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Joinville - (BRA)
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Últimas opiniões enviadas

  • Jonatan Scheidemann

    Não é ruim como os comentários e a opinião popular fazem parecer, aliás o filme goza de relativo reconhecimento da crítica.

    O filme possui qualidades que podem não ser percebidas por um público desatento: a subjetividade e as interpretações variadas são atrativos. Nesse quesito, é interessante notar como o ambiente inóspito pode acentuar a fragilidade de mentes já tragicamente marcados por traumas passados, expandindo as possibilidades de leitura do expectador: se num olhar rápido você pode enxergar as condutas de determinado personagem sob a justificativa de um transe psíquico acelerado pela exposição ao mercúrio, noutra é possível interpretar como a impossibilidade desse em viver no convívio das lembranças de seus próprios atos trangressores (e aqui não necessariamente legais, mas especialmente morais). Nesse ponto, inclusive, resta implícito uma possível relação homossexual entre dois personagens que compartilham fardos parecidos e que encaram essa relação como um pecado oriundo da suas incapacidades em lidar com a solidão e que, portanto, precisa ser expiada e silenciada (não à toa há muitos elementos cristãos no filme, desde um crucifixo na cabeceira, até o presságio das gaivotas e a pequena capela que serve de confinamento para ambos).

    Por outro lado, o filme peca em dar fluidez aos acontecimentos, ao mesmo tempo em que a subjetividade interpretativa dá lugar a pequenos furos narrativos, apesar de manter a tensão e a expectativa alta em boa parte dos seus 107 minutos.

    No geral, é um bom filme, com atuações sólidas; uma ambientação capaz de evocar o ambiente inóspito, e um roteiro que tira o expectador do lugar comum.

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  • Jonatan Scheidemann

    "We all pay for broken mirrors, dear." Talvez essa frase dita pela personagem interpretada por Diana Rigg (no que acabou sendo seu último trabalho) sintetize muito bem o drama psicológico elaborado por Edgard Wright em forma de alegoria. Ao retratar inicialmente Eloise como uma personagem segura do que quer para a vida, "Last Night in Soho" ao mesmo tempo não nos poupa esforços em mostrar os perigos que espreitam a mente do ser humano (especialmente de uma jovem adolescente) quando nos deparamos com processos de grande transformação. Daí que a mudança (inicialmente) física de uma pequena cidade no interior da Inglaterra para Londres faz com que Eloise (personagem interpretada de forma segura por "Thomasin Mckenzie") experimente os gostos mais ambíguos dessa transformação: assim como é capaz de se maravilhar com o processo criativo que começa a aflorar em virtude de um conhecimento que só poderia ser transmitido numa cidade cosmopolita e vibrante como Londres, também passa a ser assombrada pelos fantasmas da insegurança e do fracasso, além dos temores inevitáveis que atormentam qualquer jovem mulher numa grande cidade. Sim, "Last Night in Soho" também é explícito em denunciar os abusos machistas da sociedade londrina de hoje e de décadas passadas, fazendo com que esse seja o principal elemento do terror psicológico sofrido pela personagem. Porém, como já dito, não o único. Se tem um ponto que o filme funciona admiravelmente bem é em mostrar as fragilidades mentais que a protagonista está sujeita (assim como também os seus potenciais artísticos) a partir de um prisma fantasioso, no qual desloca o expectador diretamente para a mente da personagem, experimentando e saboreando os seus sonhos e agoniando com seus pesadelos. Assim, o "alter ego" de Eloise (Sandie) se mostra encantadora, forte, convicta e decidida, iluminando as ruas de um cenário inserido num passado que ela só poderia experimentar em sonhos, mas do qual desejaria ter feito parte. Esse cenário, porém, muda (ou será que não foi sempre assim?), revelando uma sociedade misógina e cínica, capaz de destruir as mentes femininas mais brilhantes e seguras em prol de uma mera satisfação erótica. O que na primeira metade do filme nos parece uma formidável alegoria para a mente ambígua da personagem (e eu diria de qualquer ser humano), sujeita aos maiores potenciais artísticos, ao mesmo tempo que é facilmente capaz de se auto sabotar pela insegurança e pelo medo no fracasso (e também pelos contingentes do meio social), "Last Night in Soho" peca ao trazer uma reviravolta desnecessária a trama na sua parte final. Assim, se por boa parte do filme somos encantados com aquela atmosfera embriagante e mágica da saudosa Londres dos anos 60, e também, contraditoriamente, pelas suas fascinantes perturbações, no trecho final temos que nos contentar com uma simples trama policial, a qual não deixa de ser eficiente, mas só nos faz querer revisitar aquele passado que uma vez parecera ser a entrada de uma complexa mente feminina.
    Obs: o trabalho artístico do filme é impecável, a direção engenhosa (os recursos de espelhos usados é narrativamente muito rico), e a interpretação de Anya Taylor-Joy é formidável.

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  • Jonatan Scheidemann

    Apesar de adorar o gênero Western, esse filme é um amontoado de clichês muito mal empregados, atuações patéticas, roteiro preguiçoso, e, o pior de tudo: um apelo forçadíssimo pelo não cumprimento da lei por personagens que supostamente (filme nem consegue trabalhar bem esse aspecto) acreditam que a principal barreira para a eficiência da justiça é o próprio cumprimento da lei, mesmo eles fazendo parte direta ou indiretamente das instituições que deveriam zelar por ela.

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  • Nenhum recado para Jonatan Scheidemann.

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