Adoro filmes com essa estrutura (de vidas entre-cruzadas, multiculturais...), e adoro Meirelles... Mas esse filme é muito fraquinho! Sem sal nenhum. =/
Oulalá... como dizem os franceses... Me atrevo a dizer que a Febre do Rato é, até o momento, o ponto auge do cinema pernambucano após a retomada. Não eh uma questão de estoria (que é interessante, como muitas outras), mas a encenação... que estilo! que visceralidade! Que sobriedade acerca do insóbrio! O tempo da montagem, os planos... uma organicidade dos atores... tudo o que pertence ao sublime no cinema esta de alguma forma contido nesse espetáculo da sétima arte.
Me parece que Claudio Assis vem acalmando sua urgência pelo escândalo, continuando a transgredir, sem no entanto evidenciar o seu lado transgressor. Me lembra um pouco a evolução de Almodôvar do começo de sua carreira para seus filmes mais maduros.
A verdade é que nos últimos 20 anos, assistir ao acontecimento anual que é o lançamento de um novo filme de woody é como jogar no raspa-raspa. Pode-se ganhar um premio muito generoso, como o foram Maridos e esposas, Descontruindo Harry, Vicky Barcelona... Um premio interessantizinho que paga um almoço, como Celebridades, Igual a tudo na vida, O sonho de Cassandra (talvez Meia Noite em Paris...). Mas na maioria das vezes terminamos com um bilhete com a irritante frase: "Tente outra vez".
Parece que Woody perdeu o animo de investir criativamente de forma intensa em seus filmes. Ha quatro anos teve o excelente Vicky Barcelona (visceral, trincado, emocional), depois só tivemos obras de piloto automático. (O Meia Noite em Paris é engenhoso, mas muito longe da genialidade do querido woody).
Para Roma, com amor é sessão da tarde. Talvez da TvCultura, não da Globo... Mas é sessão da tarde.
Nota para a sua participação no filme, que sempre agrada.
Este filme é uma delícia! Em nenhum momento se pretende maior do que é, e só faz surpreender pela profundidade que consegue atingir, sempre na simplicidade. Qual a importância de Michelle Williams não ser tão parecida com Marilyn? Ela representa com precisão a figura mítica de uma das mulheres mais cultuadas da contemporaneidade, em o que há de mais humano nela. Isto é: revela seu lado frágil, inseguro, quase pueril... Uma pessoa que carrega em seu nome um peso gigantesco e que, em si mesma, é apenas uma criança em busca de aprovação. "Tudo que as pessoas vêem em mim é Marilyn Monroe. Assim que vêem que eu não sou ela elas me deixam", diz uma carente Marilyn que só deseja ser amada como uma garota normal.
E o filme não se limita a expor esses seus conflitos interiores e a desmistificar a persona pública. Ainda aborda um ponto que eu acho de maior interesse que é o poder de magnetismo que uma mulher linda, sensual e charmosa detem para subjugar os homens em sua volta e inconscientemente (ou não) arrasar seus corações.
O que Marilyn carrega aqui como ícone, pode ser aplicado a todas aquelas mulheres que passam por nossa vida e esbanjam esse magnetismo que enlouquece a todos em sua volta. A sensação (angustiante, isto deve ser frisado) de estar sendo levado ao bel prazer de uma das tantas feiticeiras que povoam nossa vida. Vamos para onde ela quer, rimos do que ela quiser rir, fazemos o que for de seu desejo... tudo na esperança suplicante de uma atenção especial, de um sonho de esperança, com o qual esse tipo de mulher parece saber jogar muito bem na medida certa para que sejamos, por um momento em geral maior do que deveria, seus escravos emocionais.
Diz um personagem do filme: "Me apaixonei por ela assim como você. Tivemos dez dias juntos e isso foi tudo. Assim como me escolheu, ela me deixou, que é o que ela faz. Ela parte corações. Ela vai partir o seu".
É complicado chegar e dizer: "Esse filme é uma merda". Basicamente, para aqueles (e são muitos) que argumentam para a defesa de um bom filme que "ha! é otimo! me prendeu as duas horas"... Ou ainda que se orgulham de nossa querida rede Globo quando coloca personagnes centrais gays ou deficientes sob pretexto de estarem (citação pomposa) "tratando com seriedade da importante questão da situação dos homosexuais (ou dos deficientes) na sociedade" com toda aquela sofisticada sensibilidade das nossas novelas... Ou ainda que confundem um bom trabalho de maquiagem (que envelhece 40 anos um ator) com uma boa interpretação... Pra esses eu digo: "certo, certo, J.Edgar é um bom filme..." Pros outros, só tenho uma coisa a dizer: Patético! A ponto de não sobrar paciência para ressaltar os pontos positivos (pois, claro, tem) Mas enfim, como não sou um crítico nem nada... Só estou dando minhas impressões... Patético!!!
Fico pensando se o filme nao teria conseguido mais meia estrelinha se eu o tivesse visto no cinema ao inves do computador. Provavelmente nao. Duas estrelas, pela atuacao da menina e pela encenacao individual de algumas cenas. Ja a narrativa nao chega a canto algum... E se o cinema é arte de muitas coisas, a narrativa é certamente a primeira. =/ Decepcao...
Apesar dos diálogos extremamente bem elaborados e de atuações muito bem executadas, é preciso ver que o desafio narrativo do filme é grande, e nem sempre resolvido de forma convincente. Digo isso porque em diversos momentos, do começo para a metade, é injustificável o casal vivido por Winslet e Waltz permanecer no apartamento. É incondizente perceber a personalidade de Waltz tão avessa a todo aquele discurso opressor do outro casal e ao mesmo tempo voltar duas vezes para um café quando ele é a principio um homem tao ocupado. É claramente uma forma de resolver a exigencia narrativa de eles terem que ficar no apartamento, sem no entanto convencer muito do ponto de vista do que é verossimil. Esse texto cairia muito melhor no teatro, onde aceita-se mais facilmente esses tipos de inverossimilhança. Mas não deixa de ser um filme agradavel de se ver e que denuncia diversas vicitudes do comportamento humano de forma bem interessante
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3.4 928 Assista AgoraAdoro filmes com essa estrutura (de vidas entre-cruzadas, multiculturais...), e adoro Meirelles... Mas esse filme é muito fraquinho! Sem sal nenhum. =/
Febre do Rato
4.0 657Oulalá... como dizem os franceses...
Me atrevo a dizer que a Febre do Rato é, até o momento, o ponto auge do cinema pernambucano após a retomada.
Não eh uma questão de estoria (que é interessante, como muitas outras), mas a encenação... que estilo! que visceralidade! Que sobriedade acerca do insóbrio! O tempo da montagem, os planos... uma organicidade dos atores... tudo o que pertence ao sublime no cinema esta de alguma forma contido nesse espetáculo da sétima arte.
Me parece que Claudio Assis vem acalmando sua urgência pelo escândalo, continuando a transgredir, sem no entanto evidenciar o seu lado transgressor. Me lembra um pouco a evolução de Almodôvar do começo de sua carreira para seus filmes mais maduros.
Go Pernambuco!
Para Roma Com Amor
3.4 1,3K Assista AgoraA verdade é que nos últimos 20 anos, assistir ao acontecimento anual que é o lançamento de um novo filme de woody é como jogar no raspa-raspa. Pode-se ganhar um premio muito generoso, como o foram Maridos e esposas, Descontruindo Harry, Vicky Barcelona... Um premio interessantizinho que paga um almoço, como Celebridades, Igual a tudo na vida, O sonho de Cassandra (talvez Meia Noite em Paris...). Mas na maioria das vezes terminamos com um bilhete com a irritante frase: "Tente outra vez".
Parece que Woody perdeu o animo de investir criativamente de forma intensa em seus filmes. Ha quatro anos teve o excelente Vicky Barcelona (visceral, trincado, emocional), depois só tivemos obras de piloto automático. (O Meia Noite em Paris é engenhoso, mas muito longe da genialidade do querido woody).
Para Roma, com amor é sessão da tarde. Talvez da TvCultura, não da Globo... Mas é sessão da tarde.
Nota para a sua participação no filme, que sempre agrada.
Sete Dias com Marilyn
3.7 1,7K Assista AgoraEste filme é uma delícia!
Em nenhum momento se pretende maior do que é, e só faz surpreender pela profundidade que consegue atingir, sempre na simplicidade.
Qual a importância de Michelle Williams não ser tão parecida com Marilyn? Ela representa com precisão a figura mítica de uma das mulheres mais cultuadas da contemporaneidade, em o que há de mais humano nela. Isto é: revela seu lado frágil, inseguro, quase pueril... Uma pessoa que carrega em seu nome um peso gigantesco e que, em si mesma, é apenas uma criança em busca de aprovação. "Tudo que as pessoas vêem em mim é Marilyn Monroe. Assim que vêem que eu não sou ela elas me deixam", diz uma carente Marilyn que só deseja ser amada como uma garota normal.
E o filme não se limita a expor esses seus conflitos interiores e a desmistificar a persona pública. Ainda aborda um ponto que eu acho de maior interesse que é o poder de magnetismo que uma mulher linda, sensual e charmosa detem para subjugar os homens em sua volta e inconscientemente (ou não) arrasar seus corações.
O que Marilyn carrega aqui como ícone, pode ser aplicado a todas aquelas mulheres que passam por nossa vida e esbanjam esse magnetismo que enlouquece a todos em sua volta. A sensação (angustiante, isto deve ser frisado) de estar sendo levado ao bel prazer de uma das tantas feiticeiras que povoam nossa vida. Vamos para onde ela quer, rimos do que ela quiser rir, fazemos o que for de seu desejo... tudo na esperança suplicante de uma atenção especial, de um sonho de esperança, com o qual esse tipo de mulher parece saber jogar muito bem na medida certa para que sejamos, por um momento em geral maior do que deveria, seus escravos emocionais.
Diz um personagem do filme:
"Me apaixonei por ela assim como você. Tivemos dez dias juntos e isso foi tudo. Assim como me escolheu, ela me deixou, que é o que ela faz. Ela parte corações. Ela vai partir o seu".
Um bom filme.
=)
J. Edgar
3.5 646 Assista AgoraÉ complicado chegar e dizer: "Esse filme é uma merda".
Basicamente, para aqueles (e são muitos) que argumentam para a defesa de um bom filme que "ha! é otimo! me prendeu as duas horas"... Ou ainda que se orgulham de nossa querida rede Globo quando coloca personagnes centrais gays ou deficientes sob pretexto de estarem (citação pomposa) "tratando com seriedade da importante questão da situação dos homosexuais (ou dos deficientes) na sociedade" com toda aquela sofisticada sensibilidade das nossas novelas... Ou ainda que confundem um bom trabalho de maquiagem (que envelhece 40 anos um ator) com uma boa interpretação... Pra esses eu digo: "certo, certo, J.Edgar é um bom filme..."
Pros outros, só tenho uma coisa a dizer: Patético!
A ponto de não sobrar paciência para ressaltar os pontos positivos (pois, claro, tem)
Mas enfim, como não sou um crítico nem nada... Só estou dando minhas impressões...
Patético!!!
Beleza Adormecida
2.4 1,2K Assista AgoraFico pensando se o filme nao teria conseguido mais meia estrelinha se eu o tivesse visto no cinema ao inves do computador. Provavelmente nao.
Duas estrelas, pela atuacao da menina e pela encenacao individual de algumas cenas.
Ja a narrativa nao chega a canto algum... E se o cinema é arte de muitas coisas, a narrativa é certamente a primeira. =/
Decepcao...
Deus da Carnificina
3.8 1,4K- SPOILER -
Apesar dos diálogos extremamente bem elaborados e de atuações muito bem executadas, é preciso ver que o desafio narrativo do filme é grande, e nem sempre resolvido de forma convincente. Digo isso porque em diversos momentos, do começo para a metade, é injustificável o casal vivido por Winslet e Waltz permanecer no apartamento. É incondizente perceber a personalidade de Waltz tão avessa a todo aquele discurso opressor do outro casal e ao mesmo tempo voltar duas vezes para um café quando ele é a principio um homem tao ocupado. É claramente uma forma de resolver a exigencia narrativa de eles terem que ficar no apartamento, sem no entanto convencer muito do ponto de vista do que é verossimil.
Esse texto cairia muito melhor no teatro, onde aceita-se mais facilmente esses tipos de inverossimilhança. Mas não deixa de ser um filme agradavel de se ver e que denuncia diversas vicitudes do comportamento humano de forma bem interessante