João Marcos Flores

Com Batman Begins (2005) e O Cavaleiro das Trevas (2008), Christopher Nolan elevou os filmes de super-herói a um nível de complexidade narrativa e moral jamais visto na história do Cinema. Evitando colocar a ação e os efeitos especiais no centro de seu projeto, o cineasta britânico decidiu ancorar sua história essencialmente absurda em um universo cruel e realista que, mesmo povoado por criaturas fantásticas como o Espantalho ou o Duas-Caras, buscava investigar as relações de poder que nos definem como sociedade enquanto criava personagens dramáticos que agiam de acordo com sua própria psicologia, raramente carregando a alcunha de “heróis” ou “vilões”. Em O Cavaleiro das Trevas Ressurge, conclusão desta que deve se estabelecer como a trilogia definitiva do Homem-Morcego no Cinema, Nolan se beneficia do realismo e da sensação de urgência estabelecidos pelos capítulos anteriores para comandar um longa mais épico e espetaculoso e menos intimista do que eles, sem que para isso precise abrir mão da seriedade com que sempre tratou tanto os conflitos internos vividos por Bruce Wayne quanto os problemas sociais enfrentados por Gotham.

crítica completa:

Aliás, gente dizendo que quem não gostou do filme é porque não curte o estilo do diretor nunca deve ter visto nada dele, já que essa droga não tem nada de semelhante com as suas antigas comédias melodramáticas.

Aliás, o comecinho da crítica:

A auto-indulgência de Pedro Almodóvar chegou ao seu limite. Desde Volver (2006) sem dirigir um bom filme e desde Tudo Sobre Minha Mãe (1999) sem dar indícios do gênio que muitos costumam atribuir a ele, o cineasta espanhol parece tão encantado com o próprio estilo que decidiu abrir mão de qualquer tipo de ambição narrativa em seus projetos, confiando que o simples fato de trazerem seu nome nos créditos iniciais (cada vez em letras maiores, vale dizer) garantirá seu sucesso comercial e de crítica. E para aqueles que considerarão um exagero eu começar este texto desta forma, já que estamos falando apenas de um segundo tropeço consecutivo do diretor, a questão é que o melodramático Abraços Partidos e, principalmente, este bizarro A Pele Que Habito não são apenas meros tropeços; são verdadeiros desastres que não recebem o desprezo merecido justamente por serem dirigidos por Almodóvar.