Lamisfranha

- Cena inicial do filme (por já saber que o Seita morre de fome) - inclusive recomendo, ao terminarem o filme, assistir novamente a primeira cena, terá um impacto gigantesco ao saber que na latinha de balas, o Seita tinha colocado as cinzas da irmã!

- Quando Setsuko está cavando um túmulo pros vagalumes, e revela que a tia DESGRAÇADA falou pra ela que a mãe deles tinha morrido e estava num túmulo... começa a chorar e diz "porquê os vagalumes tem que morrer tão cedo?". Essa frase já serve como um prelúdio da morte dos dois. Seita também começa a chorar e mente dizendo que a mãe está em um túmulo bonito em um cemitério arrumadinho (sendo que foi jogada em um buraco e queimada junto à dezenas de outros corpos.

- A cena onde o Seita, sem alternativa, vai roubar uma cana de um fazendeiro, é pego e espancado, e depois levado à delegacia. Setsuko tinha seguido ele, e quando ela o vê naquele estado, todo espancado e envergonhado, ele começa a chorar. O choro de um garoto de apenas 9 anos de frustração, vergonha, e sentimento de incapacidade de poder cuidar de si mesmo e de sua irmã, sem ao menos conseguir uma única refeição decente pra eles. Seita, chorando, abraça fortemente a irmãzinha.

- Toda a parte da decadência física da Setsuko até a morte é uma tortura (é difícil até de escrever aqui sem o olho marejar). Quando ela fica com diarréia por beber água do rio, piolhos, escaras, e magra à ponto das costelinhas aparecerem. Ela chega a delirar, fazer bolinhos de terra/carvão pra comer, tem desmaios, e o ápice disso é, alguns minutos antes de morrer, ela está chupando botões de camisa pensando que são balas. Enquanto Seita deixa uma melancia com ela pra ela ir comendo, e vai preparar galinha e ovos que conseguiu, ela morre - Ouvimos a frase "e ela nunca mais acordou". Quando eu lembro dela morta com aos mãozinhas segurando a melancia, dá um aperto no coração.

- O fim da guerra é anunciado, e vemos várias famílias chegando em casa, com seus pertences todos ali, tudo bonitinho, e vemos, logo abaixo, no bunker abandonado na beira do rio, Seita dormindo abraçado com o corpo da Setsuko. A cena dele cremando a irmãzinha, colocando ela no cestinho, olhando o rostinho dela pela última vez, e sentado ali o dia inteiro, é difícil de assistir.