A repetição leva a perfeição, frase inaplicável a boa parte dos filmes e séries sobre romances colegiais, que repetem uma mesma formula abraçando todos os seus clichês e o pior, buscam um resultado diferente no final. Todavia, Ben Taylor e Kate Herron conseguiram construir algo único, emocionalmente poderoso e de certa forma viciante.
Sex Education não reinventa a roda, mas encontra formas de aprimorá-la do seu próprio jeito, tudo em sua primeira temporada parece o mesmo de sempre, adolescentes reprimidos que ou externalizam tal repressão, ou a explodem nos outros como tentativa de mascará-la, mas rapidamente percebe-se que tudo em Sex Education não é o que parece.
Seja pela peculiaridade da mãe do protagonista, ou por sua recém descoberta habilidade, ou pela busca de expressão de seu amigo, ou pelo seu romance com (até agora) a melhor personagem da série, tudo se desenvolve de maneira impecável no decorrer da temporada, atingindo picos emocionais em belos momentos.
Cliffhangers raramente encontram o balanço entre serem apelativos demais ou praticamente inexistentes, porém a dupla de diretores parece entender bem sua importância, tornando Sex Education a perfeita série de maratona, absurdamente viciante.
Estou ansioso pela segunda temporada de mais uma excelente série original do Netflix, fantástica adição ao catálogo.
O primeiro episódio da segunda temporada de Atlanta representa muito mais do que é mostrado na superfície, é talvez a mais importante inserção no gênero dramedy TV shows da década, é o resultado do amadurecimento de Donald Glover como ator e roteirista e mais, é uma evolução em todos os âmbitos técnicos da primeira temporada, tô ansiosíssimo para os próximos episódios, fantástico primeiro episódio.
É difícil falar de Ozark sem se quer citar sua influência mais óbvia, Breaking Bad. Apesar de esclarecer tal fato nos primeiros episódios, a primeira temporada exala originalidade conforme se desenvolve, surpreendendo com reviravoltas de roteiro e diálagos muito bem estruturados. É uma temporada muito movimentada, que mantém uma excelência no início e fim dos episódios, além de deixar diversos pontos em aberto após o seu fim, para uma possível segunda temporada fantástica.
Quem diria que tão cedo no ano teríamos uma grande surpresa, a mais nova série produzida pelo Netflix e orquestrada com maestria por Jonathan Entwistle talvez seja uma das melhores originais da plataforma. The End of the F**ing World é um belíssimo Bonnie & Clyde brilhando originalidade em sua estética, repleto de ótimas atuações e personagens, com um ótimo desenvolvimento de personagens e uma trama no mínimo insana, tudo isso ao som de uma trilha sonora hipster que hamorniza de certa forma com a estética. Uma excelente série para começar 2018.
Dês da aquisição dos direitos pela Netflix, as temporadas de Black Mirror dobraram a quantidade de episódios e estão sendo lançadas em intervalos menores, o que é ótimo para os fans, mas perigoso para a série.
Ao contrário da terceira temporada, a quarta começa fraca com o episódio "USS Callister", que apesar de ser um conceito interessante, o desenrolar medíocre e previsível da trama somado a atuações medianas o tornam um dos piores episódios de Black Mirror, além de ser um mal começo de temporada.
Por sorte, temos em seguida o fantástico "Arkangel" que acerta em literalmente tudo, consegue desenvolver muito bem os personagens durante um tempo limitado, possui uma excelente direção e o ar sombrio de uma tecnologia controladora é a cereja no bolo, um perfeito episódio digno de levar o título da série.
"Crocodile" são as desventuras em série que dão continuidade a temporada, um thriller criminal que consegue se manter firme na sequência de acontecimentos que apresenta, acumulando tensão para um fechamento reflexivo, um episódio bom, mas que não gira em torno da tecnolgia em si, uma boa quebra para uma temporada possivelmente repetitiva.
Inesperado, "Hang the DJ" consegue chegar ao nível do majestoso "The Entire History of You" da segunda temporada, um episódio que paraleliza o desenvolvimento de dois personagens, com inúmeras críticas sobre a interação da tecnologia com relacionamentos, além de um excelente twist no final. Meu favorito desta temporada.
Mas agora, se "USS Callister" é um dos piores episódios da série, "Metalhead" surpreende. A escolha ousada de um episódio em preto e branco traz uma fotografia interessante, mas se torna extremamente exaustiva depois de poucos minutos. Nem mesmo o contexto pós-apocalíptico possui qualquer originalidade em seu desenvolvimento ou desfecho, é a difinição de um "filler episode".
O fechamento da temporada, porém, impressiona. Utilizando as técnicas narrativas do fantástico "White Christmas", "Black Museum" conta três histórias em paralelo, uma mais abusrda e obscura que a outra, ao mesmo tempo que constrói uma ponte entre elas para um fechamento incrível, mais um ótimo episódio para a temporada.
Concluindo, Black Mirror está longe de perder a sua essência e, na minha opinião, a produção da Netflix anda fazendo um trabalho decente com a série. Todavia, se focassem mais em produzir três espisódios fantásticos, como as duas primeiras faziam, o resultado final seria bem mais gratificante. Num geral temos uma quarta temporada muito boa, entretanto um pouco longe da grandeza das anteriores
A turma toda está de volta depois da ótima primeira temporada de Stranger Things, agora com a inclusão de personagens ricos em background, uma nova ameaça para o mundo e novos enigmas mirabolantes para serem resolvidos.
Porém desta vez tudo soa mais repetitivo, as personagens que viemos a amar na primeira temporada raramente se desenvolvem, ou sequer mostram um outro lado de sua personalidade, o que funcionaria muito bem para um longa de ~100 minutos como It por exemplo, mas como uma série deixa a desejar. A exata estrutura da primeira temporada se repete aqui, com uma problematização inicial do perigo na terra, WIll se comunicando com o mundo invertido e o surgimento de um enigma para ser resolvido, com é claro, uma trama diferente.
Por repetir muitas das coisas que tornaram a primeira temporada ótima, a segunda encontra espaço para melhorar ainda mais sua estética, trilha sonora e cinematografia, assim como a finalização de episódios, que está extraordinária em Stranger Things 2, cada episódio finaliza com uma questão no ar, dando sempre aquele gostinho de quero mais, o que faz a temporada funcionar perfeita em maratonas.
Num geral, Stranger Things 2 continua a acertar no que anteriormente acertava, introduz personagens com um bom desenvolvimento e aproveita para melhorar os aspectos mais técnicos da série, porém falha ao expandir seu universo, estruturar os episódios de maneiras diferentes e desenvolver os personagens já inseridos na série.
A simplicidade absurda na primeira temporada de Better Things é cativada como gatilho para atingir uma enorme simpatia com a relação mãe e filhos apresentada na série. Com algumas críticas sociais e apresentada como o retrato da desordem na vida de uma mãe solteira, a série consegue levar tal bagunça com um ótimo tom humorístico na melhor pegada Louis C.K e com algumas quebras para mostrar o amor de mãe como uma constante.
A temporada tem alguns problemas de foco, indecisa se retrata o cotidiano da família ou busca alguma espécie de evolução da trama. Além disso uma ou outra piada passou em branco, mas muito disso foi resolvido na segunda temporada.
No final das contas Better Things vem sendo a fonte de alguns dos momentos mais dourados das minhas semanas ultimamente.
A pergunta "como é que gravaram isso?" é uma constante durante a temporada, Planet Earth II é uma das melhores experiências visuais que eu já tive, com muita maestria, é capaz de capturar toda a grandiosidade e preciosidade da vida animal e do meio ambiente, aliada a uma narração de certo modo épica do lendário naturalista David Attenborough, Planet Earth II é um dos melhores documentários já feitos e talvez o que melhor retrate a Terra e toda sua perfeição, simplesmente espetacular.
O piloto de Legion é excepcional, Hawley não só conseguiu aplicar toda sua finesse em uma boa história, gerando assim uma série de herói mais complexa, bem dirigida e interessante do que várias outras já feitas, mas também se aventurou por alguns planos sequência e cenas em câmera lenta, criando momentos visualmente grandiosos mesmo com um orçamento baixo se comparado aos filmes do mesmo gênero.
Além da excelência de Hawley, Dan Stevens está ótimo como Haller, toda sua psicopatia contrasta com sua falta de conhecimento de seus poderes, gerando uma certa ansiedade pelo desenvolver do protagonista. Agora basta acomapanhar o desenrolar da temporada e torcer para que mantenha-se no mesmo alto nível de seu piloto.
"Look away! Look away!" já alertava a introdução da mais nova produção original da Netflix, a adaptação da extensa obra de Daniel Handler. Seus enormes contrates entre a clássica comédia "Sessão da Tarde" e o terror real que os Baudelaire vivem tentando escapar do vilão, com a melhor atuação vinda da série, de Neil Patrick Harris. Apesar de não conseguir escapar dos clichês do gênero e soar repetitivo de vez em quando, é sempre interessante ver como os Baudelaire resolvem os problemas no final.
Após assistir o piloto da nova série de Mark Hudis com a produção da Netflix, posso afirmar que esse é talvez o melhor piloto de uma série original Netflix. É incrível o quão original é a estética da série, o quão peculiar são as atuações são e o quão Wes Anderson essa série visualmente soa, provavelmente pelo excelente trabalho de Barry Sonnenfeld na direção. Agora basta ver se esse se torna um padrão durante toda a temporada.
A recente compra da obra de Charlie Brooker pelo Netflix criou vários questionamentos e uma certa preocupação, pois agora a série receberia muito mais visibilidade e com isso poderia perder seu senso de complexidade nas críticas tão bem escritas e inseridas em cada episódio por Brooker. Bem, três anos se passaram dês da excelente segunda temporada e Black Mirror tem seu retorno glorioso em 2016.
Todos os padrões de Black Mirror foram devidamente mantidos, Brooker escrevendo todos os episódios, um diretor e um elenco diferente para cada episódio, sempre escolhendo bons atores e que quase sempre possuem uma baixa visibilidade. Além disso manteve-se também a excelente direção de arte, sempre icônica para cada episódio, compactuando com o contexto dele.
A terceira temporada inicia-se com "Nosedive", um drama maravilhoso com uma grande crítica social. Bryce Dallas está excelente, transmite muito bem a ideia de ser só mais um indivíduo inserido nos fictícios padrões sociais impostos no episódio. A direção de arte é simplesmente impecável, a escolha de uma paleta de cores vibrantes tornou o mundo fictício espetacular e pode até fazer parte da crítica do episódio, transparecendo uma utopia de uma sociedade onde todos perseguem fervorosamente a perfeição.
Já o segundo episódio, "Playtest", persegue algum tipo de suspense envolvendo uma cobaia de um novo jogo de realidade aumentada. Talvez este seja um dos episódios menos empolgantes na temporada, apesar das boas atuações, o roteiro objetiva uma certa complexidade ao criar um conflito entre as realidades experienciadas por Wyatt Russell, algo desnecessário e não muito bem executado que acabou atrapalhando o fechamento da trama.
"Shut up and Dance" é um dos melhores thrillers da temporada, juntamente com "Hated in the Nation". A trama cria uma espécie de rede de personagens afetados por uma mesma coisa, sempre com as diversas críticas ocultas aos perigos da exposição causada pela tecnologia (como de costume por Brooker). Alex Lather e Jerome Flynn tem suas motivações próprias muito bem esclarecidas, além de ótimas atuações vindas dos dois. A trama finaliza de maneira silenciosa e de certa forma depressiva, com Exit Music de Radiohead tocando ao fundo, cria um momento de reflexão após a revelação do suspense, um excelente thriller.
"San Junipero" vem logo em seguida e foi um dos episódios mais comentados da temporada, com uma trama que se desenvolve em duas linhas temporais diferentes e gira em torno de um relacionamento entre Kelly (Mbatha-Raw) e Yorkie (Mackenzie Davis). Este seria um dos melhores episódios já feitos em toda a série, com atuações espetaculares das duas protagonistas, uma ambientação fantástica e um roteiro que acompanha muito bem as duas linhas temporais até as suas conclusões. O que me incomoda no episódio é a falta de encaixe dele em Black Mirror, pois a série, apesar de tratar de críticas sociais e políticas, sempre teve a tecnologia como base do debate, o que não é o caso com "San Junipero", que me soa mais como um spin-off de Black Mirro, porém se este for um novo padrão da série, tem grandes chances de ser sim um dos melhores episódios dela.
O tão comentado subsequente "Men Against Fire" é o pior episódio de toda a temporada, mas mesmo assim tem alguns pontos interessantes, principalmente na crítica política que o episódio carrega. A trama se desenvolve em torno de uma nova tecnologia de guerra, utilizada (ou melhor, vivenciada) por Stripe (Malachi Kirby), que provavelmente ganha como a pior atuação de toda a série. O roteiro de início explora bem do que tal tecnologia se trata, porém possui uma terrível conclusão, deixando vários questionamentos no ar.
"Hated in the Nation" finaliza bem a terceira temporada e segue o mesmo padrão do piloto da série, "The National Anthem", porém consegue fugir da mesmice e criar um excelente suspense. A trama gira em torno de diversos homicídios calculados que aos poucos acumulam um grande suspense. As atuações são ótimas com destaque para Blue Colson (Faye Marsay), que acaba sendo uma das mais engajadas na solução do mistério, meu real problema foi com Karin Parke (Kelly MacDonald), que só me pareceu muito fora do papel, com tentativas falhas de demonstrar algum desentendimento do mistério. A conclusão do episódio é brutal e coerente, além de criar um senso de vingança no final.
Num geral, a terceira temporada de Black Mirror é ótima, mesmo em seus momentos mais baixos, Brooker consegue transmitir no mínimo a ideia de sua crítica. Além disso, a temporada conseguiu manter muito bem os padrões que tornaram as primeiras duas temporadas tão boas.
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Sex Education (1ª Temporada)
4.3 813 Assista AgoraA repetição leva a perfeição, frase inaplicável a boa parte dos filmes e séries sobre romances colegiais, que repetem uma mesma formula abraçando todos os seus clichês e o pior, buscam um resultado diferente no final. Todavia, Ben Taylor e Kate Herron conseguiram construir algo único, emocionalmente poderoso e de certa forma viciante.
Sex Education não reinventa a roda, mas encontra formas de aprimorá-la do seu próprio jeito, tudo em sua primeira temporada parece o mesmo de sempre, adolescentes reprimidos que ou externalizam tal repressão, ou a explodem nos outros como tentativa de mascará-la, mas rapidamente percebe-se que tudo em Sex Education não é o que parece.
Seja pela peculiaridade da mãe do protagonista, ou por sua recém descoberta habilidade, ou pela busca de expressão de seu amigo, ou pelo seu romance com (até agora) a melhor personagem da série, tudo se desenvolve de maneira impecável no decorrer da temporada, atingindo picos emocionais em belos momentos.
Cliffhangers raramente encontram o balanço entre serem apelativos demais ou praticamente inexistentes, porém a dupla de diretores parece entender bem sua importância, tornando Sex Education a perfeita série de maratona, absurdamente viciante.
Estou ansioso pela segunda temporada de mais uma excelente série original do Netflix, fantástica adição ao catálogo.
Atlanta (2ª Temporada)
4.6 206 Assista AgoraO primeiro episódio da segunda temporada de Atlanta representa muito mais do que é mostrado na superfície, é talvez a mais importante inserção no gênero dramedy TV shows da década, é o resultado do amadurecimento de Donald Glover como ator e roteirista e mais, é uma evolução em todos os âmbitos técnicos da primeira temporada, tô ansiosíssimo para os próximos episódios, fantástico primeiro episódio.
Ozark (1ª Temporada)
4.1 394 Assista AgoraÉ difícil falar de Ozark sem se quer citar sua influência mais óbvia, Breaking Bad. Apesar de esclarecer tal fato nos primeiros episódios, a primeira temporada exala originalidade conforme se desenvolve, surpreendendo com reviravoltas de roteiro e diálagos muito bem estruturados. É uma temporada muito movimentada, que mantém uma excelência no início e fim dos episódios, além de deixar diversos pontos em aberto após o seu fim, para uma possível segunda temporada fantástica.
The End of the F***ing World (1ª Temporada)
3.8 818 Assista AgoraQuem diria que tão cedo no ano teríamos uma grande surpresa, a mais nova série produzida pelo Netflix e orquestrada com maestria por Jonathan Entwistle talvez seja uma das melhores originais da plataforma. The End of the F**ing World é um belíssimo Bonnie & Clyde brilhando originalidade em sua estética, repleto de ótimas atuações e personagens, com um ótimo desenvolvimento de personagens e uma trama no mínimo insana, tudo isso ao som de uma trilha sonora hipster que hamorniza de certa forma com a estética. Uma excelente série para começar 2018.
Black Mirror (4ª Temporada)
3.8 1,3K Assista AgoraDês da aquisição dos direitos pela Netflix, as temporadas de Black Mirror dobraram a quantidade de episódios e estão sendo lançadas em intervalos menores, o que é ótimo para os fans, mas perigoso para a série.
Ao contrário da terceira temporada, a quarta começa fraca com o episódio "USS Callister", que apesar de ser um conceito interessante, o desenrolar medíocre e previsível da trama somado a atuações medianas o tornam um dos piores episódios de Black Mirror, além de ser um mal começo de temporada.
Por sorte, temos em seguida o fantástico "Arkangel" que acerta em literalmente tudo, consegue desenvolver muito bem os personagens durante um tempo limitado, possui uma excelente direção e o ar sombrio de uma tecnologia controladora é a cereja no bolo, um perfeito episódio digno de levar o título da série.
"Crocodile" são as desventuras em série que dão continuidade a temporada, um thriller criminal que consegue se manter firme na sequência de acontecimentos que apresenta, acumulando tensão para um fechamento reflexivo, um episódio bom, mas que não gira em torno da tecnolgia em si, uma boa quebra para uma temporada possivelmente repetitiva.
Inesperado, "Hang the DJ" consegue chegar ao nível do majestoso "The Entire History of You" da segunda temporada, um episódio que paraleliza o desenvolvimento de dois personagens, com inúmeras críticas sobre a interação da tecnologia com relacionamentos, além de um excelente twist no final. Meu favorito desta temporada.
Mas agora, se "USS Callister" é um dos piores episódios da série, "Metalhead" surpreende. A escolha ousada de um episódio em preto e branco traz uma fotografia interessante, mas se torna extremamente exaustiva depois de poucos minutos. Nem mesmo o contexto pós-apocalíptico possui qualquer originalidade em seu desenvolvimento ou desfecho, é a difinição de um "filler episode".
O fechamento da temporada, porém, impressiona. Utilizando as técnicas narrativas do fantástico "White Christmas", "Black Museum" conta três histórias em paralelo, uma mais abusrda e obscura que a outra, ao mesmo tempo que constrói uma ponte entre elas para um fechamento incrível, mais um ótimo episódio para a temporada.
Concluindo, Black Mirror está longe de perder a sua essência e, na minha opinião, a produção da Netflix anda fazendo um trabalho decente com a série. Todavia, se focassem mais em produzir três espisódios fantásticos, como as duas primeiras faziam, o resultado final seria bem mais gratificante. Num geral temos uma quarta temporada muito boa, entretanto um pouco longe da grandeza das anteriores
Stranger Things (2ª Temporada)
4.3 1,6KA turma toda está de volta depois da ótima primeira temporada de Stranger Things, agora com a inclusão de personagens ricos em background, uma nova ameaça para o mundo e novos enigmas mirabolantes para serem resolvidos.
Porém desta vez tudo soa mais repetitivo, as personagens que viemos a amar na primeira temporada raramente se desenvolvem, ou sequer mostram um outro lado de sua personalidade, o que funcionaria muito bem para um longa de ~100 minutos como It por exemplo, mas como uma série deixa a desejar. A exata estrutura da primeira temporada se repete aqui, com uma problematização inicial do perigo na terra, WIll se comunicando com o mundo invertido e o surgimento de um enigma para ser resolvido, com é claro, uma trama diferente.
Por repetir muitas das coisas que tornaram a primeira temporada ótima, a segunda encontra espaço para melhorar ainda mais sua estética, trilha sonora e cinematografia, assim como a finalização de episódios, que está extraordinária em Stranger Things 2, cada episódio finaliza com uma questão no ar, dando sempre aquele gostinho de quero mais, o que faz a temporada funcionar perfeita em maratonas.
Num geral, Stranger Things 2 continua a acertar no que anteriormente acertava, introduz personagens com um bom desenvolvimento e aproveita para melhorar os aspectos mais técnicos da série, porém falha ao expandir seu universo, estruturar os episódios de maneiras diferentes e desenvolver os personagens já inseridos na série.
Better Things (1ª Temporada)
4.1 25 Assista AgoraA simplicidade absurda na primeira temporada de Better Things é cativada como gatilho para atingir uma enorme simpatia com a relação mãe e filhos apresentada na série. Com algumas críticas sociais e apresentada como o retrato da desordem na vida de uma mãe solteira, a série consegue levar tal bagunça com um ótimo tom humorístico na melhor pegada Louis C.K e com algumas quebras para mostrar o amor de mãe como uma constante.
A temporada tem alguns problemas de foco, indecisa se retrata o cotidiano da família ou busca alguma espécie de evolução da trama. Além disso uma ou outra piada passou em branco, mas muito disso foi resolvido na segunda temporada.
No final das contas Better Things vem sendo a fonte de alguns dos momentos mais dourados das minhas semanas ultimamente.
Planeta Terra (2ª Temporada)
4.8 19A pergunta "como é que gravaram isso?" é uma constante durante a temporada, Planet Earth II é uma das melhores experiências visuais que eu já tive, com muita maestria, é capaz de capturar toda a grandiosidade e preciosidade da vida animal e do meio ambiente, aliada a uma narração de certo modo épica do lendário naturalista David Attenborough, Planet Earth II é um dos melhores documentários já feitos e talvez o que melhor retrate a Terra e toda sua perfeição, simplesmente espetacular.
Legion (1ª Temporada)
4.2 287 Assista AgoraO piloto de Legion é excepcional, Hawley não só conseguiu aplicar toda sua finesse em uma boa história, gerando assim uma série de herói mais complexa, bem dirigida e interessante do que várias outras já feitas, mas também se aventurou por alguns planos sequência e cenas em câmera lenta, criando momentos visualmente grandiosos mesmo com um orçamento baixo se comparado aos filmes do mesmo gênero.
Além da excelência de Hawley, Dan Stevens está ótimo como Haller, toda sua psicopatia contrasta com sua falta de conhecimento de seus poderes, gerando uma certa ansiedade pelo desenvolver do protagonista. Agora basta acomapanhar o desenrolar da temporada e torcer para que mantenha-se no mesmo alto nível de seu piloto.
Desventuras em Série (1ª Temporada)
3.9 600 Assista Agora"Look away! Look away!" já alertava a introdução da mais nova produção original da Netflix, a adaptação da extensa obra de Daniel Handler. Seus enormes contrates entre a clássica comédia "Sessão da Tarde" e o terror real que os Baudelaire vivem tentando escapar do vilão, com a melhor atuação vinda da série, de Neil Patrick Harris. Apesar de não conseguir escapar dos clichês do gênero e soar repetitivo de vez em quando, é sempre interessante ver como os Baudelaire resolvem os problemas no final.
Desventuras em Série (1ª Temporada)
3.9 600 Assista AgoraApós assistir o piloto da nova série de Mark Hudis com a produção da Netflix, posso afirmar que esse é talvez o melhor piloto de uma série original Netflix. É incrível o quão original é a estética da série, o quão peculiar são as atuações são e o quão Wes Anderson essa série visualmente soa, provavelmente pelo excelente trabalho de Barry Sonnenfeld na direção. Agora basta ver se esse se torna um padrão durante toda a temporada.
Black Mirror (3ª Temporada)
4.5 1,3K Assista AgoraA recente compra da obra de Charlie Brooker pelo Netflix criou vários questionamentos e uma certa preocupação, pois agora a série receberia muito mais visibilidade e com isso poderia perder seu senso de complexidade nas críticas tão bem escritas e inseridas em cada episódio por Brooker. Bem, três anos se passaram dês da excelente segunda temporada e Black Mirror tem seu retorno glorioso em 2016.
Todos os padrões de Black Mirror foram devidamente mantidos, Brooker escrevendo todos os episódios, um diretor e um elenco diferente para cada episódio, sempre escolhendo bons atores e que quase sempre possuem uma baixa visibilidade. Além disso manteve-se também a excelente direção de arte, sempre icônica para cada episódio, compactuando com o contexto dele.
A terceira temporada inicia-se com "Nosedive", um drama maravilhoso com uma grande crítica social. Bryce Dallas está excelente, transmite muito bem a ideia de ser só mais um indivíduo inserido nos fictícios padrões sociais impostos no episódio. A direção de arte é simplesmente impecável, a escolha de uma paleta de cores vibrantes tornou o mundo fictício espetacular e pode até fazer parte da crítica do episódio, transparecendo uma utopia de uma sociedade onde todos perseguem fervorosamente a perfeição.
Já o segundo episódio, "Playtest", persegue algum tipo de suspense envolvendo uma cobaia de um novo jogo de realidade aumentada. Talvez este seja um dos episódios menos empolgantes na temporada, apesar das boas atuações, o roteiro objetiva uma certa complexidade ao criar um conflito entre as realidades experienciadas por Wyatt Russell, algo desnecessário e não muito bem executado que acabou atrapalhando o fechamento da trama.
"Shut up and Dance" é um dos melhores thrillers da temporada, juntamente com "Hated in the Nation". A trama cria uma espécie de rede de personagens afetados por uma mesma coisa, sempre com as diversas críticas ocultas aos perigos da exposição causada pela tecnologia (como de costume por Brooker). Alex Lather e Jerome Flynn tem suas motivações próprias muito bem esclarecidas, além de ótimas atuações vindas dos dois. A trama finaliza de maneira silenciosa e de certa forma depressiva, com Exit Music de Radiohead tocando ao fundo, cria um momento de reflexão após a revelação do suspense, um excelente thriller.
"San Junipero" vem logo em seguida e foi um dos episódios mais comentados da temporada, com uma trama que se desenvolve em duas linhas temporais diferentes e gira em torno de um relacionamento entre Kelly (Mbatha-Raw) e Yorkie (Mackenzie Davis). Este seria um dos melhores episódios já feitos em toda a série, com atuações espetaculares das duas protagonistas, uma ambientação fantástica e um roteiro que acompanha muito bem as duas linhas temporais até as suas conclusões. O que me incomoda no episódio é a falta de encaixe dele em Black Mirror, pois a série, apesar de tratar de críticas sociais e políticas, sempre teve a tecnologia como base do debate, o que não é o caso com "San Junipero", que me soa mais como um spin-off de Black Mirro, porém se este for um novo padrão da série, tem grandes chances de ser sim um dos melhores episódios dela.
O tão comentado subsequente "Men Against Fire" é o pior episódio de toda a temporada, mas mesmo assim tem alguns pontos interessantes, principalmente na crítica política que o episódio carrega. A trama se desenvolve em torno de uma nova tecnologia de guerra, utilizada (ou melhor, vivenciada) por Stripe (Malachi Kirby), que provavelmente ganha como a pior atuação de toda a série. O roteiro de início explora bem do que tal tecnologia se trata, porém possui uma terrível conclusão, deixando vários questionamentos no ar.
"Hated in the Nation" finaliza bem a terceira temporada e segue o mesmo padrão do piloto da série, "The National Anthem", porém consegue fugir da mesmice e criar um excelente suspense. A trama gira em torno de diversos homicídios calculados que aos poucos acumulam um grande suspense. As atuações são ótimas com destaque para Blue Colson (Faye Marsay), que acaba sendo uma das mais engajadas na solução do mistério, meu real problema foi com Karin Parke (Kelly MacDonald), que só me pareceu muito fora do papel, com tentativas falhas de demonstrar algum desentendimento do mistério. A conclusão do episódio é brutal e coerente, além de criar um senso de vingança no final.
Num geral, a terceira temporada de Black Mirror é ótima, mesmo em seus momentos mais baixos, Brooker consegue transmitir no mínimo a ideia de sua crítica. Além disso, a temporada conseguiu manter muito bem os padrões que tornaram as primeiras duas temporadas tão boas.