Em tempos de um mundo sem passado, filme obrigatório para excitar a necessária reflexão dos acontecimentos históricos que nos cercam e que, direta ou indiretamente, reflete no imaginário popular.
É desconcertante notar que basta a autoridade para que se acate passivamente a uma ordem ou crie-se um direito. No filme, obedece-se a uma ordem sem se saber sua fonte e fundamentos. A 'ideologia burocrática' não consegue ir além de si mesma, esgotando-se e mostrando sua verdadeira natureza.
Um tiro pela culatra nos pés de Sarney. Posteriores 46 anos, o curta de Glauber ainda transcorre visionário ao seu objetivo de refletir tempos tão dispares, mas politicamente, semelhantes.
Em "A Matadeira", curta-metragem embebedado em ironia e metalinguagem, o didatismo tão oriundo do discurso narrativo de Jorge Furtado, leva-nos à uma reflexão visionária: o que representa o canhão inglês — apelidado pelos sertanistas de "A matadeira", que dizimou todos aldeões de Canudos — na contemporaneidade? Não seria a atroz opressão policial em sua pura e truculenta violência nas comunidades como Pinheirinho em São José dos Campos (22 de janeiro de 2012) ou na invasão ao Acampamento Pedro Nascimento ocorrido recentemente em Goiânia (13 de agosto de 2012), uma reformulada Matadeira? Um conterrâneo de Furtado, o gaúcho Humberto Gessinger, em sua música "Além dos Outdoors", nos evidência e clareia a resposta: As coisas mudam de nome, mas continuam sendo o que sempre serão.
A única vez que Vesúvio, um estratovulcão localizado no Golfo de Nápoles, conseguiu ser domado, foi quando quatro britânicos, entoados pela ternura psicodélica musical, excitados por uma experiência intransponível, demonstraram para os que ali padeceram pela larva implacável ao longo da história de Pompéia, o ápice de um tempo pulsante e criativo. Nesse dia, larvas não borbulhavam pela desesperada vontade de escorrer sobre a terra e destruir tudo o que estava ao seu alcance, mas borbulhavam pela vontade hirta, latente, de escutar e presenciar, a magia da arte contagiar um lugar inóspito.
O que esperar de uma ave que, mesmo já possibilitada ao seu transcorrer de voar, exercendo a sua magnífica trajetória de liberdade animal, por razões adversas ou coercitivas, permanece-se em um ninho? Forman, em um filme digno de maestria cinematográfica, nos arrebata para uma história sobre um estranho no ninho. Estamos condenados à liberdade, dizia Sartre, um outro estranho no valhacouto.
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Vá e Veja
4.5 756 Assista AgoraObra prima. Sem mais; palavras são insensíveis demais para descrever a experiência de assistir Vá e Veja. Extasiado.
Uma Cidade Sem Passado
3.9 30Em tempos de um mundo sem passado, filme obrigatório para excitar a necessária reflexão dos acontecimentos históricos que nos cercam e que, direta ou indiretamente, reflete no imaginário popular.
O Dia em que Dorival Encarou a Guarda
4.2 79É desconcertante notar que basta a autoridade para que se acate passivamente a uma ordem ou crie-se um direito. No filme, obedece-se a uma ordem sem se saber sua fonte e fundamentos. A 'ideologia burocrática' não consegue ir além de si mesma, esgotando-se e mostrando sua verdadeira natureza.
Triste ironia: o prisioneiro tem seu pedido tragicamente atendido!
Curta-metragem Metalinguístico de Baixo Orçamento
3.4 53A vida, meus caros, não passa de um curta-metragem metalinguístico de baixo orçamento.
Maranhão 66
4.2 58Um tiro pela culatra nos pés de Sarney. Posteriores 46 anos, o curta de Glauber ainda transcorre visionário ao seu objetivo de refletir tempos tão dispares, mas politicamente, semelhantes.
Obediência
3.9 2Profundamente frio. Gélido ao ponto de ansiar desesperadamente para um ponto mais humano da narrativa de Sokurov.
Um Lugar ao Sol
3.9 168 Assista AgoraHaja estômago para assistir até o fim esse show de frivolidades.
O Garoto
4.5 584 Assista AgoraDegustar Chaplin é sempre um caldeamento entre o drama e a comédia em seu ápice de fusão.
A Matadeira
3.7 10Em "A Matadeira", curta-metragem embebedado em ironia e metalinguagem, o didatismo tão oriundo do discurso narrativo de Jorge Furtado, leva-nos à uma reflexão visionária: o que representa o canhão inglês — apelidado pelos sertanistas de "A matadeira", que dizimou todos aldeões de Canudos — na contemporaneidade? Não seria a atroz opressão policial em sua pura e truculenta violência nas comunidades como Pinheirinho em São José dos Campos (22 de janeiro de 2012) ou na invasão ao Acampamento Pedro Nascimento ocorrido recentemente em Goiânia (13 de agosto de 2012), uma reformulada Matadeira? Um conterrâneo de Furtado, o gaúcho Humberto Gessinger, em sua música "Além dos Outdoors", nos evidência e clareia a resposta: As coisas mudam de nome, mas continuam sendo o que sempre serão.
Pink Floyd: Live at Pompeii
4.8 86A única vez que Vesúvio, um estratovulcão localizado no Golfo de Nápoles, conseguiu ser domado, foi quando quatro britânicos, entoados pela ternura psicodélica musical, excitados por uma experiência intransponível, demonstraram para os que ali padeceram pela larva implacável ao longo da história de Pompéia, o ápice de um tempo pulsante e criativo. Nesse dia, larvas não borbulhavam pela desesperada vontade de escorrer sobre a terra e destruir tudo o que estava ao seu alcance, mas borbulhavam pela vontade hirta, latente, de escutar e presenciar, a magia da arte contagiar um lugar inóspito.
Um Estranho no Ninho
4.4 1,8K Assista AgoraO que esperar de uma ave que, mesmo já possibilitada ao seu transcorrer de voar, exercendo a sua magnífica trajetória de liberdade animal, por razões adversas ou coercitivas, permanece-se em um ninho? Forman, em um filme digno de maestria cinematográfica, nos arrebata para uma história sobre um estranho no ninho. Estamos condenados à liberdade, dizia Sartre, um outro estranho no valhacouto.