Um filme que aborda um tema difícil, para além do aborto, sobre a liberdade das mulheres. Anne é uma mulher se descobrindo, e com extrema paixão pela literatura. O filme transparece em cena a agonia de Annie, e a sensibilidade e força que ela tem ao mesmo tempo. É delicado como o filme aborda a crescente da gestação com o crescimento de Anne buscando a liberdade. Liberdade de decidir quem é, de ser o que quiser e explorar seu EU como todo. Anne elogia Sartre, e isso também se baseia a essência do filme e da personagem. Em uma das aulas a temática principal do filme é revelada. Quando Anne explica sobre o poema da aula, ela diz, que o poema é político, para além das descrições românticas. Este filme é para além das questões sentimentais, que são muitas, esse filme é sobre a política misógina e arcaica que ainda nos cerca em pleno 2022. Para mim, um incrível filme em sua narrativa, personagens, e a delicadeza de como a diretora conduz o filme. O filme é feito pelas suas nuances e detalhes. A ideia da liberdade permanece até os últimos instantes do filme. A liberdade de não ser presa ainda é imposta pelas mãos de um médico. A representação do vestibular é a única coisa que Anne pode conquistar por ela mesma, e isso é a liberdade para essa personagem.
Não pude deixar de deixar minha avaliação crítica sobre esse filme ~contém spoilers~.
O filme começa numa intensa e emotiva cena do parto de Martha, toda emoção é refletida a partir da câmera na mão e planos sequências que deixam o espectador ali, presente na cena. A interpretação de ambos os atores é tocante e realista. Shia Labeouf, um ator carismático com entonação de voz característicos, surge como sempre preenchendo o espaço muito bem (para mim, Shia é um dos melhores atores dessa geração).
Vanessa Kirby foi uma surpresa, assisti alguns filmes com ela em alguns papeis secundários, e nesse papel senti muita veracidade em seus gestos e falas, * A CENA DO PARTO É UMA ALEGORIA A PARTE *.
O filme constrói diversas metáforas para ilustrar sentimentos e construção do tempo como, a personagem de Vanessa, Martha, começar a se interessa por plantar, germinar.. isso seria uma metáfora obvia para gravidez mas como ela reinterpreta o que são as tais sementes.
Também há um metáfora mais realista para a construção de tempo, feita através da construção da ponte, onde em uma das últimas cenas há o término de sua construção, e também da linha narrativa da própria personagem.
O filme também revela a ''germinação'', ''construção'', das personagens femininas. A linhagem de mãe/filha/irmã/prima. Ondem há competições internas e dualidades por conta das filhas ou para agradar a mãe ou por não se sentir aceita e da mãe/filha na questão der controladora, onde a filha simboliza a derrota em sua vida. Além disso, há a constante e sutil diferença entre como as mulheres são , pensam e agem.
Apesar de ser um filme com muitos pontos altos e temática sensível e emotiva, o filme apresenta alguns pontos exagerados. A relação do casal se desvai ao longo dos meses, porém em algumas cenas eram previsíveis demais, e outras até pareciam não ter coligação com a cena inicial do filme, onde o personagem de Shia se apresentava ser um porto seguro, no final ele parece colocar seu orgulho muito mais a frente de qualquer outra coisa, colocando-o como até infantil. Para mim isso não convenceu, nem a interpretação de Shia conseguiu me fazer crer em algumas situações relativas ao personagem inicial até o que ele se torna.
Apesar das metáforas sutis da relação entre mãe e filha, o estereótipo de mãe egocêntrica com mil planos para filha, também me pareceu uma tentativa forçada de comoção. Não havia uma profundidade nessa história, foi bem mal explorado, tendo em vista que o filme abordava diversos assuntos pertinentes, talvez essa não tenha tido uma ligação tão forte a ponto de me convencer. O filme acaba abordando diversas perspectivas do que é luto, para mim teria sido muito mais interessante abordar através da perspectiva de Martha, e assim entender melhor suas relações.
Avaliando de forma geral, sua fotografia, interpretações e diálogos são ricos. Porém alguns enredos dentro dessa trama me pareceram estereotipados ou clichês em certos momentos. Talvez, pelo filme ter sido dirigido por um homem, ele não tenha conseguido abordar de forma tão profunda a sensação da perda e da personagem, tendo que colocar outras tramas para o filme ter ritmo, e também ele explorar campos mais ''fáceis'' de colocar na tela.
O filme consegue passar sentimentos mas pra mim faltou para ser uma obra prima, mas vale a pena assistir por conta do tema, cena de abertura e interpretações.
O filme tem uma fotografia incrível em preto e branco, a sequência de abertura é incrível, apresentando os contrastes sociais de Pernambuco sendo narrados através do poeme do personagem Zizo. O filme se encaminha muito bem em sua narrativa até o momento da chegada de Eneida, ele cria aspectos sociais de Pernambuco, principalmente questões de relacionamentos como a não monogamia, diferença de idades, gêneros. Após a entrada de Eneida creio que o filme se perde em sua narrativa (ou se adentra de uma forma mais violenta e até quase mecânica de como o sexo e refletido), para mim, uma mulher, foi uma leitura agressiva onde o argumento de naturalizar sexo, paixão, nudez, acabou se perdendo na numa narrativa onde o mundo de Zizo era somente Eneida. As atuações são incríveis, fotografia, mas o roteiro não me convenceu muito.
Um filme mágico! Ele é profundo mas delicado ao mesmo tempo, consegue ser engraçado e me comoveu tanto.. acho que foi justamente isso que o filme queria passar, a dualidade da vida, os detalhes.
O roteiro é original, os personagens são marcantes me ganharam, o filme é leve de assistir mesmo com o tema pesado. Amei de verdade!
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O Acontecimento
4.0 79 Assista AgoraUm filme que aborda um tema difícil, para além do aborto, sobre a liberdade das mulheres. Anne é uma mulher se descobrindo, e com extrema paixão pela literatura. O filme transparece em cena a agonia de Annie, e a sensibilidade e força que ela tem ao mesmo tempo. É delicado como o filme aborda a crescente da gestação com o crescimento de Anne buscando a liberdade. Liberdade de decidir quem é, de ser o que quiser e explorar seu EU como todo. Anne elogia Sartre, e isso também se baseia a essência do filme e da personagem. Em uma das aulas a temática principal do filme é revelada. Quando Anne explica sobre o poema da aula, ela diz, que o poema é político, para além das descrições românticas. Este filme é para além das questões sentimentais, que são muitas, esse filme é sobre a política misógina e arcaica que ainda nos cerca em pleno 2022. Para mim, um incrível filme em sua narrativa, personagens, e a delicadeza de como a diretora conduz o filme. O filme é feito pelas suas nuances e detalhes. A ideia da liberdade permanece até os últimos instantes do filme. A liberdade de não ser presa ainda é imposta pelas mãos de um médico. A representação do vestibular é a única coisa que Anne pode conquistar por ela mesma, e isso é a liberdade para essa personagem.
Pedaços De Uma Mulher
3.8 544 Assista AgoraNão pude deixar de deixar minha avaliação crítica sobre esse filme ~contém spoilers~.
O filme começa numa intensa e emotiva cena do parto de Martha, toda emoção é refletida a partir da câmera na mão e planos sequências que deixam o espectador ali, presente na cena. A interpretação de ambos os atores é tocante e realista. Shia Labeouf, um ator carismático com entonação de voz característicos, surge como sempre preenchendo o espaço muito bem (para mim, Shia é um dos melhores atores dessa geração).
Vanessa Kirby foi uma surpresa, assisti alguns filmes com ela em alguns papeis secundários, e nesse papel senti muita veracidade em seus gestos e falas, * A CENA DO PARTO É UMA ALEGORIA A PARTE *.
O filme constrói diversas metáforas para ilustrar sentimentos e construção do tempo como, a personagem de Vanessa, Martha, começar a se interessa por plantar, germinar.. isso seria uma metáfora obvia para gravidez mas como ela reinterpreta o que são as tais sementes.
Também há um metáfora mais realista para a construção de tempo, feita através da construção da ponte, onde em uma das últimas cenas há o término de sua construção, e também da linha narrativa da própria personagem.
O filme também revela a ''germinação'', ''construção'', das personagens femininas. A linhagem de mãe/filha/irmã/prima. Ondem há competições internas e dualidades por conta das filhas ou para agradar a mãe ou por não se sentir aceita e da mãe/filha na questão der controladora, onde a filha simboliza a derrota em sua vida. Além disso, há a constante e sutil diferença entre como as mulheres são , pensam e agem.
Apesar de ser um filme com muitos pontos altos e temática sensível e emotiva, o filme apresenta alguns pontos exagerados. A relação do casal se desvai ao longo dos meses, porém em algumas cenas eram previsíveis demais, e outras até pareciam não ter coligação com a cena inicial do filme, onde o personagem de Shia se apresentava ser um porto seguro, no final ele parece colocar seu orgulho muito mais a frente de qualquer outra coisa, colocando-o como até infantil. Para mim isso não convenceu, nem a interpretação de Shia conseguiu me fazer crer em algumas situações relativas ao personagem inicial até o que ele se torna.
Apesar das metáforas sutis da relação entre mãe e filha, o estereótipo de mãe egocêntrica com mil planos para filha, também me pareceu uma tentativa forçada de comoção. Não havia uma profundidade nessa história, foi bem mal explorado, tendo em vista que o filme abordava diversos assuntos pertinentes, talvez essa não tenha tido uma ligação tão forte a ponto de me convencer. O filme acaba abordando diversas perspectivas do que é luto, para mim teria sido muito mais interessante abordar através da perspectiva de Martha, e assim entender melhor suas relações.
Avaliando de forma geral, sua fotografia, interpretações e diálogos são ricos. Porém alguns enredos dentro dessa trama me pareceram estereotipados ou clichês em certos momentos. Talvez, pelo filme ter sido dirigido por um homem, ele não tenha conseguido abordar de forma tão profunda a sensação da perda e da personagem, tendo que colocar outras tramas para o filme ter ritmo, e também ele explorar campos mais ''fáceis'' de colocar na tela.
O filme consegue passar sentimentos mas pra mim faltou para ser uma obra prima, mas vale a pena assistir por conta do tema, cena de abertura e interpretações.
Febre do Rato
4.0 657O filme tem uma fotografia incrível em preto e branco, a sequência de abertura é incrível, apresentando os contrastes sociais de Pernambuco sendo narrados através do poeme do personagem Zizo. O filme se encaminha muito bem em sua narrativa até o momento da chegada de Eneida, ele cria aspectos sociais de Pernambuco, principalmente questões de relacionamentos como a não monogamia, diferença de idades, gêneros. Após a entrada de Eneida creio que o filme se perde em sua narrativa (ou se adentra de uma forma mais violenta e até quase mecânica de como o sexo e refletido), para mim, uma mulher, foi uma leitura agressiva onde o argumento de naturalizar sexo, paixão, nudez, acabou se perdendo na numa narrativa onde o mundo de Zizo era somente Eneida. As atuações são incríveis, fotografia, mas o roteiro não me convenceu muito.
Eu, Você e a Garota Que Vai Morrer
4.0 888 Assista AgoraUm filme mágico! Ele é profundo mas delicado ao mesmo tempo, consegue ser engraçado e me comoveu tanto.. acho que foi justamente isso que o filme queria passar, a dualidade da vida, os detalhes.
O roteiro é original, os personagens são marcantes me ganharam, o filme é leve de assistir mesmo com o tema pesado. Amei de verdade!