A Família, minissérie documental lançada da Netflix, revela os bastidores de uma organização que tenta ditar os rumos políticos do mundo. Criada por Abraham Vereide e Doug Coe, o documentário, baseado no livro homônimo de Jeff Sharlet, expõe a forma de funcionamento da organização, que apela para a invisibilidade para conquistar influência entre as elites e os políticos de todos os países.
Com a sua expansão, a Confraria chega a inúmeros países do mundo, e um dos seus feitos é ter se encontrado com todos os presidentes dos EUA desde Eisenhower até Trump. O grande objetivo segundo Sharlet seria criação de uma nova ordem mundial, com ligação com os principais grupos e lideres empresariais, industriais e políticos do mundo.
Um dos eventos mais importantes realizados pela organização e negado veementemente é o National Prazer Breakfast, um evento que reúne os principais políticos conservadores, membros da elite e fundamentalistas religiosos. Ainda, a realização de grupos de oração, que ocorre no Congresso americano e com a eleição de Trump passa a ocorrer também dentro da Casa Branca, reúne adeptos do conservadorismo tanto do partido republicano quanto democrata para "rezar por Jesus". Ou seja, abertamente há uma defesa de ideais religiosos e tradicionais da família dentro da esfera pública institucional.
Ao estreitar laços com políticos de outros países, o intuito do grupo é conectar redes de fundamentalismo religioso para tocar a agenda do grupo. Uma das influências da Confraria foi a criação de uma lei que proíba o casamento gay em Uganda e na Romênia. Inclusive pode se dizer que a política externa é uma dos temas de maior interesse do grupo. Em seu surgimento com discurso de combater o comunismo russo, após o fim da URSS, Putin passa a ser uma das figuras mais admiradas por conservadores americanos, com profundas ligações entre a Confraria e o governo americano e russo, com uma espiã russa que chegou a participar do evento nos EUA além de se reunir com membros dos principais partidos russos.
O amplo repertório de conexões envolve desde grupos fundamentalistas e bélicos até ligação com políticos autoritários e regimes ditatoriais. Ao confundir governo e a organização, transparece dúvidas a respeito de sua invisibilidade, se de fato a organização existe e atua desse modo, ou como se diz em certo momento do documentário, o objetivo é uma fusão entre Igreja e Estado.
Aliás, vemos que em um dos primeiros momentos do seu início da organização o pretexto para criar a organização era o combate ao sindicalismo, que eram na visão de Vereide inimigos de obras satânicas, em que no contexto da grande depressão os sindicatos nos estados do oeste americano se organizaram para fazer greves.
O caráter hierárquico da organização reflete por exemplo na restrição da atuação das mulheres, que teriam o papel de servir aos principais líderes e gerar filhos.
Em um vídeo de arquivo, Doug Coe cita abertamente a invisibilidade da máfia como espelho para sua organização. Percebe-se que o eixo fundamentalista religioso é sem dúvida um dos pilares de sustentação do governo de Trump e outros ao redor do mundo também.
A ascensão da Família coincide em um momento de ascensão da extrema direita ao poder no mundo e confirma a tese de que não há qualquer chance de diálogo com esse setor, que quer impor sua religião como política de estado a toda população.
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The Family - Democracia Ameaçada (1ª Temporada)
3.4 19"Sem organização, sem membros, sem publicidade."
A Família, minissérie documental lançada da Netflix, revela os bastidores de uma organização que tenta ditar os rumos políticos do mundo. Criada por Abraham Vereide e Doug Coe, o documentário, baseado no livro homônimo de Jeff Sharlet, expõe a forma de funcionamento da organização, que apela para a invisibilidade para conquistar influência entre as elites e os políticos de todos os países.
Com a sua expansão, a Confraria chega a inúmeros países do mundo, e um dos seus feitos é ter se encontrado com todos os presidentes dos EUA desde Eisenhower até Trump. O grande objetivo segundo Sharlet seria criação de uma nova ordem mundial, com ligação com os principais grupos e lideres empresariais, industriais e políticos do mundo.
Um dos eventos mais importantes realizados pela organização e negado veementemente é o National Prazer Breakfast, um evento que reúne os principais políticos conservadores, membros da elite e fundamentalistas religiosos. Ainda, a realização de grupos de oração, que ocorre no Congresso americano e com a eleição de Trump passa a ocorrer também dentro da Casa Branca, reúne adeptos do conservadorismo tanto do partido republicano quanto democrata para "rezar por Jesus". Ou seja, abertamente há uma defesa de ideais religiosos e tradicionais da família dentro da esfera pública institucional.
Ao estreitar laços com políticos de outros países, o intuito do grupo é conectar redes de fundamentalismo religioso para tocar a agenda do grupo. Uma das influências da Confraria foi a criação de uma lei que proíba o casamento gay em Uganda e na Romênia. Inclusive pode se dizer que a política externa é uma dos temas de maior interesse do grupo. Em seu surgimento com discurso de combater o comunismo russo, após o fim da URSS, Putin passa a ser uma das figuras mais admiradas por conservadores americanos, com profundas ligações entre a Confraria e o governo americano e russo, com uma espiã russa que chegou a participar do evento nos EUA além de se reunir com membros dos principais partidos russos.
O amplo repertório de conexões envolve desde grupos fundamentalistas e bélicos até ligação com políticos autoritários e regimes ditatoriais. Ao confundir governo e a organização, transparece dúvidas a respeito de sua invisibilidade, se de fato a organização existe e atua desse modo, ou como se diz em certo momento do documentário, o objetivo é uma fusão entre Igreja e Estado.
Aliás, vemos que em um dos primeiros momentos do seu início da organização o pretexto para criar a organização era o combate ao sindicalismo, que eram na visão de Vereide inimigos de obras satânicas, em que no contexto da grande depressão os sindicatos nos estados do oeste americano se organizaram para fazer greves.
O caráter hierárquico da organização reflete por exemplo na restrição da atuação das mulheres, que teriam o papel de servir aos principais líderes e gerar filhos.
Em um vídeo de arquivo, Doug Coe cita abertamente a invisibilidade da máfia como espelho para sua organização. Percebe-se que o eixo fundamentalista religioso é sem dúvida um dos pilares de sustentação do governo de Trump e outros ao redor do mundo também.
A ascensão da Família coincide em um momento de ascensão da extrema direita ao poder no mundo e confirma a tese de que não há qualquer chance de diálogo com esse setor, que quer impor sua religião como política de estado a toda população.