Últimas opiniões enviadas
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Um filme delicado no enfoque de olhares e sorrisos que tanto dizem e, claro, pela dança que funciona como uma expressão muito forte (e bonita!) dos sentimentos. A cena final é arrebatadora.
Para mim, uma das cenas mais bonitas e tocantes de toda a trama é a conversa de Marab com seu irmão, este machucado depois de uma briga para "defendê-lo". Afeto e acolhimento precisos.
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Esse filme me tocou profundamente. Isabelle é uma mulher fragilizada, perdida, em crise. Não reconhece os seus domínios e busca, desesperadamente, alguém que a faça ver algum valor em si mesma. Essa confirmação não vem porque não é externa, não pode ser. Achei interessante a forma como todas as questões da vida da personagem central são colocadas apenas como um pano de fundo, uma informação adicional. Seu trabalho, a sua filha (família), suas conquistas, não são explorados na trama, porque não importam. O foco é o mundo de dentro, a vulnerabilidade e a solidão que se colocam nas suas poucas relações. A entrega de Isabelle é como um pedido de socorro. O filme é um retrato da depressão sem romantizações, na perspectiva de quem vê no outro, em qualquer grande Outro, uma promessa, a salvação. Gosto mais do título traduzido diretamente do francês "Um belo sol interior", que se coloca como uma possibilidade de encontro, talvez o melhor encontro que alguém possa ter: aquele consigo mesmo.
Últimos recados
- Nenhum recado para irrealizavel.
Que filme doído! Narra a busca de uma mulher por ser. Erika se mantém não-sendo, condicionando o seu não-existir a um cotidiano apático, sem sentimentos e nenhuma alegria. Mas a necessidade de sentir é imensa e encontra vazão na dor – física e moral –, em sua busca por algum alívio.
Ela agride a si mesma procurando prazeres por vias que negam a postura e comportamento impostos pela mãe conservadora e autoritária. A automutilação é o apogeu dessa relação doentia.
Acontece que, chegada a hora, ao contrário do que havia pensado, só há ainda mais dor. A despersonalização impede o acesso ao seu real desejo. Sem saída para a sua angústia de ser não-sendo, ela irrompe em seu último corte com a vida.
p.s.:
será que quando Erika coloca aqueles cacos de vidro no bolso do casaco de Anna (que acabam causando ferimentos em suas mãos) ela está tentando prejudicar a sua aluna ou salvá-la (de um futuro igual ao seu)?