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3 years Belém - (BRA)
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Compartilharei minhas impressões sobre os filmes que já assisti, faço da honestidade a base de minhas análises, não pretendo formular críticas "profissionais", pois estou aquém de estudos acadêmicos referentes ao cinema, de tal modo, que apenas posso argumentar como receptora desta arte.

Eu, a espectadora perspicaz ao enredo, a construção dos diálogos, ao figurino, a interpretação dos atores, a trilha sonora e as paisagens!

Sinto-me à vontade para interagir com os demais colegas que participam do Filmow para troca de impressões e outros, e espero que também, possam sentir-se de tal modo.

Sejam bem-vindos!

Últimas opiniões enviadas

  • Joy

    Há duas dimensões a serem consideradas para compreender o filme, e ambas estão relacionadas a Patrick Bateman. Primeiro, o círculo social, o tipo de trabalho e o estilo de relacionamentos afetivos; segundo, o emocional, o sentimento e a profundidade das relações – de amizade ou não. Assim, podemos perceber o embate entre o exterior e o interior de um ser humano, onde o que está por fora é supervalorizado em detrimento do que está por dentro - que está doente e morrendo.

    O filme é rico neste modo de expressão, traz à tona como uma geração tenta conciliar valores tradicionais – que fazem parte de ser bem ajustado na sociedade anos 80 – ao mesmo tempo em que cede aos excessos da década. Todos usam drogas, todos disputam reservas nos melhores restaurantes, todos traem, todos são invejosos. Em cenas pontuais, podemos notar bem isso: quando Patrick convida Courtney – que é amante dele e melhor amiga de sua noiva – para jantar em um restaurante caro, ela muito drogada comenta: “Só quero ter um filho, ou dois... perfeitos, filhos.”

    Mas vamos do começo, Patrick Bateman mora num apartamento caro, localizado em um bairro de classe média alta, faz dieta, exercícios físicos, usa máscara facial para cuidar da pele, veste roupas de grife, tem uma noiva bonita e ganha bem. Porém, olhe mais de perto, o filme traz cenas sutis que denunciam críticas sociais, todos os requisitos para ser alguém bem-sucedido estão preenchidos em Patrick Bateman, mas há algo nele que nunca foi desenvolvido, o interior é oco, não consegue amar, não sente empatia por ninguém, na verdade nem tem amigos, ele sabe disso e não sabe lidar, por isso se considera um monstro, mas isso também não o incomoda.

    Pessoalmente, achei inteligente a forma como construíram as cenas de troca de nomes, acontece durante todo o filme, parecia estranho os nomes serem constantemente confundidos entre eles, entretanto, isso significa a superficialidade das relações, quando a identidade mais personalista e marcante de uma pessoa, o nome, não é sequer importante para ser lembrado, então o indivíduo é diminuído, é apenas mais alguém para exibir vaidades, roupas caras, óculos de grife e cartões de visita.

    Patrick Bateman é um cara rico e viciado, a sudorese facial é consequência do uso da cocaína, as cenas de homicídio nunca ocorreram de fato, são apenas expressões que o filme utiliza para representar a fúria e decadência interiores de Patrick Bateman. A morte do mendigo – por exemplo – aconteceu após uma guerra velada por qual cartão de visita era o mais bonito, a brutalidade interior foi acesa por uma competição de quem era o melhor, então é representada no assassinato, que não ocorreu realmente, apesar de revelar o que ele sente e gostaria de fazer com seus colegas de trabalho. Você é melhor do que eu? Morra! Assim como ele nunca matou Paul Allen, apenas achava que ele merecia morrer por ser arrogante, ele arrasta o corpo e deixa um rastro de sangue, que logo desaparece. Também não eliminou mulher alguma, apenas as desprezava a ponto de “matá-las” – simbolicamente – de sua vida.

    Ele é um cara acuado pelo sistema, pressionado para viver de acordo com os ditames da época, é possível que o seu eu mais humano seja aquele que faz análises das letras de músicas e seja considerado meio brega por quem o ouve, talvez patético, ninguém está interessado.

    Quando ele liga para o advogado e revela seus inúmeros assassinatos, na realidade, está num surto psicótico provocado pela dependência em cocaína – a sudorese é intensa – ele diz que se chama Davis e que matou Bateman, claro que o advogado não acreditou e achou que se tratava de uma piada, mas este é o ponto chave do filme, Bateman liga se passando por outra pessoa e diz que matou a si mesmo, ele precisa ser parado porque está se autodestruindo, é um pedido de socorro e uma constatação de que afinal, ele não passa de uma pessoa insignificante para os outros, não interessa onde ele mora, com que ele transa, quanto ele ganha, o quanto ele se esforça para ser notado e ter sucesso, reduzido pela percepção alheia como chato, covarde, inútil, um imbecil a mais no mundo, sem nada de especial ou diferente, menos importante que Bryce ou McDemontt!

    No fim, ele reflete: “Não há mais barreiras a transpor. Tudo que tenho em comum com o incontrolável, o insano, o perverso e o maligno, toda a carnificina que causei, e minha total indiferença, eu agora ultrapassei. Minha dor é constante e aguda e não quero um mundo melhor para ninguém. Na verdade, quero infligir minha dor aos outros. Não quero que ninguém escape. Mas mesmo depois de admitir isso, não há catarse. Meu castigo continua a fugir de mim e não obtenho conhecimento mais profundo de mim mesmo. Nada pode ser extraído do que digo. Esta confissão nada significa.”

    Bateman apenas causa mal a si mesmo.

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  • Joy

    Há uma frase que diz “quem não compreende um olhar, tampouco compreenderá uma longa explicação”. Vicky Cristina Barcelona é isso, apenas um pequeno olhar na imensidão do amor, por isso não pretende explicá-lo com um punhado de pensamentos de exagerado retórico, quer apenas percebê-lo e estar próximo a nós.

    O enredo é simples e as reflexões são comuns a todos. As personagens Vicky e Cristina são antagônicas, representam respectivamente a razão e a emoção que coexistem dentro de cada pessoa, portanto, Vicky somos nós, mas Cristina, também. Woody Allen apresentou as mulheres como individuais, mostrando-nos, de maneira mais direta, os embates que travamos em nossas mentes.

    Ser prudente ou agir por impulso? Aventurar-se ou não arriscar? Ceder à sedução ou resisti-la?

    Vivenciar esta história nos ares de Barcelona foi acertado, pois reza a lenda que lá é quente e sensual, as paisagens mediterrâneas são um convite ao romance idealizado, porém, a cidade de Oviedo, apresentada de forma irresistível e atrevida por Juan, quando no restaurante, ele convida Vicky e Cristina para conhecê-la, não é somente a cena mais emblemática do filme, é a síntese de sua essência.

    “- Eu gostaria de convidar as duas a irem comigo à Oviedo”. [...]
    “- O que tem em Oviedo?.
    “- Vou ver algumas esculturas que é bem inspirador para mim, esculturas muito lindas, vocês irão adorar”. [...]
    “- Mostrarei os arredores da cidade, comeremos bem e beberemos bom vinho e faremos amor”. [...]
    “- Por que não? A vida é curta. A vida é estilo. A vida é cheia de dor. Isso é uma chance de ter algo especial”.

    Oviedo é um daqueles lugares com arquitetura charmosa, igrejas antigas, cores mais vivas, culinária interessante, lindos campos verdes! Parece ser feito para revigorar a paixão e o romance. Entrelaçar um casal latino de artistas – que vivem entre a atração e a repulsa - a duas jovens estrangeiras é provocativo, e nos envolve despretensiosamente, como as músicas espanholas.

    É todo feito para o vinho, para o som da guitarra espanhola, para avistar o mar num fim de tarde, para o beijo, para criar memória e tudo mais que nos faça tocar o Céu e o Inferno de uma relação.

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  • Joy

    O primeiro contato que tive com a família Corleone, foi por meio do clássico livro de Mario Puzo e a narrativa não é algo que possamos ignorar, no decorrer da história, somos completamente fisgados! De repente, tudo torna-se hipnótico e os personagens memoráveis!

    Quando se tem contato com livros de ficção tão bem escritos como este, certamente não alimentamos expectativas quanto ao filme, no entanto, Francis Ford Coppola conseguiu capturar o espírito da coisa! A simultaneidade da cena do batizado do sobrinho de Michael Corleone e as execuções encomendadas a mando dele, resumem bem o agir de Michael, um dual de extremos. Na frente da igreja com o sacramento finalizado, Michael Corleone é discretamente avisado por um membro da família Corleone de que o trabalho está feito. Mas o olhar de Michael é de uma prudência precisa, sua discrição é algo natural e sua frieza adquiriu o cálculo necessário para dirigir os negócios da família. Não há excessos em Michael Corleone, tudo é exato!

    O fascínio que este filme exerce está na maneira como as coisas são resolvidas entre as famílias, tudo fica restrito ao universo masculino, e quando um homem vai morrer, geralmente por traição a família ou por associação mal feita em uma jogada desprezível, não há alarde, uma vez cercado sem violência, o condenado parece aceitar passivamente o seu destino, um deles afirmou, quase se desculpando: "Diga ao Michael que eram apenas negócios, sempre gostei dele."

    Michael Corleone é um homem respeitável, sua precisão é cirúrgica, anuncia a morte ao seu traidor sem desviar o olhar, não é o olhar de um louco, é o olhar de um lobo - dual, calmo e astuto - a agressividade controlada na medida certa, isso porque Michael é protetor, não violento. Há uma dignidade nele, uma elegância discreta em suas ações, somos levados a pensar que não cabe chamá-lo simplesmente de assassino, pois assassinos não costumam ter este porte régio.

    Ver Michael resolver uma situação é viciante, ele mente algumas vezes, quando sua esposa Key perguntou-lhe se era verdade o que as capas de jornais noticiavam sobre ele, ele respondeu-lhe sem alterar-se: "Não".

    Eu não consigo decifrá-lo, seria por piedade? Seria cinismo? De uma coisa tive certeza, Michael Corleone mente porque faz parte do jogo, isso porque ele não é falso, ele é protetor, apenas um homem de negócios cuidando dos interesses da família.

    O livro é para ler e reler e o filme é para ver e rever! Ambos não podem faltar no seu acervo!

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  • Nenhum recado para Joy.

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