Um filme muito importante por mostrar um cenário de guerra social em um país com sérios problemas com a democracia; um panorama antigo que só piorou. Funciona tão bem como um docudrama que os melodramas genéricos que o roteiro induziu beiram a pieguice. Atuações inspiradas de Fagundes, Guarnieri e da Mayara Magri.
Numa Nova York cada vez mais hostil e empobrecida, onde os homens não sabem ouvir não, uma jovem mulher muda e violentada resolve fazer justiça. As influencias de Táxi Driver estão presentes o tempo inteiro, inclusive nas questões sociais pinceladas com perspicácia mas sem aprofundamento. O final é cheio de ironia.
Garbo preferiu a versão alemã deste filme, talvez pelo conforto e a segurança maior de interpretar o mesmo papel pela segunda vez consecutiva. Comparando as duas versões, achei-as no mesmo nível de igualdade, com esta aqui sendo favorecida pelo roteiro adaptado de Frances Marion, onde Anna é ligeiramente menos heroína e mais ambivalente, menos arrependida e mais assertiva. A participação de Marie Dressler (perfeita) é um luxo e teve a felicidade de torná-la uma das estrelas mais populares em bilheteria até sua morte em 1934. Anna Christie foi uma escolha milimetricamente acertada e ousada para a estreia sonora de Garbo. Give me a whiskey, ginger ale on the side. And don't be stingy, baby.
Ele gostava de música clássica, ela de cha-cha-cha. Este é só um dos contrastes dessas duas pessoas completamente diferentes que se gostaram em doses e horas totalmente erradas. A Verdade é um retrato conciso de um relacionamento abusivo, que era tão comum em 1960 quanto é atualmente. Dominique não foi só uma vítima do namorado extremamente machista; ela era uma vítima do patriarcado que a tratava feito objeto, a censurava, julgava o tempo inteiro e lhe incutia uma culpa horrível que ela não possuía. Depois de tudo isso, quando descartada, enlouqueceu por não aceitar que Gilbert não a amava. O que estava em julgamento ali não era um crime, era um estilo de vida. Brilhante roteiro escrito à várias mãos (cada qual com a sua verdade, é claro) onde predomina o pessimismo notório de Clouzot e a influência da escritora feminista Christine Rochefort. É um filme impecável, cheio de nuances, existencialismo, moralismos, imoralidades e diálogos mordazes. Atuações estupendas de Brigitte e Sami Frey.
O bom roteiro de Arthur Laurents transformou o romance da Sagan num legítimo melodrama hollywoodiano. Ainda assim, é bastante fiel ao livro e soube preservar o coté existencialista nas lindas sequências em preto e branco; a futilidade, a frivolidade das conversas, o vazio da vida pequeno burguesa, a fugacidade noturna... está tudo ali, com a participação de Juliette Greco dando um charme muito especial. O uso da bela fotografia (que aliás é um dos pontos mais altos do filme) em cores contrastando com as cenas em p&b é genial e transmite bem o sentimento de tristeza presente na segunda. Sinceramente, não consigo imaginar atores mais adequados àqueles papeis do que o quarteto de protagonistas. Jean Seberg é a própria personificação de Cécile. Godard confessamente amou o filme e fica bem claro o quanto a Patricia de Acossado foi quase uma continuação da Cécile deste Bom Dia, Tristeza.
Ah Jean, você merecia muito mais. Kristen está impecável é verdade (e mais bonita do que nunca), mas ela não poderia ser capaz de salvar sozinha essa bomba. A direção é fraca, o roteiro corre em várias direções o tempo inteiro sem nunca acertar o caminho. Tenta ser um thriller político, um filme de espionagem, tenta até ser uma cinebiografia, mas não consegue. Os personagens vão surgindo aos montes e não são aprofundados, só em poucas cenas de efeito. O quão problemático é inserir um agente arrependido e com princípios numa história real de um crime terrível cometido pelo estado. Como você pode fazer uma crítica ao governo defendendo um dos seus ao mesmo tempo? É chamar o público de idiota pedir pra nós acreditarmos em qualquer empatia do FBI naquela situação. Está no mesmo patamar de Judy: não decola nem empolga. Se não fosse a fotografia deslumbrante, Kristen e seus lindos figurinos, esse filme nem existiria. Imaginando o que Scorsese não faria com uma história dessa nas mãos.
Um dos melhores do tempo da Hollywood ambígua, pré-código. Moralizante e amoral ao mesmo tempo, incrivelmente ousado e picante, causou imenso furor em 1933 pela narrativa avançada. A fotografia expressionista alemã de Karl Struss é deslumbrante, uma verdadeira aula de como filmar e enquadrar os atores no plano. Quantas nuances tinha Temple Drake. Que personagem maravilhosa na criação de Miriam Hopkins.
Curiosidade: François Truffaut queria muito que Brigitte Bardot interpretasse a protagonista, e ela também. Mas se desentenderam quanto ao diretor atualizar o cenário da história, de 1880 para os anos 60, que ela achou sem sentido. Resultado: Deneuve foi chamada. Eu particularmente concordei com Bardot.
Howard Hawks (e Wilder, claro) sabiam como ninguém misturar as doses de malícia e humor corretas. E Barbara Stanwyck, a atriz mais versátil de sua geração, era mesmo um meteoro.
Glenn Close está lindamente insana neste drama de alta voltagem de Adrian Lyne. Embora o final seja incompatível com o restante da obra, o filme tem alguns planos e alegorias impressionantes, como a cena da montanha russa, inesquecível.
Trama Macabra
3.7 147 Assista AgoraO último Hitchcock; ainda eficiente, mas enfraquecido e muito cafona.
Amelia
3.2 168Hillary Swank e seu talento de me fazer chorar.
Mendigos da Vida
3.8 3Louise Brooks a deusa andrógina
A Próxima Vítima
3.7 33Um filme muito importante por mostrar um cenário de guerra social em um país com sérios problemas com a democracia; um panorama antigo que só piorou. Funciona tão bem como um docudrama que os melodramas genéricos que o roteiro induziu beiram a pieguice. Atuações inspiradas de Fagundes, Guarnieri e da Mayara Magri.
Vida Vida
3.9 4 Assista AgoraScenes from a marriage
Sedução e Vingança
3.7 151 Assista AgoraNuma Nova York cada vez mais hostil e empobrecida, onde os homens não sabem ouvir não, uma jovem mulher muda e violentada resolve fazer justiça. As influencias de Táxi Driver estão presentes o tempo inteiro, inclusive nas questões sociais pinceladas com perspicácia mas sem aprofundamento. O final é cheio de ironia.
Anna Christie
3.9 15Garbo preferiu a versão alemã deste filme, talvez pelo conforto e a segurança maior de interpretar o mesmo papel pela segunda vez consecutiva. Comparando as duas versões, achei-as no mesmo nível de igualdade, com esta aqui sendo favorecida pelo roteiro adaptado de Frances Marion, onde Anna é ligeiramente menos heroína e mais ambivalente, menos arrependida e mais assertiva. A participação de Marie Dressler (perfeita) é um luxo e teve a felicidade de torná-la uma das estrelas mais populares em bilheteria até sua morte em 1934. Anna Christie foi uma escolha milimetricamente acertada e ousada para a estreia sonora de Garbo. Give me a whiskey, ginger ale on the side. And don't be stingy, baby.
A Verdade
4.2 28Ele gostava de música clássica, ela de cha-cha-cha. Este é só um dos contrastes dessas duas pessoas completamente diferentes que se gostaram em doses e horas totalmente erradas. A Verdade é um retrato conciso de um relacionamento abusivo, que era tão comum em 1960 quanto é atualmente. Dominique não foi só uma vítima do namorado extremamente machista; ela era uma vítima do patriarcado que a tratava feito objeto, a censurava, julgava o tempo inteiro e lhe incutia uma culpa horrível que ela não possuía. Depois de tudo isso, quando descartada, enlouqueceu por não aceitar que Gilbert não a amava. O que estava em julgamento ali não era um crime, era um estilo de vida. Brilhante roteiro escrito à várias mãos (cada qual com a sua verdade, é claro) onde predomina o pessimismo notório de Clouzot e a influência da escritora feminista Christine Rochefort. É um filme impecável, cheio de nuances, existencialismo, moralismos, imoralidades e diálogos mordazes. Atuações estupendas de Brigitte e Sami Frey.
Amargo Despertar
4.3 1Um filme bastante humanista. A personagem da Florinda Bolkan representa todo o drama da classe operária.
Bom Dia, Tristeza
3.9 53 Assista AgoraO bom roteiro de Arthur Laurents transformou o romance da Sagan num legítimo melodrama hollywoodiano. Ainda assim, é bastante fiel ao livro e soube preservar o coté existencialista nas lindas sequências em preto e branco; a futilidade, a frivolidade das conversas, o vazio da vida pequeno burguesa, a fugacidade noturna... está tudo ali, com a participação de Juliette Greco dando um charme muito especial. O uso da bela fotografia (que aliás é um dos pontos mais altos do filme) em cores contrastando com as cenas em p&b é genial e transmite bem o sentimento de tristeza presente na segunda. Sinceramente, não consigo imaginar atores mais adequados àqueles papeis do que o quarteto de protagonistas. Jean Seberg é a própria personificação de Cécile. Godard confessamente amou o filme e fica bem claro o quanto a Patricia de Acossado foi quase uma continuação da Cécile deste Bom Dia, Tristeza.
César e Rosalie
3.7 9Quem não entraria em um trisal pela Romy Schneider?
Seberg Contra Todos
3.1 69 Assista AgoraAh Jean, você merecia muito mais. Kristen está impecável é verdade (e mais bonita do que nunca), mas ela não poderia ser capaz de salvar sozinha essa bomba. A direção é fraca, o roteiro corre em várias direções o tempo inteiro sem nunca acertar o caminho. Tenta ser um thriller político, um filme de espionagem, tenta até ser uma cinebiografia, mas não consegue. Os personagens vão surgindo aos montes e não são aprofundados, só em poucas cenas de efeito. O quão problemático é inserir um agente arrependido e com princípios numa história real de um crime terrível cometido pelo estado. Como você pode fazer uma crítica ao governo defendendo um dos seus ao mesmo tempo? É chamar o público de idiota pedir pra nós acreditarmos em qualquer empatia do FBI naquela situação. Está no mesmo patamar de Judy: não decola nem empolga. Se não fosse a fotografia deslumbrante, Kristen e seus lindos figurinos, esse filme nem existiria. Imaginando o que Scorsese não faria com uma história dessa nas mãos.
O Signo da Cidade
3.3 129O elenco é maravilhoso e Bruna escreve muito bem, imprime muita sinceridade nas histórias e na personagem dela.
Levada à Força
3.8 6Um dos melhores do tempo da Hollywood ambígua, pré-código. Moralizante e amoral ao mesmo tempo, incrivelmente ousado e picante, causou imenso furor em 1933 pela narrativa avançada. A fotografia expressionista alemã de Karl Struss é deslumbrante, uma verdadeira aula de como filmar e enquadrar os atores no plano. Quantas nuances tinha Temple Drake. Que personagem maravilhosa na criação de Miriam Hopkins.
Uma Lagartixa num Corpo de Mulher
3.6 44Florinda Vulcão
Tati, a Garota
3.3 26 Assista AgoraDina tinha um magnetismo absurdo. A cada close-up, a cada quadro. Sempre misteriosa e intrigante.
Dize-me Que Me Ama, Junie Moon
3.4 4Um dos filmes mais lindos de Preminger. Injustamente esquecido.
Sem Destino
4.0 580 Assista AgoraValeu Peter Fonda!
A Sereia do Mississipi
3.8 30Curiosidade: François Truffaut queria muito que Brigitte Bardot interpretasse a protagonista, e ela também. Mas se desentenderam quanto ao diretor atualizar o cenário da história, de 1880 para os anos 60, que ela achou sem sentido. Resultado: Deneuve foi chamada. Eu particularmente concordei com Bardot.
Somente Deus Por Testemunha
4.0 52Interessante notar que algumas cenas e até diálogos inteiros deste grande filme foram reproduzidos na íntegra por James Cameron em sua versão de 1997.
Bola de Fogo
4.1 36 Assista AgoraHoward Hawks (e Wilder, claro) sabiam como ninguém misturar as doses de malícia e humor corretas. E Barbara Stanwyck, a atriz mais versátil de sua geração, era mesmo um meteoro.
A Favorita
3.9 1,2K Assista AgoraRachel Weisz <3
Crown, O Magnífico
3.5 36 Assista AgoraUm dos filmes mais estilosos da década de 60, cuja verdadeira competição de belezas ainda inspira suspiros cinquenta anos depois do seu lançamento.
Atração Fatal
3.6 444 Assista AgoraGlenn Close está lindamente insana neste drama de alta voltagem de Adrian Lyne. Embora o final seja incompatível com o restante da obra, o filme tem alguns planos e alegorias impressionantes, como a cena da montanha russa, inesquecível.