O impressionante rigor técnico, as tomadas longas, a câmera aproximada seguindo os personagens e a paleta de cores propositalmente sem vida trazem uma verossimilhança e sensação de pertencimento que é difícil de se ver em qualquer tipo de filme.
A vida é extremamente difícil de ser vivida sem um propósito. No filme, os quatro personagens trilham seus próprios caminhos, lutando suas próprias lutas, e tudo no fim converge a um mesmo objetivo que resume suas vidas vazias: ver um elefante sentado.
Vi Laranja Mecânica pela primeira vez a uns 5 anos. A alguns meses li o livro que deu origem ao filme, do Anthony Burgess, que me deu o gás pra finalmente rever o filme.
A minha experiência com o livro não foi das melhores. Apesar de continuar achando a história sensacional, o livro é meio truncado e tem bons e maus momentos.
Kubrick, gênio que é, pegou um livro controverso e de nicho, mastigou, engoliu e nos deu de presente essa obra prima irretocável que é esse filme.
Quando fiquei sabendo do filme, imaginei que o diretor ficaria restrito a acontecimentos reais. A tentativa de criar uma narrativa própria juntando ficção e fatos históricos não caiu bem. Não é todo diretor que consegue se aventurar nessa mistura com sucesso.
Porém há bons momentos, no começo e no fim, durante os dois conclaves.
Tarantino se inspira em histórias pouco conhecidas dos "partisans", judeus que lutavam como guerrilheiros contra os nazistas, para, esbanjando licença poética, recriar sua própria versão da queda de Hitler, ao mesmo tempo em que narra a amarga história de vingança de Shosanna Dreyfus e as peripécias dos Bastardos Inglórios.
O filme é hipnotizante desde o primeiro minuto, com direção segura e ágil, repleto de cenas e sequências icônicas. O grande destaque é Christoph Waltz, que toma o filme de assalto, e foi multipremiado pelo papel.
O filme narra de forma semidocumental a vida de um camponês e a sua trajetória de luta pela reforma agrária e ascensão e queda dentro do movimento das Ligas Camponesas, precursoras do que hoje conhecemos como movimento de trabalhadores sem terra.
A escolha por centrar a história nos depoimentos de Elizabeth Teixeira é um grande acerto. Sua eloquência impressiona.
O filme, concluído antes do fim do período militar, retrata a luta e sofrimento de pessoas que têm na ideologia política a última de suas preocupações.
Apesar do título em português, "Pacto Sinistro" tem mais características de um clássico noir, com traços do expressionismo alemão, do que de um suspense.
O filme gira em torno das peripécias de Bruno, antagonista psicologicamente complexo, semelhante ao protagonista do anterior "Festim Diabólico". A diferença, no entanto, é que em Festim o personagem principal era um misantropo, já Bruno é caracterizado como um típico psicopata.
O enquadramento do filme e as cenas carregadas de influências do expressionismo criam uma atmosfera única. Não fica entre os meus preferidos do diretor, mas cumpre bem o seu papel.
É difícil terminar o filme e não pensar sobre as críticas que ele faz. Ao monopólio dos grandes doadores e curadores de museus de dizer o que é arte? À desigualdade social como ferramenta para aproximar pessoas? Ao politicamente correto? Ao politicamente incorreto? À masculinidade frouxa sueca?
As críticas difusas do filme convergem na vida caótica, cheia de erros e apática do personagem principal, um homem sem grande apego a valores morais e existenciais, que embarca na sua própria versão da lei de murphy.
O filme trata de diversos temas atuais e importantes com humor ácido e enérgico, mas acredito que a principal crítica esteja na limitação à liberdade de expressão e de imprensa, ainda mais no momento em que o filme foi apresentado a Cannes, durante o endurecimento de leis de propaganda no Reino Unido, no que diz respeito a crianças.
Espero que todos os suecos e escandinavos no geral tenham assistido à cena do homem macaco.
Uma jornada de redenção com uma história cativante e atuações bem honestas. Não acho que tenha problema de ritmo. A direção e principalmente a fotografia se destacam. Fora isso, não consigo enxergar elementos que justifiquem a aclamação que o filme recebe.
O protagonista, burguês impregnado pelo sentimento revolucionário da Itália pós-guerra, vive na tentativa de negar o seu passado, presente e futuro burguês.
Bertolucci cria mais um personagem comum aos seus filmes, que se acha maior do que realmente é, vivendo uma batalha interna em busca de um propósito real. Porém o constante conflito ideológico e amoroso, dualidade e indecisão do personagem principal o deixam distante de uma conexão com quem assiste.
Do irmão mais velho ao mais novo, somos apresentados aos dramas e angústias da família Parondi. Vincenzo, comum. Simone, mau caráter. Rocco, santo. Ciro, realista. Luca, sonhador.
Nesse ambiente disfuncional Rocco atua como balança e, resiliente, se oferece como sacrifício para que sua casa se torne sólida.
Danny Boyle consegue recriar a atmosfera do primeiro filme sem soar repetitivo, e dar uma continuidade satisfatória sem apelar pra nostalgia excessiva. É tão bom e imperdível quanto o primeiro.
Quase cumpre o que promete. O único problema, pra mim, é que o Noé ao tentar recriar a atmosfera de "Enter the void", acaba falhando e cria algo esquecível.
Algumas coisas me incomodaram no filme. Alguns atores falam italiano, enquanto outros falam inglês. Descobri isso depois de testar uma infinidade de releases e legendas, o que foi bem cansativo. A experiência de ver fica um pouco prejudicada, é sempre bom ver com áudio original, e não dublado. Quando apenas parte do elenco é dublado fica meio esquisito.
Fora isso, é uma grande produção. Fala do surgimento de regimes totalitários antagônicos em certo período do tempo, mas com bastante semelhanças e igualmente danosos à civilização. Pra mim o filme erra ao personificar a vilania em um só personagem. Por ser um retrato histórico, seria mais interessante se Bertolucci tivesse escolhido outro caminho pra desenvolver o antagonismo fascista.
O sonho comunista sempre dura pouco. Logo a realidade bate na cara, e o final foi um excelente retrato disso.
Um Elefante Sentado Quieto
4.2 62O impressionante rigor técnico, as tomadas longas, a câmera aproximada seguindo os personagens e a paleta de cores propositalmente sem vida trazem uma verossimilhança e sensação de pertencimento que é difícil de se ver em qualquer tipo de filme.
A vida é extremamente difícil de ser vivida sem um propósito. No filme, os quatro personagens trilham seus próprios caminhos, lutando suas próprias lutas, e tudo no fim converge a um mesmo objetivo que resume suas vidas vazias: ver um elefante sentado.
Laranja Mecânica
4.3 3,8K Assista AgoraVi Laranja Mecânica pela primeira vez a uns 5 anos. A alguns meses li o livro que deu origem ao filme, do Anthony Burgess, que me deu o gás pra finalmente rever o filme.
A minha experiência com o livro não foi das melhores. Apesar de continuar achando a história sensacional, o livro é meio truncado e tem bons e maus momentos.
Kubrick, gênio que é, pegou um livro controverso e de nicho, mastigou, engoliu e nos deu de presente essa obra prima irretocável que é esse filme.
Dois Papas
4.1 962 Assista AgoraQuando fiquei sabendo do filme, imaginei que o diretor ficaria restrito a acontecimentos reais. A tentativa de criar uma narrativa própria juntando ficção e fatos históricos não caiu bem. Não é todo diretor que consegue se aventurar nessa mistura com sucesso.
Porém há bons momentos, no começo e no fim, durante os dois conclaves.
Bastardos Inglórios
4.4 4,9K Assista AgoraTarantino se inspira em histórias pouco conhecidas dos "partisans", judeus que lutavam como guerrilheiros contra os nazistas, para, esbanjando licença poética, recriar sua própria versão da queda de Hitler, ao mesmo tempo em que narra a amarga história de vingança de Shosanna Dreyfus e as peripécias dos Bastardos Inglórios.
O filme é hipnotizante desde o primeiro minuto, com direção segura e ágil, repleto de cenas e sequências icônicas. O grande destaque é Christoph Waltz, que toma o filme de assalto, e foi multipremiado pelo papel.
O Irlandês
4.0 1,5K Assista AgoraScorsese, aos 77 anos, depois de dirigir algumas obras-primas, ainda tem muito a dizer.
Invasão Zumbi
4.0 2,0K Assista AgoraPodia ser o melhor do gênero com sobras. Porém algumas escolhas nonsense de roteiro tornam o filme comum.
Cabra Marcado Para Morrer
4.5 253 Assista AgoraO filme narra de forma semidocumental a vida de um camponês e a sua trajetória de luta pela reforma agrária e ascensão e queda dentro do movimento das Ligas Camponesas, precursoras do que hoje conhecemos como movimento de trabalhadores sem terra.
A escolha por centrar a história nos depoimentos de Elizabeth Teixeira é um grande acerto. Sua eloquência impressiona.
O filme, concluído antes do fim do período militar, retrata a luta e sofrimento de pessoas que têm na ideologia política a última de suas preocupações.
Sinônimos
3.4 50 Assista AgoraUma fábula urbana do século XXI, onde o diretor aborda temas polêmicos com sutileza e segurança.
O Rei
3.6 404O filme é fraco. Timóteo não convence no papel. As melhores cenas são as do Robert Pattinson.
Pacto Sinistro
4.1 293 Assista AgoraApesar do título em português, "Pacto Sinistro" tem mais características de um clássico noir, com traços do expressionismo alemão, do que de um suspense.
O filme gira em torno das peripécias de Bruno, antagonista psicologicamente complexo, semelhante ao protagonista do anterior "Festim Diabólico". A diferença, no entanto, é que em Festim o personagem principal era um misantropo, já Bruno é caracterizado como um típico psicopata.
O enquadramento do filme e as cenas carregadas de influências do expressionismo criam uma atmosfera única. Não fica entre os meus preferidos do diretor, mas cumpre bem o seu papel.
The Square - A Arte da Discórdia
3.6 318 Assista AgoraÉ difícil terminar o filme e não pensar sobre as críticas que ele faz. Ao monopólio dos grandes doadores e curadores de museus de dizer o que é arte? À desigualdade social como ferramenta para aproximar pessoas? Ao politicamente correto? Ao politicamente incorreto? À masculinidade frouxa sueca?
As críticas difusas do filme convergem na vida caótica, cheia de erros e apática do personagem principal, um homem sem grande apego a valores morais e existenciais, que embarca na sua própria versão da lei de murphy.
O filme trata de diversos temas atuais e importantes com humor ácido e enérgico, mas acredito que a principal crítica esteja na limitação à liberdade de expressão e de imprensa, ainda mais no momento em que o filme foi apresentado a Cannes, durante o endurecimento de leis de propaganda no Reino Unido, no que diz respeito a crianças.
Espero que todos os suecos e escandinavos no geral tenham assistido à cena do homem macaco.
Paris, Texas
4.3 697 Assista AgoraUma jornada de redenção com uma história cativante e atuações bem honestas. Não acho que tenha problema de ritmo. A direção e principalmente a fotografia se destacam. Fora isso, não consigo enxergar elementos que justifiquem a aclamação que o filme recebe.
Midsommar: O Mal Não Espera a Noite
3.6 2,8K Assista AgoraUm tratado de mitologia nórdica usando como pano de fundo um relacionamento infeliz.
Antes da Revolução
3.6 26O protagonista, burguês impregnado pelo sentimento revolucionário da Itália pós-guerra, vive na tentativa de negar o seu passado, presente e futuro burguês.
Bertolucci cria mais um personagem comum aos seus filmes, que se acha maior do que realmente é, vivendo uma batalha interna em busca de um propósito real. Porém o constante conflito ideológico e amoroso, dualidade e indecisão do personagem principal o deixam distante de uma conexão com quem assiste.
A Morte e Vida de John F. Donovan
3.3 193Xavier Dolan e sua peregrinação para emplacar uma trilha sonora mainstream.
Rocco e Seus Irmãos
4.4 125Do irmão mais velho ao mais novo, somos apresentados aos dramas e angústias da família Parondi. Vincenzo, comum. Simone, mau caráter. Rocco, santo. Ciro, realista. Luca, sonhador.
Nesse ambiente disfuncional Rocco atua como balança e, resiliente, se oferece como sacrifício para que sua casa se torne sólida.
Jules e Jim - Uma Mulher Para Dois
4.1 335 Assista AgoraJules é cuck pesado.
T2: Trainspotting
4.0 695 Assista AgoraDanny Boyle consegue recriar a atmosfera do primeiro filme sem soar repetitivo, e dar uma continuidade satisfatória sem apelar pra nostalgia excessiva. É tão bom e imperdível quanto o primeiro.
Piranhas
3.4 22Esse bebeu da fonte do Vittorio de Sicca.
Parasita
4.5 3,6K Assista AgoraBoa crítica à burguesia. Mas o parasita é o proletário.
Clímax
3.6 1,1K Assista AgoraQuase cumpre o que promete. O único problema, pra mim, é que o Noé ao tentar recriar a atmosfera de "Enter the void", acaba falhando e cria algo esquecível.
1900
4.3 102 Assista AgoraAlgumas coisas me incomodaram no filme. Alguns atores falam italiano, enquanto outros falam inglês. Descobri isso depois de testar uma infinidade de releases e legendas, o que foi bem cansativo. A experiência de ver fica um pouco prejudicada, é sempre bom ver com áudio original, e não dublado. Quando apenas parte do elenco é dublado fica meio esquisito.
Fora isso, é uma grande produção. Fala do surgimento de regimes totalitários antagônicos em certo período do tempo, mas com bastante semelhanças e igualmente danosos à civilização. Pra mim o filme erra ao personificar a vilania em um só personagem. Por ser um retrato histórico, seria mais interessante se Bertolucci tivesse escolhido outro caminho pra desenvolver o antagonismo fascista.
O sonho comunista sempre dura pouco. Logo a realidade bate na cara, e o final foi um excelente retrato disso.
Brightburn: Filho das Trevas
2.7 607 Assista AgoraTomara que vire série.
Democracia em Vertigem
4.1 1,3KUma pena que não é imparcial.