Rogério Silveira

Esse é o tipo de filme com temática jovem e leve dos anos 90, que me faz querer fugir para uma realidade paralela onde a internet jamais tenha sido inventada.
É notável como as pessoas dessa época aparentavam ter mais personalidade e esboçavam uma felicidade genuína, mesmo com todos os problemas da vida.
Recomendo para aqueles que desejam assistir algo agradável e despretensioso durante aquelas tardes gostosas de domingo sem nada para fazer.

Durante a minha juventude, quando assisti esse filme pela primeira vez, lembro de ter achado o mesmo grotesco, exagerado e vergonhoso. Porém, ao assisti-lo novamente nos dias de hoje, percebi o quanto ele é divertido em comparação a quantidade de lixo cinematográfico que vem sendo produzida de uns anos pra cá. Seus personagens interessantes, elenco carismático, trama objetiva, direção competente e ação visceral, fazem com que a obra seja uma pedida (e uma surpresa) extremamente satisfatória, principalmente se comparada a forma como o cinema de ação vem sendo retratado atualmente, com personagens antipáticos, elenco desinteressante, trama pseudointelectual, sangue digital e fundos verdes. Em resumo, se você sente falta de um bom filme de ação dos anos 2000 e que supera (em tudo) diversas superproduções de milhões de dólares da última década, então essa é, sem dúvida alguma, uma ótima pedida.

Se o filme não tivesse os discursos ginocêntricos misturados (de forma nada orgânica) ao seu roteiro e o final fosse mais honesto ao invés de uma patética alusão a fantasia de poder feminino, esse com certeza teria sido um bom filme. Em resumo, não recomendo.