O Lugar em que um Homem Mora (2003) é uma obra de WPC onde percebemos um experimento documental em 3 atos: No primeiro ele faz uso do didatismo histórico para explicar o local citado do título, lembrando o papel político-social da principal religião local, onde se fala também que hoje a(s) igreja(s) tem uma função social protetora das próprias mazelas da sociedade. O segundo ato é o uso das cores, visto antes em Gabbeh (1996) de Mohsen Makhmalbaf e a denúncia social do descaso político paisagem x realidade como em Maranhão 66 (1966) de Gláuber Rocha e depois em O Contador de Histórias (2009) de Luis Villaça, onde a fala de coisas boas contradizem as imagem cruéis apresentadas. Por fim, o ato final com as questões sócio-religiosas do autor/personagem que não se adequa com o ambiente no qual mora?, com as demais pessoas?, com a religião? e talvez nem profissionalmente (o dilema dicotômico: ser crítico ou cineasta?). Caro amigo, a situação social do Brasil em muitas partes melhorou, pois pobres deixaram de ser miseráveis e outras religiões tem mais aceitação hoje em dia; mas o melhor de tudo é a sua definição como artista e como crítico também. Tanto talento não poderia ser canalizado numa única profissão. Acho que a vantagem que eu tenho sobre os demais resenhistas dessa obra é que eu já o "conhecia" nessa época, mesmo que virtualmente e acompanhei à distância o seu crescimento profissional e pessoal. Parabéns pela ousadia de dividir com o então mundo existente as suas angústias e expectativas. A sua identificação mor com a obra talvez seja o reflexo porque ela é que mais fala de você mesmo através de si próprio. Como recriminá-lo pelo feito?
O artista em questão (um amigo de gostos cinéfilos) concebeu uma proposta através da sua visão, sonho, quiçá delírio ligado ao desejo; o não desperdício de pré-vidas é apontado como uma solução, mas solução para quê?, ou para a eliminação do vício ou para um aumento da taxa de natalidade?, nunca saberemos... Se o filme é uma concepção de um roteiro feito à oito mãos e vemos um filme caseiro com bons elementos: a presença onírica e um estilo autoral; podemos dizer que esse curta soa como "o retrato do artista enquanto jovem". Caro Wesley, da mesma forma como você abrilhantou a crítica de cinema, já está na hora de você abrilhantar também o cinema. Sucesso e parabéns.
O Lugar em que um Homem Mora
3.8 9O Lugar em que um Homem Mora (2003) é uma obra de WPC onde percebemos um experimento documental em 3 atos: No primeiro ele faz uso do didatismo histórico para explicar o local citado do título, lembrando o papel político-social da principal religião local, onde se fala também que hoje a(s) igreja(s) tem uma função social protetora das próprias mazelas da sociedade. O segundo ato é o uso das cores, visto antes em Gabbeh (1996) de Mohsen Makhmalbaf e a denúncia social do descaso político paisagem x realidade como em Maranhão 66 (1966) de Gláuber Rocha e depois em O Contador de Histórias (2009) de Luis Villaça, onde a fala de coisas boas contradizem as imagem cruéis apresentadas. Por fim, o ato final com as questões sócio-religiosas do autor/personagem que não se adequa com o ambiente no qual mora?, com as demais pessoas?, com a religião? e talvez nem profissionalmente (o dilema dicotômico: ser crítico ou cineasta?). Caro amigo, a situação social do Brasil em muitas partes melhorou, pois pobres deixaram de ser miseráveis e outras religiões tem mais aceitação hoje em dia; mas o melhor de tudo é a sua definição como artista e como crítico também. Tanto talento não poderia ser canalizado numa única profissão. Acho que a vantagem que eu tenho sobre os demais resenhistas dessa obra é que eu já o "conhecia" nessa época, mesmo que virtualmente e acompanhei à distância o seu crescimento profissional e pessoal. Parabéns pela ousadia de dividir com o então mundo existente as suas angústias e expectativas. A sua identificação mor com a obra talvez seja o reflexo porque ela é que mais fala de você mesmo através de si próprio. Como recriminá-lo pelo feito?
Jardim das Vulvas
2.1 28O artista em questão (um amigo de gostos cinéfilos) concebeu uma proposta através da sua visão, sonho, quiçá delírio ligado ao desejo; o não desperdício de pré-vidas é apontado como uma solução, mas solução para quê?, ou para a eliminação do vício ou para um aumento da taxa de natalidade?, nunca saberemos... Se o filme é uma concepção de um roteiro feito à oito mãos e vemos um filme caseiro com bons elementos: a presença onírica e um estilo autoral; podemos dizer que esse curta soa como "o retrato do artista enquanto jovem". Caro Wesley, da mesma forma como você abrilhantou a crítica de cinema, já está na hora de você abrilhantar também o cinema. Sucesso e parabéns.