Bianca Alves

Este filme é perfeito em tudo: excelentes atuações, roteiro impecável, personagens brilhantemente geniais etc.
A narrativa fílmica é incrível e perpassa por um viés que dificilmente é enfatizado em filmes que tem guerras como cenário: o que existe por trás dos campos de batalhas?
Comumente nos é apresentado o quanto os combatentes sofrem ou quantas pessoas inocentes são atingidas, mas aqui estamos diante de todos os esforços e sacrifícios de quem não precisou pegar em nenhuma arma de fogo para vencer uma guerra.
Esse é o ponto que quebra os estereótipos e por isso tem meu destaque.

Se existe um filme no qual criei expectativas e me saiu melhor - mesmo com um pouco de receio por "Once" ser o melhor trabalho de John Carney e ainda com certa dúvida se seu novo longa seria tão bom quanto o anterior - do que imaginei.
Adorei a crítica à indústria fonográfica, que apresenta a cultura POP-Comercial Americana como absoluta, a qual diz-se que para fazer sucesso é necessário ter uma canção na trilha sonora de um filme com grande divulgação ou ser um adolescente monossilábico com um rostinho bonito e que não tem nada a dizer (parafraseando Dan), e, em contra-partida, o filme enaltece a criatividade artístico-musical de quem geralmente não ganha o reconhecimento do público: os compositores e produtores musicais, sem os quais os cantores não executariam suas canções de forma tão brilhante e contagiante. E ainda mostra-nos que o cenário musical está verdadeiramente vivo graças à mentes que não se submetem aos caprichos de uma gravadora que só almeja obter lucros e pouco se importa com o processo criativo do artista.
A narrativa fílmica também obteve sucesso ao nos apresentar de imediato o momento em os personagens se cruzam, enfatizando esse instante, que é o ponto de partida para as consecutivas transformações em suas vidas, e só depois (com flashbacks) passaremos a conhecer o que antecedera àquele encontro, o que os fez estarem no mesmo lugar e hora. E ao assistirmos à essa contrução, compreendemos que o que importa mesmo para os personagens é o agora, e ao passado só cabe esquecê-lo.
Outro ponto alto no longa é quando Dan (Ruffalo) cria todos os arranjos para a canção de Gretta (Knightley) e isto é transposto de sua mente para a tela de uma forma tão singela que torna-se brilhante.
Os protagonistas são excelentes. A Gretta: autenticamente franca e lindamente intrínseca. E Dan: despojado, irreverente, (com seus cabelos que me remetiam aos de Dylan) que não tem medo de dizer e fazer a verdade ainda que sofra as consequências disso e estranhamente fofo.
Filme lindo!

Divertidíssimo. (Ops! Acho que quase todos já disseram isso.)
O mais interessante é compreender como Allen transformou um livro médico-científico nesse roteiro que é tão genial e original, que nem passa pela nossa mente que é uma re-leitura. E esse é o verdadeiro propósito de uma adaptação: criar de uma maneira surpreendente e inovadora.
A narrativa fílmica é tão original que, ao assistirmos, não é possível associá-la a mais nada. Por isso e toda sua construção considero-o brilhante!