Muito do brilhantismo e da surpresa inicialmente gerados pelo Pássaro das Plumas de Cristal se dissipa nos outros dois filmes da trilogia dos animais, tornando-os repetitivos. Embora este aqui seja ainda superior ao terceiro filme, tem um roteiro mirabolante que se perde facilmente e personagens em excesso. Os pontos altos são mesmo a presença do excelente Karl Malden e a direção meticulosa de Argento que eleva o produto à um patamar superior.
O texto de S.N. Berhman, a interpretação de Greta Garbo e a direção de Mamoulian, trabalharam harmoniosamente na elaboração de uma verdadeira obra de arte pouco igualada no cinema hollywoodiano. Por muito tempo viverei neste filme.
Lindo apocalipse hollywoodiano de sequências tão belas quanto perturbadoras, que ganham muito com as atuações esmeradas de Karen Black e Donald Sutherland. É um filme que deveria ser mais lembrado. O final traça paralelos com o também inesquecível They Shoot Horses, Don't They? (1969).
A memória do telespectador é provocada a todo instante. Assisti a minissérie e é surpreendente como Bergman toma um tema tão banal e vai descortinando sua complexidade até chegar a um ponto em que estamos abismados. Engraçado como a polidez escandinava inicial dá lugar a um processo de divórcio longo, doloroso e violento, mas compreensível perante os anos anteriores de aparências e isolamentos. Tenho uma predileção especial pelos dramas familiares de Bergman e considerei esse uma espécie de laboratório para o também marcante Sonata de Outono. Liv Ullmann impressiona.
Trate-se de um retrato decadente, franco e visceral de uma subcultura que assim como Edie, não sobreviveu aos anos 70, no que certa vez um crítico afirmou ser “o Cidadão Kane dos drogados”. Um olhar melancólico sobre uma geração perdida, contado por um de seus principais ícones e fundadores. A real origem aristocrática de Edith Segdwick Minturn moldou sua história trágica numa ilustração perfeita do sonho americano destroçado.
É equivocado analisar situações do passado com os olhos de quem vive na contemporaneidade, embora de fato Nunca fui santa nos soe datadíssimo, após tantas mudanças de costumes, não há o menor sentido de crítica no machismo que vemos no irritante personagem de Don Murray. Aqui quem brilha solitária é Marilyn em um passo de maturidade na carreira após estudar no Actors Studio. Nunca esteve tão bela e frágil, tão sensível e sedutora, não é o seu melhor filme, mas é certamente a melhor atuação de sua breve vida.
Comédia sexual típica do fim dos anos 60, Les Femmes é um filme que se aproveita do seu belo elenco feminino e da boa química entre o casal de protagonistas Brigitte Bardot (estonteante aos 34 anos) e Maurice Ronet, um dos melhores atores franceses do período, mas hoje esquecido. Soberbamente fotografado, tem movimentos de câmera interessantes e planos lindíssimos, com rico estudo de cor. Considerado um filme menor da filmografia de BB, marcou a fase de declínio de bilheteria da atriz, que já estava cansada do cinema naquela época. Apesar disso, vale a pena ser visto.
Nunca o título nacional fez tanto sentido como em Terra de Paixão. Aqui, é a dinâmica explosiva do casal Harlow e Gable que dá o tom da película, recheada de cenas e planos altamente eróticos e que só a liberdade da era pré código Hays poderia permitir. Destaque também para a presença etérea da lânguida Mary Astor, irresistível quando molhada pela chuva.
Clouzot além de excelente roteirista dominava a câmera como poucos outros. É um filme de planos interessantíssimos, o uso da cor e as obras de arte cinética tem uma importância maior na mise-en-scène de la pisonnière. É extremamente sessentista no que tange aos temas e a própria plasticidade da película, embora seu suspense tenha permanecido excitante, e a obra em seu todo, bastante estilosa.
É difícil julgar a atuação de Nico, neste filme ela dança e, como só foi revelado muitos anos depois, já cantava muito bem. A personagem em alguns momentos se confunde com a intérprete, isso fica claro quando Ariane se lembra dos "fogos de artifício" - as bombas que caíam sob a Colônia de sua infância. O olhar um pouco distante, perdida em seus próprios pensamentos, sonhadora. Não sei muito bem mesmo no que tange à atuação, mas Nico possuía uma qualidade comum a todas as grandes musas, ela era hipnótica.
As elipses do filme e a narrativa fragmentada se intercalam como consequência da memória caótica da modelo relembrando sua trajetória de sucesso e desintegração. Impressionante atuação da belíssima Faye Dunaway no primeiro filme do fotógrafo transformado em cineasta Jerry Schatzberg. Excelente direção de arte, figurino, fotografia e trilha sonora. É um ótimo filme, de alta carga psicológica, injustamente esquecido. Baseado na história real da modelo Anne St Marie.
Gravado em Londres durante o auge da Swinging London (observem a bela sequência em um happening), trata-se de um giallo experimental que mistura brilhantemente cultura pop e artes visuais, embalado pela psicodelia sessentista, é um filme bastante estiloso e esteticamente deslumbrante, que passeia entre gêneros com pinceladas de humor. Grande trabalho de direção e montagem, que também se beneficia da boa química entre entre Trintgnant e Ewa Aulin.
Wait until dark tem uma excelente construção da mise-en-scène, ótima direção de Terence Young e um bom roteiro baseado em texto teatral, a teatralidade aliás, é forte e funciona bem em cena. O filme se passa quase que inteiro dentro do apartamento de Susy, e em alguns momentos lembra Janela indiscreta de Hitchcock, só que neste filme, os binóculos estariam voltados para dentro. Alan Arkin rouba a cena como uma espécie de Peter Sellers mais sombrio e frio, e Hepburn oferece uma de suas atuações mais sérias e a última realmente importante de sua carreira no cinema. A famosa cena do confronto final é inesquecível.
Uma cápsula do tempo. Impossível não se emocionar com esse lindo relato do começo do verão do amor. A filmagem feita durante o concerto de Ravi Shankar é das coisas mais belas que já vi.
Experimental e bastante ousado em alguns pontos. Fotografia e trilha sonora belíssimas, mas para por aí. Não é fácil adaptar a obra de Lúcio Cardoso para as telas.
O Gato de Nove Caudas
3.6 59 Assista AgoraMuito do brilhantismo e da surpresa inicialmente gerados pelo Pássaro das Plumas de Cristal se dissipa nos outros dois filmes da trilogia dos animais, tornando-os repetitivos. Embora este aqui seja ainda superior ao terceiro filme, tem um roteiro mirabolante que se perde facilmente e personagens em excesso. Os pontos altos são mesmo a presença do excelente Karl Malden e a direção meticulosa de Argento que eleva o produto à um patamar superior.
Rainha Cristina
4.1 62 Assista AgoraO texto de S.N. Berhman, a interpretação de Greta Garbo e a direção de Mamoulian, trabalharam harmoniosamente na elaboração de uma verdadeira obra de arte pouco igualada no cinema hollywoodiano. Por muito tempo viverei neste filme.
O Dia do Gafanhoto
3.7 21Lindo apocalipse hollywoodiano de sequências tão belas quanto perturbadoras, que ganham muito com as atuações esmeradas de Karen Black e Donald Sutherland. É um filme que deveria ser mais lembrado. O final traça paralelos com o também inesquecível They Shoot Horses, Don't They? (1969).
Quando o Coração Floresce
3.8 21 Assista AgoraKatharine Hepburn interpreta a solidão de uma maneira tão sensível e tristonha que emociona. Linda e brilhante.
Cenas de um Casamento
4.4 232A memória do telespectador é provocada a todo instante. Assisti a minissérie e é surpreendente como Bergman toma um tema tão banal e vai descortinando sua complexidade até chegar a um ponto em que estamos abismados. Engraçado como a polidez escandinava inicial dá lugar a um processo de divórcio longo, doloroso e violento, mas compreensível perante os anos anteriores de aparências e isolamentos. Tenho uma predileção especial pelos dramas familiares de Bergman e considerei esse uma espécie de laboratório para o também marcante Sonata de Outono. Liv Ullmann impressiona.
Me Chame Pelo Seu Nome
4.1 2,6K Assista AgoraDeixa tanto a desejar...
Ciao! Manhattan
3.8 4Trate-se de um retrato decadente, franco e visceral de uma subcultura que assim como Edie, não sobreviveu aos anos 70, no que certa vez um crítico afirmou ser “o Cidadão Kane dos drogados”. Um olhar melancólico sobre uma geração perdida, contado por um de seus principais ícones e fundadores. A real origem aristocrática de Edith Segdwick Minturn moldou sua história trágica numa ilustração perfeita do sonho americano destroçado.
Nunca Fui Santa
3.4 110É equivocado analisar situações do passado com os olhos de quem vive na contemporaneidade, embora de fato Nunca fui santa nos soe datadíssimo, após tantas mudanças de costumes, não há o menor sentido de crítica no machismo que vemos no irritante personagem de Don Murray. Aqui quem brilha solitária é Marilyn em um passo de maturidade na carreira após estudar no Actors Studio. Nunca esteve tão bela e frágil, tão sensível e sedutora, não é o seu melhor filme, mas é certamente a melhor atuação de sua breve vida.
As Mulheres
3.4 6 Assista AgoraComédia sexual típica do fim dos anos 60, Les Femmes é um filme que se aproveita do seu belo elenco feminino e da boa química entre o casal de protagonistas Brigitte Bardot (estonteante aos 34 anos) e Maurice Ronet, um dos melhores atores franceses do período, mas hoje esquecido. Soberbamente fotografado, tem movimentos de câmera interessantes e planos lindíssimos, com rico estudo de cor. Considerado um filme menor da filmografia de BB, marcou a fase de declínio de bilheteria da atriz, que já estava cansada do cinema naquela época. Apesar disso, vale a pena ser visto.
Terra de Paixões
3.9 10Nunca o título nacional fez tanto sentido como em Terra de Paixão. Aqui, é a dinâmica explosiva do casal Harlow e Gable que dá o tom da película, recheada de cenas e planos altamente eróticos e que só a liberdade da era pré código Hays poderia permitir. Destaque também para a presença etérea da lânguida Mary Astor, irresistível quando molhada pela chuva.
A Prisioneira
3.8 12Clouzot além de excelente roteirista dominava a câmera como poucos outros. É um filme de planos interessantíssimos, o uso da cor e as obras de arte cinética tem uma importância maior na mise-en-scène de la pisonnière. É extremamente sessentista no que tange aos temas e a própria plasticidade da película, embora seu suspense tenha permanecido excitante, e a obra em seu todo, bastante estilosa.
Performance
3.6 23 Assista AgoraAnita Pallenberg é diabólica e estonteante
Strip-Tease
3.5 4É difícil julgar a atuação de Nico, neste filme ela dança e, como só foi revelado muitos anos depois, já cantava muito bem. A personagem em alguns momentos se confunde com a intérprete, isso fica claro quando Ariane se lembra dos "fogos de artifício" - as bombas que caíam sob a Colônia de sua infância. O olhar um pouco distante, perdida em seus próprios pensamentos, sonhadora. Não sei muito bem mesmo no que tange à atuação, mas Nico possuía uma qualidade comum a todas as grandes musas, ela era hipnótica.
Puzzle of a Downfall Child
3.3 2As elipses do filme e a narrativa fragmentada se intercalam como consequência da memória caótica da modelo relembrando sua trajetória de sucesso e desintegração. Impressionante atuação da belíssima Faye Dunaway no primeiro filme do fotógrafo transformado em cineasta Jerry Schatzberg. Excelente direção de arte, figurino, fotografia e trilha sonora. É um ótimo filme, de alta carga psicológica, injustamente esquecido. Baseado na história real da modelo Anne St Marie.
Rede de Intrigas
4.2 360 Assista AgoraFaz mais sentido em 2017 do que em 1976. Incrível.
Eliminação
3.6 10Gravado em Londres durante o auge da Swinging London (observem a bela sequência em um happening), trata-se de um giallo experimental que mistura brilhantemente cultura pop e artes visuais, embalado pela psicodelia sessentista, é um filme bastante estiloso e esteticamente deslumbrante, que passeia entre gêneros com pinceladas de humor. Grande trabalho de direção e montagem, que também se beneficia da boa química entre entre Trintgnant e Ewa Aulin.
Um Clarão nas Trevas
4.2 185Wait until dark tem uma excelente construção da mise-en-scène, ótima direção de Terence Young e um bom roteiro baseado em texto teatral, a teatralidade aliás, é forte e funciona bem em cena. O filme se passa quase que inteiro dentro do apartamento de Susy, e em alguns momentos lembra Janela indiscreta de Hitchcock, só que neste filme, os binóculos estariam voltados para dentro. Alan Arkin rouba a cena como uma espécie de Peter Sellers mais sombrio e frio, e Hepburn oferece uma de suas atuações mais sérias e a última realmente importante de sua carreira no cinema. A famosa cena do confronto final é inesquecível.
Monterey Pop
4.4 10Uma cápsula do tempo. Impossível não se emocionar com esse lindo relato do começo do verão do amor. A filmagem feita durante o concerto de Ravi Shankar é das coisas mais belas que já vi.
Mãos Vazias
3.1 6Experimental e bastante ousado em alguns pontos. Fotografia e trilha sonora belíssimas, mas para por aí. Não é fácil adaptar a obra de Lúcio Cardoso para as telas.
A Chamada do Amor
3.7 3Lindo melodrama sessentista baseado em romance de Françoise Sagan. Produção estilosa com uma bela direção de arte. Catherine Deneuve está maravilhosa.
Negócio Arriscado
3.3 192 Assista Agoraícone dos anos 80. Tem uns planos lindos, a beleza da Rebecca de Mornay impressiona.
Os Últimos Embalos da Disco
3.5 34Um filme bem especial.
Que Horas Ela Volta?
4.3 3,0K Assista AgoraTinha até me esquecido o quão boa atriz Regina Casé é.
Com Amor, Marilyn
4.2 106 Assista AgoraMantenham um bom pensamento sobre ela.