Finalmente tomei coragem para assistir ao fim da trilogia. E com muito menos lágrima, muito menos frio na barriga, até, considerei o melhor dos três. Os primeiro filmes, especialmente se comparados a esse, soam como conto de fadas. Você conhece a pessoa dos seus sonhos em um trem, e aquilo dura por maravilhosas horas sem promessa nenhuma. Você reencontra essa pessoa anos depois com a promessa de viverem "felizes para sempre". E aí a meia-noite se aproxima, e o universo (ou seja lá quem for) te lembra que não é bem por aí. Pra essa relação funcionar, a paixão, o amor, uma família linda não são ingredientes suficientes. A mágica não perdura só porque ela aconteceu uma vez... Ao contrário, ela é construída à base de esforço mútuo. O filme lembra o tempo todo que se relacionar demanda trabalho duro: Menos loucura da Celine, menos egoísmo do Jesse. E, do começo ao fim, uma concepção menos clássica (e menos machista, é claro) do que são o amor e o romance. Isso é sensacional... E com o plus dos diálogos, que continuam finíssimos como no primeiro e segundo filmes. Aquela mesa de almoço, por exemplo, c om um casal jovem, prático, do século XXI, outro casal que chegou ao fim com a morte (e, assim, só restou espaço pra lembrar as boas coisas), tantas diferentes relações caminhando à sua maneira, seja pelo Skype ou negociações à faca.... Ou ainda quando a Celine lembra que as gêmeas passam o tempo todo falando sobre casamento, mesmo quando o desenho em questão é o Pato Donald (baita crítica!)... Enfim, acho que superação, em qualidade e profundidade, são o grande ganho desse filme. E é difícil se superar em algo que o público sempre julgou que não podia ser melhor! É, enfim, a história de amor em que a magia não meteu mais o seu bedelho, mas que continua existindo, nem sempre firme, mas forte, porque Celine e Jesse se esforçam pra fazer acontecer.
Tenho me emocionado muito com esses filmes que não fazem mais do que narrar um episódio da vida de alguém. É como se a película dissesse "isso aí, a vida é isso aí, podia ser com você..." ou "você certamente já passou por uma dessas, senta aí, vamos compartilhar isso...". Pelo menos por agora tenho preferido isso aos enredos enormes que não caberia numa vida normal. Acho que quem avalia como um filme bobo e previsível não tá de todo errado, mas também acho que um final muito surpreendente, uma evolução muito cheia de reviravoltas não colaria. A sutileza (e a normalidade até) do 50/50 é a sua carga de emoção. A sensação de que a história do Adam podia ser a de um amigo que a gente tem, que a mãe dele é igualzinha à nossa, enfim... Demorei muito pra assistir, e faço parte do grupo que recomenda fortemente.
Pra quem, como eu, prefere o suspense da dúvida ao suspense da tensão, esse é um filme a ser assistido. O enredo prende sem forçação de barra, o desfecho é excelente, e o pulo do gato é a atmosfera psicológica criada. Antes de ser sobre um crime, esse é um filme sobre culpa, tensão, frieza. E trilha e fotografia (quanto branco!) também ajudam a construir essa atmosfera. Mais que recomendo!
Acabo de chegar do cinema. Arrebatada. Sem acreditar que passei quase três horas na sala. Azul é a Cor mais quente é um filme muito denso, penetrante e, ao mesmo tempo, cheio de pequenos detalhes. A mim chamou atenção a forma como o diretor conseguiu amarrar o amadurecimento de Adèle, o preconceito (esse não muito explorado) quanto ao relacionamento lésbico e a diferença gritante entre o mundo das personagens - o que é, pra mim, ponto chave do filme. O aniversário de Emma é o suprassumo dessa relação de classe: enquanto todos os artistas
embarcam numa discussão "ultraculta" sobre esse ou aquele pintor, as mesmas bocas que falam sobre o assunto que Adele não domina se deliciam com o macarrão que não foi feito por nenhum deles, mas por ela.
A construção das personagens também é excelente. Adèle brilha. Se alguns a consideraram sonsa, eu diria que ela é absolutamente forte dos 15 anos até os 18, 21, 23... quem consegue saber com quanto anos ela está ao fim do filme? Emma também é uma personagem completa, seus sorrisos e olhares cumprem uma função que é nos fazer entender porque Adèle se apaixonou e continua apaixonada... E, se a personagem é 'distante' isso nos ajuda a sentir a solidão de Adèle, que não tem espaço em seu mundo. Ainda assim, a
lágrima singela de Ema (nada comparado ao derrame de lágrimas de Adèle), certamente nos convence.
É impossível não comentar a cena de sexo, cercada de polêmicas. As cenas são lindas, rompem com a ideia (que alguns ainda cultivam) de que o sexo lésbico é monótono ou restrito. mas, ainda assim, considerei apelativa. Não tira o brilhantismo nem profundidade do filme, ainda bem, mas sobrou a sensação de que ela está ali, desenhada daquela forma exata, tão viva, escancarada para "bombar" a divulgação e a crítica, não é tão necessária ao enredo, apesar de linda. No mais, como ponto fraco (mas que sequer arranha a obra) a passagem do tempo é muito incerta. D
e repente desaparece a escola, e os pais, e elas moram juntas, e a fliha de Lise tem tres anos... Enfim,
o tempo a que elas estão juntas não fica claro, o que seria bacana para o nosso envolvimento com Adèle. No mais, Azul é a Cor Mais Quente não é, nem de longe, um "pornô lésbico". Seria resumir demais todo o roteiro. Seria injusto. É um filme, na minha opinião, sobre Adèle. Uma menina trabalhadora, que realmente gosta da coisa "simples" que faz e amadurece ao longo das três horas de fita, se descobrindo homossexual e verdadeiramente apaixonada por uma mulher de outro mundo.
Antes da Meia-Noite
4.2 1,5K Assista AgoraFinalmente tomei coragem para assistir ao fim da trilogia. E com muito menos lágrima, muito menos frio na barriga, até, considerei o melhor dos três. Os primeiro filmes, especialmente se comparados a esse, soam como conto de fadas. Você conhece a pessoa dos seus sonhos em um trem, e aquilo dura por maravilhosas horas sem promessa nenhuma. Você reencontra essa pessoa anos depois com a promessa de viverem "felizes para sempre". E aí a meia-noite se aproxima, e o universo (ou seja lá quem for) te lembra que não é bem por aí. Pra essa relação funcionar, a paixão, o amor, uma família linda não são ingredientes suficientes. A mágica não perdura só porque ela aconteceu uma vez... Ao contrário, ela é construída à base de esforço mútuo. O filme lembra o tempo todo que se relacionar demanda trabalho duro: Menos loucura da Celine, menos egoísmo do Jesse. E, do começo ao fim, uma concepção menos clássica (e menos machista, é claro) do que são o amor e o romance. Isso é sensacional... E com o plus dos diálogos, que continuam finíssimos como no primeiro e segundo filmes. Aquela mesa de almoço, por exemplo, c om um casal jovem, prático, do século XXI, outro casal que chegou ao fim com a morte (e, assim, só restou espaço pra lembrar as boas coisas), tantas diferentes relações caminhando à sua maneira, seja pelo Skype ou negociações à faca.... Ou ainda quando a Celine lembra que as gêmeas passam o tempo todo falando sobre casamento, mesmo quando o desenho em questão é o Pato Donald (baita crítica!)... Enfim, acho que superação, em qualidade e profundidade, são o grande ganho desse filme. E é difícil se superar em algo que o público sempre julgou que não podia ser melhor! É, enfim, a história de amor em que a magia não meteu mais o seu bedelho, mas que continua existindo, nem sempre firme, mas forte, porque Celine e Jesse se esforçam pra fazer acontecer.
O Que Nós Fizemos no Nosso Feriado
3.7 270 Assista AgoraUma delícia!
50%
3.9 2,2K Assista AgoraTenho me emocionado muito com esses filmes que não fazem mais do que narrar um episódio da vida de alguém. É como se a película dissesse "isso aí, a vida é isso aí, podia ser com você..." ou "você certamente já passou por uma dessas, senta aí, vamos compartilhar isso...". Pelo menos por agora tenho preferido isso aos enredos enormes que não caberia numa vida normal. Acho que quem avalia como um filme bobo e previsível não tá de todo errado, mas também acho que um final muito surpreendente, uma evolução muito cheia de reviravoltas não colaria. A sutileza (e a normalidade até) do 50/50 é a sua carga de emoção. A sensação de que a história do Adam podia ser a de um amigo que a gente tem, que a mãe dele é igualzinha à nossa, enfim... Demorei muito pra assistir, e faço parte do grupo que recomenda fortemente.
Les Adoptés
4.0 81Nada grandioso. Lindo justamente por isso.
Amorosa Soledad
3.2 121Doce, sutil, sincero. Não sei se estou falando do filme ou da própria Soledad. Que delícia.
Pelos Olhos de Maisie
4.1 472 Assista AgoraApaixonada por esse filme e pela leveza na vida das crianças. Lindo!
Turista Espacial
4.3 236Lindo!
O Amor É um Crime Perfeito
3.2 26 Assista AgoraPra quem, como eu, prefere o suspense da dúvida ao suspense da tensão, esse é um filme a ser assistido. O enredo prende sem forçação de barra, o desfecho é excelente, e o pulo do gato é a atmosfera psicológica criada. Antes de ser sobre um crime, esse é um filme sobre culpa, tensão, frieza. E trilha e fotografia (quanto branco!) também ajudam a construir essa atmosfera. Mais que recomendo!
Azul é a Cor Mais Quente
3.7 4,3K Assista AgoraAcabo de chegar do cinema. Arrebatada. Sem acreditar que passei quase três horas na sala. Azul é a Cor mais quente é um filme muito denso, penetrante e, ao mesmo tempo, cheio de pequenos detalhes. A mim chamou atenção a forma como o diretor conseguiu amarrar o amadurecimento de Adèle, o preconceito (esse não muito explorado) quanto ao relacionamento lésbico e a diferença gritante entre o mundo das personagens - o que é, pra mim, ponto chave do filme. O aniversário de Emma é o suprassumo dessa relação de classe: enquanto todos os artistas
embarcam numa discussão "ultraculta" sobre esse ou aquele pintor, as mesmas bocas que falam sobre o assunto que Adele não domina se deliciam com o macarrão que não foi feito por nenhum deles, mas por ela.
A construção das personagens também é excelente. Adèle brilha. Se alguns a consideraram sonsa, eu diria que ela é absolutamente forte dos 15 anos até os 18, 21, 23... quem consegue saber com quanto anos ela está ao fim do filme? Emma também é uma personagem completa, seus sorrisos e olhares cumprem uma função que é nos fazer entender porque Adèle se apaixonou e continua apaixonada... E, se a personagem é 'distante' isso nos ajuda a sentir a solidão de Adèle, que não tem espaço em seu mundo. Ainda assim, a
lágrima singela de Ema (nada comparado ao derrame de lágrimas de Adèle), certamente nos convence.
É impossível não comentar a cena de sexo, cercada de polêmicas. As cenas são lindas, rompem com a ideia (que alguns ainda cultivam) de que o sexo lésbico é monótono ou restrito. mas, ainda assim, considerei apelativa. Não tira o brilhantismo nem profundidade do filme, ainda bem, mas sobrou a sensação de que ela está ali, desenhada daquela forma exata, tão viva, escancarada para "bombar" a divulgação e a crítica, não é tão necessária ao enredo, apesar de linda.
No mais, como ponto fraco (mas que sequer arranha a obra) a passagem do tempo é muito incerta. D
e repente desaparece a escola, e os pais, e elas moram juntas, e a fliha de Lise tem tres anos... Enfim,
No mais, Azul é a Cor Mais Quente não é, nem de longe, um "pornô lésbico". Seria resumir demais todo o roteiro. Seria injusto. É um filme, na minha opinião, sobre Adèle. Uma menina trabalhadora, que realmente gosta da coisa "simples" que faz e amadurece ao longo das três horas de fita, se descobrindo homossexual e verdadeiramente apaixonada por uma mulher de outro mundo.
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Tão Forte e Tão Perto
4.0 2,0K Assista AgoraAinda não consegui terminar. Ele melhora com o desenrolar da história?