Sentimentos não devem ser confundidos com sentimentalismo. Eles são muito antigos e mais poderosos do que imaginamos. Mais antigos do que qualquer arte, mas certamente são o subtexto dela. Trata-se aqui de uma mulher (Hannelore Hoger) que matou o marido a tiros e formula enigmas para o juiz; e de jovens casais que querem transformar suas experiências amorosas em decisões claras, o que se revela difícil. No mundo do crime, duas pessoas que se amam se vêem envolvidas por outro casal (sedento por diamantes) num assassinato. Quando encontram a vítima no apartamento deles, não acreditam em momento algum serem realmente capazes de se defender na justiça. Mas já que gostam de ficar juntos, não desistem. Examinam de perto a vítima e percebem que ainda lhe resta um sopro de vida e conseguem fazê-la recuperar-se após seis meses de cuidados intensivos: a desmontagem de um crime por meio da cooperação. Histórias como essa formam o conteúdo de óperas. A ópera é uma “usina de sentimentos”. O cabeamento se tornou confuso. Quanto mais intensas as emoções, menores as chances de um final feliz.