"Eu mergulho em todos os tipos de fontes. Vejo cinema basicamente como uma arte fotográfica e frequentemente navego entre a fotografia e o cinema, pode-se dizer, em busca do instante em que este movimento nasceu. Mas mergulho também em pintura, música, poesia, na rua, na linguagem erudita e popular, no jornalismo, na dança. Dentro do universo do cinema tanto nas tradições da ficção e do experimental quanto na do documentário. Como escrevi há alguns anos, "filmar é tentar estabelecer um discurso entre a pintura e a música". (JvdK, 1998)

Câmeras parecem extensões naturais de Johan van der Keuken. Fotografar e filmar acompanham seu cotidiano desde muito jovem. Não surpreende, assim, que suas fotos e seus filmes percorram o mundo com a destreza e a curiosidade do olhar.

Sua pátria é a humanidade e seu tema, o homem, famoso ou anônimo, livre ou explorado. Seu estilo, tanto filmando quando editando, remete sempre às improvisações jazzísticas, convidando-nos para passeios ao desconhecido mesmo em trilhas já percorridas, revelando-nos o semelhante em pleno terreno estranho.
Johan van der Keuken tem o dom de transformar o mundo em sua cidade e sua cidade num mundo. Nada que é humano lhe parece estranho. Por mais desumano que seja.

Johan van der Keuken nasceu em Amsterdã, Holanda, em 1938. Aos doze anos começou a fotografar e em 1955, publicou seu primeiro livro de fotografias, "temos 17". Em 1956 ganhou uma bolsa para cursar o IDHEC (Institut des Hautes Etudes Cinématographiques) em Paris. Sua carreira de cineasta e fotógrafo, desde então, está ligada "à percepção da realidade". Escreveu várias resenhas sobre cinema e desde 1977 escreve no jornal de cinema holandês Skrien, assinando a coluna "do ponto de vista de um pequeno empresário".

Ministra seminários em Genebra, Hamburgo, Bruxelas, Anneci, Beaconsfield, Stuttgart, Breli, Ludwigsburgo, Amsterdã, Paris, Munique, Mülheim, Nova York e, em 1998, no Colégio Europeu de Cinema, Dinamarca, e no Instituto de Artes da California, EUA. (Festival É Tudo Verdade)