Já tem um certo tempinho que (re)assisti esse filme, minha opinião sobre ele mudou um pouco depois que revi, mas ainda assim continuei gostando. Sei lá, ele é bizarro mas eu particularmente consigo ver MUITA semelhança com a atual realidade em que vivemos. Acho que a gente ainda se encaixa e se mutila demais pra se encaixar nos moldes e gostos alheios, sabe?
Vou exemplificar: Na penúltima Copa Mundial comecei a conversar com um garoto legal, ele me tratava super bem e pra mim era como se fosse quase um namorado, apesar de não me identificar com nada que ele gostasse ou fizesse. A partir daí comecei a revirar o face dele pra ter mais e mais coisas em comum, afinal, eu já era adolescente e nunca nenhum garoto tinha se interessado assim por mim, eu "precisava" de um namorado, precisava agradá-lo de algum modo. Descobri que ele gostava de Pearl Jam, Audioslave, Arctic Monkeys, amava futebol, academia, curtia páginas como "Orgulho de ser Hetero" e etc, e automaticamente me vi gostando e super "entendedora" dessas mesmas coisas, algumas coisas passei a gostar por realmente ter curtido mesmo, como as bandas, mas o futebol eu odiava/odeio e comentava tudo como se fosse uma Galvoa Buena, ia tbm todas as manhãs pra academia mesmo detestando atividades físicas e mais ainda acordar cedo, hahaha... mas aos poucos tudo aquilo foi se enchendo, ele foi parando de me responder e em seguida vi ele com uma menina com o mesmo gosto que ele e muito mais bonita do que eu. Fiz isso por um cara que conheci pela Internet, fiz isso pq ele demonstrou o mínimo de carinho/interesse por mim, fiz isso pq aos meus olhos era inaceitável que uma garota da minha idade não tivesse um namorado ainda, era como se eu fosse literalmente morrer caso não tivesse um. O desespero para não ficar "só" é algo muito recorrente, que perturba milhões de pessoas a ponto de obrigá-las a ficarem com alguém que elas não amem tanto assim (ou que já tenham deixado de amar ao decorrer do tempo), que as obrigam a se recortarem diariamente pra caberem no padrão das outras pessoas ou até as fazem assumirem esse compromisso quando na verdade a vontade é de ficar sozinhas mesmo. Vem a família, os vizinhos, os amigos, os conhecidos com perguntas do tipo "e os namoradinhos?" "Mas desse jeito você vai morrer sozinha, quem vai cuidar de você quando estiver velha ou doente?" "Você não sente falta de um namorado? Pra sair e etc" "É tão ruim viver assim... como você consegue?" é uma pressão constante e irritante, como se você só estivesse 100% completa com um relacionamento, melhor ainda se vier um filho em seguida. Como se você não fosse válido sozinho, como se fosse menos, entende? O filme é pesado? É, de fato. Mas eu realmente não acredito que estejamos muito longe disso.
Enfim, ótimo filme, com atuações incríveis e cenas fantásticas, algumas até indigestas e revoltantes, como a do cachorrinho. Recomendo fortemente, principalmente pra quem procura algo bem romântico para assistir com o/a crush, hahaha.
Ps: eu ficaria entre ser uma pantera ou uma coruja
Oque nos torna humanos? A racionalidade, os sentimentos, os atos, as escolhas, os sentimentos racionais, os raciocínios sentimentais? Qual é o significado da vida humana? Há algum significado? Essas são umas das inúmeras perguntas que me faço pelo menos umas dez vezes por dia, pra mais, muito mais. E eu não entendo... eu não consigo entender qual é o real significado da vida humana, oque nos torna humanos. Nosso real significado.
Assistindo os três volumes vi muitas pessoas dizendo que: "Agora sinto vergonha de tantas vezes que reclamei da vida sem ter motivos", Oras, mas esse documentário não é pra mostrar que outras pessoas carregam problemas maiores que o seu, que o meu, apesar disso ser meio inevitável de se pensar. Não é pra dar um tapa na sua cara e dizer: "Pare de reclamar de barriga cheia, cara." Não, não é isso. Human vem pra mostrar nós TODOS como humanos pela primeira vez, como cada humano tem sua vida, sua história, suas dores e alegrias, seus erros e acertos, seu passado e seu presente, e como esquecemos disso, como esquecemos que somos humanos, criando então até uma empatia seletiva. Quando olhamos uma pessoa, normalmente nós a julgamos por aquilo que achamos que elas são, assim então deixando de lado tudo que essa pessoa realmente é. Nós não olhamos uns para os outros como humanos. Pergunte para si mesmo: 'Antes desse documentário, qual foi a última vez em que parei para simplesmente escutar a história de vida de uma pessoa sem julgar? Quando foi que eu me emocionei por sentir que também sou... sou... humano? Quando foi que eu simplesmente sentei para escutar um pequeno depoimento de uma pessoa, mas apenas escutar mesmo, sem taxá-la como errada ou não?' E Human veio pra fazer aquilo que esquecemos de fazer há tempos.
Esse documentário não vem pra te deixar envergonhado por ter problemas 'menores' dos que foram apresentados aqui, afinal, todos nós temos problemas, angústias, dores, e não estamos em um campeonato de quem sofre mais, e sim para mostrar que ainda somos humanos, assim como eu, eles, você, nós. Todos humanos. E precisamos olhar uns pros outros dessa maneira.
Sobre as histórias, irei comentar sobre um tema da cada volume:
O primeiro volume tem como temas: Como é a condição da mulher no mundo, a pobreza e o amor: Mas irei comentar sobre: A condição da mulher mundialmente:
Que o machismo era culturalizado mundialmente, isso já era óbvio, pelo menos pra mim sim. Mas ouvindo cada depoimento daqueles, tanto de homens quanto de mulheres, vi o quão as mulheres ainda são violentadas, submissas, desvalorizadas, exploradas, como ainda são obrigadas a viver uma vida infeliz e de mentira, apenas para agradar a sociedade, e servir em nome da moral e os bons costumes. Em um relato emocionante de uma mulher, mãe, ela diz o quão livre ela se sentia/sente depois de anos vivendo em um casamento de faixada, sendo a típica exemplar mãe de família, que também era vegetariana... até que um dia ela finalmente resolve jogar tudo pro alto. Se divorcia, se assume como lésbica (que também podemos levantar um debate sobre heterossexualidade compulsória), larga o vegetarianismo (apesar de também ser uma vegetariana, ainda assim achei incrível da parte dela se desacorrentar de tudo que a fazia se sentir uma prisioneira de si mesma, prisioneira da sociedade, prisioneira daqueles que ditam um 'padrão perfeito' para ser uma boa pessoa, principalmente, uma boa mulher). Eu chorei muito com ela, também por ela ter passado por isso, mas principalmente por ela ter conseguido se livrar. Coisa que muitas, infelizmente, não consegue, seja por medo, ameaça, agressão, ou por pensar nos filhos, e etc... e ver que uma mulher finalmente conseguiu, é uma vitória pra mim também.
E os inúmeros relatos de abusos, e também (para minha alegria) de mulheres independentes (mas que também enfrentaram e enfrentam duras experiências por conta do machismo), foi absurdo. Mas também nós escutamos relatos dos próprios machistas. Um homem, por exemplo, dá graças por ter achado uma mulher totalmente submissa, o outro diz que não consegue amar apenas uma mulher, dizendo amar todas, tudo bem. Mas será que todas sabem disso, ou estão vivendo em um relacionamento nada honesto, e quem sabe até em um relacionamento abusivo sem saber? A condição da mulher mundialmente é algo muito grave, em alguns países são bem piores do que outros, mas todos sempre tratam a mulher como um ser inferior, limitado, que precisa de regras. Pois antes de eu ser sua (insira aqui qualquer relação que temos ou que iremos ter) eu sou minha, apenas minha, e de mais ninguém. Em meu corpo dito eu, em mim quem comanda é apenas a mim mesma. E assim como eu, todas as mulheres são donas de si mesmas. Pena que a sociedade patriarcal está muito longe de entender isso. "I've got life, I've got my freedom, i've got the life. And I'm gonna keep it" - Nina Simone
O segundo volume tem como temas: Homossexualidade, guerra, perdão, vida após a morte e família: Mas irei comentar sobre: Escravos da guerra:
"Eu estava com raiva, virei soldado Antibalaka para vingar meu irmão. Se eu matar alguém, vou me sentir aliviado. Vai aliviar minha raiva. Se eu matar uma ou duas pessoas, eu sei que já terei vingado meu irmão por quem me alistei. Se eu matar dez ou quinze terei vingado a morte do meu irmão o suficiente. Ele morreu, mas outros terão morrido por causa dele. Vou ficar aliviado e poder viver em paz"
E então outro homem faz o seguinte relato: "Em 16 de Janeiro de 2007, um policial da fronteira Israelense matou minha filha Abir de 10 anos, na frente da escola, em (o nome ficou embaçado, e minha visão não é das melhores, então, não consegui ler o nome do lugar, se alguém souber, por favor, me fale) onde eu moro. Ela estava com a irmã e dois amigos, às 9:30 da manhã. Atirou na cabeça dela por trás a uma distância de 15 a 20 metros com bala de borracha. Abir não era combatente. Ela era apenas uma criança. Não sabia nada sobre conflito, nem fazia parte dele. Infelizmente, ela perdeu a vida por ser palestina. Muitos me disseram: "Você não tem o direito de perdoar em nome dela". Eu respondo: "Também não tenho o direito de me vingar no nome dela". Espero que ela esteja satisfeita. Espero que descanse em paz."
Os dois finalizaram seus relatos com a palavra "Paz", enquanto um ainda a procura, e procura no caminho do ódio, da vingança. E o outro já a encontrou, no caminho do perdão. Não julgo nem um e nem outro, pois não sei oque faria no lugar. Mas fica o registro (mais um, aliás) de como a Guerra acaba com as pessoas, com seus sonhos, suas alegrias, como acaba com a vida de inocentes. As pessoas que mataram os familiares desses dois homens também são escravos da guerra, e com certeza também teriam relatos muito parecidos com esses para falar (inclusive teve relatos de quem está do outro lado, dos que atiram, dos que matam. Depoimentos fortes, tristes e muito emocionantes...). E no fim concluímos que todos eles sofrem com isso, matam uns aos outros por absolutamente nada. Os que morrem, os que sofrem com a perda, os que matam, não há um sequer que saia ileso dessa.
"A guerra é um massacre entre pessoas que não se conhecem para proveito de pessoas que se conhecem mas não se massacram." - Paul Valéry
O terceiro volume tem como temas: Felicidade, educação, deficiências, corrupção e o sentido da vida: Irei comentar sobre: Deficiência. Limitações deles ou nossa?
"Sim, eu tive histórias de amor... com... só com pessoas sem deficiência. Isso também... quer dizer... me deixa contente porque as pessoas com quem namorei ignoraram minha deficiência. Aliás, eu perguntava sempre: "Por que você está comigo? Sou deficiente visual, albina... Por que não escolhe outra?" A resposta... era: "Gosto de você, simplesmente". E essa resposta dizia tudo. Queria dizer que a pessoa... fisicamente, tem de ter alguma coisa. Mas também é preciso suportar o olhar dos outros. Segurar a mão de uma pessoa com deficiência visível, não é fácil." Chorei muito com esse depoimento. A maior limitação de um deficiente não é sua deficiência em si, e sim a sociedade. Ele não se limita em ficar preso, mas as pessoas são limitadas ao olharem eles em público. Ele não se limita em se lamentar, mas as pessoas olham pra eles com olhares limitados, olhares piedosos, olhares carregados de julgamentos, de indignação, de estranheza, e em muitos casos, até de nojo, medo...
O preconceito social contra a pessoa com deficiência é enorme, seja com deficientes físicos ou deficientes mentais, e até mesmo com pessoas portadores de doenças como AIDS, Lepra, Vitiligo, e tantas outras. As barreiras para a inclusão social são enormes, e o preconceito é muito doloroso. Eu acho o cúmulo ter que dizer "Mas eles são pessoas como nós, são humanos" sendo que isso é óbvio, e mesmo que não fossem humanos, a agressividade gratuita, a exclusão e o preconceito em nenhum caso é justificável. O em todas as suas formas está enraizado em nossa sociedade, são todos amplamente disseminados pelo mundo, que ao invés de discutir sobre a diversidade opta pela exclusão. Olhe esses depoimentos, escute, veja, e lembre-se de cada vez que tu olhou com olhar de piedade para alguém, das vezes que tu ficou a observando como se fosse um animal excêntrico, das vezes que tu fez "brincadeirinhas" humilhando essas pessoas, e se conscientize, se coloque no lugar. Pois a maior limitação quem tem somos nós, apenas.
Enfim... aqui termino meu texto, e termino com a sensação de que fiquei um pouco mais humana depois desse documentário. Termino com a vontade de comentar sobre tudo que disseram, mas me limitando apenas em sentar, refletir, pensar, sentir... chorar.
Termino com o desejo de pegar todos e colocá-los em uma enorme sala e botar esse documentário para todos assistirem. Termino com a total certeza, pela primeira vez na minha vida, de que sim, eu sou Humana.
É, pelo jeito a consideração e respeito com os fãs da faixa etária dos 18 aos 30 anos foi 0, viu? Parece que o foco agora é conquistar a nova geração, que tenha por volta dos 08 aos 14 anos, e deixar os que estão os acompanhando desde o início de lado.
Mas vamos lá, as pessoas normalmente descartam totalmente o sendo crítico apenas por ser Dragon Ball, mas aqui irei deixar o fanatismo e nostalgia de lado, e vou dizer tudo que me desagradou, e a decepção que foi esse filme.
Pra quê esse porra louca do Imperador Pilaf? Pra ter mais história, como assim fizeram no GT? E esse filme tá bem no nível do GT mesmo, nem fodendo que chega perto do Z. Deixou tudo (muito, muito) infantil, focaram mais na comédia e esqueceram a ação. A porra da ação, maluco!! DBZ sem ação, é como futebol sem bola. Dbz sem ação não é DBZ, sinceramente, estou profundamente irritada com isso.
Cade aquele Guerreiro Orgulhoso que de segundo em segundo chamava alguém de miserável, maldito, verme, inseto?? "Eu sou calmo e meu coração é puro... meu coração é pura maldade!", essa frase foi um marco na história do DBZ, daí do nada ele se torna puro o suficiente pra fazer aquela parada pro Goku se tornar um deus? Tipo, hãn, qual foi? Tá certo que quem passa tanto tempo ao lado do Goku tem grandes chances de se converter ao Kakarotismo, e ficar bom de uma forma inigualável, vide, Piccolo e outros. Mas, porra, Vegeta, mano? Cara é aquele mesmo Vegeta que se recusou a fazer a "dança" da fusão, agora dança como um abobalhado pro Bills não ficar putinho. Cê tá doido, olha o nível que o príncipe dos Sayajins chegou.
Bills, o "rei da destruição", conhecido por destruir vários planetas, e fica bravo por conta de UM pudim, fala que vai destruir, tem vinte minutos de luta com o Goku, e no final se torna mais um adepto ao Kakarotismo também. Se fuder mesmo!
Gohan se tornou um zé ruela completo, assim como Vegeta.
Valeu a pena ter visto porque dei algumas (poucas) risadas (em comparação com o real DBZ eu não ri nada), e pelo tapão na cara que Bills deu na Bulma (que serviu também pro Vegeta ter cinco segundos de ressuscitação), desde que me entendo por gente queria dar um tapa na cara dela, mulher insuportável, só perde pra Chi-Chi, ou pra Sakura do Naruto. O resto, vixe... não salva quase nada mais!
Pelo que vi o DBSuper é baseado nesse filme, e no renascimento de Freeza, mas espero que tomem vergonha na cara e foquem mais na ação. Vi os dois primeiros episódios e me pareceu ser ótimo, a abertura então, foda! Então, creio EU que, esses filmes foram mais comerciais, meio que pra deixar os fãs ansiosos pela série, e lavantar unzinho, porque se não foi pra isso, eu digo com todas as palavras que eles cagaram e sentaram em cima legalzão. Espero também que a comédia fique por conta do Vegeta (de antes) quando ele ficava furioso e xingava as pessoas dos mais diversos palavrões. Enfim, DB/DBZ sempre foi engraçado sem apelar ao extremo como apelaram nesse. Se for pra ver desenho infantil avisa que eu vou lá e assisto Dora, a Aventureira.
Enfim, tu não é fã? Não acompanha/acompanhou a série (o anime épico mesmo)? Se não, então te recomendo esse filme, pra tu será um bom entretenimento. Se tu for aqueles fãs fanáticos que ignora qualquer erro por conta da "Nostalgia S2", então, vá e veja também. Mas se tu que é fã e tem o mínimo do senso crítico, e sabe oque está bom ou não, passe reto disso aqui, sério!
Um bom filme, que mostra com total veracidade nossas questões sociais, as principais questões de debates sociais. Como as cotas, por exemplo.
O debate que a professora levanta na sala de aula foi foda demais. Retrataram perfeitamente as atuais pessoas que se metem a debater sobre esse assunto. Tô cansada já de encontrar essas pessoas com os mesmos argumentos batidos, e que de nada entendem do assunto, Pra vocês terem uma noção de como isso se tornou repetitivo, eu já nem mais elaboro textos/comentários para as pessoas que vem com debates sobre cotas raciais, eu participei de um debate (ano passado, mas participo de debates sempre), e fiz um texto pro rapaz, copiei, colei e guardei. Toda vez que uma pessoa vem com esse mesmo discurso, eu já coloco o mesmo texto que fiz no debate do ano passado. E é incrível que eu tenha que usá-lo sempre, cara!
A cena da sala de aula representa com maestria as pessoas e suas opiniões:
O cara que não concorda, mas não entende porra nenhuma: É aquele típico playboy que diz que tudo é "Culpa do PT", nunca trabalhou, é sustentando pelo papai, vive de mesada (e que mesada gorda), o papai paga a faculdade, tem um belo carrão, vive de festas, só quer saber de pegar mulher (depois é o mesmo que vem discurso machista dizendo que mulheres são todas putas), sua vida se resume a um puta pedestal de privilégios, mas mesmo assim quer palpitar (nem tendo nenhum respaldo sobre tal assunto) em qualquer debate social, e pior, sempre vai contra, é contra cotas, contra a luta contra o racismo (pois tudo virou mimimi), é contra casamento gay, é contra mulheres lutarem por seus direitos (e sempre usa o exército como desculpa), mas só não é contra seus privilégios que tem desde que nasceu, porque será, hein? Eu não sei, tu sabe? Me explique, por favor...
O cara do meio termo: O famoso "vou pela cabeça dos outros, meu nome é Piolho", é o tipo maria vai com as outras, se eu disser que sou a favor, e justificar o porquê com meia dúzias de palavras, ele se torna a favor. Se eu virar as costas e chegar uma outra pessoa que seja contra, e dizer mais meia dúzias de palavras (que nem precisam ser muito convincentes), ele se torna contra. Não tem opinião formada, ou seja, não tem opinião própria. Mas tá lá, sempre palpitando onde não é chamado. Coisa que sua opinião irrelevante e contraditória alterará algo nisso. É pra rir mesmo.
O Playba que usa seu único/a amigo/a preto/a (antes que me corrijam, preto é cor, negro é etnia, eu digo preto, eu sou preta, e espero não ser corrigida por isso) como exemplo: Aquele cara que sempre diz "Ah, eu estudava com o meu melhor amigo (cof, cof, comovida) e ele também era/é preto! Mas ao contrário de você, ele estudava muito, e não ficava com esses discursos vitimistas, e nem com esse preconceito contra brancos (sim, racismo reverso, um dos maiores folclores da atualidade), quer entrar em uma faculdade? Estude! Pare de se fazer de coitada. Somos todos iguais!" (Lembrando que esse mesmo amigo é/era o único amigo preto que ele tem, e o único do colégio também. Assim como o filme representou muito bem) O cara pega um exemplo individual e usa como todo contexto social, quando será que irão aprender que se referimos aos cotistas, ou qualquer debate social enquanto classe? Daí o idiota pega a exceção, da exceção, da exceção da porra da regra, e usa como todo o contexto social. Engraçado que, esse mesmo babaca não pega milhões de jovens/adolescentes/crianças nos faróis, na rua, no crime, ou na pura miséria e não usam como exemplo, né? Prefere pegar um caso isolado que se deu super bem, ao invés de olhar pra nossa puta desigualdade social gritante. Mas porque isso, hein? Será que ele quer ver o preto como seu eterno subalterno, assim então mantendo essa cultura brasileira de Casa Grande e Senzala, ou é só medo de ver a filha da empregada, o filho do motorista sentando ao seu lado dentro de uma faculdade? Não sei qual é a desculpa, mas todas resultam em apenas uma raiz social: Racismo.
O oprimido que se deu bem e hoje se (auto) usa como exemplo, e quer pagar de opressor (seria cômico se não fosse trágico): Mano, esse tipo de maluco é uma piada sem tamanho, eu não tenho palavras para descrever a tamanha tristeza quando vejo um/a preto/a reproduzindo discursos meritocratas. É aquele tipo de cara que teve um vida melhor, consequentemente cresceu com mais pessoas brancas ao seu redor, e todos o tratavam "como trata qualquer outra pessoa", então, por isso, pra ele já não existe racismo. E se ele está lá, qualquer preto periférico que se esforçar como ele se esforçou (uhum, sei) também chegará lá. E ainda diz que as cotas nos diminuem, significa que somos incapazes, e que ele lutou muito até chegar lá sem a ajuda de esmolas do governo e etc. Pô, bacana que tenha conseguido, que tenha tido uma vida melhor, diferente e pá, mas jamais essa pessoa deve ultrapassar e levar esse mérito individual além dos limites de sua esfera pessoal, e sair por aí cobrando o mesmo de todos, isso é impossível, é bizarro. Fora que, cobrar dos outros esse reconhecimento é o mesmo que exigir a outorga de uma medalha em uma solenidade, é ridículo pra falar a verdade. Não aceito esse tipo de discurso!
A cena do churrasco também, aliás, a cena do churrasco tem (quase) todos os tipos de pessoas que citei acima, só que agora adultos, já pais e mães de família, mas não tem o cara preto com discurso meritocrata. Apenas uma garota que graças ao colorismo é vista como tudo, menos preta. Mas é foda, porque a mesma estava fazendo um belo discurso a favor das cotas, e de repente me solta um "minha mãe é mulata", o pior dos termos para se chamar alguém que seja fruto de uma relação interracial, ou uma pessoa que pelo longo processo de miscigenação na família, não "saiu" com a pele tão escura, e com os traços africanos não tão evidentes. Enfim, esse é aquele tipo de filme pra tu assistir junto com um ou vários amigos, e depois levantar um debate sobre os temas apresentados. Foi bacana ver também o processo de falência de uma família tradicional brasileira. Como a moral e os bons costumes da burguesia se limita apenas em dinheiro, e tudo que gira em torno deles, e de mais ninguém. Mas quando acabou senti que esperava mais, e que faltava mais, bem mais, mas enfim...
Recomendo pra quem está habituado com esses lances de questões sociais/raciais, e etc, mas não crie muitas expectativas, apenas se surpreenda!
“O que estou tentando dizer, é que não queria que ele se sentisse numa gaiola dentro de si próprio. Dizem que o corpo é um templo, mas ele achava que seu corpo era uma prisão. Nos seus pensamentos... Ele sabia que era amado, sabia que tinha tudo, que podia fazer tudo, mas mesmo assim, sentia-se preso. E aquela foi a única forma de ser livre.” Uma grande frase de um pai de suicida que vi em um DOC e jamais irei esquecer. Essa frase me marcou de uma tal maneira, que nem dá pra resumir em palavras, e hoje ela resume esse filme, resume a vida dessas cinco irmãs.
Oque é viver quando você não vive? Oque é viver quando você sente que sua casa, o mundo, e seu próprio corpo, nada mais é que uma prisão? Oque é viver quando você apenas existe?
Eu esperava algo diferente desse filme, algo mais "agressivo", se assim posso dizer. Uma abordagem nada delicada, que iria direto ao ponto, mas não, esse filme não foi assim, ele conseguiu tratar um assunto tão complexado, e que divide fortes opiniões com uma forma muito singela, poética até. A narrativa nada convencional, fez com que o filme ficasse ainda mais interessante, mais suave.
Em uma das cenas inciais, o médico diz pra Cecilia o quanto ela era jovem, e não sabia o quão a vida poderia torna-se ruim ainda. Claro, uma garota de treze anos, bonita, que mora em um bairro com lindas casas, com jardins bem cuidados e árvores frondosas na frente, que tem uma família tradicional e respeitável, não teria justificação plausível o suficiente para cometer tal ato. Mas tem, ela tinha. Uma vida cheia de restrições religiosas e morais, vista aquilo, senta ali, não saia, não beije, cubra os ombros, esconda os pés, vista essa camisola ao invés de um vestido, não escute esse tipo de música, não vão pra escola. Regras, proibições, restrições, ela não vivia por ela, elas não viviam por elas, elas viviam para agradar a seus pais, Pais que as amavam, que as protegiam, que as sufocavam com tudo isso. Mas como dizer que não aguentavam mais aquilo? Como chegar pra dois pais que faziam de tudo pra protege-las? Não havia jeito, elas não encontraram saídas, elas já não aguentavam mais, então elas se (auto) proibiram de existir, pois já não viviam mais.
Esse filme traz um questionamento de: Até que ponto os pais podem interferirem na vida de seus filhos? As Virgens Suicidas é um retrato amargo de uma juventude sufocada por escolhas que não são suas, suas vontades são apenas sentimentos que ficam repreendidos dentro de si mesmas. "Pior não é morrer, é não viver e ter que respirar, já que viver é transpirar. Foda é viver sem ter nada pra inspirar." essa frase, exatamente essa frase, representa a vida de todos elas, e a realidade de muitos de nós.
Enfim, um belo, delicado e triste filme, que super indico pra quem se interessa pelo tema, E eu agradeço a mim mesma por ter demorado tanto para tê-lo assistido, pois, provavelmente, eu não teria me identificado tanto, e nem teria enxergado toda sua verdade, e pedido de socorro dentro dos olhos daquelas meninas caso tivesse o assistido anos atrás. Seria apenas mais um filme qualquer e mais nada, mas ele não foi, e tornou-se muito importante pra mim. Magnífico!
Sabe aquela sensação boa que tu tem quando não tem nada pra fazer e do nada começa a mudar os canais da televisão, até que acha um filme aparentemente bom? Então, foi essa que tive quando encontrei "As Mil Palavras" enquanto estava rodopiando pelos canais televisivos.
Não é um filme de: "Nossa, óh, como eu amei, vou favoritar!" ou "Nossa, que porcaria, total perda de tempo", é um filme bem pipoca, pra tu assistir durante uma tarde ensolarada de um dia semanal qualquer. Cara da sessão da tarde mesmo. É um filme muito belo, que por diversas vezes me pegava com os olhos lacrimejados. Também me fez refletir o tanto de palavras que dizemos à toa, o tanto de palavras desnecessárias que poderíamos evitar, mas não evitamos, dizemos, e muitas das vezes nem medimos as consequências.
Pra quem gosta do Eddie Murphy, e do seu jeito super engraçado de ser, com certeza irá gostar desse filme também. Se não gosta dele e de suas piadas, nem assista, pois ele é desse jeito em qualquer filme, e isso que lhe torna único. Mas esse filme tem uma pegada mais dramática, com um final super previsível, mas que mesmo assim lhe arranca um sorriso de canto de boca.
Enfim, me deixou com uma sensação boa. Eu recomendo!
Hm, que engraçado, como já foi dito aqui, as pessoas choram com vários filmes que tem como tema a escravidão, favoritam, fazem longos comentários cheios de hipocrisia que eu já conheço de cor, e salteado, dizendo que chorou, esbanjando amor, igualdade, paz, humanismo, solidariedade, e isso, e aquilo, e aquele ceninha toda que dá até preguiça de ler... mas daí, vem, e fazem um filme como nunca ninguém fizeram antes, retratando nossa atual sociedade, a realidade de muitos como eu, e oque as pessoas dizem? "Chato.", "Esperava mais.", "Tédio" e mais um monte de baboseira insignificante, ou dão duas estrelas (ou menos) pois se sentiram ofendidinhos com o tal racismo reverso, que apenas serve como prova para aquilo que o filme acabou de nos mostrar.
Sempre vejo uma pessoa branca chorando dizendo que foi chamada de palmito, leite azedo, rato branco, parmalat, gasparzinho, loira do tchan, e etc, e ~choram~ dizendo o quão difícil é, para elas passarem por tamanha opressão, ~pausa dramática~, sério gente, isso me comove muito, cês não estão ligado no tanto que choro com a opressão que vocês sofrem, quando entram numa loja e são seguidos, quando passam ao lado de um carro e o dono fecha os vidros, quando a polícia te para sem motivos, quando teu cabelo é chamado de bombril, quando te chamam de macaco, e etc, sérião, tenho muita dó de vocês. Mas, sério, sem sarcasmo agora, é claro, é óbvio que é preconceito quando dizem que, loiras são burras, e isso deve ser combatido, assim como qualquer outro tipo de preconceito existente, mas não há, simplesmente NÃO EXISTE uma ideologia de ódio em relação às mulheres loiras, esse preconceito para com elas, não as prejudicaram e nem prejudicarão de forma totalmente direta, porque mesmo assim elas continuam sendo a maioria na televisão, no cinema, nos papéis principais, nas universidades, enfim, agora compare com o outro lado da moeda, quem, de fato, está realmente sendo atrasado com tudo isso? Dissertem, filhos...
Não existe racismo reverso, porque, primeiramente, racismo é um sistema de opressão e, para haver racismo, deve haver relações de poder, pessoas pretas não possuem poder institucional para serem racistas. Sofremos um extenso histórico de opressão e violência que nos exclui. Segundamente, para existir o tal de racismo reverso, deveria ter existido e existir uma longa negação de direitos a essa população, os brancos deveriam ter sido escravizados durante séculos, e depois ~libertados~, sem terras, sem estudos e etc, deveria existir grupos racistas matando pessoas brancas, e também, não podemos esquecer dos navios branqueiros, né, e aí, tá "teno" tudo isso?!
E isso foi dito no filme, hein?! "-Seu programa é racista! -Negros não podem ser racistas. Preconceituoso, talvez, mas não racista. Racismo descreve um sistema de desvantagem baseado na raça. Negros não podem ser racistas, porque não somos beneficiados por esse tal sistema."
Ah, e voltando a falar sobre o filme, eu achei ÓTIMO, amei, incrível, há sim alguns erros, mas que foram totalmente ofuscados pelo brilhantíssimo tema que foi abordado, estava com grandes expectativas em cima desse filme, e ele superou todas que eu poderia ter, ele tocou bem na ferida, tocou no maior tema que do racismo atual, ~o racismo reverso~, que principalmente, nós, jovens, e pretos, estamos enfrentando. Uma excelente atuação de Tessa Thompson, passarei a acompanhar mais seus trabalhos, e destaque para Tyler James, mais uma vez esbanjando talento, magnífico ator. Sem dúvidas entrará para meus favoritos, pois hoje, mais do que nunca, eu super me identifiquei com um filme do começo ao fim, principalmente em relação a Sam.
Nossa, que filme belo, singelo, simples, tocante, porém, muito triste...
Esse filme prova mais do que nunca, que para um filme ser incrivelmente maravilhoso, ele não precisa ser longo. Ele passa tão rápido, mas a mensagem que ela deixa é eterna dentro da cabeça, ou melhor, do coração de cada um que assistiu, e conseguiu sentir todos os sentimentos leves e verdadeiros que ele nos passou.
Assistindo esse filme na hora me veio um som na mente, uma música que eu amo, e que tem uma letra extremamente linda, uma estrofe dela diz: "É bem mais fácil falar da dor, é bem mais fácil que falar do amor, da mais ibope chama atenção dos parceiros do mundão, né não?" Essa pequena frase resume tudo que eu acabei de ver.
Dois homens que a pouco tinham se atacado, um tentando matar o outro, um matando os parceiros do outro, e agora se encontram debaixo do mesmo teto, e simplesmente não podem se atacar, é claro, a todo momento se estranham, discutem, trocam farpas, mas a convivência diária vai dissolvendo as barreiras que os impediam de se aproximarem, então assim deixando de lado as desavenças e preconceito contra a nacionalidade, religião e ideologias do outro, eles simplesmente esquecem suas disputas territoriais violentas e sanguinárias, e lentamente vão se juntando ao jeito tão humanista e pacifista de Ivo. Ivo, um senhor tão simples, com uma sabedoria enorme, salvou e cuidou de dois homens, e em nenhum momento distinguiu partidos, lados e nem facções, e sobretudo, conseguiu domar dois corações que infelizmente haviam sido corrompidos pelo ódio da Guerra.
Eles não se odiavam, ninguém nasce odiando, ninguém nasce preconceituoso, as pessoas são ensinadas a serem assim, e há muitos professores do mal no mundo destilando seu ódio, e ensinando mais pessoas a odiar também, sem nem saberem ao certo porque odeiam. O problema é que, a sociedade está mais disposta a ensinar a odiar, do que amar, há poucos Ivo's no mundo, infelizmente isso é fato!
Um roteiro preciso, objetivo, e muito bem construído, um filme com baixo orçamento, com um pequeno elenco, porém de grande talento, valeu mais do que zilhões de filmes que eu já assisti que tinham efeitos especiais incríveis, filmes super produzidos, super populares, com várias celebridades hollywoodianas em seu elenco, tão cheios da grandiosidade tecnológica atual, entretanto, vazios de qualquer mensagem que tu possa levar contigo, na cabeça, no coração, na alma e na vida!!
Conflito, convivência, drama, guerra, ódio, preconceito, sangue, morte, mas no final o amor venceu a guerra, como disse o rapaz aí embaixo: O filme é de guerra, mas a mensagem final é de paz.
Ps: Chorei muito, mas muito ao escutar a música da fita amarela!!!
O Lagosta
3.8 1,4K Assista AgoraJá tem um certo tempinho que (re)assisti esse filme, minha opinião sobre ele mudou um pouco depois que revi, mas ainda assim continuei gostando. Sei lá, ele é bizarro mas eu particularmente consigo ver MUITA semelhança com a atual realidade em que vivemos. Acho que a gente ainda se encaixa e se mutila demais pra se encaixar nos moldes e gostos alheios, sabe?
Vou exemplificar: Na penúltima Copa Mundial comecei a conversar com um garoto legal, ele me tratava super bem e pra mim era como se fosse quase um namorado, apesar de não me identificar com nada que ele gostasse ou fizesse. A partir daí comecei a revirar o face dele pra ter mais e mais coisas em comum, afinal, eu já era adolescente e nunca nenhum garoto tinha se interessado assim por mim, eu "precisava" de um namorado, precisava agradá-lo de algum modo. Descobri que ele gostava de Pearl Jam, Audioslave, Arctic Monkeys, amava futebol, academia, curtia páginas como "Orgulho de ser Hetero" e etc, e automaticamente me vi gostando e super "entendedora" dessas mesmas coisas, algumas coisas passei a gostar por realmente ter curtido mesmo, como as bandas, mas o futebol eu odiava/odeio e comentava tudo como se fosse uma Galvoa Buena, ia tbm todas as manhãs pra academia mesmo detestando atividades físicas e mais ainda acordar cedo, hahaha... mas aos poucos tudo aquilo foi se enchendo, ele foi parando de me responder e em seguida vi ele com uma menina com o mesmo gosto que ele e muito mais bonita do que eu. Fiz isso por um cara que conheci pela Internet, fiz isso pq ele demonstrou o mínimo de carinho/interesse por mim, fiz isso pq aos meus olhos era inaceitável que uma garota da minha idade não tivesse um namorado ainda, era como se eu fosse literalmente morrer caso não tivesse um. O desespero para não ficar "só" é algo muito recorrente, que perturba milhões de pessoas a ponto de obrigá-las a ficarem com alguém que elas não amem tanto assim (ou que já tenham deixado de amar ao decorrer do tempo), que as obrigam a se recortarem diariamente pra caberem no padrão das outras pessoas ou até as fazem assumirem esse compromisso quando na verdade a vontade é de ficar sozinhas mesmo. Vem a família, os vizinhos, os amigos, os conhecidos com perguntas do tipo "e os namoradinhos?" "Mas desse jeito você vai morrer sozinha, quem vai cuidar de você quando estiver velha ou doente?" "Você não sente falta de um namorado? Pra sair e etc" "É tão ruim viver assim... como você consegue?" é uma pressão constante e irritante, como se você só estivesse 100% completa com um relacionamento, melhor ainda se vier um filho em seguida. Como se você não fosse válido sozinho, como se fosse menos, entende? O filme é pesado? É, de fato. Mas eu realmente não acredito que estejamos muito longe disso.
Enfim, ótimo filme, com atuações incríveis e cenas fantásticas, algumas até indigestas e revoltantes, como a do cachorrinho. Recomendo fortemente, principalmente pra quem procura algo bem romântico para assistir com o/a crush, hahaha.
Ps: eu ficaria entre ser uma pantera ou uma coruja
Humano - Uma Viagem pela Vida
4.7 326 Assista AgoraOque nos torna humanos? A racionalidade, os sentimentos, os atos, as escolhas, os sentimentos racionais, os raciocínios sentimentais? Qual é o significado da vida humana? Há algum significado? Essas são umas das inúmeras perguntas que me faço pelo menos umas dez vezes por dia, pra mais, muito mais. E eu não entendo... eu não consigo entender qual é o real significado da vida humana, oque nos torna humanos. Nosso real significado.
Assistindo os três volumes vi muitas pessoas dizendo que: "Agora sinto vergonha de tantas vezes que reclamei da vida sem ter motivos", Oras, mas esse documentário não é pra mostrar que outras pessoas carregam problemas maiores que o seu, que o meu, apesar disso ser meio inevitável de se pensar. Não é pra dar um tapa na sua cara e dizer: "Pare de reclamar de barriga cheia, cara." Não, não é isso. Human vem pra mostrar nós TODOS como humanos pela primeira vez, como cada humano tem sua vida, sua história, suas dores e alegrias, seus erros e acertos, seu passado e seu presente, e como esquecemos disso, como esquecemos que somos humanos, criando então até uma empatia seletiva. Quando olhamos uma pessoa, normalmente nós a julgamos por aquilo que achamos que elas são, assim então deixando de lado tudo que essa pessoa realmente é. Nós não olhamos uns para os outros como humanos. Pergunte para si mesmo: 'Antes desse documentário, qual foi a última vez em que parei para simplesmente escutar a história de vida de uma pessoa sem julgar? Quando foi que eu me emocionei por sentir que também sou... sou... humano? Quando foi que eu simplesmente sentei para escutar um pequeno depoimento de uma pessoa, mas apenas escutar mesmo, sem taxá-la como errada ou não?'
E Human veio pra fazer aquilo que esquecemos de fazer há tempos.
Esse documentário não vem pra te deixar envergonhado por ter problemas 'menores' dos que foram apresentados aqui, afinal, todos nós temos problemas, angústias, dores, e não estamos em um campeonato de quem sofre mais, e sim para mostrar que ainda somos humanos, assim como eu, eles, você, nós. Todos humanos. E precisamos olhar uns pros outros dessa maneira.
Sobre as histórias, irei comentar sobre um tema da cada volume:
O primeiro volume tem como temas: Como é a condição da mulher no mundo, a pobreza e o amor: Mas irei comentar sobre:
A condição da mulher mundialmente:
Que o machismo era culturalizado mundialmente, isso já era óbvio, pelo menos pra mim sim. Mas ouvindo cada depoimento daqueles, tanto de homens quanto de mulheres, vi o quão as mulheres ainda são violentadas, submissas, desvalorizadas, exploradas, como ainda são obrigadas a viver uma vida infeliz e de mentira, apenas para agradar a sociedade, e servir em nome da moral e os bons costumes. Em um relato emocionante de uma mulher, mãe, ela diz o quão livre ela se sentia/sente depois de anos vivendo em um casamento de faixada, sendo a típica exemplar mãe de família, que também era vegetariana... até que um dia ela finalmente resolve jogar tudo pro alto. Se divorcia, se assume como lésbica (que também podemos levantar um debate sobre heterossexualidade compulsória), larga o vegetarianismo (apesar de também ser uma vegetariana, ainda assim achei incrível da parte dela se desacorrentar de tudo que a fazia se sentir uma prisioneira de si mesma, prisioneira da sociedade, prisioneira daqueles que ditam um 'padrão perfeito' para ser uma boa pessoa, principalmente, uma boa mulher). Eu chorei muito com ela, também por ela ter passado por isso, mas principalmente por ela ter conseguido se livrar. Coisa que muitas, infelizmente, não consegue, seja por medo, ameaça, agressão, ou por pensar nos filhos, e etc... e ver que uma mulher finalmente conseguiu, é uma vitória pra mim também.
E os inúmeros relatos de abusos, e também (para minha alegria) de mulheres independentes (mas que também enfrentaram e enfrentam duras experiências por conta do machismo), foi absurdo. Mas também nós escutamos relatos dos próprios machistas. Um homem, por exemplo, dá graças por ter achado uma mulher totalmente submissa, o outro diz que não consegue amar apenas uma mulher, dizendo amar todas, tudo bem. Mas será que todas sabem disso, ou estão vivendo em um relacionamento nada honesto, e quem sabe até em um relacionamento abusivo sem saber? A condição da mulher mundialmente é algo muito grave, em alguns países são bem piores do que outros, mas todos sempre tratam a mulher como um ser inferior, limitado, que precisa de regras. Pois antes de eu ser sua (insira aqui qualquer relação que temos ou que iremos ter) eu sou minha, apenas minha, e de mais ninguém. Em meu corpo dito eu, em mim quem comanda é apenas a mim mesma. E assim como eu, todas as mulheres são donas de si mesmas. Pena que a sociedade patriarcal está muito longe de entender isso. "I've got life, I've got my freedom, i've got the life. And I'm gonna keep it"
- Nina Simone
O segundo volume tem como temas: Homossexualidade, guerra, perdão, vida após a morte e família: Mas irei comentar sobre:
Escravos da guerra:
"Eu estava com raiva, virei soldado Antibalaka para vingar meu irmão. Se eu matar alguém, vou me sentir aliviado. Vai aliviar minha raiva. Se eu matar uma ou duas pessoas, eu sei que já terei vingado meu irmão por quem me alistei. Se eu matar dez ou quinze terei vingado a morte do meu irmão o suficiente. Ele morreu, mas outros terão morrido por causa dele. Vou ficar aliviado e poder viver em paz"
E então outro homem faz o seguinte relato: "Em 16 de Janeiro de 2007, um policial da fronteira Israelense matou minha filha Abir de 10 anos, na frente da escola, em (o nome ficou embaçado, e minha visão não é das melhores, então, não consegui ler o nome do lugar, se alguém souber, por favor, me fale) onde eu moro. Ela estava com a irmã e dois amigos, às 9:30 da manhã. Atirou na cabeça dela por trás a uma distância de 15 a 20 metros com bala de borracha. Abir não era combatente. Ela era apenas uma criança. Não sabia nada sobre conflito, nem fazia parte dele. Infelizmente, ela perdeu a vida por ser palestina. Muitos me disseram: "Você não tem o direito de perdoar em nome dela". Eu respondo: "Também não tenho o direito de me vingar no nome dela". Espero que ela esteja satisfeita. Espero que descanse em paz."
Os dois finalizaram seus relatos com a palavra "Paz", enquanto um ainda a procura, e procura no caminho do ódio, da vingança. E o outro já a encontrou, no caminho do perdão. Não julgo nem um e nem outro, pois não sei oque faria no lugar. Mas fica o registro (mais um, aliás) de como a Guerra acaba com as pessoas, com seus sonhos, suas alegrias, como acaba com a vida de inocentes. As pessoas que mataram os familiares desses dois homens também são escravos da guerra, e com certeza também teriam relatos muito parecidos com esses para falar (inclusive teve relatos de quem está do outro lado, dos que atiram, dos que matam. Depoimentos fortes, tristes e muito emocionantes...). E no fim concluímos que todos eles sofrem com isso, matam uns aos outros por absolutamente nada. Os que morrem, os que sofrem com a perda, os que matam, não há um sequer que saia ileso dessa.
"A guerra é um massacre entre pessoas que não se conhecem para proveito de pessoas que se conhecem mas não se massacram."
- Paul Valéry
O terceiro volume tem como temas: Felicidade, educação, deficiências, corrupção e o sentido da vida: Irei comentar sobre:
Deficiência. Limitações deles ou nossa?
"Sim, eu tive histórias de amor... com... só com pessoas sem deficiência. Isso também... quer dizer... me deixa contente porque as pessoas com quem namorei ignoraram minha deficiência. Aliás, eu perguntava sempre: "Por que você está comigo? Sou deficiente visual, albina... Por que não escolhe outra?" A resposta... era: "Gosto de você, simplesmente". E essa resposta dizia tudo. Queria dizer que a pessoa... fisicamente, tem de ter alguma coisa. Mas também é preciso suportar o olhar dos outros. Segurar a mão de uma pessoa com deficiência visível, não é fácil." Chorei muito com esse depoimento.
A maior limitação de um deficiente não é sua deficiência em si, e sim a sociedade. Ele não se limita em ficar preso, mas as pessoas são limitadas ao olharem eles em público. Ele não se limita em se lamentar, mas as pessoas olham pra eles com olhares limitados, olhares piedosos, olhares carregados de julgamentos, de indignação, de estranheza, e em muitos casos, até de nojo, medo...
O preconceito social contra a pessoa com deficiência é enorme, seja com deficientes físicos ou deficientes mentais, e até mesmo com pessoas portadores de doenças como AIDS, Lepra, Vitiligo, e tantas outras. As barreiras para a inclusão social são enormes, e o preconceito é muito doloroso. Eu acho o cúmulo ter que dizer "Mas eles são pessoas como nós, são humanos" sendo que isso é óbvio, e mesmo que não fossem humanos, a agressividade gratuita, a exclusão e o preconceito em nenhum caso é justificável. O em todas as suas formas está enraizado em nossa sociedade, são todos amplamente disseminados pelo mundo, que ao invés de discutir sobre a diversidade opta pela exclusão. Olhe esses depoimentos, escute, veja, e lembre-se de cada vez que tu olhou com olhar de piedade para alguém, das vezes que tu ficou a observando como se fosse um animal excêntrico, das vezes que tu fez "brincadeirinhas" humilhando essas pessoas, e se conscientize, se coloque no lugar. Pois a maior limitação quem tem somos nós, apenas.
Enfim... aqui termino meu texto, e termino com a sensação de que fiquei um pouco mais humana depois desse documentário. Termino com a vontade de comentar sobre tudo que disseram, mas me limitando apenas em sentar, refletir, pensar, sentir... chorar.
Termino com o desejo de pegar todos e colocá-los em uma enorme sala e botar esse documentário para todos assistirem. Termino com a total certeza, pela primeira vez na minha vida, de que sim, eu sou Humana.
Dragon Ball Z: A Batalha dos Deuses
3.2 661É, pelo jeito a consideração e respeito com os fãs da faixa etária dos 18 aos 30 anos foi 0, viu? Parece que o foco agora é conquistar a nova geração, que tenha por volta dos 08 aos 14 anos, e deixar os que estão os acompanhando desde o início de lado.
Mas vamos lá, as pessoas normalmente descartam totalmente o sendo crítico apenas por ser Dragon Ball, mas aqui irei deixar o fanatismo e nostalgia de lado, e vou dizer tudo que me desagradou, e a decepção que foi esse filme.
Pra quê esse porra louca do Imperador Pilaf? Pra ter mais história, como assim fizeram no GT? E esse filme tá bem no nível do GT mesmo, nem fodendo que chega perto do Z. Deixou tudo (muito, muito) infantil, focaram mais na comédia e esqueceram a ação. A porra da ação, maluco!! DBZ sem ação, é como futebol sem bola. Dbz sem ação não é DBZ, sinceramente, estou profundamente irritada com isso.
Cade aquele Guerreiro Orgulhoso que de segundo em segundo chamava alguém de miserável, maldito, verme, inseto?? "Eu sou calmo e meu coração é puro... meu coração é pura maldade!", essa frase foi um marco na história do DBZ, daí do nada ele se torna puro o suficiente pra fazer aquela parada pro Goku se tornar um deus? Tipo, hãn, qual foi? Tá certo que quem passa tanto tempo ao lado do Goku tem grandes chances de se converter ao Kakarotismo, e ficar bom de uma forma inigualável, vide, Piccolo e outros. Mas, porra, Vegeta, mano? Cara é aquele mesmo Vegeta que se recusou a fazer a "dança" da fusão, agora dança como um abobalhado pro Bills não ficar putinho. Cê tá doido, olha o nível que o príncipe dos Sayajins chegou.
Bills, o "rei da destruição", conhecido por destruir vários planetas, e fica bravo por conta de UM pudim, fala que vai destruir, tem vinte minutos de luta com o Goku, e no final se torna mais um adepto ao Kakarotismo também. Se fuder mesmo!
Gohan se tornou um zé ruela completo, assim como Vegeta.
Valeu a pena ter visto porque dei algumas (poucas) risadas (em comparação com o real DBZ eu não ri nada), e pelo tapão na cara que Bills deu na Bulma (que serviu também pro Vegeta ter cinco segundos de ressuscitação), desde que me entendo por gente queria dar um tapa na cara dela, mulher insuportável, só perde pra Chi-Chi, ou pra Sakura do Naruto. O resto, vixe... não salva quase nada mais!
Pelo que vi o DBSuper é baseado nesse filme, e no renascimento de Freeza, mas espero que tomem vergonha na cara e foquem mais na ação. Vi os dois primeiros episódios e me pareceu ser ótimo, a abertura então, foda! Então, creio EU que, esses filmes foram mais comerciais, meio que pra deixar os fãs ansiosos pela série, e lavantar unzinho, porque se não foi pra isso, eu digo com todas as palavras que eles cagaram e sentaram em cima legalzão. Espero também que a comédia fique por conta do Vegeta (de antes) quando ele ficava furioso e xingava as pessoas dos mais diversos palavrões. Enfim, DB/DBZ sempre foi engraçado sem apelar ao extremo como apelaram nesse. Se for pra ver desenho infantil avisa que eu vou lá e assisto Dora, a Aventureira.
Enfim, tu não é fã? Não acompanha/acompanhou a série (o anime épico mesmo)? Se não, então te recomendo esse filme, pra tu será um bom entretenimento. Se tu for aqueles fãs fanáticos que ignora qualquer erro por conta da "Nostalgia S2", então, vá e veja também. Mas se tu que é fã e tem o mínimo do senso crítico, e sabe oque está bom ou não, passe reto disso aqui, sério!
Casa Grande
3.5 576 Assista AgoraUm bom filme, que mostra com total veracidade nossas questões sociais, as principais questões de debates sociais. Como as cotas, por exemplo.
O debate que a professora levanta na sala de aula foi foda demais. Retrataram perfeitamente as atuais pessoas que se metem a debater sobre esse assunto. Tô cansada já de encontrar essas pessoas com os mesmos argumentos batidos, e que de nada entendem do assunto, Pra vocês terem uma noção de como isso se tornou repetitivo, eu já nem mais elaboro textos/comentários para as pessoas que vem com debates sobre cotas raciais, eu participei de um debate (ano passado, mas participo de debates sempre), e fiz um texto pro rapaz, copiei, colei e guardei. Toda vez que uma pessoa vem com esse mesmo discurso, eu já coloco o mesmo texto que fiz no debate do ano passado. E é incrível que eu tenha que usá-lo sempre, cara!
A cena da sala de aula representa com maestria as pessoas e suas opiniões:
O cara que não concorda, mas não entende porra nenhuma: É aquele típico playboy que diz que tudo é "Culpa do PT", nunca trabalhou, é sustentando pelo papai, vive de mesada (e que mesada gorda), o papai paga a faculdade, tem um belo carrão, vive de festas, só quer saber de pegar mulher (depois é o mesmo que vem discurso machista dizendo que mulheres são todas putas), sua vida se resume a um puta pedestal de privilégios, mas mesmo assim quer palpitar (nem tendo nenhum respaldo sobre tal assunto) em qualquer debate social, e pior, sempre vai contra, é contra cotas, contra a luta contra o racismo (pois tudo virou mimimi), é contra casamento gay, é contra mulheres lutarem por seus direitos (e sempre usa o exército como desculpa), mas só não é contra seus privilégios que tem desde que nasceu, porque será, hein? Eu não sei, tu sabe? Me explique, por favor...
O cara do meio termo: O famoso "vou pela cabeça dos outros, meu nome é Piolho", é o tipo maria vai com as outras, se eu disser que sou a favor, e justificar o porquê com meia dúzias de palavras, ele se torna a favor. Se eu virar as costas e chegar uma outra pessoa que seja contra, e dizer mais meia dúzias de palavras (que nem precisam ser muito convincentes), ele se torna contra. Não tem opinião formada, ou seja, não tem opinião própria. Mas tá lá, sempre palpitando onde não é chamado. Coisa que sua opinião irrelevante e contraditória alterará algo nisso. É pra rir mesmo.
O Playba que usa seu único/a amigo/a preto/a (antes que me corrijam, preto é cor, negro é etnia, eu digo preto, eu sou preta, e espero não ser corrigida por isso) como exemplo: Aquele cara que sempre diz "Ah, eu estudava com o meu melhor amigo (cof, cof, comovida) e ele também era/é preto! Mas ao contrário de você, ele estudava muito, e não ficava com esses discursos vitimistas, e nem com esse preconceito contra brancos (sim, racismo reverso, um dos maiores folclores da atualidade), quer entrar em uma faculdade? Estude! Pare de se fazer de coitada. Somos todos iguais!" (Lembrando que esse mesmo amigo é/era o único amigo preto que ele tem, e o único do colégio também. Assim como o filme representou muito bem)
O cara pega um exemplo individual e usa como todo contexto social, quando será que irão aprender que se referimos aos cotistas, ou qualquer debate social enquanto classe? Daí o idiota pega a exceção, da exceção, da exceção da porra da regra, e usa como todo o contexto social. Engraçado que, esse mesmo babaca não pega milhões de jovens/adolescentes/crianças nos faróis, na rua, no crime, ou na pura miséria e não usam como exemplo, né? Prefere pegar um caso isolado que se deu super bem, ao invés de olhar pra nossa puta desigualdade social gritante. Mas porque isso, hein? Será que ele quer ver o preto como seu eterno subalterno, assim então mantendo essa cultura brasileira de Casa Grande e Senzala, ou é só medo de ver a filha da empregada, o filho do motorista sentando ao seu lado dentro de uma faculdade? Não sei qual é a desculpa, mas todas resultam em apenas uma raiz social: Racismo.
O oprimido que se deu bem e hoje se (auto) usa como exemplo, e quer pagar de opressor (seria cômico se não fosse trágico): Mano, esse tipo de maluco é uma piada sem tamanho, eu não tenho palavras para descrever a tamanha tristeza quando vejo um/a preto/a reproduzindo discursos meritocratas. É aquele tipo de cara que teve um vida melhor, consequentemente cresceu com mais pessoas brancas ao seu redor, e todos o tratavam "como trata qualquer outra pessoa", então, por isso, pra ele já não existe racismo. E se ele está lá, qualquer preto periférico que se esforçar como ele se esforçou (uhum, sei) também chegará lá. E ainda diz que as cotas nos diminuem, significa que somos incapazes, e que ele lutou muito até chegar lá sem a ajuda de esmolas do governo e etc. Pô, bacana que tenha conseguido, que tenha tido uma vida melhor, diferente e pá, mas jamais essa pessoa deve ultrapassar e levar esse mérito individual além dos limites de sua esfera pessoal, e sair por aí cobrando o mesmo de todos, isso é impossível, é bizarro. Fora que, cobrar dos outros esse reconhecimento é o mesmo que exigir a outorga de uma medalha em uma solenidade, é ridículo pra falar a verdade. Não aceito esse tipo de discurso!
A cena do churrasco também, aliás, a cena do churrasco tem (quase) todos os tipos de pessoas que citei acima, só que agora adultos, já pais e mães de família, mas não tem o cara preto com discurso meritocrata. Apenas uma garota que graças ao colorismo é vista como tudo, menos preta. Mas é foda, porque a mesma estava fazendo um belo discurso a favor das cotas, e de repente me solta um "minha mãe é mulata", o pior dos termos para se chamar alguém que seja fruto de uma relação interracial, ou uma pessoa que pelo longo processo de miscigenação na família, não "saiu" com a pele tão escura, e com os traços africanos não tão evidentes.
Enfim, esse é aquele tipo de filme pra tu assistir junto com um ou vários amigos, e depois levantar um debate sobre os temas apresentados. Foi bacana ver também o processo de falência de uma família tradicional brasileira. Como a moral e os bons costumes da burguesia se limita apenas em dinheiro, e tudo que gira em torno deles, e de mais ninguém. Mas quando acabou senti que esperava mais, e que faltava mais, bem mais, mas enfim...
Recomendo pra quem está habituado com esses lances de questões sociais/raciais, e etc, mas não crie muitas expectativas, apenas se surpreenda!
As Virgens Suicidas
3.8 1,4K Assista Agora“O que estou tentando dizer, é que não queria que ele se sentisse numa gaiola dentro de si próprio. Dizem que o corpo é um templo, mas ele achava que seu corpo era uma prisão. Nos seus pensamentos... Ele sabia que era amado, sabia que tinha tudo, que podia fazer tudo, mas mesmo assim, sentia-se preso. E aquela foi a única forma de ser livre.” Uma grande frase de um pai de suicida que vi em um DOC e jamais irei esquecer. Essa frase me marcou de uma tal maneira, que nem dá pra resumir em palavras, e hoje ela resume esse filme, resume a vida dessas cinco irmãs.
Oque é viver quando você não vive? Oque é viver quando você sente que sua casa, o mundo, e seu próprio corpo, nada mais é que uma prisão? Oque é viver quando você apenas existe?
Eu esperava algo diferente desse filme, algo mais "agressivo", se assim posso dizer. Uma abordagem nada delicada, que iria direto ao ponto, mas não, esse filme não foi assim, ele conseguiu tratar um assunto tão complexado, e que divide fortes opiniões com uma forma muito singela, poética até. A narrativa nada convencional, fez com que o filme ficasse ainda mais interessante, mais suave.
Em uma das cenas inciais, o médico diz pra Cecilia o quanto ela era jovem, e não sabia o quão a vida poderia torna-se ruim ainda. Claro, uma garota de treze anos, bonita, que mora em um bairro com lindas casas, com jardins bem cuidados e árvores frondosas na frente, que tem uma família tradicional e respeitável, não teria justificação plausível o suficiente para cometer tal ato. Mas tem, ela tinha. Uma vida cheia de restrições religiosas e morais, vista aquilo, senta ali, não saia, não beije, cubra os ombros, esconda os pés, vista essa camisola ao invés de um vestido, não escute esse tipo de música, não vão pra escola. Regras, proibições, restrições, ela não vivia por ela, elas não viviam por elas, elas viviam para agradar a seus pais, Pais que as amavam, que as protegiam, que as sufocavam com tudo isso. Mas como dizer que não aguentavam mais aquilo? Como chegar pra dois pais que faziam de tudo pra protege-las? Não havia jeito, elas não encontraram saídas, elas já não aguentavam mais, então elas se (auto) proibiram de existir, pois já não viviam mais.
Esse filme traz um questionamento de: Até que ponto os pais podem interferirem na vida de seus filhos? As Virgens Suicidas é um retrato amargo de uma juventude sufocada por escolhas que não são suas, suas vontades são apenas sentimentos que ficam repreendidos dentro de si mesmas. "Pior não é morrer, é não viver e ter que respirar, já que viver é transpirar. Foda é viver sem ter nada pra inspirar." essa frase, exatamente essa frase, representa a vida de todos elas, e a realidade de muitos de nós.
Enfim, um belo, delicado e triste filme, que super indico pra quem se interessa pelo tema, E eu agradeço a mim mesma por ter demorado tanto para tê-lo assistido, pois, provavelmente, eu não teria me identificado tanto, e nem teria enxergado toda sua verdade, e pedido de socorro dentro dos olhos daquelas meninas caso tivesse o assistido anos atrás.
Seria apenas mais um filme qualquer e mais nada, mas ele não foi, e tornou-se muito importante pra mim. Magnífico!
As Mil Palavras
3.1 703 Assista AgoraSabe aquela sensação boa que tu tem quando não tem nada pra fazer e do nada começa a mudar os canais da televisão, até que acha um filme aparentemente bom? Então, foi essa que tive quando encontrei "As Mil Palavras" enquanto estava rodopiando pelos canais televisivos.
Não é um filme de: "Nossa, óh, como eu amei, vou favoritar!" ou "Nossa, que porcaria, total perda de tempo", é um filme bem pipoca, pra tu assistir durante uma tarde ensolarada de um dia semanal qualquer. Cara da sessão da tarde mesmo. É um filme muito belo, que por diversas vezes me pegava com os olhos lacrimejados. Também me fez refletir o tanto de palavras que dizemos à toa, o tanto de palavras desnecessárias que poderíamos evitar, mas não evitamos, dizemos, e muitas das vezes nem medimos as consequências.
Pra quem gosta do Eddie Murphy, e do seu jeito super engraçado de ser, com certeza irá gostar desse filme também. Se não gosta dele e de suas piadas, nem assista, pois ele é desse jeito em qualquer filme, e isso que lhe torna único. Mas esse filme tem uma pegada mais dramática, com um final super previsível, mas que mesmo assim lhe arranca um sorriso de canto de boca.
Enfim, me deixou com uma sensação boa. Eu recomendo!
Cara Gente Branca
3.8 175 Assista AgoraHm, que engraçado, como já foi dito aqui, as pessoas choram com vários filmes que tem como tema a escravidão, favoritam, fazem longos comentários cheios de hipocrisia que eu já conheço de cor, e salteado, dizendo que chorou, esbanjando amor, igualdade, paz, humanismo, solidariedade, e isso, e aquilo, e aquele ceninha toda que dá até preguiça de ler... mas daí, vem, e fazem um filme como nunca ninguém fizeram antes, retratando nossa atual sociedade, a realidade de muitos como eu, e oque as pessoas dizem? "Chato.", "Esperava mais.", "Tédio" e mais um monte de baboseira insignificante, ou dão duas estrelas (ou menos) pois se sentiram ofendidinhos com o tal racismo reverso, que apenas serve como prova para aquilo que o filme acabou de nos mostrar.
Sempre vejo uma pessoa branca chorando dizendo que foi chamada de palmito, leite azedo, rato branco, parmalat, gasparzinho, loira do tchan, e etc, e ~choram~ dizendo o quão difícil é, para elas passarem por tamanha opressão, ~pausa dramática~, sério gente, isso me comove muito, cês não estão ligado no tanto que choro com a opressão que vocês sofrem, quando entram numa loja e são seguidos, quando passam ao lado de um carro e o dono fecha os vidros, quando a polícia te para sem motivos, quando teu cabelo é chamado de bombril, quando te chamam de macaco, e etc, sérião, tenho muita dó de vocês. Mas, sério, sem sarcasmo agora, é claro, é óbvio que é preconceito quando dizem que, loiras são burras, e isso deve ser combatido, assim como qualquer outro tipo de preconceito existente, mas não há, simplesmente NÃO EXISTE uma ideologia de ódio em relação às mulheres loiras, esse preconceito para com elas, não as prejudicaram e nem prejudicarão de forma totalmente direta, porque mesmo assim elas continuam sendo a maioria na televisão, no cinema, nos papéis principais, nas universidades, enfim, agora compare com o outro lado da moeda, quem, de fato, está realmente sendo atrasado com tudo isso? Dissertem, filhos...
Não existe racismo reverso, porque, primeiramente, racismo é um sistema de opressão e, para haver racismo, deve haver relações de poder, pessoas pretas não possuem poder institucional para serem racistas. Sofremos um extenso histórico de opressão e violência que nos exclui. Segundamente, para existir o tal de racismo reverso, deveria ter existido e existir uma longa negação de direitos a essa população, os brancos deveriam ter sido escravizados durante séculos, e depois ~libertados~, sem terras, sem estudos e etc, deveria existir grupos racistas matando pessoas brancas, e também, não podemos esquecer dos navios branqueiros, né, e aí, tá "teno" tudo isso?!
E isso foi dito no filme, hein?!
"-Seu programa é racista!
-Negros não podem ser racistas. Preconceituoso, talvez, mas não racista. Racismo descreve um sistema de desvantagem baseado na raça. Negros não podem ser racistas, porque não somos beneficiados por esse tal sistema."
Ah, e voltando a falar sobre o filme, eu achei ÓTIMO, amei, incrível, há sim alguns erros, mas que foram totalmente ofuscados pelo brilhantíssimo tema que foi abordado, estava com grandes expectativas em cima desse filme, e ele superou todas que eu poderia ter, ele tocou bem na ferida, tocou no maior tema que do racismo atual, ~o racismo reverso~, que principalmente, nós, jovens, e pretos, estamos enfrentando.
Uma excelente atuação de Tessa Thompson, passarei a acompanhar mais seus trabalhos, e destaque para Tyler James, mais uma vez esbanjando talento, magnífico ator. Sem dúvidas entrará para meus favoritos, pois hoje, mais do que nunca, eu super me identifiquei com um filme do começo ao fim, principalmente em relação a Sam.
Tangerinas
4.3 243Pra quem se apaixonou pela música da fita amarela: https://www.youtube.com/watch?v=eEEky8-LLnM :)
Tangerinas
4.3 243Nossa, que filme belo, singelo, simples, tocante, porém, muito triste...
Esse filme prova mais do que nunca, que para um filme ser incrivelmente maravilhoso, ele não precisa ser longo. Ele passa tão rápido, mas a mensagem que ela deixa é eterna dentro da cabeça, ou melhor, do coração de cada um que assistiu, e conseguiu sentir todos os sentimentos leves e verdadeiros que ele nos passou.
Assistindo esse filme na hora me veio um som na mente, uma música que eu amo, e que tem uma letra extremamente linda, uma estrofe dela diz: "É bem mais fácil falar da dor, é bem mais fácil que falar do amor, da mais ibope chama atenção dos parceiros do mundão, né não?" Essa pequena frase resume tudo que eu acabei de ver.
Dois homens que a pouco tinham se atacado, um tentando matar o outro, um matando os parceiros do outro, e agora se encontram debaixo do mesmo teto, e simplesmente não podem se atacar, é claro, a todo momento se estranham, discutem, trocam farpas, mas a convivência diária vai dissolvendo as barreiras que os impediam de se aproximarem, então assim deixando de lado as desavenças e preconceito contra a nacionalidade, religião e ideologias do outro, eles simplesmente esquecem suas disputas territoriais violentas e sanguinárias, e lentamente vão se juntando ao jeito tão humanista e pacifista de Ivo. Ivo, um senhor tão simples, com uma sabedoria enorme, salvou e cuidou de dois homens, e em nenhum momento distinguiu partidos, lados e nem facções, e sobretudo, conseguiu domar dois corações que infelizmente haviam sido corrompidos pelo ódio da Guerra.
Eles não se odiavam, ninguém nasce odiando, ninguém nasce preconceituoso, as pessoas são ensinadas a serem assim, e há muitos professores do mal no mundo destilando seu ódio, e ensinando mais pessoas a odiar também, sem nem saberem ao certo porque odeiam. O problema é que, a sociedade está mais disposta a ensinar a odiar, do que amar, há poucos Ivo's no mundo, infelizmente isso é fato!
Um roteiro preciso, objetivo, e muito bem construído, um filme com baixo orçamento, com um pequeno elenco, porém de grande talento, valeu mais do que zilhões de filmes que eu já assisti que tinham efeitos especiais incríveis, filmes super produzidos, super populares, com várias celebridades hollywoodianas em seu elenco, tão cheios da grandiosidade tecnológica atual, entretanto, vazios de qualquer mensagem que tu possa levar contigo, na cabeça, no coração, na alma e na vida!!
Conflito, convivência, drama, guerra, ódio, preconceito, sangue, morte, mas no final o amor venceu a guerra, como disse o rapaz aí embaixo: O filme é de guerra, mas a mensagem final é de paz.
Ps: Chorei muito, mas muito ao escutar a música da fita amarela!!!