "As Bodas de Satã", que precede este e trata da mesma temática, mas infinitamente melhor.
Se você é fã de filmes do Capiroto, dê prioridade aos que são excelentes, tais como: "As Bodas de Satã", "O Bebê de Rosemary", "Uma Filha para o Diabo", "A Profecia", "O Exorcista", "Coração Satânico", “Advogado do Diabo” ou mais recentemente "A Bruxa" (2016) etc.
Quanto a "Balada para Satã", melhor correr porque é uma cilada.
Homem-Aranha: De Volta ao Lar
3.8 1,9K Assista AgoraComo sempre, o ódio gratuito e inepto dos haters não podia evidentemente deixar de constar em um filme blockbuster como esse.
É claro que não é uma obra-prima, e muitos (os verdadeiros fãs e leitores de longa data) esperavam que fosse. Ainda mais quando se tem 6 caras para escrever um único Roteiro, sendo que um deles é o próprio diretor. Mas, doravante. Também não acho que foi esse fiasco todo que estão exaltando. Com algumas ressalvas, teve seu êxito.
Nos primeiros minutos de Peter Parker em cena, pensei realmente que seria péssimo do início ao fim, calcado na trivialidade e futilidade teen. Mas até que me surpreendeu, positivamente. A trama vai evoluindo aos poucos, e ao menos na personalidade de Parker, consegue ser verossímil e congruente com a realidade, principalmente a atual. Muitos panacas compararam o Peter Parker do Tobey Maguire com o do Tom Holland, mas esquecem que o primeiro filme do Raimi foi realizado em outra época, 15 anos atrás para ser exato, evidentemente os adolescentes daquela época não têm mesmo o perfil dos de hoje. Isso é tão explícito e óbvio que eu nem deveria comentar, mas alguns pseudocríticos ignoram este fato. Outro detalhe, na época, Raimi assumiu que nunca havia lido nada do personagem. Foi ler depois de ser cotado para dirigir a adaptação. E esquecem que a trilogia também está longe de ser perfeita, vide o terceiro filme, aquilo sim, foi uma total brochada. Descaracterizou 100% os personagens e o Homem-Aranha. E particularmente, não gosto de Tobey Maguire nesse papel, fez um Parker emotivo ao extremo, chorão, bunda-mole e por vezes apático. Com exceção dos vilões dos dois primeiros, nada de extraordinário. Sam Raimi é um baita cineasta, mas dentro do seu âmbito: terror/trash. Adoro vários filmes dele, principalmente a trilogia Evil Dead, Darkman e Arraste-me Para o Inferno. Mas adaptando filmes de super-heróis não é um mestre, está longe de ser.
Mas claro, na mente parca de um saudosista intolerante, sem exceção, em qualquer situação, o primeiro vai ser sempre o melhor.
Falando do Roteiro, gostei do desenvolvimento. Me transmitiu bastante verossimilhança, o que é fundamental em qualquer obra. Embora muitos não gostem (inclusive eu) ser youtuber teen é uma realidade praticamente no mundo todo. E a internet hoje é a principal forma de relacionamento dos adolescentes (e de muitos adultos também). O que não faria sentido é manter os mesmos hobbies e a personalidade idêntica do Peter Parker original (oriundo dos anos 60) inserido no perfil do adolescente contemporâneo. Isso sim, soaria fake e intragável. Além disso, o Peter Parker do Holland não se limita a ser um youtuber.
Esse novo Homem-Aranha é muito mais realista, mais humano e pra mim até mais carismático que os anteriores. E afinal, na época em que Tom Holland foi cotado para interpretar o personagem, era um adolescente, e no filme agiu como um. Tampouco o achei burro, como tanto frisaram. Burras são as pessoas que não compreendem as grandes diferenças do adolescente atual para um dos anos 60, ou ainda um que seja de 15 anos atrás. Seria como fechar os olhos e fingir, negligenciar toda a mudança tecnológica e o impacto que isso teve na vida das pessoas, principalmente na dos jovens.
15 anos atrás existia YouTube? Não. E Facebook, Twitter? Não. Instagram? Não. WhatsApp? Não. Nem mesmo Orkut? Não.
Não só no visual e psique, mas o figurino utilizado pelo protagonista nesse filme, achei sensacional. E para os fãs das HQs de Stan Lee e Steve Ditko o uniforme do Aranha foi bem fiel. Claro que também achei exagero a maioria das funções do traje, quase uma "armadura de pano". Porém, como foi projetada por Tony Stark, até faz sentido. Lembrando que na época que foi criada, nos 60, os criadores não tinham toda essa visão hi-tech como hoje, a própria tecnologia da época também era extremamente limitada, obviamente.
Também gostei muito do vilão, tão quanto de sua personalidade. E pra mim, conseguiram a proeza de deixar o traje do Abutre melhor que o original (também difere nas habilidades e poderes, o Abutre original tinha a capacidade de drenar a força vital dos seus inimigos, o tornando mais jovem e mais forte, já que era um idoso). Para quem não conhece, sugiro que dê uma olhada no Google. O primeiro que apareceu nas HQs era um tanto galhofa em sua vestimenta. A adaptação representada nesta versão, me agradou mais.
Sou fã do Michael Keaton, desde Batman (Tim Burton). Ele ficou excelente nesse papel. Na época que saiu Birdman (baita filme) do Iñárritu, pensei em como seria sensacional se Michael Keaton interpretasse o Abutre. Nem preciso dizer o quanto fiquei feliz quando soube que de fato seria ele.
A trama de Homem-Aranha de Volta ao lar é consistente e empática. Ótimas cenas de ação e até um drama (moderado) nas cenas que enaltecem os conflitos intrínsecos de Peter Parker. Conta até com um plot twist interessante no final, que para um filme no escopo traçado é bastante competente.
É evidente que é um filme pueril, para jovens e famílias. Com classificação etária baixa (12 anos). Não faria sentido uma adaptação extremamente complexa, ininteligível, sisuda, sombria e etc. O próprio universo do personagem não é assim. Afinal, as primeiras aventuras despontam na adolescência do personagem, em meio a todos os acontecimentos juvenis. Essa nova adaptação faz jus o estilo de filmes adaptados da Marvel, que com exceção do Deadpool, possuem tramas atenuadas, com pouca violência.
Uma das grandes mancadas do filme, pra mim o pior equívoco, foi o Shocker. Um vilão de suma importância no universo do Aranha, e foi retratado de forma tão pífia. Tanto pela personalidade apática que deram ao personagem, quanto pela atuação e figurino tosco. Não fizeram questão de investir nada no Shocker, o que foi bastante decepcionante.
Se tivessem deixado o ator Logan Marshall-Green para interpretar o personagem, ao menos teria ficado um pouco melhor. Na trama, era o único que peitava o Abutre, poderia ter rendido uns bons conflitos.
Bokeem Woodbine é um bom ator, mas nesse filme estava péssimo. Penso que foi devido ao roteiro mesmo.
Fora a questão da troca de etnia dos personagens, um tema sempre polêmico, mas para quem conhece os personagens das HQs e/ou animações é um fato que incomoda demais. No mesmo nível, seria de emputecer a inserção de um Blade e Spawn/Al Simmons branco numa adaptação (embora já tenham diversos Spawns de outras etnias nas HQs, mas Al Simmons sempre foi negro) e são meus personagens prediletos. Enfim, essa é uma questão que também rende muita controvérsia, nem vou entrar nesse aspecto.
Outro ponto negativo, que às vezes fica enfadonho, é o coadjuvante amigo do Peter, Ned. Poderia ser menos exagerado em algumas de suas reações, mas são detalhes. Nada que comprometa a trama.
Toda a parte técnica, Produção, Direção de Arte, Fotografia, Trilha Sonora e Efeitos visuais são excelentes, nem precisa ser pontuado. Não achei nenhuma falha nesses quesitos.
Pra encerrar, dentro dos parâmetros, foi uma boa adaptação, sim. Quem acha péssimo e não consegue enxergar nenhum ponto positivo, certamente é um alienado que esperava algo que o filme não poderia cumprir. E muito provavelmente, filmes de super-heróis não são para tais pessoas. Uma vez que quase sempre, são obras lúdicas. Não espere uma trama adulta, complexa, com grandes paradoxos e diversas alegorias de algo que não foi criado com essa intenção. O objetivo era apenas entreter e abstrair.
O que mais se vê na internet são críticas de puro ódio gratuito, dispensáveis, sem qualquer argumento. Muitas pessoas não são coerentes, mas sim estúpidas em suas opiniões. É claro que qualquer um tem o direito de dizer o que pensa, por mais infundado e irrelevante que seja tal comentário.
Martin
3.8 102Decepção. Achei sem qualidade tanto como terror quanto drama. Trama e personagens apáticos, sem carisma. Diálogos artificiais. Há diversas cenas esdrúxulas, sem congruência, inverossímeis. Todo o Roteiro é inconsistente, insípido e enfadonho.
Muitos enaltecem este filme simplesmente por ser uma obra do Romero, pouco conhecida e a predileta do cineasta, o que não implica nenhum respaldo de êxito.
E os que são a favor repetem a mesma coisa: "É um filme totalmente original". "Ótima releitura dos filmes de Vampiro".
Desde quando desconstrução de um determinado tema ou arquétipo é sinônimo de qualidade? Muito pelo contrário, quando alguém surge com a pretensão de "desconstruir" e "reconstruir" um tema, gênero ou arquétipo, já fico desconfiado e espero o pior. E normalmente é o que acontece.
Acho muito mais crível e empático se trabalhar com arquétipos já existentes, acrescentar novos significados e alegorias, do que demolir o que se mantinha estabelecido. Sempre duvido de quem tenta reinventar a roda.
Além disso, pra mim não trouxe nenhuma novidade. Já havia assistido alguns filmes com ideias semelhantes. Um deles é
The Reflecting Skin com Viggo Mortensen. Porém, gostei muito mais daquele. A produção era de baixo valor também, mas ao menos tinha uma ótima Fotografia e um bom Roteiro.
Enfim. Sendo generoso, Martin é fraco em todos os sentidos, pra não dizer péssimo. A produção também é uma lástima, mesmo com orçamento baixo, o Romero já fez filmes muito melhores. Em Martin, nem a Direção de Arte é boa, os figurinos são triviais, cenografia comum, a maquiagem é quase ausente e o pouco que aparece não agrega nada para um filme dessa estirpe, ainda que seja mais psicológico que explícito. A Trilha Sonora displicente e quase omissa também incomoda, deixa tudo ainda mais tedioso.
George A. Romero era um baita cineasta e ainda pretendo conferir toda a filmografia dele. Um cara que respeito muito, sou fã dos filmes dele de zumbis, mas esse trabalho serviu apenas para reforçar que grandes diretores e roteiristas não estão isentos do erro. Afinal, são humanos.
Rastro de Maldade
3.7 408 Assista AgoraRoteiro magnânimo. Trama e personagens excelentes, muito bem construídos. Particularmente, não achei nada longo, tampouco enfadonho. S. Craig Zahler foi solícito com os personagens e enredo, e para tanto, não havia como a obra ser menor. Do contrário, ficaria mais um filme superficial, e não algo original e surpreendente como foi.
A backstory dos personagens é fascinante, tão quanto suas psiques. Cada um com sua própria moral e perspectivas, muito bem trabalhadas. Normalmente, grande parte dos roteiros investem apenas no protagonista e/ou antagonista, mas Bone Tomahawk conseguiu a proeza de ressaltar cada um deles em respectivos momentos. Adorei todos. E ainda com um plot twist/final arrebatador.
Foi um trabalho de mestre, poucos conseguem compreender a grandeza desse roteiro, e não só isso, a grandeza do filme como um todo.
Quem não gostou, obviamente ansiava por um filme curto e clichê, mais do mesmo: tiro, porrada e bomba. Ou apenas carnificina, sem nenhuma profundidade na narrativa.
Teve gente que nos comentários abaixo frisou ser clichê e até inverossímil a abordagem de índios canibais. Certamente nunca ouviram falar dos Wari, uma tribo de índios que eram canibais e inclusive são do Brasil.
A típica opinião infundada e rasa.
Além do Roteiro sublime, Ótima Fotografia e Direção de Arte. Trilha Sonora competente. Boa montagem e uma Direção formidável. Sobre o elenco, nem tem muito o que falar, atuações sensacionais. Já estimava o Kurt Russell (aliás, é incrível, ele fica bem nesses papéis em filme Western, desde Tombstone já comprovou isso, diga-se de passagem um baita filme!) e Patrick Wilson idem, fiquei ainda mais fã de ambos.
Genial a forma como S. Craig Zahler enleou muito bem o Western e o Terror. Antes disso, que me lembro só tinha visto com uma proposta semelhante Rejeitados Pelo Diabo (obra-prima do Rob Zombie, inclusive, assim como Bone Tomahawk, também tem Sid Haig no elenco, interpretando o insano e famigerado Capitão Spaulding).
Enfim, tem tudo para se tornar um clássico no futuro.
Subspecies: A Geração Vamp
3.1 62É bastante previsível, canastrão em muitos momentos e com efeitos toscos.
Porém, muito divertido.
Embora seja uma produção de baixo orçamento, modesta em todos os quesitos, a Fotografia e Direção de Arte são bem aprazíveis e até admiráveis. A Trilha Sonora também é ótima, muito imersiva. Direção competente do mestre Ted Nicolaou.
Seja como for, o filme tem ambientação e estética interessantes. Fora que o vilão Radu (atuação muito boa de Anders Hove) é sensacional. Moldado com base no arquétipo medieval europeu.
Numa era que há inúmeros filmes péssimos do gênero, tanto em trama quanto em personagens, tornando a imagem da criatura irrisória, colorida e purpurinada, brilhante no sol, este merece reconhecimento por retratar o Vampiro em seu aspeto mais clássico: sombrio, visceral, funesto e tão apreciado pelos fãs.
Para quem não se importar tanto com o roteiro simplório e despretensioso, vai gostar. E para os que são aficionados por Vampiros é indispensável.
Fome de Viver
3.8 349 Assista AgoraO filme tem uma trama interessante e atmosfera cativante. O roteiro é original, se comparado com diversos clichês no mesmo gênero. Porém, por ser um filme de Vampiro, no geral, acaba sendo mediano. Os fãs saudosistas do filme vão discordar de mim, evidentemente.
Particularmente, detesto quando desconstroem o arquétipo da criatura – detalhe: existe uma diferença colossal entre arquétipo e estereótipo, muitos sabem, outros não, mas doravante – mesmo correndo o risco de ser antiquado ou tachado de intolerante, ou mera chatice, creio que nesse caso, sempre vou manter a mesma opinião.
Pra mim, vampiro que se preze não exclui seus atributos clássicos: tez pálida, caninos pontiagudos, não sai no sol (ok, Drácula sai, mas aí é outra estória e os argumentos são plausíveis), raramente mantém contato com humanos, (a menos que seja para se alimentar ou algo de suma importância) são inteligentes, bastante persuasivos e etc. Não precisavam manter todas as particularidades já retratadas em outras obras. Algumas características clássicas podem até ser descartadas, tais como: alho (esse acho até cômico), crucifixo (já que o crucifixo é um símbolo ancestral, mas não está presente em todas as religiões e culturas, sendo assim pode ser descartado ou substituído, mas de acordo com a proposta do filme, ok? Ok) e água benta. Contudo, os primeiros que citei acima, são imprescindíveis, do contrário, começam a surgir cada vez mais produções literárias e cinematográficas toscas e repulsivas como Crepúsculo e afins, descaracterizando totalmente a criatura mitológica, alterando o sombrio e taciturno para o irrisório e purpurinado.
Um Dragão é um Dragão por conta de suas características peculiares: tamanho descomunal, pele escamosa, chifres ou protuberâncias na cabeça, um par de longas asas (ok, se for o chinês não tem asas), extensa cauda, imenso vigor, ímpeto e afins. Coloque um Dragão pequeno, frágil, fraco, extremamente burro e parecendo uma tartaruga, aí chame de Dragão, quero ver se vai ter a mesma relevância e imponência dentro do contexto da obra. A analogia é válida, cabe para ambos os casos. Manter certas características tradicionais, não significa ter uma trama clichê, muito pelo contrário. Quando se usa certos atributos já conhecidos do grande público se cria ainda mais vínculo e empatia com o leitor/expectador. A aparência do ser mitológico pode ser a mesma desde os primórdios e ainda assim apresentar um enredo magnífico.
Mas falando sobre a trama, até a metade estava achando ótimo. Aquele início, na balada gótica/darkwave foi excelente, fotografia magnânima, paleta de cores muito bem aplicada e caiu como uma luva. Uma ambientação extasiante. Mas depois parece que o filme oscila bastante na qualidade, tanto no roteiro quanto nos atributos técnicos – sei que Tony Scott era um grande cineasta, um mestre, tão quanto seu irmão, Ridley Scott, mas talvez, filmes desse gênero não fosse sua especialidade, (mesmo Fome de Viver sendo o trabalho mais lembrado dele pelo grande público) afinal, é impossível ser excelente em tudo – a ambientação soturna esvaece com o tempo, e só volta a ganhar vigor perto do final. A obra tem um apelo bastante lascivo, frisando o aspecto da luxúria dos vampiros, algo onipresente no gênero. Todavia, mesmo com o bom elenco, com as belas atrizes, com David Bowie, com as cenas sensuais/eróticas e trama interessante, o desfecho é pífio. E isso me refiro aos últimos minutos. Se excluíssem os cinco minutos finais, ao menos pra mim, terminaria de forma digna.
O mais sensato dos fãs há de convir: uma Vampira ancestral e poderosa como a Miriam Blaylock ser facilmente ludibriada e vencida por outra que acabou de ser transformada, é o fim da picada! A novata simula se destruir por uma única espetada na jugular. E Miriam com todos seus séculos, milênios de existência e experiência, não percebe o embuste. Total incoerência com a trama. Tudo bem que a cena com os vampiros-zumbis levantando dos caixões foi boa, ótima direção de arte e maquiagem, mas o fim de Miriam foi pífio demais, beirando a estupidez. Até passaria batido o envelhecimento dos lacaios, já que seria justificável por alguns fatores. Mas toda essa ideia tacanha dos vampiros usarem cruz-faquinha para furar o pescoço das vítimas (sei que o nome correto da Cruz Egípcia é Ankh, mas ficou tão tosco que chamo de cruz-faquinha) é imperdoável.
Enfim, é óbvio que o filme tem seus acertos e se mostra interessante desde o início. A parte técnica é notável. Excelente Trilha Sonora e Fotografia sublime. Para quem não é tão apegado à mitologia dos vampiros, acaba sendo uma obra-prima.
Prometheus
3.1 3,4K Assista AgoraAcabei revendo pela terceira vez, para relembrar alguns detalhes e cenas.
A Produção de modo geral é magnânima, tanto Direção de Arte, Fotografia, Efeitos Visuais e Trilha Sonora. Atributos típicos da Direção e Produção Executiva de Ridley Scott, um mestre em Ficção Científica e filmes épicos.
Divergindo da grande maioria, acho um filme ótimo. Claro que tem pequenos deslizes no Roteiro, mas a trama ficou consistente na maior parte do tempo. Há um grau de empatia pelos personagens, principalmente quanto a protagonista Elizabeth Shaw, interpretada pela brilhante Noomi Rapace. O elenco é excelente, temos Charlize Theron, Guy Pearce e Michael Fassbender em papéis bastante relevantes e expressivos – um dos aspectos que decaiu de forma gritante na sequência, com exceção do Michael Fassbender, entre outras coisas – mas este foi muito bem dirigido.
Grande ideia abordar uma das maiores questões da humanidade e frisar o imenso paradoxo atemporal da criação.
Me agradou bastante a inserção dos Engenheiros, seres intrigantes e fascinantes, (fora toda a Direção de Arte e Figurino deles, um trabalho sublime do qual o saudoso H. R. Giger ainda fez parte. A referência aos Anunnaki é clara. Para quem conhece, ainda que superficialmente, ou já tenha lido algum livro de ufologia, captou toda a concepção. Os Engenheiros nada mais são do que uma representação dos Anunnaki, que segundo as fontes da ufologia, ou o que alguns chamam de “ciência especulativa”, ou até “pseudociência” de modo pejorativo mesmo, são entidades extraterrestres que criaram os humanos, e assim como é mostrado no filme, também eram gigantes e adorados como deuses por antigas civilizações, entre elas a sumeriana. Enfim.
Para um fã lúcido da saga Alien e de Ficção Científica, certamente foi um filme no mínimo aceitável e interessante, para os extremamente saudosistas, intolerantes e nada receptivos, foi um disparate.
A meu ver, no geral, é no mínimo muito bom, com poucos deslizes e furos no roteiro e o desenvolvimento parco de alguns personagens
principalmente em relação aos Engenheiros