Hugo Vasconcelos

Polanski dá seu toque nesse genial nessa trama doméstica e cheia de reviravoltas. As atuações são impecáveis e o passo do filme culmina no brilhantismo de mantê-lo no fluxo normal sem qualquer sensação de lentidão ou cansaço. É notável perceber como é possível fazer de um filme que se caracterizaria como de baixo orçamento - inclusive por ser originalmente uma peça teatral - em um drama suspirante e surpreendente!

Lindo filme.

Esse é um filme que eu gostaria de ter alguma coisa para escrever sobre, mas ainda estou pensando. Isso nunca aconteceu antes e talvez esteja se passando agora porque o filme consegue ser superficial em alguns pontos interessantes quando transborda em questões minoritárias.
Curioso é que eu assisti recentemente a Dama de Ferro, e a mensagem dramática dos dois filmes (este e a Dama de Ferro) são bem similares: não devemos deixar de lado nossa felicidade e das pessoas que amamos para sucumbir ao jogo de poder da política.
Todavia, enquanto o drama é o sobressalto do filme de Tatcher, J. Edgar parece dar um foco maior na questão histórica e transpassa uma visão relativamente completa sobre uma pessoa tão misteriosa e de bibliografia tão restrita. E justamente aí que está o problema: quando a Dama de Ferro deveria ter investido mais em sua história biográfica, ela investiu em drama, e quando J. Edgar deveria ter investido mais no drama, ele investiu na historiografia.

Recomendo para aqueles que gostam do tema.