Entrevistas comoventes e crítica social sutil inspiradas em Coutinho. No entanto, sem a menor habilidade na decupagem e sem um envolvimento rico entre entrevistado e entrevistador. No fim, um plano holandês em movimento simboliza o panorama deturpado.
Negritude abordada aproximando-se da teatralidade (decerto, afastando-se um pouco de cinema), de forma poética e metafórica. Dor, mas as raízes de um povo são fincadas simbolicamente pelo esfregar da terra nos corpos.
Falso documentário de discurso poético e transcendental. O artista retira-se da sociedade, e recluso na natureza passa o fim de sua vida à espera da morte, como alguns animais mostrados. E o enquadramento sempre reforça esse contato íntimo com a natureza.
Exercício de linguagem - utiliza jump cut em uma cena, seguindo muito bem a cartilha da ação e da passagem de tempo no cinema, e ainda homenageia "O Encouraçado Potemkin" - e de sátira da figura do ídolo e do exagero do cinema propagandístico.
A mise-en-scène se aproxima do teatro na forma de deslizar um corpo por meios arquitetonicamente heterogêneos; e a música surge como complemento dramático. Corpos se encontram. Isolamento ou parceria? O inferno são os outros?
Uma única tomada com a natureza plena, indiferente à civilização, culmina com um homem assassinado, chocando a imagem de antes com a nossa percepção do mundo atual. Não há montagem, atores representando ou cenário. Há apenas o fluir do tempo. Há filme.
Nascia o cinema, e não se tratava apenas de uma questão técnica (a invenção da câmera, da película e do projetor) ou de uma nova maneira de reproduzir o mundo; surgia, na verdade, um novo princípio estético. E a perspectiva desde o começo atrelado a ele.
Georges Méliès no auge de seu cinema farsesco: tempestade, balão ou confusão, tudo surge sem justificativas plausíveis. Enfim, a realidade é ignorada em benefício da encenação. Precursor de um conceito cinematográfico.
Na sequência da fazenda desolada de "... E o Vento Levou", optou-se por destacar o céu avermelhado a fim de torná-lo elemento da narrativa. Georges Méliès, no plano final deste "O Judeu Errante", já havia feito algo semelhante com o céu tormentoso. Épico.
Narrativamente, Keaton ainda decolaria; mas sua visão de mundo já está presente em "Uma Semana": a ação do ser humano é propulsora das realizações (se não agir, não acontece), mas o acaso e a sorte também são importantes no processo.
Estreia de Tarkovsky, ainda estudante na época. A primeira parte é tensa, o tempo ora é condensado ora prolongado em prol da tensão da espera. As duas últimas não acompanham a qualidade.
CEP 05300
3.6 1Entrevistas comoventes e crítica social sutil inspiradas em Coutinho. No entanto, sem a menor habilidade na decupagem e sem um envolvimento rico entre entrevistado e entrevistador. No fim, um plano holandês em movimento simboliza o panorama deturpado.
Elekô
4.2 2Negritude abordada aproximando-se da teatralidade (decerto, afastando-se um pouco de cinema), de forma poética e metafórica. Dor, mas as raízes de um povo são fincadas simbolicamente pelo esfregar da terra nos corpos.
Ruby
3.9 4Falso documentário de discurso poético e transcendental. O artista retira-se da sociedade, e recluso na natureza passa o fim de sua vida à espera da morte, como alguns animais mostrados. E o enquadramento sempre reforça esse contato íntimo com a natureza.
Frankenweenie
4.0 190 Assista AgoraFábula sobre o cinema que inspirou Tim Burton, do expressionismo alemão a Hitchcock. É um primórdio da concepção autoral do cineasta.
O Orgulho da Nação
3.7 55Exercício de linguagem - utiliza jump cut em uma cena, seguindo muito bem a cartilha da ação e da passagem de tempo no cinema, e ainda homenageia "O Encouraçado Potemkin" - e de sátira da figura do ídolo e do exagero do cinema propagandístico.
A Gente Luta Mas Come Fruta
4.2 2Cinema de fronteira expandindo horizontes (videonasaldeias .org.br). Atinge seu objetivo didático.
Hoje Não Estou
3.9 137A mise-en-scène se aproxima do teatro na forma de deslizar um corpo por meios arquitetonicamente heterogêneos; e a música surge como complemento dramático. Corpos se encontram. Isolamento ou parceria? O inferno são os outros?
Pele de Asno
3.1 1O melhor foi assistir comentado por crianças, que está como extra no DVD do "Pele de Asno" de Demy da coleção da Folha de São Paulo.
Le dormeur
3.2 1Uma única tomada com a natureza plena, indiferente à civilização, culmina com um homem assassinado, chocando a imagem de antes com a nossa percepção do mundo atual. Não há montagem, atores representando ou cenário. Há apenas o fluir do tempo. Há filme.
A Chegada de um Trem à Estação
4.4 167Nascia o cinema, e não se tratava apenas de uma questão técnica (a invenção da câmera, da película e do projetor) ou de uma nova maneira de reproduzir o mundo; surgia, na verdade, um novo princípio estético. E a perspectiva desde o começo atrelado a ele.
Van Gogh
4.0 7Entre as transformações do universo pictórico para o fílmico que Alain Resnais fez, a melhor.
Excursion dans la Lune
3.3 2Segundo de Chomón foi o primeiro a fazer referência ao próprio cinema, prova de que “Viagem à Lua” é muito importante para a história dessa arte.
Robert Macaire et Bertrand
3.4 2Georges Méliès no auge de seu cinema farsesco: tempestade, balão ou confusão, tudo surge sem justificativas plausíveis. Enfim, a realidade é ignorada em benefício da encenação. Precursor de um conceito cinematográfico.
A Banheira de Mesmer
3.6 3Inspirador. O cinema enquanto fuga da realidade e reconforto, tendência que Hollywood seguiria na década de 30. Um primeiro ensaio do gênero musical.
O Judeu Errante
2.8 3Na sequência da fazenda desolada de "... E o Vento Levou", optou-se por destacar o céu avermelhado a fim de torná-lo elemento da narrativa. Georges Méliès, no plano final deste "O Judeu Errante", já havia feito algo semelhante com o céu tormentoso. Épico.
Uma Semana
4.4 47Narrativamente, Keaton ainda decolaria; mas sua visão de mundo já está presente em "Uma Semana": a ação do ser humano é propulsora das realizações (se não agir, não acontece), mas o acaso e a sorte também são importantes no processo.
Os Assassinos
3.5 21 Assista AgoraEstreia de Tarkovsky, ainda estudante na época. A primeira parte é tensa, o tempo ora é condensado ora prolongado em prol da tensão da espera. As duas últimas não acompanham a qualidade.
A Casa de Pequenos Cubinhos
4.5 766Em 12 minutos inesquecíveis, o cinema domina o tempo, construindo um vasto edifício de memórias.