Últimas opiniões enviadas
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Que filme doído! Narra a busca de uma mulher por ser. Erika se mantém não-sendo, condicionando o seu não-existir a um cotidiano apático, sem sentimentos e nenhuma alegria. Mas a necessidade de sentir é imensa e encontra vazão na dor – física e moral –, em sua busca por algum alívio.
Desmontada a personagem impassível sustentada por ela, Erika se revela o extremo oposto em sua absoluta fragilidade. Elaborando meticulosamente um grande ato de humilhação para si, ela quer se vingar da mãe, da vida perdida não sendo vivida, de si mesma... achando que daí obterá um grande prazer.Ela agride a si mesma procurando prazeres por vias que negam a postura e comportamento impostos pela mãe conservadora e autoritária. A automutilação é o apogeu dessa relação doentia.
Acontece que, chegada a hora, ao contrário do que havia pensado, só há ainda mais dor. A despersonalização impede o acesso ao seu real desejo. Sem saída para a sua angústia de ser não-sendo, ela irrompe em seu último corte com a vida.
p.s.:
será que quando Erika coloca aqueles cacos de vidro no bolso do casaco de Anna (que acabam causando ferimentos em suas mãos) ela está tentando prejudicar a sua aluna ou salvá-la (de um futuro igual ao seu)?
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Um filme delicado no enfoque de olhares e sorrisos que tanto dizem e, claro, pela dança que funciona como uma expressão muito forte (e bonita!) dos sentimentos. A cena final é arrebatadora.
Para mim, uma das cenas mais bonitas e tocantes de toda a trama é a conversa de Marab com seu irmão, este machucado depois de uma briga para "defendê-lo". Afeto e acolhimento precisos.
Últimos recados
- Nenhum recado para irrealizavel.
Um filme que diz exatamente dos laços de ternura, suas fragilidades, imperfeições, encontros e desencontros... sobre a humanidade na qual se sustenta, enfim. Cada um dos personagens centrais diz um pouco de nós, de nossas carências e inseguranças, nossas dualidades e contradições.
No final das contas, o que fica é a ausência. É isso que a cena final mostra: o peso, o tamanho da ausência. Parece estar faltando algo, e está mesmo, Emma.
Cena mais triste a que Emma se despede dos filhos. A atuação do pequeno Huckleberry Fox (Teddy) é comovente!