roteiro e atuações beirando o ridículo, o que salva é a produção e os números de dança. transformaram a peça em filme e esqueceram de readaptá-la. high school musical 3 é melhor que isso
assisti esse filme com alguns amigos que estavam passando pelos mesmos problemas que os personagens (eu incluso). em tempos de pandemia, damos outro valor ao compartilhamento de certas experiências, reconhecendo-se que há uma questão maior permeando nossas escolhas. em tempos de pandemia também, pelo o que me parece, nossa relação com as drogas se torna muito mais delicada. interessante a provocação que druk tenciona acerca dos limites da nossa passividade ante um mal que é quase inevitável: a fadiga. se entorpecer com celular, bebida, cigarro, ultimamente tem se tornado uma solução muito fácil, difícil mesmo é encarar os problemas sóbrio, com 0,00% de álcool no sangue. não que devamos parar de beber, fumar ou tomar remédios, mas questionar de onde vem nossa vontade ou necessidade de consumo é sempre importante. reunindo alguns clichês em torno da crise de meia idade, os professores percebem-se desgastados pelo tempo. dando a volta completa, engajando seus alunos mostrando a eles que conhecimento pode sim ser divertido, a bebida é às vezes posta como a responsável por dar a esse grupo de homens brancos e europeus uma nova roupagem para suas vidas. e de fato deu. questionar como e quando isso aconteceu, até que ponto chegou, e se há vida depois do amor, eis o que dá trabalho.
achei a parte da família patética demais, muito forçado, como se o documentário da netflix tivesse reafirmando positivamente as coisas as quais ele critica, como se a netflix não fizesse parte desse conglomerado de empresas por trás do "remodelamento da humanidade". todos vão achar um documentário mega informativo, concordo que nos momentos em que o esclarecimento sobre o funcionamento das tecnologias é eficaz ao detalhar a compra de propaganda por grupos que estão no poder. porém na forma como isso foi mostrado, vincent kartheiser personificando o funcionamento das novas máquinas, o contraste das entrevistas com as cenas da família parece querer já agrupar um tipo especifico de pessoa, um tipo específico de família, como se houvesse um acordo global em torno das leis e da compreensão em torno do que é a tecnologia por trás das redes sociais e como ela é usada em 2020. é claro que isso está acontecendo, não estou negando, pelo contrário, acho curioso delinear como isso é transpassado para nós por uma empresa que se diz global, como se ela mesma não tivesse transformado a relação que o grande público tem hoje com o audiovisual. se isso é positivo ou negativo...
penso que dois pontos são importantes quando analisamos filmes em que não observamos uma grande mudança na vida dos personagens: como o roteiro será carregado, quais entrelaçamentos os roteiristas escolheram para guiar a narrativa e como isso se dá em termos de mise-en-scene. eu particularmente odiei a fotografia, o zoom excessivo sugere ressaltar o ponto de vista único de elias: se por um lado esse "sufocamento" representa o que as minorias vivem no brasil, governado majoritariamente por homens brancos e heterossexuais, por outro, faltou sutileza para tratar certos temas e deixando muitas pontas abertas. dito isso, a produção do filme é sensacional, as atuações fluíram bem e muito naturalmente, um ponto positivo crucial. por mais que o filme não se desenrole no desenvolvimento dos acontecimentos, o carisma e a identificação de temas relacionados a juventude e a uma representação que ainda está longe de ser o ideal de pessoas negras e trans, tornam corpo elétrico um grande filme da nova safra do cinema contemporâneo brasileiro. talvez se as narrativas tivessem sido concluídas de forma mais clara, com desfechos sólidos, e não esquecidas ou deixadas de lado, o filme não terminaria com a sensação de estar faltando um ou dois planos.
beyoncé é a uma das primeiras cantores a ter registros audiovisuais nas três maiores plataformas de streaming: hbo, netflix e agora com black is king, disney+. muito criticada por ter lançado um material sobre a áfrica num serviço inacessível para boa parte do continente, aponta-se como a lógica mesma do mercado atual considerar somente estados unidos e europa como os fomentadores da cultura ocidental. o restante dos países são a fonte de inspiração e exploração por parte de um modelo de mercado brutal, que agora em meio a crise do covid do 19, afunda-se cada dia mais. pois bem, embora os seus últimos trabalhos a cantora de houston tenha já abordado pautas sobre o empoderamento negro, vemos, usando canções do seu último álbum the gift, uma narrativa sobre "uma viagem", em que elementos do filme rei leão se misturam com outros vindos da tradição popular africana e histórias bíblicas (a trajetória de simba é quase a mesma de moisés). seja por meio das coreografias extremamente elaboradas como em "my power" ou "already" ou pelos figurinos exuberantes em cada plano, o filme é impecável visualmente. a mise-en-scène é delicadamente pensada e preenchida. acho que para além da estética e da temática, a promoção de um projeto desse porte é marcado sobretudo pela ambiguidade. que forças estão sendo postas em conflito? financiado pela maior conglomerado empresa de mídia e entretenimento do mundo, é sem dúvida um trabalho que ficará para as gerações futuras. não só pela identificação que o povo negro sente ao vê-la atingir tamanha maturidade artística, como por colocar em cheque o debate sobre de onde vem a hegemonia e como isso se intensifica e complexifica nesse mundo louco de 2020.
vamos tornar um oficial da polícia nazista alemã como alguém digno de receber amor, humaniza-lo, pois quem sabe assim seus crimes contra a humanidade não pareçam ser tão ruins. Lucien é bonito tanto quanto é ambíguo.
por um lado, o filme pode ser visto sendo uma paródia aos filmes de western, colocando o cowboy como idiota e o nativo-americano como o salvador e inteligente, por outro, acho que esconde a motivação de criar um mentor espiritual para William Blake que estivesse de acordo com determinadas convenções. tudo é usado como um pretexto para que o homem branco tivesse uma grande viagem filosófica. os diálogos são extremamente pedantes e pretensiosos. a música que inicialmente era boa, por ter sido tocada exaustivamente, acabou enjoando. não rolou pra mim.
primeiro que a mulher tem CINCO apartamentos, ela por si só é quase uma imobiliária. segundo, achei a construção do discurso do filme um tanto problemática. a personagem da Clara pra mim é um misto de ingenuidade e hipocrisia. todas as suas ações giram em torno de uma urgência, como se o espectador tivesse a obrigação de aplaudir tudo o que ela faz pra salvar o prédio. a enorme quantidade de cenas com zoom deixa isso em evidência, criando um ponto de vista arbitrário sem deixar qualquer espaço pra subjetividade. além do mais, a elite brasileira manda matar quem incomoda! o cupim foi uma resolução muito fácil. no geral, é um bom filme. o neto da construtora estar envolvido com a igreja foi uma sacada inteligente.
a relação entre os dois personagens principais serve como pano de fundo para abordar questões sobre a representação queer no brasil dos anos 80 e a ditadura civil militar.
além disso, as histórias dos filmes contados por Molina costuram alguns paralelos de como se dá o amor quando temos nossa liberdade limitada. se por um lado Leni faz parte da resistência francesa e se apaixona por um oficial nazista, Valetin tem um caso de amor com a própria personificação da burguesia que financiou o golpe. as contradições se amplificam nesse jogo de contrastes e os três personagens interpretados de Sônia Braga exemplificam bem isso. o final é primoroso ao entrelaçar Marta e a Spider Woman.
a obra peca, como já disseram, por ser em inglês, embora seja interessante perceber a reação dos atores ao serem submetidos a esse paradoxo.
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Moonfall: Ameaça Lunar
2.4 549 Assista Agorafilme que serve como propaganda para o elon musk justificar a exploração de marte.
Amor, Sublime Amor
3.4 355 Assista Agoraroteiro e atuações beirando o ridículo, o que salva é a produção e os números de dança. transformaram a peça em filme e esqueceram de readaptá-la.
high school musical 3 é melhor que isso
Druk: Mais Uma Rodada
3.9 797 Assista Agoraassisti esse filme com alguns amigos que estavam passando pelos mesmos problemas que os personagens (eu incluso). em tempos de pandemia, damos outro valor ao compartilhamento de certas experiências, reconhecendo-se que há uma questão maior permeando nossas escolhas. em tempos de pandemia também, pelo o que me parece, nossa relação com as drogas se torna muito mais delicada. interessante a provocação que druk tenciona acerca dos limites da nossa passividade ante um mal que é quase inevitável: a fadiga. se entorpecer com celular, bebida, cigarro, ultimamente tem se tornado uma solução muito fácil, difícil mesmo é encarar os problemas sóbrio, com 0,00% de álcool no sangue. não que devamos parar de beber, fumar ou tomar remédios, mas questionar de onde vem nossa vontade ou necessidade de consumo é sempre importante. reunindo alguns clichês em torno da crise de meia idade, os professores percebem-se desgastados pelo tempo. dando a volta completa, engajando seus alunos mostrando a eles que conhecimento pode sim ser divertido, a bebida é às vezes posta como a responsável por dar a esse grupo de homens brancos e europeus uma nova roupagem para suas vidas. e de fato deu. questionar como e quando isso aconteceu, até que ponto chegou, e se há vida depois do amor, eis o que dá trabalho.
O Dilema das Redes
4.0 594 Assista Agoraachei a parte da família patética demais, muito forçado, como se o documentário da netflix tivesse reafirmando positivamente as coisas as quais ele critica, como se a netflix não fizesse parte desse conglomerado de empresas por trás do "remodelamento da humanidade". todos vão achar um documentário mega informativo, concordo que nos momentos em que o esclarecimento sobre o funcionamento das tecnologias é eficaz ao detalhar a compra de propaganda por grupos que estão no poder. porém na forma como isso foi mostrado, vincent kartheiser personificando o funcionamento das novas máquinas, o contraste das entrevistas com as cenas da família parece querer já agrupar um tipo especifico de pessoa, um tipo específico de família, como se houvesse um acordo global em torno das leis e da compreensão em torno do que é a tecnologia por trás das redes sociais e como ela é usada em 2020. é claro que isso está acontecendo, não estou negando, pelo contrário, acho curioso delinear como isso é transpassado para nós por uma empresa que se diz global, como se ela mesma não tivesse transformado a relação que o grande público tem hoje com o audiovisual. se isso é positivo ou negativo...
Corpo Elétrico
3.5 216penso que dois pontos são importantes quando analisamos filmes em que não observamos uma grande mudança na vida dos personagens: como o roteiro será carregado, quais entrelaçamentos os roteiristas escolheram para guiar a narrativa e como isso se dá em termos de mise-en-scene. eu particularmente odiei a fotografia, o zoom excessivo sugere ressaltar o ponto de vista único de elias: se por um lado esse "sufocamento" representa o que as minorias vivem no brasil, governado majoritariamente por homens brancos e heterossexuais, por outro, faltou sutileza para tratar certos temas e deixando muitas pontas abertas. dito isso, a produção do filme é sensacional, as atuações fluíram bem e muito naturalmente, um ponto positivo crucial. por mais que o filme não se desenrole no desenvolvimento dos acontecimentos, o carisma e a identificação de temas relacionados a juventude e a uma representação que ainda está longe de ser o ideal de pessoas negras e trans, tornam corpo elétrico um grande filme da nova safra do cinema contemporâneo brasileiro. talvez se as narrativas tivessem sido concluídas de forma mais clara, com desfechos sólidos, e não esquecidas ou deixadas de lado, o filme não terminaria com a sensação de estar faltando um ou dois planos.
BLACK IS KING: Um Filme de Beyoncé
4.5 198 Assista Agorabeyoncé é a uma das primeiras cantores a ter registros audiovisuais nas três maiores plataformas de streaming: hbo, netflix e agora com black is king, disney+. muito criticada por ter lançado um material sobre a áfrica num serviço inacessível para boa parte do continente, aponta-se como a lógica mesma do mercado atual considerar somente estados unidos e europa como os fomentadores da cultura ocidental. o restante dos países são a fonte de inspiração e exploração por parte de um modelo de mercado brutal, que agora em meio a crise do covid do 19, afunda-se cada dia mais. pois bem, embora os seus últimos trabalhos a cantora de houston tenha já abordado pautas sobre o empoderamento negro, vemos, usando canções do seu último álbum the gift, uma narrativa sobre "uma viagem", em que elementos do filme rei leão se misturam com outros vindos da tradição popular africana e histórias bíblicas (a trajetória de simba é quase a mesma de moisés). seja por meio das coreografias extremamente elaboradas como em "my power" ou "already" ou pelos figurinos exuberantes em cada plano, o filme é impecável visualmente. a mise-en-scène é delicadamente pensada e preenchida. acho que para além da estética e da temática, a promoção de um projeto desse porte é marcado sobretudo pela ambiguidade. que forças estão sendo postas em conflito? financiado pela maior conglomerado empresa de mídia e entretenimento do mundo, é sem dúvida um trabalho que ficará para as gerações futuras. não só pela identificação que o povo negro sente ao vê-la atingir tamanha maturidade artística, como por colocar em cheque o debate sobre de onde vem a hegemonia e como isso se intensifica e complexifica nesse mundo louco de 2020.
Lacombe Lucien
3.8 36vamos tornar um oficial da polícia nazista alemã como alguém digno de receber amor, humaniza-lo, pois quem sabe assim seus crimes contra a humanidade não pareçam ser tão ruins. Lucien é bonito tanto quanto é ambíguo.
Homem Morto
3.8 202 Assista Agorapor um lado, o filme pode ser visto sendo uma paródia aos filmes de western, colocando o cowboy como idiota e o nativo-americano como o salvador e inteligente, por outro, acho que esconde a motivação de criar um mentor espiritual para William Blake que estivesse de acordo com determinadas convenções. tudo é usado como um pretexto para que o homem branco tivesse uma grande viagem filosófica. os diálogos são extremamente pedantes e pretensiosos. a música que inicialmente era boa, por ter sido tocada exaustivamente, acabou enjoando. não rolou pra mim.
Aquarius
4.2 1,9K Assista Agoraprimeiro que a mulher tem CINCO apartamentos, ela por si só é quase uma imobiliária. segundo, achei a construção do discurso do filme um tanto problemática. a personagem da Clara pra mim é um misto de ingenuidade e hipocrisia. todas as suas ações giram em torno de uma urgência, como se o espectador tivesse a obrigação de aplaudir tudo o que ela faz pra salvar o prédio. a enorme quantidade de cenas com zoom deixa isso em evidência, criando um ponto de vista arbitrário sem deixar qualquer espaço pra subjetividade. além do mais, a elite brasileira manda matar quem incomoda! o cupim foi uma resolução muito fácil. no geral, é um bom filme. o neto da construtora estar envolvido com a igreja foi uma sacada inteligente.
O Beijo da Mulher-Aranha
3.9 256 Assista Agoraa relação entre os dois personagens principais serve como pano de fundo para abordar questões sobre a representação queer no brasil dos anos 80 e a ditadura civil militar.
além disso, as histórias dos filmes contados por Molina costuram alguns paralelos de como se dá o amor quando temos nossa liberdade limitada. se por um lado Leni faz parte da resistência francesa e se apaixona por um oficial nazista, Valetin tem um caso de amor com a própria personificação da burguesia que financiou o golpe. as contradições se amplificam nesse jogo de contrastes e os três personagens interpretados de Sônia Braga exemplificam bem isso. o final é primoroso ao entrelaçar Marta e a Spider Woman.
a obra peca, como já disseram, por ser em inglês, embora seja interessante perceber a reação dos atores ao serem submetidos a esse paradoxo.