Um outro aspecto que eu não curti foi ver como as personagens femininas são retratadas no anime. Primeiro cabe apontar que há uma infinidade de personagens masculinos super complexos, mas só duas personagens femininas foram relevantes para a história de fato. Dentre essas duas personagens, a Misa Amane é retratada simultaneamente de forma infantilizada e hiperssexualizada, além de ser uma personagem que vive em função de um personagem masculino, em um nível que só a fantasia da mente masculina pode projetar mesmo, rs. A outra personagem feminina de destaque, que foi a jornalista, também é retratada como alguém que vive aos pés do personagem masculino. Enfim, vai ter gente que vai achar o meu comentário uma bobagem, mas o audiovisual ajuda a construir o nosso imaginário sobre certos grupos, então acho que algumas representações não podem passar despercebidas e livres de críticas.
Já me emocionei muito com This is Us, mas uma coisa que eu percebi após 3 temporadas e que me incomoda muito é que as personagens femininas da série basicamente se resumem ao papel de mãe e esposa. A Rebecca é o principal exemplo disso.
99% das cenas da Rebecca na série são dela cumprindo o seu papel de mãe ou falando/se relacionando com o Jack. Há algumas poucas cenas que falam sobre a carreira musical dela, mas é muito pouco. A Kate na primeira e na segunda temporadas tem uma historia interessante sobre o peso dela, que é uma questão que afeta muitas mulheres e que é importante ver retratada em obras audiovisuais. Mas nessa temporada ela também passa a ser reduzida ao papel de mãe. E diga-se de passagem, de uma forma super romantizada. Uma mulher obesa de 38 anos tenho um filho é algo extremamente perigoso e improvável, e eu não gostei da forma como a série aborda esse momento. A Beth é outra cuja história gira em torno do Randall. A série até fala um pouco sobre a história dela com o balé, mas é o mesmo caso da Rebecca, o balé/música é tratado de maneira superficial, como um acessório só pra não dizer que a narrativa dessas personagens gira 100% em torno dos papéis de mãe e esposa. A Zoe é uma personagem que poderia ser interessantíssima. Poderia ter tido sua história de abuso mais explorada, dentre outras nuances. Mas parece que ela foi cortada da série depois de justamente dizer que não quer ser mãe. A amiga da Kate também poderia ter tido sua história de bulimia mais explorada. Em contrapartida, o Jack e o Randall, além de serem retratados como pais perfeitos, têm vida além do casamento. O Jack tem a história do Vietnã, que foi extensamente desenvolvida na série, o conflito com o pai, as cenas dele no trabalho, etc. O Randall tem a história da adoção, de ter conhecido o pai biológico, de ter ansiedade, de ser bem-sucedido no trabalho, de ter se tornado vereador. Os homens da série são multifacetados, as mulheres, não.
Mas bem, a série foi escrita por um homem e ele visivelmente transparece a sua visão sobre as mulheres.
O único defeito dessa série pra mim é a Mandy Moore interpretar a Rebecca quando velha. Soa até caricato. Poderiam ter escolhido outra atriz que realmente tivesse a idade da personagem...
Todos deveriam assistir essa série, especialmente quem é professor ou estudante de licenciatura. Merlí traz ótimas reflexões sobre filosofia, educação, capitalismo e relação entre pais e filhos. Eu amo o fato de que a série fala sobre autores que eu só fui conhecer na faculdade, como Debord e Foucault. A última cena da 1ª temporada é uma das coisas mais lindas que eu já vi em obras audiovisuais.
Lixo total. Atuam mal, cantam mal, tem tanta gente talentosa nesse país, e foram escolher justo esses pseudo-artistas que não sabem fazer nem um, nem outro.
Death Note (1ª Temporada)
4.6 779 Assista AgoraGostei bastante. Apesar de achar que o anime ficou corrido demais e meio perdido na teia de informações após
a morte do L.
Um outro aspecto que eu não curti foi ver como as personagens femininas são retratadas no anime. Primeiro cabe apontar que há uma infinidade de personagens masculinos super complexos, mas só duas personagens femininas foram relevantes para a história de fato. Dentre essas duas personagens, a Misa Amane é retratada simultaneamente de forma infantilizada e hiperssexualizada, além de ser uma personagem que vive em função de um personagem masculino, em um nível que só a fantasia da mente masculina pode projetar mesmo, rs. A outra personagem feminina de destaque, que foi a jornalista, também é retratada como alguém que vive aos pés do personagem masculino. Enfim, vai ter gente que vai achar o meu comentário uma bobagem, mas o audiovisual ajuda a construir o nosso imaginário sobre certos grupos, então acho que algumas representações não podem passar despercebidas e livres de críticas.
This Is Us (3ª Temporada)
4.5 260 Assista AgoraJá me emocionei muito com This is Us, mas uma coisa que eu percebi após 3 temporadas e que me incomoda muito é que as personagens femininas da série basicamente se resumem ao papel de mãe e esposa. A Rebecca é o principal exemplo disso.
99% das cenas da Rebecca na série são dela cumprindo o seu papel de mãe ou falando/se relacionando com o Jack. Há algumas poucas cenas que falam sobre a carreira musical dela, mas é muito pouco. A Kate na primeira e na segunda temporadas tem uma historia interessante sobre o peso dela, que é uma questão que afeta muitas mulheres e que é importante ver retratada em obras audiovisuais. Mas nessa temporada ela também passa a ser reduzida ao papel de mãe. E diga-se de passagem, de uma forma super romantizada. Uma mulher obesa de 38 anos tenho um filho é algo extremamente perigoso e improvável, e eu não gostei da forma como a série aborda esse momento. A Beth é outra cuja história gira em torno do Randall. A série até fala um pouco sobre a história dela com o balé, mas é o mesmo caso da Rebecca, o balé/música é tratado de maneira superficial, como um acessório só pra não dizer que a narrativa dessas personagens gira 100% em torno dos papéis de mãe e esposa. A Zoe é uma personagem que poderia ser interessantíssima. Poderia ter tido sua história de abuso mais explorada, dentre outras nuances. Mas parece que ela foi cortada da série depois de justamente dizer que não quer ser mãe. A amiga da Kate também poderia ter tido sua história de bulimia mais explorada. Em contrapartida, o Jack e o Randall, além de serem retratados como pais perfeitos, têm vida além do casamento. O Jack tem a história do Vietnã, que foi extensamente desenvolvida na série, o conflito com o pai, as cenas dele no trabalho, etc. O Randall tem a história da adoção, de ter conhecido o pai biológico, de ter ansiedade, de ser bem-sucedido no trabalho, de ter se tornado vereador. Os homens da série são multifacetados, as mulheres, não.
Mas bem, a série foi escrita por um homem e ele visivelmente transparece a sua visão sobre as mulheres.
This Is Us (1ª Temporada)
4.7 779 Assista AgoraO único defeito dessa série pra mim é a Mandy Moore interpretar a Rebecca quando velha. Soa até caricato. Poderiam ter escolhido outra atriz que realmente tivesse a idade da personagem...
Merlí (1ª Temporada)
4.5 220Todos deveriam assistir essa série, especialmente quem é professor ou estudante de licenciatura.
Merlí traz ótimas reflexões sobre filosofia, educação, capitalismo e relação entre pais e filhos. Eu amo o fato de que a série fala sobre autores que eu só fui conhecer na faculdade, como Debord e Foucault. A última cena da 1ª temporada é uma das coisas mais lindas que eu já vi em obras audiovisuais.
Eu, a Patroa e as Crianças (5ª Temporada)
4.3 136Até hoje eu não entendo o porquê dessa série ter sido cancelada. :/
Rebelde
3.3 184Lixo total. Atuam mal, cantam mal, tem tanta gente talentosa nesse país, e foram escolher justo esses pseudo-artistas que não sabem fazer nem um, nem outro.