Me identifico tanto com a Jules, sei lá, a forma em que se espelha na água do mar, se transformando e regenerando, numa tentativa de sempre fazer sentido à própria vontade e desejo. Saber quem é. Chorei litros nesse especial.
Essa série é visceral demais, principalmente pra mulheres como eu que se afetam facilmente, chorando e sofrendo junto com algum personagem que lhes toquem. A identificação é muito sofrida, e com gatilhos pra quem já sofreu algum tipo de abuso.
Uma cena em especial eu nem quis assistir até o final quando entendi o que iria rolar.
Chorei enquanto assistia o final do ep (não me lembro qual) em que a mãe não aguenta mais de tanta angústia e revolta e sai pela porta de casa gritando e apontando a arma em direção às casas da vizinhança. E mesmo assim não vou nunca sentir como é para uma mulher negra passar por tudo isso.
Para mim, uma sacada muito foda da direção (que acredito eu deva vir da mulher da equipe, que no caso é a Larysa Kondracki) foi a percepção da personagem do pai enquanto desmascarava aquele blackface (que era tipo a personificação do ódio dentro dele consumindo-o cada vez mais, e deixando-o mais cego) dizendo algo como: -"eu não sou como você", -"eu não vou fazer o que você me diz". Sendo que uma das coisas que o blackface insinuava que ele fizesse era matar/abusar da esposa de um dos caras brancos que sacaneou ele, como uma vingança pelo o que aconteceu com sua esposa no passado, pagando na mesma moeda.
Pois isso me faz lembrar de uma passagem do filme sobre a vida de Malcolm X, onde surge esse tipo de frase: "conquistar a mulher branca era como um troféu para aborrecer o homem branco", o que é muito problemático e reflete bastante o machismo, e a idéia da mulher como objeto de desejo e posse de ambos os lados. Entretanto, o mais grave aqui é reconhecer que esse pensamento não deixa de ser uma reação aos crimes do homem branco contra a mulher negra. E por isso achei que foi uma excelente reflexão dentro da série.
No final, cada um deles, incluindo as crianças, superaram seus traumas (ou lavagens cerebrais) mais absurdos, tanto ancestrais quanto atuais, podendo finalmente viver em paz entre eles mesmos, e somente então puderam enfrentar de cabeça erguida as injustiças que ainda iriam continuar acontecendo em suas vidas.
Sobre a existência de produções como essa, fico feliz em ver essas mudanças acontecendo através da percepção de pessoas que antes nem tinham esse espaço e agora podem se expressar e revolucionar o meio, é um passo essencial para a construção de um mundo menos doente.
Obs: Acho que me arrisquei bastante falando disso, então se alguém quiser trocar idéia comigo pode ficar a vontade pra comentar.
Enquanto assistia Evangelion, desde o início eu me punha muito no lugar do Shinji, vivendo suas angústias e medos que sentia, à cada batalha em que se metia dentro do EVA 001 eu sentia por ele. O ep que mais me marcou dentro da narrativa foi quando o EVA 003 foi possuído por um anjo, esse ep me fez quase gritar: -"Chega!!!! Não vão parar??!!! MDS", é uma trama psicológica pra kct, e desde o início percebi isso mergulhando de cabeça pra ver até onde o anime iria me levar, e leva looonge...Porque não é só um anime sobre robôs, não é nem isso, vai muito além. Esse anime é imenso!! Mergulhe em todas as sensações e verá que os robôs, os anjos, campo AT e a instrumentalização humana e tudo mais não passam de alegorias, como toda ficção científica de qualidade. E a "tese de um anjo cruel", que abertura do caralho.
Enfim, acabo de assistir o ep 26, e tô em lágrimas . . . Ver a percepção do Shinji mudando sobre si à medida em que as outras personalidades das pessoas de seu meio se encontram e se unem a ele durante o processo de instrumentalização humana é muito dolorido e emocionante. Isso por que é tudo muito real, o autor de Evangelion trabalha a sua própria dor e expõe as feridas pra gente, dentro de cada um dos personagens tem um pouco do trauma que viveu, e um tanto dele refletindo e quebrando essa barreira ao transformar tudo em arte, é lindo de se ver. Obg Hideaki Anno, e porra, parabéns!!
Devo agradecer a essa obra por me fazer sentir em uma nave espacial boiando no espaço durante essa quarentena. Estamos eu e meu namorado passando os dias comendo, dormindo e jogando videogame aqui haha E era uma rotina quase religiosa reencontrar todos os personagens à cada noite e acompanhar suas vidas quase sempre monótonas e tão, enfim, reais. Sinto falta desses fodidos sem eira nem beira, que só tinham uns aos outros além da companhia do próprio tédio.
Obs: Aquele episódio em que a Faye assiste escondida a fita que gravou quando era mais nova para ela mesma dali a 10 anos, pqp, me emocionei muuuitoooo!! Lindo demais ✧・゚💖✧・゚
Euphoria: Fuck Anyone Who’s Not a Sea Blob
4.3 128Me identifico tanto com a Jules, sei lá, a forma em que se espelha na água do mar, se transformando e regenerando, numa tentativa de sempre fazer sentido à própria vontade e desejo. Saber quem é. Chorei litros nesse especial.
Outros (1ª Temporada)
4.1 537Essa série é visceral demais, principalmente pra mulheres como eu que se afetam facilmente, chorando e sofrendo junto com algum personagem que lhes toquem. A identificação é muito sofrida, e com gatilhos pra quem já sofreu algum tipo de abuso.
Uma cena em especial eu nem quis assistir até o final quando entendi o que iria rolar.
Chorei enquanto assistia o final do ep (não me lembro qual) em que a mãe não aguenta mais de tanta angústia e revolta e sai pela porta de casa gritando e apontando a arma em direção às casas da vizinhança. E mesmo assim não vou nunca sentir como é para uma mulher negra passar por tudo isso.
Para mim, uma sacada muito foda da direção (que acredito eu deva vir da mulher da equipe, que no caso é a Larysa Kondracki) foi a percepção da personagem do pai enquanto desmascarava aquele blackface (que era tipo a personificação do ódio dentro dele consumindo-o cada vez mais, e deixando-o mais cego) dizendo algo como: -"eu não sou como você", -"eu não vou fazer o que você me diz". Sendo que uma das coisas que o blackface insinuava que ele fizesse era matar/abusar da esposa de um dos caras brancos que sacaneou ele, como uma vingança pelo o que aconteceu com sua esposa no passado, pagando na mesma moeda.
Pois isso me faz lembrar de uma passagem do filme sobre a vida de Malcolm X, onde surge esse tipo de frase: "conquistar a mulher branca era como um troféu para aborrecer o homem branco", o que é muito problemático e reflete bastante o machismo, e a idéia da mulher como objeto de desejo e posse de ambos os lados.
Entretanto, o mais grave aqui é reconhecer que esse pensamento não deixa de ser uma reação aos crimes do homem branco contra a mulher negra. E por isso achei que foi uma excelente reflexão dentro da série.
No final, cada um deles, incluindo as crianças, superaram seus traumas (ou lavagens cerebrais) mais absurdos, tanto ancestrais quanto atuais, podendo finalmente viver em paz entre eles mesmos, e somente então puderam enfrentar de cabeça erguida as injustiças que ainda iriam continuar acontecendo em suas vidas.
Sobre a existência de produções como essa, fico feliz em ver essas mudanças acontecendo através da percepção de pessoas que antes nem tinham esse espaço e agora podem se expressar e revolucionar o meio, é um passo essencial para a construção de um mundo menos doente.
Obs: Acho que me arrisquei bastante falando disso, então se alguém quiser trocar idéia comigo pode ficar a vontade pra comentar.
Lovely Complex
4.5 100Final do Ep 8 me fazendo rir e chorar ao mesmo tempo ಥ_ಥ
Neon Genesis Evangelion
4.5 328 Assista AgoraEnquanto assistia Evangelion, desde o início eu me punha muito no lugar do Shinji, vivendo suas angústias e medos que sentia, à cada batalha em que se metia dentro do EVA 001 eu sentia por ele. O ep que mais me marcou dentro da narrativa foi quando o EVA 003 foi possuído por um anjo, esse ep me fez quase gritar: -"Chega!!!! Não vão parar??!!! MDS", é uma trama psicológica pra kct, e desde o início percebi isso mergulhando de cabeça pra ver até onde o anime iria me levar, e leva looonge...Porque não é só um anime sobre robôs, não é nem isso, vai muito além. Esse anime é imenso!! Mergulhe em todas as sensações e verá que os robôs, os anjos, campo AT e a instrumentalização humana e tudo mais não passam de alegorias, como toda ficção científica de qualidade. E a "tese de um anjo cruel", que abertura do caralho.
Enfim, acabo de assistir o ep 26, e tô em lágrimas . . .
Ver a percepção do Shinji mudando sobre si à medida em que as outras personalidades
das pessoas de seu meio se encontram e se unem a ele durante o processo de instrumentalização humana é muito dolorido e emocionante. Isso por que é tudo muito real, o autor de Evangelion trabalha a sua própria dor e expõe as feridas pra gente, dentro de cada um dos personagens tem um pouco do trauma que viveu, e um tanto dele refletindo e quebrando essa barreira ao transformar tudo em arte, é lindo de se ver. Obg Hideaki Anno, e porra, parabéns!!
Cowboy Bebop
4.6 251 Assista AgoraDevo agradecer a essa obra por me fazer sentir em uma nave espacial boiando no espaço durante essa quarentena. Estamos eu e meu namorado passando os dias comendo, dormindo e jogando videogame aqui haha
E era uma rotina quase religiosa reencontrar todos os personagens à cada noite e acompanhar suas vidas quase sempre monótonas e tão, enfim, reais.
Sinto falta desses fodidos sem eira nem beira, que só tinham uns aos outros além da companhia do próprio tédio.
Obs: Aquele episódio em que a Faye assiste escondida a fita que gravou quando era mais nova para ela mesma dali a 10 anos, pqp, me emocionei muuuitoooo!! Lindo demais ✧・゚💖✧・゚
"See you space cowgirl..."
Black Mirror (3ª Temporada)
4.5 1,3K Assista Agorasan junipero é um amorzinho, amei as cores, a história e a trilha ❤