Pessoal, recebi da HBO Max uns mimos aqui em casa, preciso comentar com vocês. Para quem estava reclamando aqui da dificuldade que o pessoal tem de ser fiel ao jogo, eles fizeram uma versão alternativa da 1ª temporada que é extremamente fiel, sério, fiquei impressionado.
As mesmas falas, as mesmas cenas, os mesmos cortes de câmera. Para fazer jus ao game, inclusive, eles deram uma diminuída nos gráficos do Pedro Pascal e da Bella Ramsey, e a gente vê eles sempre de costas também. Acredita que me enviaram até um controlezinho pra eu ficar movimentando o Joel dentro da própria série? Juro, tá fiel demais, é tudo que eu sempre quis. Tô maravilhado.
Espero que lancem essa versão pro público geral logo!
Masashi Kishimoto, passivo-agressivo e extremamente irritado com as críticas de que a primeira temporada de Boruto seria uma merda horrível, lançou a segunda. Minha teoria.
Frase de efeito, deus ex-machina, cabeça explodindo, frase de efeito, deus ex-machina, cabeça explodindo, frase de efeito, deus ex-machina, cabeça explodindo, frase de efeito, deus ex-machina, cabeça explodindo, frase de efeito, deus ex-machina, cabeça explodindo, frase de efeito, deus ex-machina, cabeça explodindo.
Patética a atitude, ou melhor, a falta de atitude da Rede Globo quanto à preservação desta grande obra! Das quatro partes que compõe a minissérie ("Ana Terra", "Um Certo Capitão Rodrigo", "A Teiniaguá" e "O Sobrado"), apenas três foram para o DVD, ignorando a importância de "A Teiniaguá" para o desenvolvimento da história e preenchendo a lacuna entre a segunda e a quarta parte com uma narração tosca de transição que dura um ou dois minutos.
Além da minissérie não estar completa no DVD, hoje em dia, a mesma não se acha em sua totalidade em lugar algum. Não está no YouTube, na GloboPlay ou em qualquer parte da internet. Na reprise realizada pelo Canal Viva em 2012, a produção foi passada da maneira correta, no entanto, também não há gravações desta reprise na internet.
Acho triste que uma obra tão rica, baseada na maior saga literária brasileira, roteirizada pelo grande Doc Comparato, com atuações excelentes e trilha sonora com direito à abertura de Tom Jobim, seja má preservada e corra o risco de perder sua essência pela simples falta de preocupação quanto à mesma. É o puro descaso pelo trabalho que toda uma equipe teve em conceber esta adaptação televisiva do escrito de de Érico Veríssimo.
O que me resta é dar uma nota alta imaginando que o que não vi seria de tanta qualidade quanto o que vi, ou... esperar que o Canal Viva ou a própria Globo faça uma nova reprise de "O Tempo e o Vento" do jeito que ele é - e, dessa vez, só por precaução, gravarei.
Sempre apresentando roteiros interessantes e com discussões inteligentes, a primeira temporada de Star Trek sustenta facilmente seus 30 episódios. Dado este fato, achei que seria interessante destacar os 5 episódios que mais gostei nesta temporada. São eles:
1 – A Cidade à Beira da Eternidade (28) 2 – Semente do Espaço (22) 3 – O Ardil Carbomite (10) 4 – O Demônio da Escuridão (25) 5 – Inimigo Interior (05)
Sci-fi no Brasil? É isso mesmo? Ok, mas em primeiro lugar... é bom?
A maior diferença nesse segundo ano de série, ao menos pra mim, foi claramente a mudança de foco narrativo. Enquanto na primeira temporada o Processo era o centro das atenções e suas provas eram apresentadas de maneira atrativa, agora a série vai além e cai de cabeça na missão de explorar o universo além do Processo. O Maralto, a Causa, as relações extremistas entre ambos e a maneira com que os personagens principais lidam com tudo isso. Nesse ponto a série acerta muito, cada personagem acaba se vendo no meio desse embate ideológico e tendo que tomar um lado e, ao longo da trama, muitos descobrem não estar tão bem informados quanto pensavam. Por mais que não seja algo revolucionário nesse estilo de produção, a discussão sobre ideologia que a série levanta se torna válida, e faz com que aqueles que assistam só por entretenimento acabem sendo presenteados com algo mais.
E a respeito do entretenimento: sim, a série continua ágil, divertida, novelesca (ganchos no final de cada episódios e relações amorosas pra todo lado), e por mais que as atuações continuem sendo bem problemáticas os personagens acabam se tornando queridos por quem assiste. Provavelmente esse espírito de "pipocão" que faz a série ser tão popular nos EUA.
Mas ok, nem tudo são flores em 3%, por mais que o rítmo seja bom e o enredo seja envolvente, preciso admitir que muitas vezes o roteiro me fez querer bater com a cabeça na parede. Ah, sério, não dá pra contar nos dedos a quantidade de facilitações de roteiro que tem aí, nem a de deuses ex machina que aparecem pra resolver tudo em certos momentos. A impressão passada é de que os roteiristas querem escrever certas situações mesmo sem saber como vão resolvê-las depois, e a necessidade de levar os personagens do ponto A ao ponto B acaba criando soluções que desafiam o nosso senso de aceitável. O que torna as coisas mais difíceis de serem julgadas é o fato do ponto A e do ponto B, no geral, serem sempre interessantes e bem amarrados, então em vários momentos meu coração dizia "UAU" mas minha mente dizia "espera, o quê?".
Entre acertos maduros e erros bobos, 3% acaba com um saldo positivo e, dessa vez, melhor do que na primeira temporada. E digo mais, a expansão de universo que a série apresenta me faz confiar de que em um próximo ano, uma terceira temporada pode vir ainda melhor, consertando os pequenos erros de roteiro e acrescentando ainda mais elementos interessantes nessa história sobre falsa meritocracia. Fiquem atentos, 3% é uma mina de ouro. Nota: 3.7/5
Se te apresentarem Black Mirror e falarem que em certo ponto da série ela passou a ser produzida por um grande e popular serviço de streaming, chega a ser engraçado o quão fácil é perceber o momento de "virada" que a série teve.
Com a aquisição pela Netflix, alguns episódios passaram a ser mais longos do que antes, além de cada temporada agora conter o dobro de episódios. Pode parecer bom, pode se dizer que não há motivos para não pegar uma série com uma ótima premissa e apostar ainda mais nela, mas, a cada história contada uma palavra pula a frente dos olhos: cansaço.
Na quarta temporada, Black Mirror se apresenta uma série com um cansaço enorme. As premissas antes tão inovadoras agora parecem ser feitas pra cumprir tabela. Alguém bate na mesa da produção e diz que precisa de 6 episódios novos de Black Mirror até dia x e assim é feito, foda-se a qualidade, foda-se a inovação. Há vários enredos repetitivos aqui, vários personagens sem aprofundamento que apenas vão de um ponto A até um ponto B e fazem algo chocante no percurso para impressionar o espectador.
Óbvio que há episódios ótimos aqui, há histórias muito interessantes e alguns plot twists inteligentíssimos, Black Mirror sempre soube contar uma história e isso ainda é perceptível. Para mim, nessa quarta temporada há 3 episódios bons e 3 episódios ruins, se for para agrupá-los assim. E, o engraçado disso é que retirando os episódios ruins nós ficaríamos com uma temporada de três episódios, como era originalmente. A questão permanece: por que focar na quantidade e não na qualidade? Por que se desgastar com ideias repetitivas invés de aperfeiçoar ainda mais as novas ideias?
Por mais que haja ótimos momentos na quarta temporada de Black Mirror, eles acabam perdidos pela visível decadência da série como um todo, que parece ter se perdido dentro da sua própria proposta. A tão aclamada crítica ao avanço da tecnologia, seja sutil ou exacerbada, foi substituída por uma necessidade de chocar a pessoa que assiste a série. Não, não é a mesma coisa.
"Remember Black Mirror from Fifteen Million Merits and White Bear? This is him now, feel old yet?" Nota: 3.3/5
Por algum motivo, ao longo da série fiquei traçando um paralelo da mesma com The OA, outra produção original da Netflix. Ambas tem uma personagem com um passado duvidoso, que move a história revelando pouco a pouco elementos que nos deixam interessados na trama para no final sabermos a jornada que o personagem traçou até chegar no ponto inicial do qual a série parte.
Infelizmente, talvez esse paralelo tenha me deixado com um gostinho meio amargo quanto a The Sinner. A série não é ruim, muito pelo contrário. É uma série boa e divertida de se maratonar, o roteiro cresce de maneira inteligente e o foco do espectador consegue ser bem direcionado nos momentos em que é preciso. Há interesse na trama, queremos saber o que aconteceu, queremos desvendar as pistas.
Mas... será que todo esse envolvimento valeu a pena? Ao final da temporada senti que eu esperei da série muito mais do que ela realmente revelou, e o meu desafio pessoal está sendo decifrar se isso é culpa minha ou da série. Diferente de The OA, não saí extasiado da série, não houve uma satisfação completa com o resultado final. Numa série cuja estrutura leva justamente a um final catártico que revela o sentido de toda a história que se acompanhou, esse gostinho de "será que eu realmente gostei disso?" pode significar muita coisa.
The Sinner acerta em vários pontos, sabe desenvolver sua história e seus personagens. Peca no final por apostar numa solução simples, mas que mesmo assim não é de total desagrado. Nota: 3.8/5
Paciência. De vez em quando tudo se resume a ter paciência. Saber explorar a personalidade de um personagem, como ele age quando posto à prova, como interage com os outros. Saber conduzir a câmera por um ambiente que vai hospedar uma cena por mais de 10 minutos e, pasmem, contendo apenas diálogos. É tão difícil assim fazer algo desse tipo nos dias de hoje? Mindhunter prova que não.
Eu não quero ver mais uma série de investigação policial como qualquer outra, com alguns diálogos feitos de qualquer maneira apenas para levar os personagens para um lugar onde eles possam atirar em bandidos e prendê-los; eu quero uma série que se proponha a mais do que isso. Mindhunter se propõe, e consegue fazer tudo isso e muito mais.
Ao fim de 10 episódios eu sei como o protagonista foi alterado psicologicamente pelo seu trabalho, eu sei como o parceiro dele lida com questões pessoais e com a própria companhia de um agente que parece pender a loucura em certos pontos, sei como a FBI avançou fortemente no estudo de personalidade de assassinos em série e meu Deus, ao fim de 10 episódios eu estou morrendo de medo que o Ed Kemper apareça no meu quarto de noite! haha
Eu não preciso de tiros e perseguição, eu preciso de um roteiro bem feito, personagens bem construídos, uma trama que avança gradualmente e acaba numa catarse que me faz querer por mais. Eu preciso de uma segunda temporada de Mindhunter na minha mesa pra ontem, por favor! Nota: 4.6/5
Dark é uma série muito boa, mas também muito complicada. Há um ótimo enredo com jogadas interessantes e um conhecimento profundo na arte de manipular o espectador, mas é preciso saber dosar cada coisa. Para mim houve momentos de altos e baixos, pois hora estava engajado na trama e preocupado com os personagens, hora ficava de saco cheio daquele suspense interminável com n possibilidades de resolução.
Acontece que nos momentos cansativos a série precisa saber se reerguer, e conseguir analisar os problemas que tornam tais núcleos ou tais episódios um pé no saco. O que mais faltou, na minha opinião, foi o apego aos personagens. Na maioria das vezes que o mistério não me chamava a atenção era porque os personagens envolvidos nele simplesmente não me importavam, e isso é um erro tremendo.
Mas, tirando esse erro, Dark é uma série com um futuro muito promissor, um visual incrível (repito, incrível mesmo) e uma história inteligentíssima. Nos resta torcer para que as próximas temporadas saibam consertar os pequenos erros desta e que não se percam num mistério sem pé nem cabeça apenas pra entreter o público com a falta de informação (Alô, Lost).
Apesar de pecar em alguns aspectos, 3% dá um passo largo e otimista para o mercado de séries brasileiras. Trazendo uma ótima crítica social, a série não está no catálogo da Netflix apenas para falarmos que “tem uma série brasileira lá”.
20 anos, sabemos bem o que isso significa. Idade de tomar um rumo na vida, sair da casa dos pais, fazer uma faculdade, ter um emprego, um carro, blábláblá. Resumindo: é a idade que nos forçam a provar nosso valor para a sociedade. Em 3%, aos 20 anos todos os jovens do Continente (onde vivem a maioria das pessoas, com condições de vida demasiadamente precárias) tem a chance de ir para o Maralto (a cidade perfeita, o paraíso para quem é do Continente). Para isso, eles precisam passar por um Processo onde só 3% são aprovados. Ao longo de toda a série é falado muito sobre mérito e que tudo que acontece conosco é merecido, mas será que é bem assim? Podemos fazer um paralelo da nossa sociedade com o futuro distópico mostrado na série, e veremos que o caminho até o “sucesso” não é muito diferente. Por mais que seja vendido a justiça e o mérito, muitas vezes reina a malandragem, a injustiça, a corrupção, e a série trata disso magnificamente. O Processo aos poucos se mostra sujo e facilmente corruptível, beneficiando pessoas que não merecem tanto quanto outras. O maior trunfo da série está na sua crítica social inteligente, algo que você não pode deixar passar.
O roteiro tem altos e baixos, arrumando saídas inexploradas para algumas situações, mas se rendendo aos clichês em outras. Isso acaba por nos proporcionar episódios bons e ruins, com destaque pessoal para o 4º episódio, onde há um forte desenvolvimento de personagens. A direção da série ainda é fraca, talvez por falta de experiência, mas o que se vê é uma montagem e fotografia nada surpreendente, e uma trilha sonora abaixo do esperado, mas esperamos que isso melhore futuramente.
Mas precisamos comentar sobre o ponto fraco da série: os personagens. No núcleo principal temos Michelle (Bianca Comparato), uma protagonista sem nada de interessante a entregar, e Fernando (Michel Gomes), cujo drama de cadeirante é explorado tantas vezes a ponto de se tornar enjoativo. Do restante do grupo vale comentar sobre Joana (Vaneza Oliveira), uma personagem com capacidade, mas que pouco aparece; Marco (Rafael Lozano), que começa sem sal mas acaba por se tornar interessante quando sua trama é explorada; e Rafael (Rodolfo Valente), que talvez seja o que melhor se sai entre o grupo do Processo, com boas falas e um desenvolvimento de seu personagem ao longo da trama. No núcleo antagônico de quem comanda o Processo temos Ezequiel (João Miguel), que acaba por não mostrar a que vem, com a série não se decidindo se quer deixar prevalecer o seu lado cruel ou seu lado amável. Por mais que os personagens não sejam tão interessantes, a história onde eles estão envolvidos acaba por disfarçar a fraca atuação da maioria, e os telespectadores acabam por aprovar e comprar lados na disputa por uma vaga no Maralto – o que não é ruim, e sim uma boa saída da produção.
Com os pontos fortes se mostrando mais presentes do que os fracos, 3% traz uma primeira temporada de qualidade, se mantendo acima da média. Agora é esperar pela próxima e torcer para que o nível continue aumentando.
Westworld não deve ser descrita como uma série, e sim como um presente. Não apenas divertida, mas genial e desafiadora, a produção da HBO é obrigatória para todos.
2016, somos agraciados com a ótima sexta temporada de Game of Thrones, mas logo depois, um aviso cruel: a série terá apenas mais 15 episódios até seu fim. E agora, o que faríamos? Ou melhor, o que a HBO faria? Como uma lufada de ar fresco em meio a notícia do término de GOT, Westworld veio à tona. A série dirigida por Jonathan Nolan é baseada em um livro de Michael Crichton (esse mesmo, o escritor de Jurassic Park) e conta com 10 episódios em sua primeira temporada.
A premissa é curiosa: Westworld é um parque temático do velho oeste povoado por androides, onde os ricos vão para matar e transar com prostitutas. Misturar faroeste com ficção científica é ousado, mas aqui é executado com maestria, agradando os fãs de ambos os estilos. A ambientação do parque contrasta com as cores frias do ambiente externo, onde os androides são feitos e testados por funcionários comandados pelo Dr. Robert Ford (Anthony Hopkins). Se dentro do parque temos grandes cenas de ação com Hector (Rodrigo Santoro) e o homem de preto (Ed Harris), na parte administrativa da empresa temos diálogos que beiram a perfeição, com ótimas interações entre Robert e os seus androides.
A trilha sonora feita por Ramin Djawadi (mesmo compositor da abertura de Game of Thrones) é utilizada de maneira inteligente, unindo o sintético com o orgânico como acontece na série. Mas por mais que falemos de ambientação e trilha sonora, o maior trunfo de Westworld está no seu roteiro. Boas críticas sobre o ser humano são feitas, “o que nos diferencia de um androide? ”, “o que é essencial para dizermos que somos seres conscientes? ”, “seríamos selvagens por natureza? ”, entre outras filosofias. Talvez nos primeiros 3/4 episódios você ache a trama meio arrastada, e realmente é, há vários conceitos a serem apresentados para que a trama se desenrole com o telespectador situado naquele universo. Mas, aqui vai uma dica: após acabar a temporada, olhe tudo de novo e preste atenção nos detalhes. Como no filme Clube da Luta (1999), a série joga pistas sobre o fim da temporada na nossa cara o tempo todo, e nós, tolos, não percebemos. Cada diálogo, interação, ambiente, tudo é meramente calculado para entregar uma reviravolta fantástica ao fim dos 10 episódios, e a lentidão da primeira metade dessa temporada se torna totalmente compreensível.
Nesse início é complicado não comparar a série com Game of Thrones, a mesma ainda será citada várias vezes, como eu mesmo fiz nessa crítica. A questão é que Westworld não precisa disso, e essa primeira temporada nos mostra o valor que a produção tem. Ah, como fazia falta uma série dessas!
A terceira temporada de The 100 traz algumas decisões erradas de roteiro e inconsistências com personagens, mas apresenta uma trama bem envolvente e consegue prender o telespectador, que como eu, só vai se ligar das falhas depois de assistir tudo.
A ameaça principal dessa temporada é a inteligência artificial Alie (que foi mostrada ao final da temporada anterior) e sua Cidade da Luz. Eu, que confesso não ter dado muita bola para isso quando foi apresentado, me impressionei com o rumo que tomou na série. Aqui temos o oponente mais forte já enfrentado pelos cem, e também o mais importante, fazendo ligação com todos os núcleos da série de maneira coerente. Com o decorrer dos episódios isso também nos explica a origem do apocalipse que abalou o planeta, dúvida de longa data e que é respondida de uma ótima maneira. Mas, infelizmente, o conceito de Cidade da Luz acaba ficando desgastado na segunda metade da temporada, e é gritante como os artifícios usados pelo núcleo antagônico são sempre os mesmos, sempre. Pode ser que os roteiristas tenham errado um pouco a mão nessa parte, e se perdido em tanta grandiosidade.
A maioria dos personagens teve um bom arco, com destaque a Murphy que entrega bastante e destaque negativo a Bellamy, que prometia tanto e não cumpriu. A inconsistência da Clarke como protagonista me incomodou, pois ela não convence nessa temporada. Suas escolhas ainda pesam, mas ela não chega a justificar que é a única que pode fazer o que faz. Parece estar sempre no lugar certo para se oferecer a situações arriscadas para ajudar, e não mais do que isso. Felizmente, consegue se pôr a prova nos episódios finais de maneira convincente e garantir seu posto no trono do protagonismo da próxima temporada, mas ainda me deixa com um pé atrás.
Apesar dos erros, essa temporada traz também vários acertos, aprofundando ainda mais o espectador no universo da série, que agora se mostra muito mais complexo do que antes. Com um bom gancho para a quarta temporada, espero que a série mantenha o alto nível. Blood must have blood!
The Last of Us (1ª Temporada)
4.4 1,2K Assista AgoraPessoal, recebi da HBO Max uns mimos aqui em casa, preciso comentar com vocês. Para quem estava reclamando aqui da dificuldade que o pessoal tem de ser fiel ao jogo, eles fizeram uma versão alternativa da 1ª temporada que é extremamente fiel, sério, fiquei impressionado.
As mesmas falas, as mesmas cenas, os mesmos cortes de câmera. Para fazer jus ao game, inclusive, eles deram uma diminuída nos gráficos do Pedro Pascal e da Bella Ramsey, e a gente vê eles sempre de costas também. Acredita que me enviaram até um controlezinho pra eu ficar movimentando o Joel dentro da própria série? Juro, tá fiel demais, é tudo que eu sempre quis. Tô maravilhado.
Espero que lancem essa versão pro público geral logo!
Boruto - Naruto Next Generations (2ª Temporada)
3.3 10Masashi Kishimoto, passivo-agressivo e extremamente irritado com as críticas de que a primeira temporada de Boruto seria uma merda horrível, lançou a segunda. Minha teoria.
The Boys (2ª Temporada)
4.3 647 Assista AgoraFrase de efeito, deus ex-machina, cabeça explodindo, frase de efeito, deus ex-machina, cabeça explodindo, frase de efeito, deus ex-machina, cabeça explodindo, frase de efeito, deus ex-machina, cabeça explodindo, frase de efeito, deus ex-machina, cabeça explodindo, frase de efeito, deus ex-machina, cabeça explodindo.
Cansou? Pois é, eu também.
O Tempo e o Vento
4.1 29Patética a atitude, ou melhor, a falta de atitude da Rede Globo quanto à preservação desta grande obra! Das quatro partes que compõe a minissérie ("Ana Terra", "Um Certo Capitão Rodrigo", "A Teiniaguá" e "O Sobrado"), apenas três foram para o DVD, ignorando a importância de "A Teiniaguá" para o desenvolvimento da história e preenchendo a lacuna entre a segunda e a quarta parte com uma narração tosca de transição que dura um ou dois minutos.
Além da minissérie não estar completa no DVD, hoje em dia, a mesma não se acha em sua totalidade em lugar algum. Não está no YouTube, na GloboPlay ou em qualquer parte da internet. Na reprise realizada pelo Canal Viva em 2012, a produção foi passada da maneira correta, no entanto, também não há gravações desta reprise na internet.
Acho triste que uma obra tão rica, baseada na maior saga literária brasileira, roteirizada pelo grande Doc Comparato, com atuações excelentes e trilha sonora com direito à abertura de Tom Jobim, seja má preservada e corra o risco de perder sua essência pela simples falta de preocupação quanto à mesma. É o puro descaso pelo trabalho que toda uma equipe teve em conceber esta adaptação televisiva do escrito de de Érico Veríssimo.
O que me resta é dar uma nota alta imaginando que o que não vi seria de tanta qualidade quanto o que vi, ou... esperar que o Canal Viva ou a própria Globo faça uma nova reprise de "O Tempo e o Vento" do jeito que ele é - e, dessa vez, só por precaução, gravarei.
Jornada nas Estrelas (1ª Temporada)
4.5 115 Assista Agora"Space: the final frontier..."
Sempre apresentando roteiros interessantes e com discussões inteligentes, a primeira temporada de Star Trek sustenta facilmente seus 30 episódios. Dado este fato, achei que seria interessante destacar os 5 episódios que mais gostei nesta temporada. São eles:
1 – A Cidade à Beira da Eternidade (28)
2 – Semente do Espaço (22)
3 – O Ardil Carbomite (10)
4 – O Demônio da Escuridão (25)
5 – Inimigo Interior (05)
3% (2ª Temporada)
3.8 273 Assista AgoraSci-fi no Brasil? É isso mesmo? Ok, mas em primeiro lugar... é bom?
A maior diferença nesse segundo ano de série, ao menos pra mim, foi claramente a mudança de foco narrativo. Enquanto na primeira temporada o Processo era o centro das atenções e suas provas eram apresentadas de maneira atrativa, agora a série vai além e cai de cabeça na missão de explorar o universo além do Processo. O Maralto, a Causa, as relações extremistas entre ambos e a maneira com que os personagens principais lidam com tudo isso. Nesse ponto a série acerta muito, cada personagem acaba se vendo no meio desse embate ideológico e tendo que tomar um lado e, ao longo da trama, muitos descobrem não estar tão bem informados quanto pensavam. Por mais que não seja algo revolucionário nesse estilo de produção, a discussão sobre ideologia que a série levanta se torna válida, e faz com que aqueles que assistam só por entretenimento acabem sendo presenteados com algo mais.
E a respeito do entretenimento: sim, a série continua ágil, divertida, novelesca (ganchos no final de cada episódios e relações amorosas pra todo lado), e por mais que as atuações continuem sendo bem problemáticas os personagens acabam se tornando queridos por quem assiste. Provavelmente esse espírito de "pipocão" que faz a série ser tão popular nos EUA.
Mas ok, nem tudo são flores em 3%, por mais que o rítmo seja bom e o enredo seja envolvente, preciso admitir que muitas vezes o roteiro me fez querer bater com a cabeça na parede. Ah, sério, não dá pra contar nos dedos a quantidade de facilitações de roteiro que tem aí, nem a de deuses ex machina que aparecem pra resolver tudo em certos momentos. A impressão passada é de que os roteiristas querem escrever certas situações mesmo sem saber como vão resolvê-las depois, e a necessidade de levar os personagens do ponto A ao ponto B acaba criando soluções que desafiam o nosso senso de aceitável. O que torna as coisas mais difíceis de serem julgadas é o fato do ponto A e do ponto B, no geral, serem sempre interessantes e bem amarrados, então em vários momentos meu coração dizia "UAU" mas minha mente dizia "espera, o quê?".
Entre acertos maduros e erros bobos, 3% acaba com um saldo positivo e, dessa vez, melhor do que na primeira temporada. E digo mais, a expansão de universo que a série apresenta me faz confiar de que em um próximo ano, uma terceira temporada pode vir ainda melhor, consertando os pequenos erros de roteiro e acrescentando ainda mais elementos interessantes nessa história sobre falsa meritocracia. Fiquem atentos, 3% é uma mina de ouro. Nota: 3.7/5
Black Mirror (4ª Temporada)
3.8 1,3K Assista AgoraSe te apresentarem Black Mirror e falarem que em certo ponto da série ela passou a ser produzida por um grande e popular serviço de streaming, chega a ser engraçado o quão fácil é perceber o momento de "virada" que a série teve.
Com a aquisição pela Netflix, alguns episódios passaram a ser mais longos do que antes, além de cada temporada agora conter o dobro de episódios. Pode parecer bom, pode se dizer que não há motivos para não pegar uma série com uma ótima premissa e apostar ainda mais nela, mas, a cada história contada uma palavra pula a frente dos olhos: cansaço.
Na quarta temporada, Black Mirror se apresenta uma série com um cansaço enorme. As premissas antes tão inovadoras agora parecem ser feitas pra cumprir tabela. Alguém bate na mesa da produção e diz que precisa de 6 episódios novos de Black Mirror até dia x e assim é feito, foda-se a qualidade, foda-se a inovação. Há vários enredos repetitivos aqui, vários personagens sem aprofundamento que apenas vão de um ponto A até um ponto B e fazem algo chocante no percurso para impressionar o espectador.
Óbvio que há episódios ótimos aqui, há histórias muito interessantes e alguns plot twists inteligentíssimos, Black Mirror sempre soube contar uma história e isso ainda é perceptível. Para mim, nessa quarta temporada há 3 episódios bons e 3 episódios ruins, se for para agrupá-los assim. E, o engraçado disso é que retirando os episódios ruins nós ficaríamos com uma temporada de três episódios, como era originalmente. A questão permanece: por que focar na quantidade e não na qualidade? Por que se desgastar com ideias repetitivas invés de aperfeiçoar ainda mais as novas ideias?
Por mais que haja ótimos momentos na quarta temporada de Black Mirror, eles acabam perdidos pela visível decadência da série como um todo, que parece ter se perdido dentro da sua própria proposta. A tão aclamada crítica ao avanço da tecnologia, seja sutil ou exacerbada, foi substituída por uma necessidade de chocar a pessoa que assiste a série. Não, não é a mesma coisa.
"Remember Black Mirror from Fifteen Million Merits and White Bear? This is him now, feel old yet?" Nota: 3.3/5
The Sinner (1ª Temporada)
4.2 716 Assista AgoraPor algum motivo, ao longo da série fiquei traçando um paralelo da mesma com The OA, outra produção original da Netflix. Ambas tem uma personagem com um passado duvidoso, que move a história revelando pouco a pouco elementos que nos deixam interessados na trama para no final sabermos a jornada que o personagem traçou até chegar no ponto inicial do qual a série parte.
Infelizmente, talvez esse paralelo tenha me deixado com um gostinho meio amargo quanto a The Sinner. A série não é ruim, muito pelo contrário. É uma série boa e divertida de se maratonar, o roteiro cresce de maneira inteligente e o foco do espectador consegue ser bem direcionado nos momentos em que é preciso. Há interesse na trama, queremos saber o que aconteceu, queremos desvendar as pistas.
Mas... será que todo esse envolvimento valeu a pena? Ao final da temporada senti que eu esperei da série muito mais do que ela realmente revelou, e o meu desafio pessoal está sendo decifrar se isso é culpa minha ou da série. Diferente de The OA, não saí extasiado da série, não houve uma satisfação completa com o resultado final. Numa série cuja estrutura leva justamente a um final catártico que revela o sentido de toda a história que se acompanhou, esse gostinho de "será que eu realmente gostei disso?" pode significar muita coisa.
The Sinner acerta em vários pontos, sabe desenvolver sua história e seus personagens. Peca no final por apostar numa solução simples, mas que mesmo assim não é de total desagrado. Nota: 3.8/5
Mindhunter (1ª Temporada)
4.4 803 Assista AgoraPaciência. De vez em quando tudo se resume a ter paciência. Saber explorar a personalidade de um personagem, como ele age quando posto à prova, como interage com os outros. Saber conduzir a câmera por um ambiente que vai hospedar uma cena por mais de 10 minutos e, pasmem, contendo apenas diálogos. É tão difícil assim fazer algo desse tipo nos dias de hoje? Mindhunter prova que não.
Eu não quero ver mais uma série de investigação policial como qualquer outra, com alguns diálogos feitos de qualquer maneira apenas para levar os personagens para um lugar onde eles possam atirar em bandidos e prendê-los; eu quero uma série que se proponha a mais do que isso. Mindhunter se propõe, e consegue fazer tudo isso e muito mais.
Ao fim de 10 episódios eu sei como o protagonista foi alterado psicologicamente pelo seu trabalho, eu sei como o parceiro dele lida com questões pessoais e com a própria companhia de um agente que parece pender a loucura em certos pontos, sei como a FBI avançou fortemente no estudo de personalidade de assassinos em série e meu Deus, ao fim de 10 episódios eu estou morrendo de medo que o Ed Kemper apareça no meu quarto de noite! haha
Eu não preciso de tiros e perseguição, eu preciso de um roteiro bem feito, personagens bem construídos, uma trama que avança gradualmente e acaba numa catarse que me faz querer por mais. Eu preciso de uma segunda temporada de Mindhunter na minha mesa pra ontem, por favor! Nota: 4.6/5
Dark (1ª Temporada)
4.4 1,6KDark é uma série muito boa, mas também muito complicada. Há um ótimo enredo com jogadas interessantes e um conhecimento profundo na arte de manipular o espectador, mas é preciso saber dosar cada coisa. Para mim houve momentos de altos e baixos, pois hora estava engajado na trama e preocupado com os personagens, hora ficava de saco cheio daquele suspense interminável com n possibilidades de resolução.
Acontece que nos momentos cansativos a série precisa saber se reerguer, e conseguir analisar os problemas que tornam tais núcleos ou tais episódios um pé no saco. O que mais faltou, na minha opinião, foi o apego aos personagens. Na maioria das vezes que o mistério não me chamava a atenção era porque os personagens envolvidos nele simplesmente não me importavam, e isso é um erro tremendo.
Mas, tirando esse erro, Dark é uma série com um futuro muito promissor, um visual incrível (repito, incrível mesmo) e uma história inteligentíssima. Nos resta torcer para que as próximas temporadas saibam consertar os pequenos erros desta e que não se percam num mistério sem pé nem cabeça apenas pra entreter o público com a falta de informação (Alô, Lost).
Nota: 4/5
3% (1ª Temporada)
3.6 772 Assista AgoraApesar de pecar em alguns aspectos, 3% dá um passo largo e otimista para o mercado de séries brasileiras. Trazendo uma ótima crítica social, a série não está no catálogo da Netflix apenas para falarmos que “tem uma série brasileira lá”.
20 anos, sabemos bem o que isso significa. Idade de tomar um rumo na vida, sair da casa dos pais, fazer uma faculdade, ter um emprego, um carro, blábláblá. Resumindo: é a idade que nos forçam a provar nosso valor para a sociedade. Em 3%, aos 20 anos todos os jovens do Continente (onde vivem a maioria das pessoas, com condições de vida demasiadamente precárias) tem a chance de ir para o Maralto (a cidade perfeita, o paraíso para quem é do Continente). Para isso, eles precisam passar por um Processo onde só 3% são aprovados. Ao longo de toda a série é falado muito sobre mérito e que tudo que acontece conosco é merecido, mas será que é bem assim? Podemos fazer um paralelo da nossa sociedade com o futuro distópico mostrado na série, e veremos que o caminho até o “sucesso” não é muito diferente. Por mais que seja vendido a justiça e o mérito, muitas vezes reina a malandragem, a injustiça, a corrupção, e a série trata disso magnificamente. O Processo aos poucos se mostra sujo e facilmente corruptível, beneficiando pessoas que não merecem tanto quanto outras. O maior trunfo da série está na sua crítica social inteligente, algo que você não pode deixar passar.
O roteiro tem altos e baixos, arrumando saídas inexploradas para algumas situações, mas se rendendo aos clichês em outras. Isso acaba por nos proporcionar episódios bons e ruins, com destaque pessoal para o 4º episódio, onde há um forte desenvolvimento de personagens. A direção da série ainda é fraca, talvez por falta de experiência, mas o que se vê é uma montagem e fotografia nada surpreendente, e uma trilha sonora abaixo do esperado, mas esperamos que isso melhore futuramente.
Mas precisamos comentar sobre o ponto fraco da série: os personagens. No núcleo principal temos Michelle (Bianca Comparato), uma protagonista sem nada de interessante a entregar, e Fernando (Michel Gomes), cujo drama de cadeirante é explorado tantas vezes a ponto de se tornar enjoativo. Do restante do grupo vale comentar sobre Joana (Vaneza Oliveira), uma personagem com capacidade, mas que pouco aparece; Marco (Rafael Lozano), que começa sem sal mas acaba por se tornar interessante quando sua trama é explorada; e Rafael (Rodolfo Valente), que talvez seja o que melhor se sai entre o grupo do Processo, com boas falas e um desenvolvimento de seu personagem ao longo da trama. No núcleo antagônico de quem comanda o Processo temos Ezequiel (João Miguel), que acaba por não mostrar a que vem, com a série não se decidindo se quer deixar prevalecer o seu lado cruel ou seu lado amável. Por mais que os personagens não sejam tão interessantes, a história onde eles estão envolvidos acaba por disfarçar a fraca atuação da maioria, e os telespectadores acabam por aprovar e comprar lados na disputa por uma vaga no Maralto – o que não é ruim, e sim uma boa saída da produção.
Com os pontos fortes se mostrando mais presentes do que os fracos, 3% traz uma primeira temporada de qualidade, se mantendo acima da média. Agora é esperar pela próxima e torcer para que o nível continue aumentando.
Westworld (1ª Temporada)
4.5 1,3KWestworld não deve ser descrita como uma série, e sim como um presente. Não apenas divertida, mas genial e desafiadora, a produção da HBO é obrigatória para todos.
2016, somos agraciados com a ótima sexta temporada de Game of Thrones, mas logo depois, um aviso cruel: a série terá apenas mais 15 episódios até seu fim. E agora, o que faríamos? Ou melhor, o que a HBO faria? Como uma lufada de ar fresco em meio a notícia do término de GOT, Westworld veio à tona. A série dirigida por Jonathan Nolan é baseada em um livro de Michael Crichton (esse mesmo, o escritor de Jurassic Park) e conta com 10 episódios em sua primeira temporada.
A premissa é curiosa: Westworld é um parque temático do velho oeste povoado por androides, onde os ricos vão para matar e transar com prostitutas. Misturar faroeste com ficção científica é ousado, mas aqui é executado com maestria, agradando os fãs de ambos os estilos. A ambientação do parque contrasta com as cores frias do ambiente externo, onde os androides são feitos e testados por funcionários comandados pelo Dr. Robert Ford (Anthony Hopkins). Se dentro do parque temos grandes cenas de ação com Hector (Rodrigo Santoro) e o homem de preto (Ed Harris), na parte administrativa da empresa temos diálogos que beiram a perfeição, com ótimas interações entre Robert e os seus androides.
A trilha sonora feita por Ramin Djawadi (mesmo compositor da abertura de Game of Thrones) é utilizada de maneira inteligente, unindo o sintético com o orgânico como acontece na série. Mas por mais que falemos de ambientação e trilha sonora, o maior trunfo de Westworld está no seu roteiro. Boas críticas sobre o ser humano são feitas, “o que nos diferencia de um androide? ”, “o que é essencial para dizermos que somos seres conscientes? ”, “seríamos selvagens por natureza? ”, entre outras filosofias. Talvez nos primeiros 3/4 episódios você ache a trama meio arrastada, e realmente é, há vários conceitos a serem apresentados para que a trama se desenrole com o telespectador situado naquele universo. Mas, aqui vai uma dica: após acabar a temporada, olhe tudo de novo e preste atenção nos detalhes. Como no filme Clube da Luta (1999), a série joga pistas sobre o fim da temporada na nossa cara o tempo todo, e nós, tolos, não percebemos. Cada diálogo, interação, ambiente, tudo é meramente calculado para entregar uma reviravolta fantástica ao fim dos 10 episódios, e a lentidão da primeira metade dessa temporada se torna totalmente compreensível.
Nesse início é complicado não comparar a série com Game of Thrones, a mesma ainda será citada várias vezes, como eu mesmo fiz nessa crítica. A questão é que Westworld não precisa disso, e essa primeira temporada nos mostra o valor que a produção tem. Ah, como fazia falta uma série dessas!
The 100 (3ª Temporada)
4.0 386A terceira temporada de The 100 traz algumas decisões erradas de roteiro e inconsistências com personagens, mas apresenta uma trama bem envolvente e consegue prender o telespectador, que como eu, só vai se ligar das falhas depois de assistir tudo.
A ameaça principal dessa temporada é a inteligência artificial Alie (que foi mostrada ao final da temporada anterior) e sua Cidade da Luz. Eu, que confesso não ter dado muita bola para isso quando foi apresentado, me impressionei com o rumo que tomou na série. Aqui temos o oponente mais forte já enfrentado pelos cem, e também o mais importante, fazendo ligação com todos os núcleos da série de maneira coerente. Com o decorrer dos episódios isso também nos explica a origem do apocalipse que abalou o planeta, dúvida de longa data e que é respondida de uma ótima maneira. Mas, infelizmente, o conceito de Cidade da Luz acaba ficando desgastado na segunda metade da temporada, e é gritante como os artifícios usados pelo núcleo antagônico são sempre os mesmos, sempre. Pode ser que os roteiristas tenham errado um pouco a mão nessa parte, e se perdido em tanta grandiosidade.
A maioria dos personagens teve um bom arco, com destaque a Murphy que entrega bastante e destaque negativo a Bellamy, que prometia tanto e não cumpriu. A inconsistência da Clarke como protagonista me incomodou, pois ela não convence nessa temporada. Suas escolhas ainda pesam, mas ela não chega a justificar que é a única que pode fazer o que faz. Parece estar sempre no lugar certo para se oferecer a situações arriscadas para ajudar, e não mais do que isso. Felizmente, consegue se pôr a prova nos episódios finais de maneira convincente e garantir seu posto no trono do protagonismo da próxima temporada, mas ainda me deixa com um pé atrás.
Apesar dos erros, essa temporada traz também vários acertos, aprofundando ainda mais o espectador no universo da série, que agora se mostra muito mais complexo do que antes. Com um bom gancho para a quarta temporada, espero que a série mantenha o alto nível. Blood must have blood!