Quando vi essa série eu era um adolescente imbecil e não entendi muita coisa do que estava acontecendo. Agora eu revi como um adulto imbecil e percebi que é muito melhor do que eu me lembrava.
A famosa desculpa do "vamos colocar mil coisas aqui para gerar teorias e inquietação em quem assiste e depois não vamos precisar explicar nenhuma delas porque, afinal, era tudo uma simulação/sonho"
O carisma passa longe, muito longe desses personagens. Quando alguém morria eu não só não me importava como torcia para outros personagens morrerem também. Além do fato de que vários deles são iguais. Várias vezes me peguei pensando "quem é esse mesmo?" Alguns episódios são extremamente tediosos, o formato slasher não foi bem adaptado para uma longa duração aqui. E a identidade do assassino é previsível, além da motivação ser mais tosca que a do pior dos filmes da franquia.
- Eu vou sequestrá-los e levá-los para uma igreja abandonada! - Por quê? - Porque eu posso! (Careta claramente forçada)
Essa série tinha tanto pra ser boa. O Vicious é horrível, o que fizeram com o Mad Pierrot é horrível, o final é tenebroso de tão ruim. Algumas mudanças foram bem-vindas. Gostei particularmente do que fizeram com os arcos da Faye e do Jet. Mas, no geral, ficou muito abaixo do anime.
Documentário importante e necessário. Lembro-me de que quando Spotlight saiu muitos católicos mais fervorosos preferiram fechar os olhos para a situação e vir com um discurso de "mas ninguém falou do depois, de como a igreja reagiu" (detalhe: eu sou católico). Isso mostra o quão necessária é esta série, porque mesmo em 2016, 14 anos depois da reportagem do Boston Globe, vemos que há gente dentro da igreja (e é válido questionar se não envolve toda a estrutura) que ainda se nega a colaborar para investigar casos de abuso antigos e sem solução. Ou seja, até que ponto as coisas mudaram? Ao fim do documentário, pareceu-me que muito pouco. A série só peca em alguns detalhes, como o número muito grande de episódios, o fato de ficar dando voltas em alguns becos sem saída em vez de seguir em frente para outros aspectos mais importantes e interessantes (como a insistência nos últimos episódios em torno do padre Koob, que pareceu um esforço deslocado àquela altura da investigação) e certas redundâncias que poderiam ser cortadas e diminuir um pouco o tempo de duração da série como um todo.
Depois que terminei de ver a última temporada de Dark, o que me passava pela cabeça era aquele meme da corrida de Fórmula 1 com o narrador gritando "Hoje não! Hoje não! Hoje sim!". Eu realmente criei muitas expectativas de que a série teria um ponto onde amarrar todas aquelas maluquices mirabolantes que se desenvolviam ao longo dessas três temporadas. Finalmente pensei que uma obra faria algo que séries/filmes/livros vêm tentando fazer há muito tempo, e com raras exceções, sem sucesso: uma forma coesa de tratar a viagem no tempo, que não caia em problemas lógicos gritantes. Mas não foi dessa vez.
Quer dizer que aquela era a solução para todo aquele nó complicado que veio se desenvolvendo até aqui? Sério que era isso? Simplesmente havia um terceiro mundo e tudo foi criado porque o velho Tannhaus não era capaz de superar a morte do filho, da nora e da neta? Pareceu, a meu ver, uma solução meio que tirada da cartola, assim como várias outras passagens da série (especialmente nesta temporada). Afinal, há algo que fica muito mal explicado nisso tudo: a usina nuclear de Winden continua lá e foi nela que se desencadeou o apocalipse, tanto no mundo do Jonas (que eu passei a chamar de Terra 1, para facilitar meus esquemas mentais) quanto no mundo da Martha (que, consequentemente, eu chamei de Terra 2). Seria muito mais convincente se eles fizessem toda aquela loucura lá de viajar entre mundos e voltar no tempo para impedir que a usina entrasse em funcionamento e que os dois se tornassem ativistas da energia solar (a eólica também mataria pássaros, então por isso não a incluo aqui). A questão é: quem garante que eles impediram o apocalipse? Nesse mundo (que vou chamar de Terra 3), alguém poderia muito bem ter entrado na usina nuclear para investigar qualquer outra coisa e pronto, explosão daquele treco preto inexplicável e fim dos tempos! Eles sequer chegam a pensar nessa hipótese. Afinal de contas, se a origem da viagem no tempo não tinha nada a ver com a usina nuclear, por que tudo girava em torno dela na história? Acredito que isso seja um indício de final tirado da cartola. Outra coisa que me incomodou muito o tempo todo: o filho do Jonas e da Martha (ou do Adam e da Eva). Aquele cara começa a temporada com toda uma pompa de que vai ser super importante para a história, de que desencadeará eventos importantes, chega um ponto em que ele é associado à origem, ao elo dos dois mundos e tudo mais. Primeiramente, ele me parece um personagem que só foi criado àquela altura do campeonato. Parece que os roteiristas resolveram criá-lo quando as duas primeiras temporadas já estavam prontas e gravadas, porque, assim como ele entra sem qualquer preparo, ele não serve para basicamente nada a não ser matar alguns personagens secundários e fazer o prefeito lá assinar a permissão para construir a usina (de novo, a usina tem um papel central que o final que dão para a série torna completamente injustificado). Ou seja, ele é apresentado como alguém tão importante, tem uma presença realmente marcante, para, no fim das contas, fazer algo que qualquer outro Zé podia fazer. O abandono a que alguns personagens são submetidos nessa temporada chega a ser um insulto, também. O Jonas preso no final do século XIX, por exemplo, só é lembrado pontualmente; parece que os roteiristas simplesmente esqueciam dele e, depois de bastante escrever, lembravam "ah é! Tem o Jonas do passado lá". O Noah era um personagem tão interessante também, que tinha todo um arco extremamente interessante e, no fim das contas, nós sequer sabemos do seu destino. A mãe da Katharina mata a Katharina adulta e dane-se! A série lança um imenso dane-se para um momento como aquele. Só aconteceu para haver um impacto ao estilo novela mexicana. É interessante que, em alguns casos, como o da Elisabeth Doppler, para não deixar completamente injustificada a existência dela na trama, ela acaba reduzida a mãe de algum personagem importante (o mesmo vale para o Bartosz preso no passado).
Eu poderia escrever páginas e páginas aqui falando sobre como a última temporada de Dark amarra de forma muito fraca as pontas que criou até então. Não que não as amarre: tudo ali acaba se justificando em algum ponto, mas de uma forma que nos faz questionar o porquê de algumas decisões de roteiro. Sinceramente, com a solução que foi criada, eu me pergunto se essa série não poderia ser reduzida a apenas uma temporada, cortando todas as complicações desnecessárias e focos errados. Acho que Os 12 Macacos (o filme, não vi a série), para citar um exemplo, trata muito melhor sobre viagem no tempo, sem trapaças e sem nos fazer perder tempo (ironicamente) com coisas que depois não seriam explicadas. A saga De Volta Para o Futuro é outro bom exemplo, apesar de sua atmosfera completamente diferente dificultar uma comparação aqui. Apesar do final insatisfatório e das amarras fracas, Dark é uma série com qualidade em outras questões para além do roteiro. Gosto da fotografia, apesar de não ter nada excepcional, e a direção dos episódios é operante. Os efeitos, quando usados, também não deixam a desejar. Só deixo uma observação para a maquiagem do Adam no penúltimo episódio, em que parece que metade do rosto dele ficou meio que desmanchando (não porque deveria, mas porque parece que a maquiagem estava desmanchando) e aí ele fica com a expressão daquele emoji que tem uma sobrancelha levantada, com uma cara eternamente desconfiada, sabe? (Para quem não formou a imagem mental, procure uma imagem do Hellboy mais recente. A maquiagem do Hellboy deixou o cara com a mesma expressão do Adam no episódio de que estou falando.)
Antes de mais nada, a série foi vendida da forma errada. Ela se trata muito mais de um drama com piadas e sátiras pontuais do que genuinamente uma comédia. Há momentos que fazem rir, mas são poucos e são bastante espaçados. O foco aqui está muito mais no desenvolvimento dos personagens do que nas piadas. Para isso funcionar, precisamos ter empatia pelos personagens. O General Naird e o Doutor Mallory são disparados os melhores personagens da série e os responsáveis pelos melhores momentos, naquelas partes em que é exigido bastante da interação deles (gostei especialmente de como isso se mostra no episódio em que eles vão a uma audiência de gastos). É aí que está o foco da série e onde ela se encontra bem. O mesmo, porém, não pode ser dito do resto. Space Force tem mais baixos do que altos. Eu, particularmente, achei o Tony um personagem extremamente irritante, de maneira que eu agradeceria se fossem feitas algumas modificações no roteiro e ele fosse retirado. O arco da filha do Naird também não conseguiu nem um pouco do meu investimento. Erin me pareceu muito mais uma adolescente mimada e burra do que alguém que merecia o meu investimento emocional. O arco da esposa do General é bom, mas mal aproveitado, ganhando destaque só nos episódios finais. Todos os outros personagens secundários sofrem desse mesmo mal de subdesenvolvimento (o "Bobby", por exemplo, é completamente esquecido; e isso pode ser comprovado pelo fato de talvez você ter se perguntado "que Bobby?" agora). Por fim, a season finale é muito fraca. Tentou claramente deixar gancho para uma próxima temporada, mas fez com que muito do desenvolvimento de toda a situação ficasse completamente sem solução. O desenvolvimento dos personagens e a situação criada até ali naquele final acabaram sendo jogados para o alto na busca por um final impactante. Space Force é uma série mais ou menos (mais para menos que para mais) e que precisa de sérias alterações na forma como é conduzida, caso haja uma segunda temporada.
Tem valor de produção, tem uma história com potencial, atuações sofríveis... é uma série brasileira e eu acredito que deva ser incentivada, até porque tem sim qualidade, especialmente em aspectos mais técnicos. Mas sabe quando você pega uma série e fica com aquela preguiça de ir pro próximo episódio? Vejo pouquíssimas séries, porque gosto mais de gastar meu tempo vendo filmes, até porque o filme você assiste de uma vez, não tem aquela demanda de ter que assistir vários episódios (e, em alguns casos, várias temporadas). Não sei dizer, então, se é aquela ideia de que "a série não me prendeu" que dizem que se encaixe aqui, mas eu sempre precisava de um impulso muito forte para começar um episódio. Queria ter gostado, sinceramente.
Tem várias incongruências, mas como se trata de uma série, temos que esperar as próximas temporadas para saber se elas serão explicadas ou se as coisas estão simplesmente mal escritas. Achei essa temporada mais coesa e com um ritmo mais cativante que a primeira, mas as duas são muito boas. Uma pergunta que fica me ocorrendo desde a primeira temporada (e isso não é um spoiler) é: onde estão todas as outras pessoas de Winden? Porque não é possível que haja só quatro famílias na cidade. Parece que ninguém se importa com o resto do povo de Winden.
"Striking Vipers" tem coisas interessantes ali, mas não tem nada de Black Mirror. Não causou nenhum impacto, não sei se já estamos acostumados e, por isso, estamos menos sensíveis ao que ocorre nos episódios, mas o que importa é que não há mais na série a capacidade de nos fazer ficar pensando por horas no episódio que vimos. "Smithereen" foi o menos pior, e estava indo muito bem até o momento em que vimos as motivações do tal motorista de aplicativo lá. No momento em que a motivação dele é revelada, eu virei o olho. Sério que gastaram um episódio inteiro pra fazer uma crítica que as tias do Whatsapp já vivem mandando em vídeos de três minutos? "Rachel, Jack and Ashley Too"... Ok, "Waldo Moment", você não é mais o pior episódio dessa série. Temos um novo episódio vencedor em ser ruim aqui.
Nos quesitos técnicos, é uma série irretocável em todos os seus episódios. A variação de pontos de vista de acordo com eles e as diferentes técnicas de animação aplicadas em cada um são algo de encher os olhos. Entretanto, o mesmo não vale para os roteiros das histórias que são contadas. Há algumas excelentes, como é o caso, a meu ver, de "A vantagem de Sonnie", "Os três robôs", "A testemunha", "Para além da Fenda de Áquila", "Ajudinha", "Zima Blue" e "Histórias Alternativas". Os outros eu achei bem esquecíveis com relação a esse quesito, o que é complicado, já que a série tem 18 episódios e praticamente 1/3 deles, apenas, têm roteiros realmente interessantes. No fim das contas, acho que a série poderia ter sido reduzida a 6 ou 7 episódios na temporada, já que os do meião ali não se salvam muito. Vamos ver o que vai vir para a segunda leva.
É uma série com certa personalidade, embora insistam em comparar com Black Mirror (por causa das temáticas envolvendo tecnologias), creio que não fica presa a ela e acaba indo além nos temas que explora. Entretanto, eu esperava muito mais de uma série que tem esse material fonte. Philip K. Dick é um dos maiores escritores em língua inglesa dos últimos tempos e a maioria dos contos pareceu sofrer algum problema no processo de adaptação, ficando com finais muito rasos e, na maioria das vezes, que não nos trazem nenhum impacto. Um exemplo disso é o episódio "The Commuter", que tinha tudo para ser o maior soco no estômago da série (e eu estava me preparando para isso ao longo de toda a duração desse episódio) e, no fim das contas, é raso e parece meio apressado no final. "The Father Thing", para mim, foi o pior. Uma história completamente vazia e chata. Quando nos deixa com dúvidas, traz uma tensão que é muito bem-vinda, mas logo abre mão disso e escancara uma trama que, no fim, acaba sendo bastante "brega", por assim dizer. Entretanto, houve episódios excepcionais, como "Human Is" e "Kill All Others" (este último é disparado o melhor de toda a temporada). O primeiro nos deixa intrigados e cria um senso de dúvida, fazendo a gente tentar adivinhar se está vendo um thriller ou um simples drama. O segundo, por sua vez, trata de um tema que é extremamente atual, de uma forma muito acessível, mas sem cair num martelar de moral irritante. Outro que eu queria comentar era o episódio "Safe and Sound", que foi quase perfeito, mas que, nos segundos finais, quando busca recapitular desnecessariamente algo que já tinha ficado claro - numa espécie de tutorial que ninguém pediu - , perde toda a sagacidade que tinha construído até então. Melhores episódios: "Kill all others", "Human Is", "Safe and Sound" (se não fosse pelo tutorial final, poderia ser bem melhor) e "Real Life" (que tem seus pontos altos). Piores episódios: "The Father Thing", "Impossible Planet" (o final é legal, mas enrola meia hora até chegar lá) e "The Hood Maker" (que quando terminou eu só me peguei perguntando "ok... mas e daí?").
Melhor que a primeira temporada, na minha opinião. Os eventos aqui são mais grandiosos e tem no ar um senso de urgência e perigo muito maior que a primeira temporada (que já era muito boa). A segunda temporada é impecável, mesmo as cenas mais longas se mostram necessárias e alguns momentos de tensão são de fazer a gente roer as unhas até chegar nas cutículas. Sem contar alguns posicionamentos de câmera e planos sequência que são simplesmente perfeitos. Melhor temporada, sem dúvida! Mesmo com
A questão da nave espacial, que vi muita gente reclamar - e até entendo as reclamações -, mas acaba sendo uma quebra de expectativa interessante nas vezes em que aparece. Sei lá, acaba sendo legalzinho (e olha que sou totalmente cético).
Uma interessante mistura do filme Fargo que é tão clássico e de Onde os Fracos não Têm vez (que pra mim é o melhor filme dos Coen) que conquistou muito minha simpatia. Todas as atuações se destacam e têm seu momento para brilhar (em especial Billy Bob Thornton). Verei a segunda temporada assim que possível.
Duas estrelas pela atuação do Pedro Alonso e pelo "Oh bella ciao!". Agora, uma listinha de coisas que me fizeram ter um tremendo desgosto por essa série (algumas percebidas na primeira temporada, outras nessa):
1- Uma inspetora completamente obstinada e comprometida com o seu trabalho e o cuidado da mãe e da filha que, simplesmente, resolve jogar tudo pro ar e cooperar com os bandidos graças à "força do amor" e a um discurso de dois minutos sobre moral (alguém percebeu que a mãe e a filha dela simplesmente não tiveram peso nenhum na conclusão das coisas?); 2- A Tóquio é, definitivamente, a protagonista mais insuportável de todos os tempos em todas as obras audiovisuais; 3- Quando não conseguem nos fazer sentir empatia pelos personagens, já há um erro grave na história, mas quando nos fazem torcer para que todos eles morram logo (eu queria tanto que o plano Tchernóbil fosse realmente uma explosão nuclear que matasse todo aquele povo) porque estão agindo de forma insuportável, é porque algo está MUITO errado; 4- O subinspetor acorda, dramaticamente, num momento crucial e justamente quando seu nome é dito como "uma peça chave na investigação" e, além disso, ele topa em ajudar a inspetora a acobertar os assaltantes sem qualquer motivação pra isso (aquele papo de "ela é minha amiga" não cola); 5- As conveniências, já muito presentes na primeira parte, chegam ao cúmulo do absurdo aqui, basta ver como, no justo momento final da fuga, a polícia invade a Casa da Moeda e como, para que um personagem precisasse se sacrificar num ato de coragem, eles precisam deixar Berlim para trás para dar cobertura (porque não colocaram aquelas malditas bombas no corredor que leva ao cofre enquanto fugiam em vez de perder tempo as colocando no caminho para o outro túnel?); 6- O Professor quase deixa ir por água abaixo um plano de anos e anos simplesmente porque conheceu a inspetora e a "magia do amor"; 7- A série continua esticada (embora tenha menos episódios que a parte anterior), com muito mais episódios do que o necessário, o que leva a uma lentidão insuportável; 8- Que jogadinha mais preguiçosa aquele final que imita a cena em que o Professor e a inspetora se conheceram, hein?
Enfim... ainda vão fazer uma outra temporada (à moda Thirteen Reasons Why de temporadas desnecessárias) e ainda por cima com uma certa forçada de barra pelo que vi no trailer né, afinal, gente que deveria ter morrido apareceu por lá. Mas será uma temporada que eu não verei.
"Esticada" é o adjetivo perfeito para essa série (e ainda tem uma segunda parte!). Não entendo onde as pessoas encontraram toda a genialidade para fazer dela um fenômeno tão grande, porque, sem querer ser o cara chato que não gosta só pelo fato de todos gostarem, não tem nada de genial e, às vezes, é até fraquinha.
Existe uma vontade, que vem sabe-se lá de onde, de o tempo todo criar momentos de tensão com um suspense imersivo, mas que, simplesmente, não dão em nada. A série está repleta desses momentos de "ejaculação precoce" de suspense. Fazem um drama danado num momento, parece que tudo vai ser posto a perder e, no final, nada demais acontece. É certo que há alguns momentos inspirados (como aquele em que o professor dá um jeito de fugir do ferro velho se fazendo de mendigo ou quando encontram a Mónica viva), mas, quando chegou no final dessa primeira parte da série e alguém apontava uma arma para outro, eu simplesmente dizia "que se dane! Já sei que nada demais vai acontecer mesmo!". E o pior: eu estava certo. A série sofre de uma espécie de "síndrome de George R.R. Martin reversa", pois há claros momentos em que as pessoas morreriam (como o tal subinspetor sobrevive àquele acidente de carro?), mas a série opta por salvá-los de alguma forma da morte. De início, parece uma subversão de expectativa, mas depois a gente percebe que é só covardia de matar um possível "personagem querido" mesmo.
Apesar de tantos defeitos, minha nota para a série ainda é um "mais que a metade" porque a concepção é boa, a premissa em si é muito interessante, eu gostei do personagem do professor, há algumas sequências realmente inspiradas perdidas no meio de toda a enrolação e a Raquel também é uma personagem com uma complexidade interessante. Enfim, "La Casa de Papel" não é uma série maravilhosa como dizem por aí, é ok, com seus muitos defeitos, e podia ser reduzida a uma única temporada com uns 8 episódios, pelo que vi nessa primeira parte.
Mas o final dá uma redimida (mesmo que não seja lá grande coisa) por ter um certo lirismo e não se basear em nenhuma maracutaia estrambólica como muitas outras coisas ao longo do anime.
É melhor que o filme da Netflix? É melhor que o filme da Netflix. É legal? No início, sim. Os caras são mesmo inteligentões? Não... Os planos do Kira só dão certo por causa de coincidências (não aquelas coincidências inteligentes dos irmãos Coen) e o L tira conclusões a partir de deduções que, algumas vezes fazem sentido e outras vezes foram simplesmente tiradas da cartola. Não é que o anime seja ruim, mas também não é esse bastião de inteligência que todos afirmam ser. Legal pra assistir de maneira despretensiosa.
Sobre San Junipero: Exceto a reconstrução de época, é muito chato e tem uma trama bem água com açúcar, mesmo com o elemento Black Mirror. Não entendo o motivo de tanto alarde e adoração a esse episódio, acho que briga com Men against fire para o posto de pior da temporada. Eu simplesmente adorei Playtest (gostei de toda a trama intrincada e cheia de suspense que, no final, passa uma mensagem simples e que vai na contramão do que se vê muito hoje) e Hated in the Nation (é bacana o formato de investigação). Shut up and dance pra mim foi o mais traumático e também o melhor episódio da temporada (uma aula de manipulação do espectador). Nosedive é ok apenas. A mensagem é bacana, mas já sabíamos onde ia parar a história lá pela metade.
House of Cards (1ª Temporada)
4.5 611 Assista AgoraQuando vi essa série eu era um adolescente imbecil e não entendi muita coisa do que estava acontecendo. Agora eu revi como um adulto imbecil e percebi que é muito melhor do que eu me lembrava.
1899 (1ª Temporada)
3.6 394 Assista AgoraA famosa desculpa do "vamos colocar mil coisas aqui para gerar teorias e inquietação em quem assiste e depois não vamos precisar explicar nenhuma delas porque, afinal, era tudo uma simulação/sonho"
Pânico (1ª Temporada)
3.6 759O carisma passa longe, muito longe desses personagens. Quando alguém morria eu não só não me importava como torcia para outros personagens morrerem também. Além do fato de que vários deles são iguais. Várias vezes me peguei pensando "quem é esse mesmo?" Alguns episódios são extremamente tediosos, o formato slasher não foi bem adaptado para uma longa duração aqui. E a identidade do assassino é previsível, além da motivação ser mais tosca que a do pior dos filmes da franquia.
Dois Homens e Meio (1ª Temporada)
4.3 294 Assista AgoraNão envelheceu bem, ao menos não para mim. Mas tem algumas tiradas afiadas e frases de "punch line" que me fizeram dar umas risadas.
Cowboy Bebop (1ª Temporada)
3.2 111- Eu vou sequestrá-los e levá-los para uma igreja abandonada!
- Por quê?
- Porque eu posso! (Careta claramente forçada)
Essa série tinha tanto pra ser boa. O Vicious é horrível, o que fizeram com o Mad Pierrot é horrível, o final é tenebroso de tão ruim. Algumas mudanças foram bem-vindas. Gostei particularmente do que fizeram com os arcos da Faye e do Jet. Mas, no geral, ficou muito abaixo do anime.
Round 6 (1ª Temporada)
4.0 1,2K Assista AgoraÉ sério que se impressionaram por isso?
A crítica é batida, o roteiro é extremamente previsível e os personagens são extremamente caricatos.
The Keepers
4.4 163 Assista AgoraDocumentário importante e necessário. Lembro-me de que quando Spotlight saiu muitos católicos mais fervorosos preferiram fechar os olhos para a situação e vir com um discurso de "mas ninguém falou do depois, de como a igreja reagiu" (detalhe: eu sou católico). Isso mostra o quão necessária é esta série, porque mesmo em 2016, 14 anos depois da reportagem do Boston Globe, vemos que há gente dentro da igreja (e é válido questionar se não envolve toda a estrutura) que ainda se nega a colaborar para investigar casos de abuso antigos e sem solução. Ou seja, até que ponto as coisas mudaram? Ao fim do documentário, pareceu-me que muito pouco. A série só peca em alguns detalhes, como o número muito grande de episódios, o fato de ficar dando voltas em alguns becos sem saída em vez de seguir em frente para outros aspectos mais importantes e interessantes (como a insistência nos últimos episódios em torno do padre Koob, que pareceu um esforço deslocado àquela altura da investigação) e certas redundâncias que poderiam ser cortadas e diminuir um pouco o tempo de duração da série como um todo.
Dark (3ª Temporada)
4.3 1,3KDepois que terminei de ver a última temporada de Dark, o que me passava pela cabeça era aquele meme da corrida de Fórmula 1 com o narrador gritando "Hoje não! Hoje não! Hoje sim!". Eu realmente criei muitas expectativas de que a série teria um ponto onde amarrar todas aquelas maluquices mirabolantes que se desenvolviam ao longo dessas três temporadas. Finalmente pensei que uma obra faria algo que séries/filmes/livros vêm tentando fazer há muito tempo, e com raras exceções, sem sucesso: uma forma coesa de tratar a viagem no tempo, que não caia em problemas lógicos gritantes. Mas não foi dessa vez.
Quer dizer que aquela era a solução para todo aquele nó complicado que veio se desenvolvendo até aqui? Sério que era isso? Simplesmente havia um terceiro mundo e tudo foi criado porque o velho Tannhaus não era capaz de superar a morte do filho, da nora e da neta? Pareceu, a meu ver, uma solução meio que tirada da cartola, assim como várias outras passagens da série (especialmente nesta temporada). Afinal, há algo que fica muito mal explicado nisso tudo: a usina nuclear de Winden continua lá e foi nela que se desencadeou o apocalipse, tanto no mundo do Jonas (que eu passei a chamar de Terra 1, para facilitar meus esquemas mentais) quanto no mundo da Martha (que, consequentemente, eu chamei de Terra 2). Seria muito mais convincente se eles fizessem toda aquela loucura lá de viajar entre mundos e voltar no tempo para impedir que a usina entrasse em funcionamento e que os dois se tornassem ativistas da energia solar (a eólica também mataria pássaros, então por isso não a incluo aqui). A questão é: quem garante que eles impediram o apocalipse? Nesse mundo (que vou chamar de Terra 3), alguém poderia muito bem ter entrado na usina nuclear para investigar qualquer outra coisa e pronto, explosão daquele treco preto inexplicável e fim dos tempos! Eles sequer chegam a pensar nessa hipótese. Afinal de contas, se a origem da viagem no tempo não tinha nada a ver com a usina nuclear, por que tudo girava em torno dela na história? Acredito que isso seja um indício de final tirado da cartola.
Outra coisa que me incomodou muito o tempo todo: o filho do Jonas e da Martha (ou do Adam e da Eva). Aquele cara começa a temporada com toda uma pompa de que vai ser super importante para a história, de que desencadeará eventos importantes, chega um ponto em que ele é associado à origem, ao elo dos dois mundos e tudo mais. Primeiramente, ele me parece um personagem que só foi criado àquela altura do campeonato. Parece que os roteiristas resolveram criá-lo quando as duas primeiras temporadas já estavam prontas e gravadas, porque, assim como ele entra sem qualquer preparo, ele não serve para basicamente nada a não ser matar alguns personagens secundários e fazer o prefeito lá assinar a permissão para construir a usina (de novo, a usina tem um papel central que o final que dão para a série torna completamente injustificado). Ou seja, ele é apresentado como alguém tão importante, tem uma presença realmente marcante, para, no fim das contas, fazer algo que qualquer outro Zé podia fazer.
O abandono a que alguns personagens são submetidos nessa temporada chega a ser um insulto, também. O Jonas preso no final do século XIX, por exemplo, só é lembrado pontualmente; parece que os roteiristas simplesmente esqueciam dele e, depois de bastante escrever, lembravam "ah é! Tem o Jonas do passado lá". O Noah era um personagem tão interessante também, que tinha todo um arco extremamente interessante e, no fim das contas, nós sequer sabemos do seu destino. A mãe da Katharina mata a Katharina adulta e dane-se! A série lança um imenso dane-se para um momento como aquele. Só aconteceu para haver um impacto ao estilo novela mexicana. É interessante que, em alguns casos, como o da Elisabeth Doppler, para não deixar completamente injustificada a existência dela na trama, ela acaba reduzida a mãe de algum personagem importante (o mesmo vale para o Bartosz preso no passado).
Eu poderia escrever páginas e páginas aqui falando sobre como a última temporada de Dark amarra de forma muito fraca as pontas que criou até então. Não que não as amarre: tudo ali acaba se justificando em algum ponto, mas de uma forma que nos faz questionar o porquê de algumas decisões de roteiro. Sinceramente, com a solução que foi criada, eu me pergunto se essa série não poderia ser reduzida a apenas uma temporada, cortando todas as complicações desnecessárias e focos errados. Acho que Os 12 Macacos (o filme, não vi a série), para citar um exemplo, trata muito melhor sobre viagem no tempo, sem trapaças e sem nos fazer perder tempo (ironicamente) com coisas que depois não seriam explicadas. A saga De Volta Para o Futuro é outro bom exemplo, apesar de sua atmosfera completamente diferente dificultar uma comparação aqui.
Apesar do final insatisfatório e das amarras fracas, Dark é uma série com qualidade em outras questões para além do roteiro. Gosto da fotografia, apesar de não ter nada excepcional, e a direção dos episódios é operante. Os efeitos, quando usados, também não deixam a desejar. Só deixo uma observação para a maquiagem do Adam no penúltimo episódio, em que parece que metade do rosto dele ficou meio que desmanchando (não porque deveria, mas porque parece que a maquiagem estava desmanchando) e aí ele fica com a expressão daquele emoji que tem uma sobrancelha levantada, com uma cara eternamente desconfiada, sabe? (Para quem não formou a imagem mental, procure uma imagem do Hellboy mais recente. A maquiagem do Hellboy deixou o cara com a mesma expressão do Adam no episódio de que estou falando.)
Space Force (1ª Temporada)
3.2 124 Assista AgoraAntes de mais nada, a série foi vendida da forma errada. Ela se trata muito mais de um drama com piadas e sátiras pontuais do que genuinamente uma comédia. Há momentos que fazem rir, mas são poucos e são bastante espaçados. O foco aqui está muito mais no desenvolvimento dos personagens do que nas piadas. Para isso funcionar, precisamos ter empatia pelos personagens.
O General Naird e o Doutor Mallory são disparados os melhores personagens da série e os responsáveis pelos melhores momentos, naquelas partes em que é exigido bastante da interação deles (gostei especialmente de como isso se mostra no episódio em que eles vão a uma audiência de gastos). É aí que está o foco da série e onde ela se encontra bem. O mesmo, porém, não pode ser dito do resto.
Space Force tem mais baixos do que altos. Eu, particularmente, achei o Tony um personagem extremamente irritante, de maneira que eu agradeceria se fossem feitas algumas modificações no roteiro e ele fosse retirado. O arco da filha do Naird também não conseguiu nem um pouco do meu investimento. Erin me pareceu muito mais uma adolescente mimada e burra do que alguém que merecia o meu investimento emocional. O arco da esposa do General é bom, mas mal aproveitado, ganhando destaque só nos episódios finais. Todos os outros personagens secundários sofrem desse mesmo mal de subdesenvolvimento (o "Bobby", por exemplo, é completamente esquecido; e isso pode ser comprovado pelo fato de talvez você ter se perguntado "que Bobby?" agora).
Por fim, a season finale é muito fraca. Tentou claramente deixar gancho para uma próxima temporada, mas fez com que muito do desenvolvimento de toda a situação ficasse completamente sem solução. O desenvolvimento dos personagens e a situação criada até ali naquele final acabaram sendo jogados para o alto na busca por um final impactante.
Space Force é uma série mais ou menos (mais para menos que para mais) e que precisa de sérias alterações na forma como é conduzida, caso haja uma segunda temporada.
Sintonia (1ª Temporada)
3.6 174 Assista AgoraTem valor de produção, tem uma história com potencial, atuações sofríveis... é uma série brasileira e eu acredito que deva ser incentivada, até porque tem sim qualidade, especialmente em aspectos mais técnicos. Mas sabe quando você pega uma série e fica com aquela preguiça de ir pro próximo episódio? Vejo pouquíssimas séries, porque gosto mais de gastar meu tempo vendo filmes, até porque o filme você assiste de uma vez, não tem aquela demanda de ter que assistir vários episódios (e, em alguns casos, várias temporadas). Não sei dizer, então, se é aquela ideia de que "a série não me prendeu" que dizem que se encaixe aqui, mas eu sempre precisava de um impulso muito forte para começar um episódio. Queria ter gostado, sinceramente.
Dark (2ª Temporada)
4.5 897Tem várias incongruências, mas como se trata de uma série, temos que esperar as próximas temporadas para saber se elas serão explicadas ou se as coisas estão simplesmente mal escritas. Achei essa temporada mais coesa e com um ritmo mais cativante que a primeira, mas as duas são muito boas. Uma pergunta que fica me ocorrendo desde a primeira temporada (e isso não é um spoiler) é: onde estão todas as outras pessoas de Winden? Porque não é possível que haja só quatro famílias na cidade. Parece que ninguém se importa com o resto do povo de Winden.
Black Mirror (5ª Temporada)
3.2 962"Striking Vipers" tem coisas interessantes ali, mas não tem nada de Black Mirror. Não causou nenhum impacto, não sei se já estamos acostumados e, por isso, estamos menos sensíveis ao que ocorre nos episódios, mas o que importa é que não há mais na série a capacidade de nos fazer ficar pensando por horas no episódio que vimos.
"Smithereen" foi o menos pior, e estava indo muito bem até o momento em que vimos as motivações do tal motorista de aplicativo lá. No momento em que a motivação dele é revelada, eu virei o olho. Sério que gastaram um episódio inteiro pra fazer uma crítica que as tias do Whatsapp já vivem mandando em vídeos de três minutos?
"Rachel, Jack and Ashley Too"... Ok, "Waldo Moment", você não é mais o pior episódio dessa série. Temos um novo episódio vencedor em ser ruim aqui.
Amor, Morte e Robôs (Volume 1)
4.3 673 Assista AgoraNos quesitos técnicos, é uma série irretocável em todos os seus episódios. A variação de pontos de vista de acordo com eles e as diferentes técnicas de animação aplicadas em cada um são algo de encher os olhos. Entretanto, o mesmo não vale para os roteiros das histórias que são contadas. Há algumas excelentes, como é o caso, a meu ver, de "A vantagem de Sonnie", "Os três robôs", "A testemunha", "Para além da Fenda de Áquila", "Ajudinha", "Zima Blue" e "Histórias Alternativas". Os outros eu achei bem esquecíveis com relação a esse quesito, o que é complicado, já que a série tem 18 episódios e praticamente 1/3 deles, apenas, têm roteiros realmente interessantes. No fim das contas, acho que a série poderia ter sido reduzida a 6 ou 7 episódios na temporada, já que os do meião ali não se salvam muito. Vamos ver o que vai vir para a segunda leva.
Philip K. Dick's Electric Dreams (1ª Temporada)
4.0 112É uma série com certa personalidade, embora insistam em comparar com Black Mirror (por causa das temáticas envolvendo tecnologias), creio que não fica presa a ela e acaba indo além nos temas que explora. Entretanto, eu esperava muito mais de uma série que tem esse material fonte. Philip K. Dick é um dos maiores escritores em língua inglesa dos últimos tempos e a maioria dos contos pareceu sofrer algum problema no processo de adaptação, ficando com finais muito rasos e, na maioria das vezes, que não nos trazem nenhum impacto. Um exemplo disso é o episódio "The Commuter", que tinha tudo para ser o maior soco no estômago da série (e eu estava me preparando para isso ao longo de toda a duração desse episódio) e, no fim das contas, é raso e parece meio apressado no final. "The Father Thing", para mim, foi o pior. Uma história completamente vazia e chata. Quando nos deixa com dúvidas, traz uma tensão que é muito bem-vinda, mas logo abre mão disso e escancara uma trama que, no fim, acaba sendo bastante "brega", por assim dizer. Entretanto, houve episódios excepcionais, como "Human Is" e "Kill All Others" (este último é disparado o melhor de toda a temporada). O primeiro nos deixa intrigados e cria um senso de dúvida, fazendo a gente tentar adivinhar se está vendo um thriller ou um simples drama. O segundo, por sua vez, trata de um tema que é extremamente atual, de uma forma muito acessível, mas sem cair num martelar de moral irritante. Outro que eu queria comentar era o episódio "Safe and Sound", que foi quase perfeito, mas que, nos segundos finais, quando busca recapitular desnecessariamente algo que já tinha ficado claro - numa espécie de tutorial que ninguém pediu - , perde toda a sagacidade que tinha construído até então.
Melhores episódios: "Kill all others", "Human Is", "Safe and Sound" (se não fosse pelo tutorial final, poderia ser bem melhor) e "Real Life" (que tem seus pontos altos).
Piores episódios: "The Father Thing", "Impossible Planet" (o final é legal, mas enrola meia hora até chegar lá) e "The Hood Maker" (que quando terminou eu só me peguei perguntando "ok... mas e daí?").
Fargo (2ª Temporada)
4.4 337Melhor que a primeira temporada, na minha opinião. Os eventos aqui são mais grandiosos e tem no ar um senso de urgência e perigo muito maior que a primeira temporada (que já era muito boa). A segunda temporada é impecável, mesmo as cenas mais longas se mostram necessárias e alguns momentos de tensão são de fazer a gente roer as unhas até chegar nas cutículas. Sem contar alguns posicionamentos de câmera e planos sequência que são simplesmente perfeitos.
Melhor temporada, sem dúvida! Mesmo com
A questão da nave espacial, que vi muita gente reclamar - e até entendo as reclamações -, mas acaba sendo uma quebra de expectativa interessante nas vezes em que aparece. Sei lá, acaba sendo legalzinho (e olha que sou totalmente cético).
Fargo (1ª Temporada)
4.5 511Uma interessante mistura do filme Fargo que é tão clássico e de Onde os Fracos não Têm vez (que pra mim é o melhor filme dos Coen) que conquistou muito minha simpatia. Todas as atuações se destacam e têm seu momento para brilhar (em especial Billy Bob Thornton). Verei a segunda temporada assim que possível.
La Casa de Papel (Parte 2)
4.2 943 Assista AgoraDuas estrelas pela atuação do Pedro Alonso e pelo "Oh bella ciao!". Agora, uma listinha de coisas que me fizeram ter um tremendo desgosto por essa série (algumas percebidas na primeira temporada, outras nessa):
1- Uma inspetora completamente obstinada e comprometida com o seu trabalho e o cuidado da mãe e da filha que, simplesmente, resolve jogar tudo pro ar e cooperar com os bandidos graças à "força do amor" e a um discurso de dois minutos sobre moral (alguém percebeu que a mãe e a filha dela simplesmente não tiveram peso nenhum na conclusão das coisas?);
2- A Tóquio é, definitivamente, a protagonista mais insuportável de todos os tempos em todas as obras audiovisuais;
3- Quando não conseguem nos fazer sentir empatia pelos personagens, já há um erro grave na história, mas quando nos fazem torcer para que todos eles morram logo (eu queria tanto que o plano Tchernóbil fosse realmente uma explosão nuclear que matasse todo aquele povo) porque estão agindo de forma insuportável, é porque algo está MUITO errado;
4- O subinspetor acorda, dramaticamente, num momento crucial e justamente quando seu nome é dito como "uma peça chave na investigação" e, além disso, ele topa em ajudar a inspetora a acobertar os assaltantes sem qualquer motivação pra isso (aquele papo de "ela é minha amiga" não cola);
5- As conveniências, já muito presentes na primeira parte, chegam ao cúmulo do absurdo aqui, basta ver como, no justo momento final da fuga, a polícia invade a Casa da Moeda e como, para que um personagem precisasse se sacrificar num ato de coragem, eles precisam deixar Berlim para trás para dar cobertura (porque não colocaram aquelas malditas bombas no corredor que leva ao cofre enquanto fugiam em vez de perder tempo as colocando no caminho para o outro túnel?);
6- O Professor quase deixa ir por água abaixo um plano de anos e anos simplesmente porque conheceu a inspetora e a "magia do amor";
7- A série continua esticada (embora tenha menos episódios que a parte anterior), com muito mais episódios do que o necessário, o que leva a uma lentidão insuportável;
8- Que jogadinha mais preguiçosa aquele final que imita a cena em que o Professor e a inspetora se conheceram, hein?
Enfim... ainda vão fazer uma outra temporada (à moda Thirteen Reasons Why de temporadas desnecessárias) e ainda por cima com uma certa forçada de barra pelo que vi no trailer né, afinal, gente que deveria ter morrido apareceu por lá. Mas será uma temporada que eu não verei.
La Casa de Papel (Parte 1)
4.2 1,3K Assista Agora"Esticada" é o adjetivo perfeito para essa série (e ainda tem uma segunda parte!). Não entendo onde as pessoas encontraram toda a genialidade para fazer dela um fenômeno tão grande, porque, sem querer ser o cara chato que não gosta só pelo fato de todos gostarem, não tem nada de genial e, às vezes, é até fraquinha.
Existe uma vontade, que vem sabe-se lá de onde, de o tempo todo criar momentos de tensão com um suspense imersivo, mas que, simplesmente, não dão em nada. A série está repleta desses momentos de "ejaculação precoce" de suspense. Fazem um drama danado num momento, parece que tudo vai ser posto a perder e, no final, nada demais acontece. É certo que há alguns momentos inspirados (como aquele em que o professor dá um jeito de fugir do ferro velho se fazendo de mendigo ou quando encontram a Mónica viva), mas, quando chegou no final dessa primeira parte da série e alguém apontava uma arma para outro, eu simplesmente dizia "que se dane! Já sei que nada demais vai acontecer mesmo!". E o pior: eu estava certo. A série sofre de uma espécie de "síndrome de George R.R. Martin reversa", pois há claros momentos em que as pessoas morreriam (como o tal subinspetor sobrevive àquele acidente de carro?), mas a série opta por salvá-los de alguma forma da morte. De início, parece uma subversão de expectativa, mas depois a gente percebe que é só covardia de matar um possível "personagem querido" mesmo.
Apesar de tantos defeitos, minha nota para a série ainda é um "mais que a metade" porque a concepção é boa, a premissa em si é muito interessante, eu gostei do personagem do professor, há algumas sequências realmente inspiradas perdidas no meio de toda a enrolação e a Raquel também é uma personagem com uma complexidade interessante. Enfim, "La Casa de Papel" não é uma série maravilhosa como dizem por aí, é ok, com seus muitos defeitos, e podia ser reduzida a uma única temporada com uns 8 episódios, pelo que vi nessa primeira parte.
Death Note (2ª Temporada)
4.3 400 Assista AgoraAqui a enrolação chega a um nível extreme e, convenhamos,
Death Note morre quando o L morre
Mas o final dá uma redimida (mesmo que não seja lá grande coisa) por ter um certo lirismo e não se basear em nenhuma maracutaia estrambólica como muitas outras coisas ao longo do anime.
Death Note (1ª Temporada)
4.6 781 Assista AgoraÉ melhor que o filme da Netflix? É melhor que o filme da Netflix.
É legal? No início, sim.
Os caras são mesmo inteligentões? Não... Os planos do Kira só dão certo por causa de coincidências (não aquelas coincidências inteligentes dos irmãos Coen) e o L tira conclusões a partir de deduções que, algumas vezes fazem sentido e outras vezes foram simplesmente tiradas da cartola.
Não é que o anime seja ruim, mas também não é esse bastião de inteligência que todos afirmam ser. Legal pra assistir de maneira despretensiosa.
Black Mirror (4ª Temporada)
3.8 1,3K Assista AgoraSó Black Museum salva...
Breaking Bad (5ª Temporada)
4.8 3,0K Assista AgoraMelhor cena:
Walter rolando o barril, por dois motivos: a música e aquela aparição especial da calça do primeiro episódio da série.
Essa temporada foi a melhor de todas, por encher os olhos com quesitos técnicos muito bem realizados e pelo desfecho impecável.
Black Mirror (3ª Temporada)
4.5 1,3K Assista AgoraSobre San Junipero: Exceto a reconstrução de época, é muito chato e tem uma trama bem água com açúcar, mesmo com o elemento Black Mirror. Não entendo o motivo de tanto alarde e adoração a esse episódio, acho que briga com Men against fire para o posto de pior da temporada.
Eu simplesmente adorei Playtest (gostei de toda a trama intrincada e cheia de suspense que, no final, passa uma mensagem simples e que vai na contramão do que se vê muito hoje) e Hated in the Nation (é bacana o formato de investigação).
Shut up and dance pra mim foi o mais traumático e também o melhor episódio da temporada (uma aula de manipulação do espectador).
Nosedive é ok apenas. A mensagem é bacana, mas já sabíamos onde ia parar a história lá pela metade.