Ah, o ser humano... Sempre insatisfeito, criticando o torto e o direito, achando narcisisticamentei feio o que não é espelho e vendo furos onde sequer há matéria para tanto.
A série da NETFLIX promete desde a premissa inicial: o LUPIN do título é a corruptela de Loupin, não sendo, portanto, a mesma coisa. É LOUPIN-inspired, o que dá liberdade plena e pano para diretores, produtores, atores e roteiristas aparecerem e desaparecerem na telona como bem lhes aprouver, sem as amarras de uma adaptação ou versão filmográfica.
Aliás, a apresentação do personagem clássico Arsène Loupin na forma do "deuso" Omar Sy é, de cara, a primeira quebra de paradigmas. Assane Diop é tudo, menos previsível, monocromático e linear, assim como o ídolo que interpreta com maestria. Definitivamente, como falou em algumas entrevistas, Sy está muito à vontade no papel, "dans sa peau", como dizem na França, e até mesmo feliz por haver encontrado um roteiro que o cativou e convenceu desde as primeiras linhas. Presta-se-lhe um grande favor não ficar comparando com outros trabalhos ou perguntando "Mas como isso ou aquilo é possível numa série que não traz Os vingadores ou X-Men?" De realismo basta a vida. Nem documentários escapam de certa dose de subjetivismo ou subjetividade alegórica.
O ritmo não é, nem de longe, hollywoodiano. É típico das séries policiais - inglesas, canadenses e francesas, sobretudo, às quais os olhos e gostos brasileiros ainda estão se acostumando. Não é uma sucessão desconexa de cenas. Muito pelo contrário, as digressões abertas sempre conduzem o espectador a ver o porquê de certos comportamentos, à guisa de "notas de rodapé" ou "notas do autor".
Outro ponto interessante são as locações. A série francesa mostra os pontos turísticos famosos como secundários, coadjuvantes, sendo dominada, porém, por sítios comuns, como casas decrépitas por fora - e, por vezes, por dentro, palacetes modernizados por cibersegurança, a central de Polícia e a Prefeitura (La Mairie).
Por fim, o fato de ser toda falada em francês é um bálsamo para os francófilos.
Que venham, então, mais "capítulos"!
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Lupin (Parte 1)
4.0 332 Assista AgoraAh, o ser humano... Sempre insatisfeito, criticando o torto e o direito, achando narcisisticamentei feio o que não é espelho e vendo furos onde sequer há matéria para tanto.
A série da NETFLIX promete desde a premissa inicial: o LUPIN do título é a corruptela de Loupin, não sendo, portanto, a mesma coisa. É LOUPIN-inspired, o que dá liberdade plena e pano para diretores, produtores, atores e roteiristas aparecerem e desaparecerem na telona como bem lhes aprouver, sem as amarras de uma adaptação ou versão filmográfica.
Aliás, a apresentação do personagem clássico Arsène Loupin na forma do "deuso" Omar Sy é, de cara, a primeira quebra de paradigmas. Assane Diop é tudo, menos previsível, monocromático e linear, assim como o ídolo que interpreta com maestria. Definitivamente, como falou em algumas entrevistas, Sy está muito à vontade no papel, "dans sa peau", como dizem na França, e até mesmo feliz por haver encontrado um roteiro que o cativou e convenceu desde as primeiras linhas. Presta-se-lhe um grande favor não ficar comparando com outros trabalhos ou perguntando "Mas como isso ou aquilo é possível numa série que não traz Os vingadores ou X-Men?" De realismo basta a vida. Nem documentários escapam de certa dose de subjetivismo ou subjetividade alegórica.
O ritmo não é, nem de longe, hollywoodiano. É típico das séries policiais - inglesas, canadenses e francesas, sobretudo, às quais os olhos e gostos brasileiros ainda estão se acostumando. Não é uma sucessão desconexa de cenas. Muito pelo contrário, as digressões abertas sempre conduzem o espectador a ver o porquê de certos comportamentos, à guisa de "notas de rodapé" ou "notas do autor".
Outro ponto interessante são as locações. A série francesa mostra os pontos turísticos famosos como secundários, coadjuvantes, sendo dominada, porém, por sítios comuns, como casas decrépitas por fora - e, por vezes, por dentro, palacetes modernizados por cibersegurança, a central de Polícia e a Prefeitura (La Mairie).
Por fim, o fato de ser toda falada em francês é um bálsamo para os francófilos.
Que venham, então, mais "capítulos"!