Se você for assistir esperando um filme padrão de terror, desista. Também não acredite na crítica de quem assistiu com essa expectativa. Midsommar me surpreendeu em vários momentos, de formas boas e ruins. No geral eu gostei muito do filme, mas não assistiria de novo. Na minha opinião, o diretor fez um ótimo trabalho - a fotografia é linda, principalmente graças ao cenário maravilhoso que foi bem aproveitado, os enquadramentos, as cores, a simbologia nas cenas, a ordem dos acontecimentos... A trilha sonora me desagradou em alguns momentos, mas acho que em determinadas cenas ela cumpriu muito bem o seu papel.
Na cena final por exemplo, em que a trilha serve para tirar o significado cultural que nós daríamos àquela situação (seis pessoas mortas e três para morrerem queimadas, horrível né? mas na verdade rola uma música bem boa e suave) e nos mostrar que, para aquelas pessoas, era um momento bonito.
Inclusive, achei muito interessante a forma como foi mostrado o conflito entre as culturas. Aceitar que certos costumes vão de encontro à moral da nossa cultura é complicado, principalmente quando ritos pagãos se encontram com a moral cristã, e isso foi bem explorado nas reações dos personagens frente a essas situações. Adorei Dani! Todo o percurso que foi construído pra ela ao longo da história (a perda da família, o relacionamento ruim, a solidão) levaram ela a assumir a posição em que terminou. Poreeeém... queria poder assistir na velocidade 2x em alguns momentos, porque o desenvolvimento do filme é bem devagar, quis desistir em vários momentos, até parcelei em duas vezes pra terminar. O final não trouxe nenhuma surpresa, o andamento já deixou muito claro que aquele povo estranho faria alguma coisa creepy com eles e que Dani seria a final girl. Ótimo filme, mas nada de novo.
Achei a série muito boa, principalmente por colocar presonagens femininas muito fortes denunciando uma realidade pouco discutida no cinema. Mas também pecou na construção das personagens ao lidar com a liberdade, coisa que acredito ser resultado da visão masculina dos diretores - não achei plausível alguns comportamentos e decisões delas durante a fuga após lidar com o que elas viveram. Muita coisa pareceu ter sido colocada apenas para impressionar e dar pá para uma próxima temporada, em vez de focar em fechar o ciclo que essa primeira iniciou. Fora isso, atrizes perfeitas, a sequência de acontecimentos prende bem, principalmente por ser curtinha e agitada. Com certeza assistiria novamente!
Achei a série muito boa! Cada personagem é singular, complexo e apresenta uma personalidade diferente que vai ser explorada a partir da forma como ele lida com a situação; todos carregam histórias pessoais do passado que refletem no enredo, uns mais e outros menos. O foco da série ao meu ver foi muito maior no drama e no desenvolvimento dos personagens do que nos monstros em si. E o fato de se transformarem nos seus próprios monstros deixa tudo ainda mais interessante.
Do início pra metade a série desenvolve os personagens principais e do meio pro fim vai aos poucos introduzindo novos plots, dando uma dimensão maior do que realmente está acontecendo lá fora, até que no fim a reviravolta dos acontecimentos deixa a expectativa pra uma continuação (até demais, final meio solto nesse sentido).
Gostei como o prédio é um grande complexo que permite que a princípio varias narrativas se desenrolem paralelamente sem que um grupo tenha contato com o outro, permitindo que várias histórias acontecam ao mesmo tempo, até que começam a se juntar.
Achei que a mudança de personalidade do protagonista ao longo da transformação poderia ter sido mais explorada, já que parecia se tornar bem diferente dele, mas só apareceu em poucos relances. Apesar disso, a cena da transformação definitiva dele foi FANTÁSTICA, equilíbrio certo entre ação e drama, de forma super inesperada e muito bem feita. Muito mais bem feita do que a maioria das cenas com monstros.
Falando em monstros, eu simplesmente amei! Não me pareceu que foram criados para serem realistas como a maioria dos filmes e séries do gênero tentam, mas para impactar e causar medo, coisa que pra mim ela conseguiu muito bem. Todas as cenas de disputas entre os personagens e os monstros foram tensas, algumas repulsivas. Com certeza o orçamento influenciou nisso tudo, e por isso também achei um ótimo trabalho pra pouco recurso.
A cenografia é linda, a estética no geral é linda, a trilha sonora é legal.
Mas atrapalhou o fluxo alguns cortes de cenas muito estranhos, em que personagens estão em um lugar e de repente aparecem em outro sem nenhum sentido.
Tipo, Eun-hyeok e yi-kyung se separando para caminhos distintos e no corte seguinte já estão juntos em um lugar diferente; yi-kyung presa na teia da aranha e de repente escapando pelos dutos; o prisioneiro surgindo de repente no túnel sem nunca mostrar que ele escapou...
Também achei algumas cenas exageradamente dramáticas, cortaria sem prejuízos.
A serie vai chegando ao fim com a cena da abertura, o que conclui o ciclo, com exceção dos acontecimentos seguintes que deixam muita coisa solta.
Começou bom, ficou mais ou menos e terminou bem ruim. O primeiro episódio traz muito do clássico de Bram Stoker e algumas cenas até lembram o Drácula de Lugosi, além de que é muito interessante a introdução de um personagem tão forte quanto Agatha na história, a forma como ela conduz a narrativa através de Jonathan e como investiga o vampiro. Trouxe um frescor ao Drácula clássico sem que abrisse mão do poder da história original. Mas o seu final já deixa claro a forçação de barra que vai vir. O segundo episódio já introduz outros personagens, em outro contexto, coisa que se repete no terceiro episódio, e a partir daí a qualidade vai caindo. Os personagens não são bem desenvolvidos, então a sensação que fica é de que foram apenas jogados ali para fazer volume e acrescentar mortes, e o desfecho desse episódio que culmina no início do próximo é fraco, com a sensação de improviso. Sobre o terceiro: que diabo???? Tinha pra quê?
É incrível finalmente ver uma série com tanta representatividade! E como ela aborda de forma natural questões de gênero e sexualidade, principalmente quanto à transexualidade, ainda tão pouco presente no cinema. É importante que essas narrativas ganhem visibilidade e cada vez mais espaço nas produções, para que possamos escapar desse cinema LGBTQI+ produzido dentro dos padrões heteronormativos. E consegue ser lindamente educativa, capaz de abrir até a cabeça do tiozão bolsominion. A atmosfera que a fotografia e os cenários passa é de conforto, que eu suponho ter sido a intenção na construção de Barbary Lane, lugar que acolhe a todos, e de uma forma geral os personagens são muito cativantes, então logo de cara é uma série gostosa de assistir. O andamento é bem agradável, cada personagem vai se desenvolvendo no seu tempo, ganhando rua relevância no decorrer da história sem atropelos, e todos se conectam através de suas relações com Barbary Lane. É interessante como mostra a evolução que houve entre as gerações, como a comunidade conquistou mais espaço, embora obviamente ainda tenha suas lutas. Só não me convenci muito com os atores, algumas situações muito mecânicas, uma atriz cis no papel de uma mulher trans, e o plot principal em que se constrói uma grande trama para ganhar uma conclusão simplista. De resto, tudo lindo, só posso exaltar Crônicas de San Francisco <3
É sempre um choque conhecer outras realidades tão distintas, principalmente lidando com uma questão em comum a todas nós, e sempre constatar o quanto é forte a influência do patriarcado na saúde das mulheres, do ocidente ao oriente. Mas nesse documentário foi incrível ver essas mulheres trabalhando contra os dogmas da própria sociedade, conquistando independência e autonomia. É lindo ver a desconstrução do tabu acontecendo por elas e para elas, principalmente entre as mais novas. O curta foi muuuuito bem dirigido e merece o mundo.
Foi angustiante observar de forma tão forte Chernobyl. Ao mesmo tempo que é linda a forma como a série acompanha os personagens de forma tão pessoal e humana e deixa uma mensagem muito forte sobre o acontecimento e sobre a humanidade num geral, é também muito triste a realidade que ela denuncia. O drama criado é incrível, da aflição das cenas iniciais à angústia dos últimos episódios, e principalmente pela forma como as respostas vão se desenvolvendo. Ajuda o fato de que os atores são muito bons, a fotografia é lindíssima e como o roteiro traz de forma detalhada e verossímil os fatos históricos. Sem dúvidas um trabalho de pesquisa muito bem feito.
O ritmo é bom, começa devagar e vai ganhando intensidade à medida em que se aproxima do desfecho. O desfecho, porém, não atingiu as minhas expectativas. A tensão criada durante as últimas cenas não condiz com a conclusão um pouco fraca, até previsível. Embora seja um efeito gostoso, se comparado aos roteiros mirabolantes do cinema atual. Destaque pra Lisa, que no início parecia uma personagem superficial na história, mas que foi conquistando espaço e relevância, mostrando uma construção mais complexa do que parecia. Os personagens são muito individuais, muito bem construídos, expondo em cada diálogo um pedaço dos seres humanos distintos que são. Os diálogos, inclusive, constantemente críticos. Além de que a perspectiva ''externa'' dos personagens observados pela janela não impede que nos envolvamos em suas histórias, pelo contrário, consegue causar apego enquanto gera a expectativa sobre quem estará envolvido em quê. Os enquadramentos são lindos, por fim, e o filme tem a elegância de um Hitchcock.
Burton tem grande dificuldade para largar a atmosfera artificial e caricata que põe em suas personagens, coisa que coube muito bem em trabalhos passados (como Edward, Sweeney Todd, Willy Wonka e Beetlejuice), mas que não anda funcionando muito bem. Barnabas (sombras da noite) e Peregrine são exemplos disso... personagens muito artificiais, de certa forma forçados, que poderiam ter sido melhor explorados. Um péssimo uso de Eva Green.
Mas ainda carrega aquelas maravilhosas marcas bizarras de Tim Burton,
como a cena em que todos põem a máscara no quintal para esperar a bomba cair ou o corpo de Victor que eles mantêm.
O fluxo da história é bom, começa criando um mistério que vai se desenvolvendo aos poucos até alcançar um final agradável e previsível, como esperado de um filme infantojuvenil. Acabou sendo só mais um filme mediano, o que é uma pena, porque tinha potencial pra ser muito mais.
Visualmente, é um filme incrível. Que fotografia é essa? Tanto nos cenários quanto nos próprios personagens, do figurino aos efeitos (como a capa de Mordred, excepcional por sinal), além dos animais e Elsa com as sereias: Rei Arthur ficou bem acima das minhas expectativas. Embora tenha abusado dos efeitos em cenas de ação, o que as deixou meio confusas e tornou a imersão de certa forma maçante, não decepciona. Não vi outra produção que tenha usado tão bem os recursos visuais dos games.
A trilha sonora também é de arrepiar, tanto pela escolha das músicas quanto pelas manipulações. A intensidade da cena inicial fala por si só.
O único ponto negativo que pude perceber foi um irritante som de borracha no figurino do Michael McElhatton, que suponho não ser proposital numa armadura, mas vai saber né.
Gostei muito dessa pegada mais moderna na história, principalmente na formação de um protagonista carismático e descarado. Acredito que também colaborou pra isso as interessantes trocas de cenas, intercalando momentos específicos com a narrativa,
como no momento em que Arthur explica como ocorrerá o encontro com os barões e a sequência do seu crescimento nas ruas.
Tornou o filme bem dinâmico e ajudou a diminuir o peso.
Maaaas, o filme atropelou a história DEMAIS, apressou-se muito para contar muita coisa em pouco tempo e focou demais nas cenas de ação (embora tenham sido umas baitas cenas de ação no quesito visual!), o que fez com que tudo parecesse meio corrido.
Deixou a cena final fraca, até fácil demais, já que o protagonista encontra a força para derrotar Vortigern de forma abrupta e, convenhamos, até clichê. Acredito que a batalha contra o antagonista e o plot da torre poderiam ter sido muito melhor explorados.
As primeiras cenas formam um contraste que vai ditar o resto do filme: a intensidade do que foi a relação dele com Electra e a prisão que é a relação dele com Omi. Contraste que, pessoalmente, foi muito bem explorado através das cenas alternadas entre presente e futuro. A carga emocional transmitida é imensa. Apesar da fraca atuação, as cenas de Murphy no presente são comoventes e se intensificam à medida em que as lembranças vão surgindo. Mesmo as cenas de sexo conseguem transcender o pornográfico e transmitir a sensibilidade e o amor entre as personagens. Sem as cenas, dificilmente absorveríamos TODA a ligação entre Murphy e Electra. Love é carnal, é lindo e triste, diverge daquele cliché de amor puro e ingênuo. Os erros, as traições e a estrutura da relação entre os dois não seguem o padrão infanto-juvenil que enche o cinema, culminando num final infeliz, assim como acontece na vida real: é um amor cru e real. Por fim, visualmente, Love é um filme incrível. Os cenários, as cores e a fotografia são bons, a trilha sonora nem se fala, tudo isso embala a viagem sensorial que Gaspar Noé gosta de provocar.
No geral, é um filme bom. As cenas de ação não decepcionam, os cenários e o figurino são bons, inclusive a trilha sonora. Os efeitos poderiam ter sido melhores, mas não foram ruins. Explorou bem os lados sentimentais das personagens, e até tive a impressão de um Batman muito mais melancólico do que havia tido até então, e isso foi um ponto positivíssimo. A primeira cena da morte dos Wayne ficou simplesmente foda, com toda a carga emocional da criança claramente exibida. A polarização também merece destaque, ''Homem vs. Deus'', luz vs. sombra; deixou o gostinho que um Batman vs. Superman deveria deixar. Inclusive, pessoalmente, gostei muito da construção desse Lex Luthor caricato, remetendo bastante ao coringa de Nolan, embora muita gente não tenha visto isso com bons olhos. Mas o roteiro é fraco. Construiu-se um ódio que não foi bem explorado, e no final se mostrou fraco demais pra ter sido tão destacado. A cena de ''redenção'' foi abrupta e fraca, talvez até imatura. Superman foi divinizado o filme inteiro para que fosse martirizado ao fim, lateralizando a briga principal. Teve Lois demais, muito floreamento, muita cena de ação pra tapar buraco, muita informação sendo jogada de uma vez só... poderia ter sido melhor.
Apesar de não ser artístico de nenhum ponto de vista, cheio de cenas e diálogos mal elaborados e repulsivo acima de tudo, é um filme que explora um dos lados mais grotescos do ser humano, denunciando ganância e crueldade - até que ponto o protagonista chega pelo dinheiro e até que ponto o diretor chega para mantê-lo no filme. As cenas fortes acabaram mascarando essa mensagem e sua imagem se tornou excessivamente sensacionalista, mas pra quem aguenta cenas fortes, vale a pena assistir.
Personagens e roteiro medianos, mas o filme mantém um bom ritmo e as cenas conseguem surpreender o espectador apesar de já sabermos o que esperar. O desenrolar da história é satisfatório, vale a pena assistir.
A sequência se torna interessante graças às referências ao primeiro filme, voltando com os personagens e roteiro medianos, mas deixa muito a desejar no final. A conclusão é péssima e muitas pontas findaram soltas.
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Midsommar: O Mal Não Espera a Noite
3.6 2,8K Assista AgoraSe você for assistir esperando um filme padrão de terror, desista. Também não acredite na crítica de quem assistiu com essa expectativa. Midsommar me surpreendeu em vários momentos, de formas boas e ruins. No geral eu gostei muito do filme, mas não assistiria de novo.
Na minha opinião, o diretor fez um ótimo trabalho - a fotografia é linda, principalmente graças ao cenário maravilhoso que foi bem aproveitado, os enquadramentos, as cores, a simbologia nas cenas, a ordem dos acontecimentos...
A trilha sonora me desagradou em alguns momentos, mas acho que em determinadas cenas ela cumpriu muito bem o seu papel.
Na cena final por exemplo, em que a trilha serve para tirar o significado cultural que nós daríamos àquela situação (seis pessoas mortas e três para morrerem queimadas, horrível né? mas na verdade rola uma música bem boa e suave) e nos mostrar que, para aquelas pessoas, era um momento bonito.
Inclusive, achei muito interessante a forma como foi mostrado o conflito entre as culturas. Aceitar que certos costumes vão de encontro à moral da nossa cultura é complicado, principalmente quando ritos pagãos se encontram com a moral cristã, e isso foi bem explorado nas reações dos personagens frente a essas situações.
Adorei Dani! Todo o percurso que foi construído pra ela ao longo da história (a perda da família, o relacionamento ruim, a solidão) levaram ela a assumir a posição em que terminou.
Poreeeém... queria poder assistir na velocidade 2x em alguns momentos, porque o desenvolvimento do filme é bem devagar, quis desistir em vários momentos, até parcelei em duas vezes pra terminar. O final não trouxe nenhuma surpresa, o andamento já deixou muito claro que aquele povo estranho faria alguma coisa creepy com eles e que Dani seria a final girl.
Ótimo filme, mas nada de novo.
Sky Rojo (1ª Temporada)
3.5 65 Assista AgoraAchei a série muito boa, principalmente por colocar presonagens femininas muito fortes denunciando uma realidade pouco discutida no cinema. Mas também pecou na construção das personagens ao lidar com a liberdade, coisa que acredito ser resultado da visão masculina dos diretores - não achei plausível alguns comportamentos e decisões delas durante a fuga após lidar com o que elas viveram. Muita coisa pareceu ter sido colocada apenas para impressionar e dar pá para uma próxima temporada, em vez de focar em fechar o ciclo que essa primeira iniciou.
Fora isso, atrizes perfeitas, a sequência de acontecimentos prende bem, principalmente por ser curtinha e agitada. Com certeza assistiria novamente!
Sweet Home (1ª Temporada)
3.7 142 Assista AgoraAchei a série muito boa!
Cada personagem é singular, complexo e apresenta uma personalidade diferente que vai ser explorada a partir da forma como ele lida com a situação; todos carregam histórias pessoais do passado que refletem no enredo, uns mais e outros menos. O foco da série ao meu ver foi muito maior no drama e no desenvolvimento dos personagens do que nos monstros em si. E o fato de se transformarem nos seus próprios monstros deixa tudo ainda mais interessante.
Do início pra metade a série desenvolve os personagens principais e do meio pro fim vai aos poucos introduzindo novos plots, dando uma dimensão maior do que realmente está acontecendo lá fora, até que no fim a reviravolta dos acontecimentos deixa a expectativa pra uma continuação (até demais, final meio solto nesse sentido).
Gostei como o prédio é um grande complexo que permite que a princípio varias narrativas se desenrolem paralelamente sem que um grupo tenha contato com o outro, permitindo que várias histórias acontecam ao mesmo tempo, até que começam a se juntar.
Achei que a mudança de personalidade do protagonista ao longo da transformação poderia ter sido mais explorada, já que parecia se tornar bem diferente dele, mas só apareceu em poucos relances. Apesar disso, a cena da transformação definitiva dele foi FANTÁSTICA, equilíbrio certo entre ação e drama, de forma super inesperada e muito bem feita. Muito mais bem feita do que a maioria das cenas com monstros.
Falando em monstros, eu simplesmente amei! Não me pareceu que foram criados para serem realistas como a maioria dos filmes e séries do gênero tentam, mas para impactar e causar medo, coisa que pra mim ela conseguiu muito bem. Todas as cenas de disputas entre os personagens e os monstros foram tensas, algumas repulsivas. Com certeza o orçamento influenciou nisso tudo, e por isso também achei um ótimo trabalho pra pouco recurso.
A cenografia é linda, a estética no geral é linda, a trilha sonora é legal.
Mas atrapalhou o fluxo alguns cortes de cenas muito estranhos, em que personagens estão em um lugar e de repente aparecem em outro sem nenhum sentido.
Tipo, Eun-hyeok e yi-kyung se separando para caminhos distintos e no corte seguinte já estão juntos em um lugar diferente; yi-kyung presa na teia da aranha e de repente escapando pelos dutos; o prisioneiro surgindo de repente no túnel sem nunca mostrar que ele escapou...
Também achei algumas cenas exageradamente dramáticas, cortaria sem prejuízos.
A serie vai chegando ao fim com a cena da abertura, o que conclui o ciclo, com exceção dos acontecimentos seguintes que deixam muita coisa solta.
No geral, assistiria de novo!
[spoiler][/spoiler]
Drácula (1ª Temporada)
3.1 420Começou bom, ficou mais ou menos e terminou bem ruim.
O primeiro episódio traz muito do clássico de Bram Stoker e algumas cenas até lembram o Drácula de Lugosi, além de que é muito interessante a introdução de um personagem tão forte quanto Agatha na história, a forma como ela conduz a narrativa através de Jonathan e como investiga o vampiro. Trouxe um frescor ao Drácula clássico sem que abrisse mão do poder da história original. Mas o seu final já deixa claro a forçação de barra que vai vir.
O segundo episódio já introduz outros personagens, em outro contexto, coisa que se repete no terceiro episódio, e a partir daí a qualidade vai caindo. Os personagens não são bem desenvolvidos, então a sensação que fica é de que foram apenas jogados ali para fazer volume e acrescentar mortes, e o desfecho desse episódio que culmina no início do próximo é fraco, com a sensação de improviso.
Sobre o terceiro: que diabo???? Tinha pra quê?
Crônicas de San Francisco (1ª Temporada)
3.9 75É incrível finalmente ver uma série com tanta representatividade! E como ela aborda de forma natural questões de gênero e sexualidade, principalmente quanto à transexualidade, ainda tão pouco presente no cinema. É importante que essas narrativas ganhem visibilidade e cada vez mais espaço nas produções, para que possamos escapar desse cinema LGBTQI+ produzido dentro dos padrões heteronormativos. E consegue ser lindamente educativa, capaz de abrir até a cabeça do tiozão bolsominion.
A atmosfera que a fotografia e os cenários passa é de conforto, que eu suponho ter sido a intenção na construção de Barbary Lane, lugar que acolhe a todos, e de uma forma geral os personagens são muito cativantes, então logo de cara é uma série gostosa de assistir. O andamento é bem agradável, cada personagem vai se desenvolvendo no seu tempo, ganhando rua relevância no decorrer da história sem atropelos, e todos se conectam através de suas relações com Barbary Lane. É interessante como mostra a evolução que houve entre as gerações, como a comunidade conquistou mais espaço, embora obviamente ainda tenha suas lutas.
Só não me convenci muito com os atores, algumas situações muito mecânicas, uma atriz cis no papel de uma mulher trans, e o plot principal em que se constrói uma grande trama para ganhar uma conclusão simplista. De resto, tudo lindo, só posso exaltar Crônicas de San Francisco <3
Absorvendo o Tabu
4.4 201 Assista AgoraÉ sempre um choque conhecer outras realidades tão distintas, principalmente lidando com uma questão em comum a todas nós, e sempre constatar o quanto é forte a influência do patriarcado na saúde das mulheres, do ocidente ao oriente. Mas nesse documentário foi incrível ver essas mulheres trabalhando contra os dogmas da própria sociedade, conquistando independência e autonomia. É lindo ver a desconstrução do tabu acontecendo por elas e para elas, principalmente entre as mais novas.
O curta foi muuuuito bem dirigido e merece o mundo.
Chernobyl
4.7 1,4K Assista AgoraFoi angustiante observar de forma tão forte Chernobyl.
Ao mesmo tempo que é linda a forma como a série acompanha os personagens de forma tão pessoal e humana e deixa uma mensagem muito forte sobre o acontecimento e sobre a humanidade num geral, é também muito triste a realidade que ela denuncia.
O drama criado é incrível, da aflição das cenas iniciais à angústia dos últimos episódios, e principalmente pela forma como as respostas vão se desenvolvendo. Ajuda o fato de que os atores são muito bons, a fotografia é lindíssima e como o roteiro traz de forma detalhada e verossímil os fatos históricos. Sem dúvidas um trabalho de pesquisa muito bem feito.
Janela Indiscreta
4.3 1,2K Assista AgoraO ritmo é bom, começa devagar e vai ganhando intensidade à medida em que se aproxima do desfecho. O desfecho, porém, não atingiu as minhas expectativas. A tensão criada durante as últimas cenas não condiz com a conclusão um pouco fraca, até previsível. Embora seja um efeito gostoso, se comparado aos roteiros mirabolantes do cinema atual.
Destaque pra Lisa, que no início parecia uma personagem superficial na história, mas que foi conquistando espaço e relevância, mostrando uma construção mais complexa do que parecia.
Os personagens são muito individuais, muito bem construídos, expondo em cada diálogo um pedaço dos seres humanos distintos que são. Os diálogos, inclusive, constantemente críticos. Além de que a perspectiva ''externa'' dos personagens observados pela janela não impede que nos envolvamos em suas histórias, pelo contrário, consegue causar apego enquanto gera a expectativa sobre quem estará envolvido em quê.
Os enquadramentos são lindos, por fim, e o filme tem a elegância de um Hitchcock.
O Lar das Crianças Peculiares
3.3 1,5K Assista AgoraBurton tem grande dificuldade para largar a atmosfera artificial e caricata que põe em suas personagens, coisa que coube muito bem em trabalhos passados (como Edward, Sweeney Todd, Willy Wonka e Beetlejuice), mas que não anda funcionando muito bem. Barnabas (sombras da noite) e Peregrine são exemplos disso... personagens muito artificiais, de certa forma forçados, que poderiam ter sido melhor explorados. Um péssimo uso de Eva Green.
Mas ainda carrega aquelas maravilhosas marcas bizarras de Tim Burton,
como a cena em que todos põem a máscara no quintal para esperar a bomba cair ou o corpo de Victor que eles mantêm.
O fluxo da história é bom, começa criando um mistério que vai se desenvolvendo aos poucos até alcançar um final agradável e previsível, como esperado de um filme infantojuvenil. Acabou sendo só mais um filme mediano, o que é uma pena, porque tinha potencial pra ser muito mais.
Rei Arthur: A Lenda da Espada
3.2 623Visualmente, é um filme incrível. Que fotografia é essa? Tanto nos cenários quanto nos próprios personagens, do figurino aos efeitos (como a capa de Mordred, excepcional por sinal), além dos animais e Elsa com as sereias: Rei Arthur ficou bem acima das minhas expectativas. Embora tenha abusado dos efeitos em cenas de ação, o que as deixou meio confusas e tornou a imersão de certa forma maçante, não decepciona. Não vi outra produção que tenha usado tão bem os recursos visuais dos games.
A trilha sonora também é de arrepiar, tanto pela escolha das músicas quanto pelas manipulações. A intensidade da cena inicial fala por si só.
O único ponto negativo que pude perceber foi um irritante som de borracha no figurino do Michael McElhatton, que suponho não ser proposital numa armadura, mas vai saber né.
Gostei muito dessa pegada mais moderna na história, principalmente na formação de um protagonista carismático e descarado. Acredito que também colaborou pra isso as interessantes trocas de cenas, intercalando momentos específicos com a narrativa,
como no momento em que Arthur explica como ocorrerá o encontro com os barões e a sequência do seu crescimento nas ruas.
Maaaas, o filme atropelou a história DEMAIS, apressou-se muito para contar muita coisa em pouco tempo e focou demais nas cenas de ação (embora tenham sido umas baitas cenas de ação no quesito visual!), o que fez com que tudo parecesse meio corrido.
Deixou a cena final fraca, até fácil demais, já que o protagonista encontra a força para derrotar Vortigern de forma abrupta e, convenhamos, até clichê. Acredito que a batalha contra o antagonista e o plot da torre poderiam ter sido muito melhor explorados.
Love
3.5 883As primeiras cenas formam um contraste que vai ditar o resto do filme: a intensidade do que foi a relação dele com Electra e a prisão que é a relação dele com Omi. Contraste que, pessoalmente, foi muito bem explorado através das cenas alternadas entre presente e futuro.
A carga emocional transmitida é imensa. Apesar da fraca atuação, as cenas de Murphy no presente são comoventes e se intensificam à medida em que as lembranças vão surgindo. Mesmo as cenas de sexo conseguem transcender o pornográfico e transmitir a sensibilidade e o amor entre as personagens. Sem as cenas, dificilmente absorveríamos TODA a ligação entre Murphy e Electra. Love é carnal, é lindo e triste, diverge daquele cliché de amor puro e ingênuo. Os erros, as traições e a estrutura da relação entre os dois não seguem o padrão infanto-juvenil que enche o cinema, culminando num final infeliz, assim como acontece na vida real: é um amor cru e real.
Por fim, visualmente, Love é um filme incrível. Os cenários, as cores e a fotografia são bons, a trilha sonora nem se fala, tudo isso embala a viagem sensorial que Gaspar Noé gosta de provocar.
Batman vs Superman - A Origem da Justiça
3.4 5,0K Assista AgoraNo geral, é um filme bom.
As cenas de ação não decepcionam, os cenários e o figurino são bons, inclusive a trilha sonora. Os efeitos poderiam ter sido melhores, mas não foram ruins.
Explorou bem os lados sentimentais das personagens, e até tive a impressão de um Batman muito mais melancólico do que havia tido até então, e isso foi um ponto positivíssimo. A primeira cena da morte dos Wayne ficou simplesmente foda, com toda a carga emocional da criança claramente exibida. A polarização também merece destaque, ''Homem vs. Deus'', luz vs. sombra; deixou o gostinho que um Batman vs. Superman deveria deixar. Inclusive, pessoalmente, gostei muito da construção desse Lex Luthor caricato, remetendo bastante ao coringa de Nolan, embora muita gente não tenha visto isso com bons olhos.
Mas o roteiro é fraco. Construiu-se um ódio que não foi bem explorado, e no final se mostrou fraco demais pra ter sido tão destacado. A cena de ''redenção'' foi abrupta e fraca, talvez até imatura. Superman foi divinizado o filme inteiro para que fosse martirizado ao fim, lateralizando a briga principal. Teve Lois demais, muito floreamento, muita cena de ação pra tapar buraco, muita informação sendo jogada de uma vez só... poderia ter sido melhor.
A Serbian Film: Terror Sem Limites
2.5 2,0KApesar de não ser artístico de nenhum ponto de vista, cheio de cenas e diálogos mal elaborados e repulsivo acima de tudo, é um filme que explora um dos lados mais grotescos do ser humano, denunciando ganância e crueldade - até que ponto o protagonista chega pelo dinheiro e até que ponto o diretor chega para mantê-lo no filme. As cenas fortes acabaram mascarando essa mensagem e sua imagem se tornou excessivamente sensacionalista, mas pra quem aguenta cenas fortes, vale a pena assistir.
Fenômenos Paranormais
2.8 786Personagens e roteiro medianos, mas o filme mantém um bom ritmo e as cenas conseguem surpreender o espectador apesar de já sabermos o que esperar. O desenrolar da história é satisfatório, vale a pena assistir.
Fenômenos Paranormais 2
2.5 407 Assista AgoraA sequência se torna interessante graças às referências ao primeiro filme, voltando com os personagens e roteiro medianos, mas deixa muito a desejar no final. A conclusão é péssima e muitas pontas findaram soltas.