Convenhamos... fazer um filme sobre si colocando sua família em um pedestal de heroísmo é no mínimo pedante. Homenagens desse tipo, na minha opinião, devem ser póstumas. Não vejo no cenário sertanejo gente mais metida e vaidosa que a família Camargo. Ganham da Luana Piovani, porque ela pelo menos não posa de humilde.
Para o tipo de questões que o filme coloca a pessoa precisa ter alguma base, já ter se iniciado nessas questões mais "subjetivas"... daí não me surpreender que o pessoal tenha abandonado os cinemas, ninguém está muito a fim de ter uma experiência diferente.
Bem, o filme é bonito, adoro as cenas da infância, os pequenos detalhes, o desenvolvimento da história daquela família. Quando a criança experimenta o ciúmes, o medo do pai, as primeiras travessuras, a primeira vez que vê pessoas sendo presas pela polícia, a contradição do próprio pai, a traição da confiança pelo próprio irmão e o remorso por tê-lo feito, a compaixão... mostra conflito do personagem com o desenvolvimento do mau dentro dele, em como ele não quer fazer algumas coisas ruins mas quer.
O conflito de visão de vida entre o pai e a mãe: ela, amorosa, pacífica, quieta, e ele ensinando os meninos a lutar, a não chorar, a ser forte e seguir aquele pensamento americano "se não traz resultados vc é um nada", "vc é capaz", quase sendo um pai "castrador" - ao mesmo tempo que só deixa o filho falar na mesa se for algo importante, ele mesmo fala uma coisa totalmente estúpida. Bem... vc pode olhar para esse filme como algo externo e que não tem nada a ver com vc.
Mas vc pode fazer uma autocrítica também da educação que vc teve e do seu crescimento. Porque às vezes aquele que mais te influenciou não é o melhor dos exemplos, ainda que em determinada época seja aceito. O filme tem tantos detalhes que são ponto de partida para tantas discussões que transformar por escrito vai depender da visão de cada um.
No mais, isso dito acima diz respeito aquela "microesfera" de nossas vidas, porque o o filme aborda a macroesfera. Se vc faltou nas aulas de biologia e não faz ideia de como surgiu o mundo passo a passo, vc passou vários minutos olhando para um monte de cena achando que era só passatempo no meio do filme. Não era. Do universo vem para a terra... formam os gases na atmosfera que durou milhões de anos.. depois água, moléculas, amebas, peixinhos, etc. Chega os dinossauros, primeiramente herbívoros, depois carnívoros, e as plantas que, por último, surgem as plantas + "evoluídas" (gimnospernas - tipo... pinheiros). Cada cena simboliza algo de relevância na evolução do mundo. No mais, surgem os questionamentos existenciais ou seja lá qual outro termo vc entenda como correto - filosóficos, teológicos... a gente fica aqui bravo com Deus porque alguém morreu e isso é NADA para ele. Perto de todos os bilhões de anos e todas as transformações, fim de espécies e nascimento de novas, nossos pedidos egoísticos são nada.
Talvez a nossa raiva por nos sentir abandonados por Deus é por justamente não entendermos pq sofremos e acharmos que o objetivo é "ser feliz". (Deus não falou isso, aliás, é uma visão de vida extremamente recente, dos últimos séculos).
Enfim... se alguém for rever o filme com alguma coisa, preste atenção em cada cena que faz foco em algo e se coloque no lugar do diretor: pq vc colocaria uma cena dessa? O que vc quer dizer colocando essa folha de árvore seca sendo levada pelo vento? (no caso, creio que foi o símbolo encontrado para o mudar de estação, passar o tempo, porque na cena seguinte o menino estava mais crescido do que na anterior)
Nada nesse filme foi aleatório. Se vc não conseguiu entender alguma coisa, é pq pode ter faltado um pouquinho de bagagem ou em cinema, arte, questões existenciais ou biologia. Eu não entendi várias mas tenho absoluta certeza que tinha significado, tipo a cena final na praia. Sugestões?
Confesso ter desejado parar de ver o filme depois de alguns minutos... o menino conseguiu me tirar do sério! Mas continuei e valeu a pena. É conflitante saber que tem gente que passa por aquilo, e eu não sei se saberia lidar com um menino daquele como a moça que o adotou fez no filme. Não achei que é um filme para "ter graça" mas sim para nos fazer refletir que aquilo acontece, é real e a vida definitivamente não é fácil. E não tem resposta, solução simples. É diferente de lidar com crianças que passam fome, que vc dá comida e resolve o problema. Problemas emocionais em adulto já são difíceis de lidar, imagine então em crianças que passam pelo desprezo que o menino passou.
Também me fez pensar sobre a diferença na reação da mãe adotiva dele quando teve que levá-lo para a delegacia. Ela poderia ter espancado o menino pelo o que ele fez, ou nem ter voltado na polícia mas não... lá vão os dois na maior calmaria caminhando pela rua para receber a punição conforme a lei. Vão até a punição ao invés de fugir dela. Muito civilizado, diga-se de passagem. A audiência de "conciliação" também - evita uma série de transtornos penais - vai mandar o Cyril para onde, um reformatório? É isso que ele precisa, vai resolver o problema dele, melhorá-lo ou educá-lo? Vai nada. Faça-o ter consciência do que fez, pedir desculpas sinceras e se a vítima aceitar, está resolvido. Tempos depois, quando o Cyril tinha caído da árvore por causa do filho do dono da livraria... Bem, vejam só como o ser humano é cheio de contradições, cobra que o outro aja de forma correta mas na hora de assumir o seu erro quer se esconder. É o caso do dono da livraria. O filho dele poderia ser punido criminalmente por bater no outro e fazê-lo morrer ao cair da árvore. O dono da livraria, que tinha perdoado o Cyril, simplesmente se acovardou e já pensou em estratégias para enganar a polícia para proteger o filho. Enquanto a mãe adotativa fez o garoto assumir a culpa pela agressão a duas pessoas na noite do roubo, a própria vítima do roubo, diante da possibilidade de ver o filho ser punido por ter agredido alguém, quis mentir para protegê-lo. Enfim... o filme tem muitas coisas para se pensar, embora não tenha um enredo de história feliz como "depois de adotada a criança fica boa" e coisas do tipo.
Alguém tinha que ter me avisado que era um filme sobre estupro. Teve uma cena que passei para frente, não dá. O drama policial foi bom e tudo mas sinceramente, teve cenas que preferia não ter visto. Não acrescentou nada de bom na minha vida senão ficar chocada. Que cenas como aquelas NUNCA se tornem rotineiras em filmes como a morte já se tornou.
Intrigante porque coloquei esse filme na minha lista para assistir. Filme incrivelmente chato, passando longe do título "Simplesmente feliz". Poppy é extremamente chata, o professor que dá aula de direção é pior ainda. Gente que xinga tudo, e gente que ri de tudo não dá. Me esforcei para não dormir. Se isso é ser feliz, meu Deus, quero ser triste forever! :p
Pior filme que eu já assisti. Custa-me acreditar que um filme tão ruim, tão péssimo, tão sem nada, tenha sido premiado. Nunca vi uma alma viva em qualquer resenha que tenha pegado qualquer "sacada" desse filme. Procurei explicações de tamanha perda de tempo, recursos naturais e financeiros e nunca encontrei. Constato que a porcaria do assassino do filme assassinou também qualquer ideia proveitosa desse filme. Enquanto aqui no Brasil e em outros países gente se mata para conseguir parcos recursos para fazer qualquer filme que sirva para alguma coisa, em Hollywood tem esse esbanjamento ridículo onde se gasta muito por nada. Já assisti muito filme ruim mas esse ganha de todos. Faltou ganhar a categoria do Oscar: o pior filme do século.
Sob o Sol da Toscana
3.7 475 Assista AgoraTedioso. Típico água com açúcar hollywoodiano. Clichês. Argh! (só valeu pelas paisagens da Toscana)
2 Filhos de Francisco
3.0 816 Assista AgoraConvenhamos... fazer um filme sobre si colocando sua família em um pedestal de heroísmo é no mínimo pedante. Homenagens desse tipo, na minha opinião, devem ser póstumas. Não vejo no cenário sertanejo gente mais metida e vaidosa que a família Camargo. Ganham da Luana Piovani, porque ela pelo menos não posa de humilde.
A Árvore da Vida
3.4 3,1K Assista AgoraPara o tipo de questões que o filme coloca a pessoa precisa ter alguma base, já ter se iniciado nessas questões mais "subjetivas"... daí não me surpreender que o pessoal tenha abandonado os cinemas, ninguém está muito a fim de ter uma experiência diferente.
Bem, o filme é bonito, adoro as cenas da infância, os pequenos detalhes, o desenvolvimento da história daquela família. Quando a criança experimenta o ciúmes, o medo do pai, as primeiras travessuras, a primeira vez que vê pessoas sendo presas pela polícia, a contradição do próprio pai, a traição da confiança pelo próprio irmão e o remorso por tê-lo feito, a compaixão... mostra conflito do personagem com o desenvolvimento do mau dentro dele, em como ele não quer fazer algumas coisas ruins mas quer.
O conflito de visão de vida entre o pai e a mãe: ela, amorosa, pacífica, quieta, e ele ensinando os meninos a lutar, a não chorar, a ser forte e seguir aquele pensamento americano "se não traz resultados vc é um nada", "vc é capaz", quase sendo um pai "castrador" - ao mesmo tempo que só deixa o filho falar na mesa se for algo importante, ele mesmo fala uma coisa totalmente estúpida. Bem... vc pode olhar para esse filme como algo externo e que não tem nada a ver com vc.
Mas vc pode fazer uma autocrítica também da educação que vc teve e do seu crescimento. Porque às vezes aquele que mais te influenciou não é o melhor dos exemplos, ainda que em determinada época seja aceito. O filme tem tantos detalhes que são ponto de partida para tantas discussões que transformar por escrito vai depender da visão de cada um.
No mais, isso dito acima diz respeito aquela "microesfera" de nossas vidas, porque o o filme aborda a macroesfera. Se vc faltou nas aulas de biologia e não faz ideia de como surgiu o mundo passo a passo, vc passou vários minutos olhando para um monte de cena achando que era só passatempo no meio do filme. Não era. Do universo vem para a terra... formam os gases na atmosfera que durou milhões de anos.. depois água, moléculas, amebas, peixinhos, etc. Chega os dinossauros, primeiramente herbívoros, depois carnívoros, e as plantas que, por último, surgem as plantas + "evoluídas" (gimnospernas - tipo... pinheiros). Cada cena simboliza algo de relevância na evolução do mundo. No mais, surgem os questionamentos existenciais ou seja lá qual outro termo vc entenda como correto - filosóficos, teológicos... a gente fica aqui bravo com Deus porque alguém morreu e isso é NADA para ele. Perto de todos os bilhões de anos e todas as transformações, fim de espécies e nascimento de novas, nossos pedidos egoísticos são nada.
Talvez a nossa raiva por nos sentir abandonados por Deus é por justamente não entendermos pq sofremos e acharmos que o objetivo é "ser feliz". (Deus não falou isso, aliás, é uma visão de vida extremamente recente, dos últimos séculos).
Enfim... se alguém for rever o filme com alguma coisa, preste atenção em cada cena que faz foco em algo e se coloque no lugar do diretor: pq vc colocaria uma cena dessa? O que vc quer dizer colocando essa folha de árvore seca sendo levada pelo vento? (no caso, creio que foi o símbolo encontrado para o mudar de estação, passar o tempo, porque na cena seguinte o menino estava mais crescido do que na anterior)
Nada nesse filme foi aleatório. Se vc não conseguiu entender alguma coisa, é pq pode ter faltado um pouquinho de bagagem ou em cinema, arte, questões existenciais ou biologia. Eu não entendi várias mas tenho absoluta certeza que tinha significado, tipo a cena final na praia. Sugestões?
O Garoto da Bicicleta
3.7 323 Assista AgoraConfesso ter desejado parar de ver o filme depois de alguns minutos... o menino conseguiu me tirar do sério! Mas continuei e valeu a pena. É conflitante saber que tem gente que passa por aquilo, e eu não sei se saberia lidar com um menino daquele como a moça que o adotou fez no filme. Não achei que é um filme para "ter graça" mas sim para nos fazer refletir que aquilo acontece, é real e a vida definitivamente não é fácil. E não tem resposta, solução simples. É diferente de lidar com crianças que passam fome, que vc dá comida e resolve o problema. Problemas emocionais em adulto já são difíceis de lidar, imagine então em crianças que passam pelo desprezo que o menino passou.
Também me fez pensar sobre a diferença na reação da mãe adotiva dele quando teve que levá-lo para a delegacia. Ela poderia ter espancado o menino pelo o que ele fez, ou nem ter voltado na polícia mas não... lá vão os dois na maior calmaria caminhando pela rua para receber a punição conforme a lei. Vão até a punição ao invés de fugir dela. Muito civilizado, diga-se de passagem. A audiência de "conciliação" também - evita uma série de transtornos penais - vai mandar o Cyril para onde, um reformatório? É isso que ele precisa, vai resolver o problema dele, melhorá-lo ou educá-lo? Vai nada. Faça-o ter consciência do que fez, pedir desculpas sinceras e se a vítima aceitar, está resolvido. Tempos depois, quando o Cyril tinha caído da árvore por causa do filho do dono da livraria... Bem, vejam só como o ser humano é cheio de contradições, cobra que o outro aja de forma correta mas na hora de assumir o seu erro quer se esconder. É o caso do dono da livraria. O filho dele poderia ser punido criminalmente por bater no outro e fazê-lo morrer ao cair da árvore. O dono da livraria, que tinha perdoado o Cyril, simplesmente se acovardou e já pensou em estratégias para enganar a polícia para proteger o filho. Enquanto a mãe adotativa fez o garoto assumir a culpa pela agressão a duas pessoas na noite do roubo, a própria vítima do roubo, diante da possibilidade de ver o filho ser punido por ter agredido alguém, quis mentir para protegê-lo. Enfim... o filme tem muitas coisas para se pensar, embora não tenha um enredo de história feliz como "depois de adotada a criança fica boa" e coisas do tipo.
Os Homens que não Amavam as Mulheres
4.1 1,5KAlguém tinha que ter me avisado que era um filme sobre estupro. Teve uma cena que passei para frente, não dá. O drama policial foi bom e tudo mas sinceramente, teve cenas que preferia não ter visto. Não acrescentou nada de bom na minha vida senão ficar chocada. Que cenas como aquelas NUNCA se tornem rotineiras em filmes como a morte já se tornou.
Simplesmente Feliz
3.4 254Intrigante porque coloquei esse filme na minha lista para assistir. Filme incrivelmente chato, passando longe do título "Simplesmente feliz". Poppy é extremamente chata, o professor que dá aula de direção é pior ainda. Gente que xinga tudo, e gente que ri de tudo não dá. Me esforcei para não dormir. Se isso é ser feliz, meu Deus, quero ser triste forever! :p
Assassinato em Gosford Park
3.5 190Pior filme que eu já assisti. Custa-me acreditar que um filme tão ruim, tão péssimo, tão sem nada, tenha sido premiado. Nunca vi uma alma viva em qualquer resenha que tenha pegado qualquer "sacada" desse filme. Procurei explicações de tamanha perda de tempo, recursos naturais e financeiros e nunca encontrei. Constato que a porcaria do assassino do filme assassinou também qualquer ideia proveitosa desse filme. Enquanto aqui no Brasil e em outros países gente se mata para conseguir parcos recursos para fazer qualquer filme que sirva para alguma coisa, em Hollywood tem esse esbanjamento ridículo onde se gasta muito por nada. Já assisti muito filme ruim mas esse ganha de todos. Faltou ganhar a categoria do Oscar: o pior filme do século.