Eu ganhei "A hora da estrela" de Clarice Lispector aos 20 e alguns anos. Não li. O livro se perdeu nas muitas mudanças que fiz. Não, minto. Foi doado a um sebo. Por que eu não li? Não sei a resposta. Será a justificativa de sempre: a hora que o livro brilha? Tenho outros tantos que não tiveram o mesmo destino, mas me esperam na estante por 10, 20, 30 anos.Alguns clássicos. Esqueçamos os livros, porque é sobre o filme adaptado do livro, que quero dizer duas ou três palavras. As essenciais. Expressar todas as emoções ao acabar de assisti-lo é muito dificil. É preciso assimilar. Há um universo a absorver... e reter. Dirigido por Suzana Amaral em 1985, como não se envolver com a Macabéa de Marcélia Cartaxo? Uma mulher no ponto zero da ingenuidade e da simplicidade, um pouco mais que miserável, ao ponto de não se saber, mas que ao mesmo tempo transborda desejo e emoção. Emoção contida, percebida somente pelo olhar atento do telespectador. Emoção que explode no ápice do filme, no fim, que é quando brilham todas as estrelas.
Há artistas que tornam um filme melhor só pelo fato de estarem neles, independente de ser uma película mediana ou ruim. É o caso de Michelle Willians. Parafraseando uma fala da personagem dela no filme sobre o filho: Ela (a atriz) é uma força da natureza.
Acredito que a maioria (porque a unanimidade é burra) das pessoas, em qualquer tempo, é saudosista de um tempo que não viveu. Isso se deve a um olhar romântico sobre o passado, principalmente, sobre figuras históricas que marcaram sua época, pelo retrato da vida e da sociedade do seu tempo mostrados em suas obras, tenham ele tintas de comédia ou tragédia. O mesmo ocorre com seus criadores, sem que se leve em conta as suas vivências, muitas vezes marcadas pela miséria (humana) ou tragédia. Fantasia e realidade se confundem. Assim é o filme. E daí a sua imensa beleza. Sem comentários técnicos, sem criticas, porque para mim basta para amar o filme, e porque é uma criação de Woody Allen. Amor incondicional.
Um filme para interpretar perguntas, principalmente nos silêncios dos personagens. Um filme para refletir verdades nas múltiplas respostas contraditórias, insinuadas, sutis. Todas as análises nunca serão suficientes para entender (mesmo justificar) a II Guerra, Palestina/Israel... nem mesmo com um olhar sobre a origem dos conflitos. Explica? também não.
Como é difícil de entender (exige muita atenção), parece complexo e monótono. Melhor asisitir em dvd, ver e rever cenas e diálogos.Talvez! Fica claro quando termina. E quando termina dá vontade de rever para preencher falhas de compreensão. O climax demora a chegar, quase no final. Porém, é brilhante. Explode na tela a frieza de Edward Wilson (Matt Damon) que vinha sendo desenhada em minúcias desde o inicio do filme. Atuação extremamente contida de Matt Damon, num personagem praticamente sem expressão, que é o que melhor o define. Com exceção de um ou dois momentos. Só assistindo!
Gostei imenso do enredo. Vale muito a pena assistir pelo que a história faz refletir. Para quem viu o dvd, nos extras, no comentário dos protagonistas fica ainda mais clara qual é a reflexão. É o que busco em filmes, desde que não sejam apelativos, sensacionalistas ou piegas. Não é o caso. Na sinopse fala em esclerose, mas Robert (Anthony Hopkings) tem esquizofrenia, daí as instabilidades de humor. Há uma grande diferença porque é determinante nos picos de emoção do filme. São raras as atuações da Gwyneth Paltrow que exigem uma certa 'profundidade' que eu realmente aprecie. Não me lembro de nenhuma. Neste filme não é exceção. Se bem que,quando um filme conta com a presença de Anthony Hopkings, aqui em mais uma brilhante atuação, os demais personagens tem que ser interpretados por atores/atrizes de igual magnitude, do contrário, desaparecem, mesmo sendo protagonistas.
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A Hora da Estrela
3.9 520Eu ganhei "A hora da estrela" de Clarice Lispector aos 20 e alguns anos. Não li. O livro se perdeu nas muitas mudanças que fiz. Não, minto. Foi doado a um sebo. Por que eu não li? Não sei a resposta. Será a justificativa de sempre: a hora que o livro brilha? Tenho outros tantos que não tiveram o mesmo destino, mas me esperam na estante por 10, 20, 30 anos.Alguns clássicos. Esqueçamos os livros, porque é sobre o filme adaptado do livro, que quero dizer duas ou três palavras. As essenciais. Expressar todas as emoções ao acabar de assisti-lo é muito dificil. É preciso assimilar. Há um universo a absorver... e reter. Dirigido por Suzana Amaral em 1985, como não se envolver com a Macabéa de Marcélia Cartaxo? Uma mulher no ponto zero da ingenuidade e da simplicidade, um pouco mais que miserável, ao ponto de não se saber, mas que ao mesmo tempo transborda desejo e emoção. Emoção contida, percebida somente pelo olhar atento do telespectador. Emoção que explode no ápice do filme, no fim, que é quando brilham todas as estrelas.
24/08/2013
Incendiário
3.0 144Há artistas que tornam um filme melhor só pelo fato de estarem neles, independente de ser uma película mediana ou ruim. É o caso de Michelle Willians. Parafraseando uma fala da personagem dela no filme sobre o filho: Ela (a atriz) é uma força da natureza.
Meia-Noite em Paris
4.0 3,8K Assista AgoraAcredito que a maioria (porque a unanimidade é burra) das pessoas, em qualquer tempo, é saudosista de um tempo que não viveu. Isso se deve a um olhar romântico sobre o passado, principalmente, sobre figuras históricas que marcaram sua época, pelo retrato da vida e da sociedade do seu tempo mostrados em suas obras, tenham ele tintas de comédia ou tragédia. O mesmo ocorre com seus criadores, sem que se leve em conta as suas vivências, muitas vezes marcadas pela miséria (humana) ou tragédia. Fantasia e realidade se confundem. Assim é o filme. E daí a sua imensa beleza. Sem comentários técnicos, sem criticas, porque para mim basta para amar o filme, e porque é uma criação de Woody Allen. Amor incondicional.
Éden
3.0 3Um filme para interpretar perguntas, principalmente nos silêncios dos personagens. Um filme para refletir verdades nas múltiplas respostas contraditórias, insinuadas, sutis. Todas as análises nunca serão suficientes para entender (mesmo justificar) a II Guerra, Palestina/Israel... nem mesmo com um olhar sobre a origem dos conflitos. Explica? também não.
O Bom Pastor
3.2 152Como é difícil de entender (exige muita atenção), parece complexo e monótono. Melhor asisitir em dvd, ver e rever cenas e diálogos.Talvez! Fica claro quando termina. E quando termina dá vontade de rever para preencher falhas de compreensão. O climax demora a chegar, quase no final. Porém, é brilhante. Explode na tela a frieza de Edward Wilson (Matt Damon) que vinha sendo desenhada em minúcias desde o inicio do filme. Atuação extremamente contida de Matt Damon, num personagem praticamente sem expressão, que é o que melhor o define. Com exceção de um ou dois momentos. Só assistindo!
A Prova
3.2 138 Assista AgoraGostei imenso do enredo. Vale muito a pena assistir pelo que a história faz refletir. Para quem viu o dvd, nos extras, no comentário dos protagonistas fica ainda mais clara qual é a reflexão. É o que busco em filmes, desde que não sejam apelativos, sensacionalistas ou piegas. Não é o caso.
Na sinopse fala em esclerose, mas Robert (Anthony Hopkings) tem esquizofrenia, daí as instabilidades de humor. Há uma grande diferença porque é determinante nos picos de emoção do filme. São raras as atuações da Gwyneth Paltrow que exigem uma certa 'profundidade' que eu realmente aprecie. Não me lembro de nenhuma. Neste filme não é exceção. Se bem que,quando um filme conta com a presença de Anthony Hopkings, aqui em mais uma brilhante atuação, os demais personagens tem que ser interpretados por atores/atrizes de igual magnitude, do contrário, desaparecem, mesmo sendo protagonistas.