É uma pena que esse filme seja usado como discurso empreendedorístico. A mensagem dele vai muito além disso.
Ele é uma adaptação de um romance americano inspirado no Mahabarata, que é a epopeia que funda o povo da India, que no filme é Savannah. Runnulph Junnah é o heroi que salva o povo da cidade, igualzinho Arjuna, que é o heroi que batalha entre os Pandavas e os Kauravas em nome dos indianos. E o Beggar Vance? Ele é Krishna, o avatar de Deus, o verbo divino, o canto sagrado - o Baghava Gita - e ensina o segredo do Dharma, que é o caminho que o homem deve trilhar para a unidade espiritual. Junnah perdeu o swing do taco, assim como Arjuna desviou-se do caminho do Dharma por um momento, no campo de batalha.
E isso é muito bonito no filme porque, pra retomar o caminho do Dharma, pra voltar a ter o swing da tacada, Will Smith faz o discurso que é o mesmo de Krishna. Diz ele, mais ou menos assim: observa a vida na sua manifestação; tudo tem um ciclo, o sol tomba no poente, e os ventos levam as gramas para a direção do sol - assim foi, assim é e assim será, como eu sou o princípios, o fim, e o meio - porque eu sou o Eu Real. Então confia, faz o que você deve fazer, aceita a natureza do seu ser, e não deixe que o Ego te desvie da direção do buraco (a banderinha sinalizando o 1 no buraco, que é o caminho da unidade - outro momento em que a banderinha sinaliza o número 18 - a unidade que é infinita, eterna)
Por isso, repito - se esse filme for visto de uma perspectiva empreendedora, mais da metade do tesão do filme irá por água abaixo..
O caapi - espírito do sonho, se não me engano - a que o índio karamakate se refere é o mesmo nome da Ayahuasca (Banisteriopsis Caapi). A yakruna é a chacrona. Da mistura de ambos se faz a cocção sagrada. O filme, assim, é mais uma das histórias da planta e da relação que os povos indígenas tinham com ela.
Confesso que não conhecia profundamente os conflitos do Oriente Médio antes de assistir a esse filme, coisa que me fez ficar muito ressabiado. Não queria vê-lo sem informações extras. De fato, não é preciso conhecer profundamente o conflito para ver a película - basta saber que todo conflito político-religioso é hediondo, e é isso o que o filme mostra. E bastou ver o filme para que eu fosse atrás de pesquisa e artigo científico a respeito de tudo o que se passou no Oriente Médio (sic)
Acho bacana a maneira com que a narrativa é conduzida, pois ela é desvelada do ponto de vista do conflito familiar para explicar como as decisões político-ideológicas levadas ao extremo da guerra influenciam a vida de um indivíduo. Em busca do filho pródigo, e não a volta? Pai, filho, espírito santo... ? Esses mitos e símbolos se identificaram ao avesso na vida da protagonista Nawal Marwan para mim, e concluí ao fim e ao cabo - assim espero que conclua também a quem assistir ao filme - Não há razão suficiente (Um mais um pode ser um?) que explique o absurdo da vida.
Mas ai, depois, poxa vida... aquele piano na praia, as ondas se chocando e deslizando na orla... essa imagem é tão poética que ficou impregnada na minha cabeça como um sonho denso. E quer coisa mais bonita: A Ada e sua relação com o piano é a relação do artesão com sua obra, o artista com seu trabalho, o pianista com seu piano... enfim o homem e sua relação transformadora com a natureza, de modo que um amontoado de madeira nas suas mãos é um instrumento afetivo: torna-se piano, natureza modificada e que se identifica com o que é humano, sendo afetivamente essencial. Tanto é assim que a trama se desenrola no impasse do deslocamento do piano e como a protagonista e adjuvantes lidam com isso... Ah, mas isso são devaneios (ad infinitum)
Quadros, imagens fixas, fotografias lindas. Silêncio! e tudo é dito. Esse filme é dos mais sensíveis que vi. Com o perdão da tautologia: foi o primeiro filme que vi que acaba depois do fim.(risos) Isto é: vejam (e ouçam) os créditos. Se durante o filme não escorrer uma lágrima, nos créditos elas podem saltar em cântaros!
Parece que houve um cuidado em tratar do filme através de uma estética lenta e minimalista. O diretor queria um ator que correspondesse mais ou menos a um Clint Eastwood trinta anos mais novo, daí a escolha do Mads Mikkelsen. Trata-se da adaptação de uma das narrativas de Heinrich von Kleist. Há também um cuidado em tornar a linguagem moliereana do século XVI em um francês vivo e expressivo. Enfim, só para dar o meu adendo, o filme me interessou muito, visto que é uma proposta que diverge das grandes produções de filmes épicos.
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O Reino dos Gatos
3.9 403 Assista AgoraTo olhando meu gato pensando se ele vai me levar pra outro lugar agora,
Meu Amigo Totoro
4.3 1,3K Assista AgoraLindíssimo!
Túmulo dos Vagalumes
4.6 2,2KA fraternidade é a luz da força humana, é a luz do vagalume, são as luzes da metrópole no final do filme. O Japão é maravilhoso.
Lendas da Vida
3.4 75É uma pena que esse filme seja usado como discurso empreendedorístico. A mensagem dele vai muito além disso.
Ele é uma adaptação de um romance americano inspirado no Mahabarata, que é a epopeia que funda o povo da India, que no filme é Savannah. Runnulph Junnah é o heroi que salva o povo da cidade, igualzinho Arjuna, que é o heroi que batalha entre os Pandavas e os Kauravas em nome dos indianos. E o Beggar Vance? Ele é Krishna, o avatar de Deus, o verbo divino, o canto sagrado - o Baghava Gita - e ensina o segredo do Dharma, que é o caminho que o homem deve trilhar para a unidade espiritual. Junnah perdeu o swing do taco, assim como Arjuna desviou-se do caminho do Dharma por um momento, no campo de batalha.
E isso é muito bonito no filme porque, pra retomar o caminho do Dharma, pra voltar a ter o swing da tacada, Will Smith faz o discurso que é o mesmo de Krishna. Diz ele, mais ou menos assim: observa a vida na sua manifestação; tudo tem um ciclo, o sol tomba no poente, e os ventos levam as gramas para a direção do sol - assim foi, assim é e assim será, como eu sou o princípios, o fim, e o meio - porque eu sou o Eu Real. Então confia, faz o que você deve fazer, aceita a natureza do seu ser, e não deixe que o Ego te desvie da direção do buraco (a banderinha sinalizando o 1 no buraco, que é o caminho da unidade - outro momento em que a banderinha sinaliza o número 18 - a unidade que é infinita, eterna)
Por isso, repito - se esse filme for visto de uma perspectiva empreendedora, mais da metade do tesão do filme irá por água abaixo..
Bingo - O Rei das Manhãs
4.1 1,1K Assista AgoraFilmaço!
O Abraço da Serpente
4.4 237 Assista AgoraO caapi - espírito do sonho, se não me engano - a que o índio karamakate se refere é o mesmo nome da Ayahuasca (Banisteriopsis Caapi). A yakruna é a chacrona. Da mistura de ambos se faz a cocção sagrada. O filme, assim, é mais uma das histórias da planta e da relação que os povos indígenas tinham com ela.
As Vantagens de Ser Invisível
4.2 6,9K Assista AgoraAchei que seria bobo, mas esse filme pegou na medula da minha adolescência.
... e creio que na de muita gente.
Incêndios
4.5 1,9K Assista AgoraConfesso que não conhecia profundamente os conflitos do Oriente Médio antes de assistir a esse filme, coisa que me fez ficar muito ressabiado. Não queria vê-lo sem informações extras. De fato, não é preciso conhecer profundamente o conflito para ver a película - basta saber que todo conflito político-religioso é hediondo, e é isso o que o filme mostra. E bastou ver o filme para que eu fosse atrás de pesquisa e artigo científico a respeito de tudo o que se passou no Oriente Médio (sic)
Acho bacana a maneira com que a narrativa é conduzida, pois ela é desvelada do ponto de vista do conflito familiar para explicar como as decisões político-ideológicas levadas ao extremo da guerra influenciam a vida de um indivíduo. Em busca do filho pródigo, e não a volta? Pai, filho, espírito santo... ? Esses mitos e símbolos se identificaram ao avesso na vida da protagonista Nawal Marwan para mim, e concluí ao fim e ao cabo - assim espero que conclua também a quem assistir ao filme - Não há razão suficiente (Um mais um pode ser um?) que explique o absurdo da vida.
O Piano
4.0 442Vi o filme pela trilha sonora do Michael Nyman. Foi por ela que cheguei ao filme.
Mas ai, depois, poxa vida... aquele piano na praia, as ondas se chocando e deslizando na orla... essa imagem é tão poética que ficou impregnada na minha cabeça como um sonho denso. E quer coisa mais bonita: A Ada e sua relação com o piano é a relação do artesão com sua obra, o artista com seu trabalho, o pianista com seu piano... enfim o homem e sua relação transformadora com a natureza, de modo que um amontoado de madeira nas suas mãos é um instrumento afetivo: torna-se piano, natureza modificada e que se identifica com o que é humano, sendo afetivamente essencial. Tanto é assim que a trama se desenrola no impasse do deslocamento do piano e como a protagonista e adjuvantes lidam com isso...
Ah, mas isso são devaneios (ad infinitum)
Lake Tahoe
3.7 10Quadros, imagens fixas, fotografias lindas. Silêncio! e tudo é dito. Esse filme é dos mais sensíveis que vi. Com o perdão da tautologia: foi o primeiro filme que vi que acaba depois do fim.(risos) Isto é: vejam (e ouçam) os créditos. Se durante o filme não escorrer uma lágrima, nos créditos elas podem saltar em cântaros!
Michael Kohlhaas - Justiça e Honra
3.3 45 Assista AgoraParece que houve um cuidado em tratar do filme através de uma estética lenta e minimalista. O diretor queria um ator que correspondesse mais ou menos a um Clint Eastwood trinta anos mais novo, daí a escolha do Mads Mikkelsen. Trata-se da adaptação de uma das narrativas de Heinrich von Kleist. Há também um cuidado em tornar a linguagem moliereana do século XVI em um francês vivo e expressivo. Enfim, só para dar o meu adendo, o filme me interessou muito, visto que é uma proposta que diverge das grandes produções de filmes épicos.