Quando passou na TV vi da metade para o final. História envolvente e bem forte para um canal brasileiro aberto. A narrativa se perde um pouco com histórias secundárias dando aquela dinâmica de novela, mas a trama principal é surpreendente. Drica Moraes é uma das melhores atrizes desse país.
A série conta a história da ida ambiciosa de Osho/Bhagwan para os Estados Unidos, mais precisamente Antelope, Estado do Oregon para a fundação de uma cidade de seguidores e devotos de ashram que se chamaria Rajneeshpuram.
Apoiada em um trabalho excelente de pesquisa que foi feito pelos diretores, que conseguiram ter acesso a um acervo impressionante de imagens e de pessoas que estiveram diretamente envolvidas com as decisões que eram tomadas, tanto pelo lado de Rajneeshpuram, quanto pelo do governo dos Estados Unidos e suas instituições, bem como as instâncias locais do Estado do Oregon; Wild Wild Country é um retrato muito fiel sobre como, muitas vezes, em busca dos seus ideais, as pessoas simplesmente não conhecem limites éticos e morais.
Existem duas partes interessantes a serem contadas aqui. A primeira é como Osho/Bhagwan e seus discípulos, de uma maneira libertária politicamente falando, conseguiram se opor às inúmeras investidas do Estado americano para que eles saíssem da cidade. São pequenas aulas de política que deixariam Maquiável de queixo caído. A outra é que sua principal interlocutora, 1ª secretária de Osho/Bhagwan, Sheela, cria sentimentos dúbios de amor e ódio ao mesmo tempo. Afinal como não amar uma mulher (e aqui é importante ressaltar seu gênero) que se colocou a frente e organizou praticamente uma rebelião contra as forças mais conservadoras do sistema imperialista americano e ao mesmo tempo odiá-la por usar de forças tão tacanhas para conseguir aquilo que desejava?
Essa produção do Netflix é uma obra-prima e extremamente feliz em sua construção. Maravilhosa!
A gente sabe que All Stars só serve pra alavancar nomes de participantes das temporadas anteriores. Digamos que é algo mais despretensioso e não menos divertido.
O livro Vulgar Favors (que não foi lançado no Brasil), foi escolhido como fonte de inspiração dessa temporada de American Crime Story.
Em 1997, a negligência da polícia na captura do criminoso foi o ponto de partida para a criação do engajamento da narrativa. Andrew era um mentiroso compulsivo, cheio de ideias de grandeza, viciado em auto-importância e arrogante. Ele também tinha uma relação ambígua com a própria homossexualidade, vivida entre os anos 80 e 90 e que imortalizou na cabeça do menino a ideia de maldição interconectada a coisas horríveis como não ser amado, desejado ou ser incapaz de fazer com que as pessoas o amassem pelo que ele era e não pelo que ele tinha.
Outra coisa brilhante na série são as atuações, o gatão do Darren Criss merece todos os prêmios do mundo e o que é Penélope Cruz de Donatella Versace? Merecia uma série só dela.
Episódios como "A House by the Lake" acabam sendo pequenas obras de arte ao não desperdiçar o papel das vítimas na equação. O final da temporada faz o paralelo definitivo: os “gritos bélicos” do assassino, seu rastro de ódio e rancor, deixaram-no cada vez mais distante do que ele planejou para si. Sozinho, ilhado e acuado, enquanto o mundo chorava a morte do estilista que amava. American Crime Story apresentou um estudo humano minucioso e extremamente sombrio, complexo e, ao mesmo tempo, lindo.
É sim a temporada mais fraca de todas. Acho que aquele ditado: "A obrigação de produzir aliena a paixão de criar" serve completamente aqui. Um recorte de tudo que deu certo nas temporadas anteriores.
Hang the Dj e Black Museum são os melhores episódios e recomendo fortemente.
Verdades Secretas
4.3 276Quando passou na TV vi da metade para o final. História envolvente e bem forte para um canal brasileiro aberto. A narrativa se perde um pouco com histórias secundárias dando aquela dinâmica de novela, mas a trama principal é surpreendente. Drica Moraes é uma das melhores atrizes desse país.
Wild Wild Country
4.3 265 Assista AgoraA série conta a história da ida ambiciosa de Osho/Bhagwan para os Estados Unidos, mais precisamente Antelope, Estado do Oregon para a fundação de uma cidade de seguidores e devotos de ashram que se chamaria Rajneeshpuram.
Apoiada em um trabalho excelente de pesquisa que foi feito pelos diretores, que conseguiram ter acesso a um acervo impressionante de imagens e de pessoas que estiveram diretamente envolvidas com as decisões que eram tomadas, tanto pelo lado de Rajneeshpuram, quanto pelo do governo dos Estados Unidos e suas instituições, bem como as instâncias locais do Estado do Oregon; Wild Wild Country é um retrato muito fiel sobre como, muitas vezes, em busca dos seus ideais, as pessoas simplesmente não conhecem limites éticos e morais.
Existem duas partes interessantes a serem contadas aqui. A primeira é como Osho/Bhagwan e seus discípulos, de uma maneira libertária politicamente falando, conseguiram se opor às inúmeras investidas do Estado americano para que eles saíssem da cidade. São pequenas aulas de política que deixariam Maquiável de queixo caído. A outra é que sua principal interlocutora, 1ª secretária de Osho/Bhagwan, Sheela, cria sentimentos dúbios de amor e ódio ao mesmo tempo. Afinal como não amar uma mulher (e aqui é importante ressaltar seu gênero) que se colocou a frente e organizou praticamente uma rebelião contra as forças mais conservadoras do sistema imperialista americano e ao mesmo tempo odiá-la por usar de forças tão tacanhas para conseguir aquilo que desejava?
Essa produção do Netflix é uma obra-prima e extremamente feliz em sua construção. Maravilhosa!
RuPaul's Drag Race: All Stars (3ª Temporada)
3.3 197A gente sabe que All Stars só serve pra alavancar nomes de participantes das temporadas anteriores. Digamos que é algo mais despretensioso e não menos divertido.
American Crime Story: O Assassinato de Gianni Versace (2ª Temporada)
4.1 392 Assista AgoraO livro Vulgar Favors (que não foi lançado no Brasil), foi escolhido como fonte de inspiração dessa temporada de American Crime Story.
Em 1997, a negligência da polícia na captura do criminoso foi o ponto de partida para a criação do engajamento da narrativa. Andrew era um mentiroso compulsivo, cheio de ideias de grandeza, viciado em auto-importância e arrogante. Ele também tinha uma relação ambígua com a própria homossexualidade, vivida entre os anos 80 e 90 e que imortalizou na cabeça do menino a ideia de maldição interconectada a coisas horríveis como não ser amado, desejado ou ser incapaz de fazer com que as pessoas o amassem pelo que ele era e não pelo que ele tinha.
Outra coisa brilhante na série são as atuações, o gatão do Darren Criss merece todos os prêmios do mundo e o que é Penélope Cruz de Donatella Versace? Merecia uma série só dela.
Episódios como "A House by the Lake" acabam sendo pequenas obras de arte ao não desperdiçar o papel das vítimas na equação.
O final da temporada faz o paralelo definitivo: os “gritos bélicos” do assassino, seu rastro de ódio e rancor, deixaram-no cada vez mais distante do que ele planejou para si. Sozinho, ilhado e acuado, enquanto o mundo chorava a morte do estilista que amava. American Crime Story apresentou um estudo humano minucioso e extremamente sombrio, complexo e, ao mesmo tempo, lindo.
Black Mirror (4ª Temporada)
3.8 1,3K Assista AgoraÉ sim a temporada mais fraca de todas. Acho que aquele ditado: "A obrigação de produzir aliena a paixão de criar" serve completamente aqui. Um recorte de tudo que deu certo nas temporadas anteriores.
Hang the Dj e Black Museum são os melhores episódios e recomendo fortemente.