Maíra Cezar

Apesar de achar uma completa descaracterização do personagem inicialmente proposto, o problema não é nem a humanização do Dexter em si, mas sim a maneira como isso está sendo explorado. Havia tantas formas de abordar isso com a Deb, com o Harrison... Mas a Hannah? Que coisa ridícula e desnecessária. Quando ela ressurgiu nessa temporada, pensei "pqp, além de tudo vai ter a Hannah querendo se vingar dele, que foda". Aí virou essa historinha medíocre de contos de fadas. Parece que eles tentam a todo custo transformar o Dexter em um carente incompreendido. Ele se apaixona por todas as mulheres que descobrem quem ele é de verdade, vide a piromaníaca lá da segunda(?) temporada. É tão fútil e leviano que chega a ser engraçado. Se querem humanizar um psicopata, façam direito, colocando isso como pano de fundo em uma trama bem elaborada, e não centrando nos conflitos de um bobo apaixonado, não apelando para o maior clichê do mundo. E pior, centrando na Hannah, que nada acrescenta. Isso não é digno do que a série construiu ao longo desses anos.
Outra coisa que me dá nos nervos é quando Vogel fala "nossa, que estranho, você não deveria ter sentimentos". Porra, produção, ninguém aqui é burro, a gente sabe que um psicopata não tem sentimentos e que o Dexter apresenta sinais de. Não precisa ficar frisando isso em diálogos forçados. E a Deb, que estava sendo minha última esperança, virando amiguinha da Hannah? Nem tenho o que dizer.
Enfim, eles vão ter que se ralar muito para que esses últimos três episódios superem o fiasco que a temporada está sendo como um todo. Falta suspense, falta ação, faltam resoluções, falta tudo... Está tudo tão morno que me sinto vendo aquelas séries de drama adolescente.