Alberto G. de Freitas

Pelo que li nos comentários aqui, a maioria das pessoas reclamam do filme por ser muito natural, por não ter uma trama central, pela atuação ser muito simples, pelo cenário não estar muito cinematográfico, e por aí vai.
Eu tenho pra mim que quando um autor de alguma obra de arte (não digo no sentido "engrandecedor" da expressão, mas sim com uma peça de arte que é qualquer música, livro, pintura ou filme) termina a sua obra, ele não tem que tirar nem por nada pra ela ser considerada "boa", ela é o que é, é aquilo que o autor fez e pronto. Todo mundo que botar as mãos nessa obra vai ler ela conforme sua própria subjetividade, e é aí que tem gente que diz que uma coisa é ruim e pra outras pessoas essa mesma coisa é maravilhosa. É tudo uma questão de gosto, de identificação. E eu particularmente adoro filmes que falam sobre o cotidiano, sobre a vida normal de pessoas normais, e creio que isso seja difícil. Deve ser muito difícil fazer as pessoas assistirem uma cena e identificarem ela na sua vida medíocre e mundana, como a cena da dona de casa que se aborrece quando a empregada queima uma aparelho e seus dois filhos veem aquilo e decidem fazer uma massagem nela enquanto deitada no sofá; entre várias outras cenas desse tipo. O que torna o filme cansativo pra uns, pra mim o torna apreciável, e é toda essa naturalidade que me fez gostar muito dele.

A trila sonora desse filme é muito boa, tive que baixar. Mas tem uma música que toca em uma parte do filme que não vem na trilha sonora, já até tentei usar o Shazam mas ele não identificou.

Alguém sabe me dizer que música é essa?

Pra mim o filme fala sobre a incapacidade de um homem em construir e fazer parte de uma família. O exagero do filme serve pra mostrar como ele não se identifica com esse ambiente.