Simplesmente sensacional, seguindo o jeitinho de "Bem-vindo à Casa das Bonecas" que quebra inúmeros padrões e estereótipos que estamos acostumados a ver nos filmes.
Acredito que hajam duas grandes ironias - e grandes frustrações - cercando a vida de Aviva. Primeiramente, seu maior e único sonho - e obsessão -, mesmo que na forma e concepção pueril e inocente, de ter filhos é quebrado logo de início por um erro na realização de um aborto. E mesmo assim permanece vivo e necessário dentro de si; a tal esperança sendo a última a morrer.
Em segundo lugar, todo o medo e desespero pela ideia de se aproximar da figura de Dawn - e obter o mesmo trágico fim - pouco colabora na distanciação da mesma. Até porque, como o próprio irmão de Dawn afirma, somos invariavelmente de uma única forma, por mais que acreditemos ao longo do tempo na diferença.
Aviva existe como não apenas uma, mas como várias dentro de si - como demonstra o uso de várias atrizes em um só papel -, mas mesmo assim é incapaz de abraçar a figura que terminantemente desejava ser, de se ver como mãe ou simplesmente fadada à uma sorte melhor.
"O mundo não muda, as pessoas não mudam. Elas serão na vida adulta assim como eram na infância. Poderão mudar a cor do cabelo, roupas, tratar a pele, ainda assim serão as mesmas".
Por maior que seja a diferença de roupas, cabelo e até mesmo cor de pele entre as atrizes, todas carregavam e eram a mesma: Aviva.
Impossível assistir e não valorizar a fuga do clichê hollywoodiano onde tudo soa como o mais perfeito conto de fadas. Não há transformação radical no visual ou um príncipe encantado estereotipado que cai aos seus pés. É apenas o retrato nu e cru de uma realidade possível e muito mais provável. E por tal razão, é fácil se identificar com ao menos uma cena. Seja o amor impossível por alguém que lhe supera no quesito idade - e a busca desesperada por um pouco de atenção -, o transtorno familiar e a sua própria invisibilidade sob os olhos dos pais ou simplesmente a exclusão sofrida no meio escolar, cada pedaço reflete cenas cotidianas vividas por qualquer indivíduo. E é por isso que abraço a possibilidade de me encontrar por completo na Dawn. É simples e ao mesmo tempo sensacional.
Sensacional! Todos os detalhes soam como minuciosamente pensados. Até mesmo as colorações dos cenários parecem carregar um certo sentimentalismo e expressarem as emoções do Xavier com o lugar. O anseio de liberdade que ele sentia em relação à sua própria casa é enfatizado pela padronização e morbidez do amarelado infinito que mais parecia o perseguir.
Não consigo deixar de considerar encantador como tudo é tratado de forma lírica. Mesmo quando aos berros, o amor mútuo que fazia com que um voltasse ao outro ainda encontra um meio de se expressar.
As fotos eróticas - e excêntricas - de menor índice pornográfico de Eva foram reproduzidas com exatidão neste filme. O figurino e ambientes exagerados nada mais são do que um retrato direto da realidade vivida pela diretora - com a diferença de que esta começou a sofrer o abuso aos três/quatro anos.
Uma mãe, completamente transtornada psicologicamente, é uma figura distante para sua filha até que ganha uma câmera e vê na beleza da menina uma oportunidade de finalmente conseguir algum dinheiro. Uma avó, religiosa e impotente, já está tão caduca que mal consegue enxergar o que ocorre bem ao seu lado. E uma criança, simplesmente uma criança, é explorada e ignorada de todas as formas possíveis.
"Eu sei que você acha que ela era especial. Mas eu não acho. Está só lembrando das coisas boas. Da próxima vez que olhar para trás, devia olhar direito."
Não sou lá muito acostumada com a mudez do cinema, mas esse filme foi sensacional. O medo e a concretização do esquecimento de George é tão vívido que quase se torna palpável. Sua atuação é simplesmente impecável na simbolização da época. E o cachorro, nem se fala!
Brilhante. Desvenda a verdadeira face dos estereótipos, se centrando basicamente em duas ideias: quem somos e quem queremos que os outros pensem que somos. E esta contraposição entre realidade e imagem é fundamental na construção de uma mensagem final clara que englobe não só a grandiosidade do que temos - e não percebemos -, mas a necessidade de um certo carpe diem. Com atuações e roteiro memoráveis e fora do clichê não é a toa que se tornou um clássico dos 90.
Alemão
2.8 380Resumo: Rodízio de pizza 9,90.
Palo Alto
3.2 429Pra que lado a gente corre quando não sabe onde quer chegar?
Noite Nº1
3.9 41"When so many are lonely as seem to be lonely, it would be inexcusably selfish to be lonely alone."
Dois corpos que dançam, fazem sexo, refletem a luz e se entrelaçam pra compartilharem vazios que se completam.
Palíndromos
3.8 81(Pode conter spoiler)
Simplesmente sensacional, seguindo o jeitinho de "Bem-vindo à Casa das Bonecas" que quebra inúmeros padrões e estereótipos que estamos acostumados a ver nos filmes.
Acredito que hajam duas grandes ironias - e grandes frustrações - cercando a vida de Aviva. Primeiramente, seu maior e único sonho - e obsessão -, mesmo que na forma e concepção pueril e inocente, de ter filhos é quebrado logo de início por um erro na realização de um aborto. E mesmo assim permanece vivo e necessário dentro de si; a tal esperança sendo a última a morrer.
Em segundo lugar, todo o medo e desespero pela ideia de se aproximar da figura de Dawn - e obter o mesmo trágico fim - pouco colabora na distanciação da mesma. Até porque, como o próprio irmão de Dawn afirma, somos invariavelmente de uma única forma, por mais que acreditemos ao longo do tempo na diferença.
Aviva existe como não apenas uma, mas como várias dentro de si - como demonstra o uso de várias atrizes em um só papel -, mas mesmo assim é incapaz de abraçar a figura que terminantemente desejava ser, de se ver como mãe ou simplesmente fadada à uma sorte melhor.
"O mundo não muda, as pessoas não mudam. Elas serão na vida adulta assim como eram na infância. Poderão mudar a cor do cabelo, roupas, tratar a pele, ainda assim serão as mesmas".
Por maior que seja a diferença de roupas, cabelo e até mesmo cor de pele entre as atrizes, todas carregavam e eram a mesma: Aviva.
Bicho de Sete Cabeças
4.0 1,1K Assista AgoraA atuação sensacional do Rodrigo Santoro é apenas o retrato da angústia. E o desespero é apenas a trilha da loucura gradativa de uma prisão injusta.
Bem-Vindo à Casa de Bonecas
3.9 228Impossível assistir e não valorizar a fuga do clichê hollywoodiano onde tudo soa como o mais perfeito conto de fadas. Não há transformação radical no visual ou um príncipe encantado estereotipado que cai aos seus pés. É apenas o retrato nu e cru de uma realidade possível e muito mais provável. E por tal razão, é fácil se identificar com ao menos uma cena. Seja o amor impossível por alguém que lhe supera no quesito idade - e a busca desesperada por um pouco de atenção -, o transtorno familiar e a sua própria invisibilidade sob os olhos dos pais ou simplesmente a exclusão sofrida no meio escolar, cada pedaço reflete cenas cotidianas vividas por qualquer indivíduo. E é por isso que abraço a possibilidade de me encontrar por completo na Dawn. É simples e ao mesmo tempo sensacional.
Eu Matei Minha Mãe
3.9 1,3KSensacional! Todos os detalhes soam como minuciosamente pensados. Até mesmo as colorações dos cenários parecem carregar um certo sentimentalismo e expressarem as emoções do Xavier com o lugar. O anseio de liberdade que ele sentia em relação à sua própria casa é enfatizado pela padronização e morbidez do amarelado infinito que mais parecia o perseguir.
Não consigo deixar de considerar encantador como tudo é tratado de forma lírica. Mesmo quando aos berros, o amor mútuo que fazia com que um voltasse ao outro ainda encontra um meio de se expressar.
Minha Pequena Princesa
3.8 66As fotos eróticas - e excêntricas - de menor índice pornográfico de Eva foram reproduzidas com exatidão neste filme. O figurino e ambientes exagerados nada mais são do que um retrato direto da realidade vivida pela diretora - com a diferença de que esta começou a sofrer o abuso aos três/quatro anos.
Uma mãe, completamente transtornada psicologicamente, é uma figura distante para sua filha até que ganha uma câmera e vê na beleza da menina uma oportunidade de finalmente conseguir algum dinheiro. Uma avó, religiosa e impotente, já está tão caduca que mal consegue enxergar o que ocorre bem ao seu lado. E uma criança, simplesmente uma criança, é explorada e ignorada de todas as formas possíveis.
(500) Dias com Ela
4.0 5,7K Assista Agora"Eu sei que você acha que ela era especial. Mas eu não acho. Está só lembrando das coisas boas. Da próxima vez que olhar para trás, devia olhar direito."
O Artista
4.2 2,1K Assista AgoraNão sou lá muito acostumada com a mudez do cinema, mas esse filme foi sensacional. O medo e a concretização do esquecimento de George é tão vívido que quase se torna palpável. Sua atuação é simplesmente impecável na simbolização da época. E o cachorro, nem se fala!
Beleza Americana
4.1 2,9K Assista AgoraBrilhante. Desvenda a verdadeira face dos estereótipos, se centrando basicamente em duas ideias: quem somos e quem queremos que os outros pensem que somos. E esta contraposição entre realidade e imagem é fundamental na construção de uma mensagem final clara que englobe não só a grandiosidade do que temos - e não percebemos -, mas a necessidade de um certo carpe diem. Com atuações e roteiro memoráveis e fora do clichê não é a toa que se tornou um clássico dos 90.
O Bandido da Luz Vermelha
3.9 264 Assista AgoraSimplesmente incrível!
"Enquanto isso, eu ensaiava para morrer".