Quem pensou que um divórcio podia render tantas risadas? Nesta comédia romântica brasileira o elemento surpresa foi misturar as emoções e fazer uma montanha russa de sentimentos.
Ambientado em 2017, o filme Divórcio fala sobre um casal casado por vinte anos que passa por uma crise no casamento e chega ao ponto de pensar em divórcio. O longa faz um flashback e nos permite acompanhar um pedaço de vários momentos da vida dos protagonistas até chegar ao ponto principal, a briga pelas filhas e pelo dinheiro da empresa.
Um grande aplauso para a qualidade dos filmes nacionais que não para de aumentar.
É uma delícia sentar na cadeira confortável do cinema, encostar a cabeça e acompanhar o carro de Júlio do final dos anos 90 (interpretado por Murilo Benício – voltaremos para falar da interpretação dele) balançando e correndo o mais rápido possível. Ele segura uma caixinha de aliança e em um dos balanços do carro a aliança foge da caixa. Os segundos de suspense que seguem em câmera lenta mostram toda uma nova preocupação com a estética dos momentos importantes dos filmes.
Passou a época em que os filmes brasileiros não tinham verba para superefeitos. E Divórcio mostra isso muito bem. A fotografia do filme é bem bonita, tem muito verde, maquiagens perfeitas e lugares belíssimos na câmera o tempo todo.
O misto de sentimentos nos conduz por toda a história.
Extremamente sensível, porém não sempre. Vamos por partes.
Quem já passou ou acompanhou sabe que uma situação de divórcio é extremamente delicada e a maioria das cenas deste filme explana isso com perfeição. Camila Morgado (que interpreta Noeli, a esposa em processo de divórcio) é uma atriz excelente. Nunca vou cansar de dizer isso. Poucas atrizes possuem tanto domínio do personagem como ela e todo mundo tem visto isso pelo decorrer dos anos e na quantidade imensa de ótimos personagens que ela viveu.
A esposa Noeli é delicada, é irritadiça, é real. Ao contrário de Murilo Benício que parece estar vivendo o mesmo personagem de todas as novelas que já fez. A cada cena podíamos lembrar de alguém que ela interpretou nos anos passados. Não há muita novidade na atuação de Murilo, porém o personagem era rico em detalhes e interessante o suficiente para fazer a gente deixar isso passar.
Enquanto algumas cenas são reais, motivadoras para o restante da história e bonitas de ver, outras cenas perdem o timing. Por ser uma comédia o roteiro apela para piadas prontas e personagens estereotipados que já cansamos de ver na tela.
A esposa que fica em casa sem trabalhar e adora comprar sapatos caros; a filha criança que se veste como um menino (o personagem tinha tudo para ser incrível, mas está exatamente igual à filha da protagonista na série Gipsy); a batalha de dança que já vimos em inúmeros filmes de adolescentes; a loira de cabelos enormes que adora sertanejo e só quer saber de tirar selfie e falar ‘uhuul’, entre outros.
Por outro lado, temos um filme consciente.
De maneira bela e engraçada, a história exibe uma preocupação social sobre mulheres que casam muito cedo e abandonam toda a sua vida pelo marido. Não é o caso de Noeli (que era tão dona da empresa como Júlio) mas a história retrata o fim de uma mulher largada sem um tostão.
O filme cumpre seu papel ao conscientizar sobre a importância de continuar construindo sua vida (estudando e trabalhando) independentemente da idade que você case.
Tem detalhes engraçados? Muitos!
Vale ressaltar que em determinado momento Murilo Benício aparece com uma roupa em tons de verde e roxo que lembrou muito o Coringa. Agora: Sei dizer se foi proposital, referência ou só coincidência? Não sei dizer. Mas a roupa é bem evidente.
Há uma metáfora engraçadíssima de Camila Morgado com raiva, recuando e avançando como um touro em ataque a algo que a desagradou. Digo e repito: Ela é maravilhosa!
Mas antes de finalizar, uma ressalva importante sobre violência.
Estamos em uma época incrível onde as mulheres finalmente ganharam voz e agora podem lutar contra a violência. Que tal retribuir?
O filme é repleto de cenas de abuso por parte da personagem de Camila Morgado. Já chega desse estereótipo da mulher louca que queima, atira, explode coisas e fica tudo bem... porque ela é mulher.
Violência não é legal nem de um lado e nem do outro.
Vamos ser conscientes!
Mais críticas no site: O cinema no fim do Universo
O melhor professor da minha vida é um filme sobre ensinamentos da vida.
É uma época contemporânea na França e um professor na faixa dos quarenta anos é transferido de uma escola bem conceituada para uma periferia. François Foucault não sabe muito bem o que lhe aguarda. O costume de conviver com adolescentes mais abastados lhe fez temer o próximo ano na escola da periferia e é através desses desafios que o filme nos guia.
O filme é delicado e possui uma quantidade tranquila de humor, sem exagerar ou faltar. Denis Podalydès como o professor François Foucault representou com maestria o dia-a-dia de muitos mestres que sofrem com a falta de recursos para aplicar o ensino às escolas. E embora o filme seja realmente bonito, acaba por aí.
Não tem nada demais.
Histórias parecidas já nos fizeram emocionar mais alguns anos antes. Filmes americanos como Escola da Vida e Escritores da Liberdade tinham conteúdo mais original e empolgante.
O melhor professor da minha vida, porém, ganha pontos por trazer à tela aspectos de uma convivência natural que um filme americano não traria. Há muitos negros na França e também no elenco. É notável que ninguém ficou contando a quantidade de atores negros para preencher uma cota. E não há discriminação. Pelo menos não na escola. Todos os alunos e professores convivem normalmente sem sequer mencionar cor de pele.
E o filme é inteligente ao mostrar como a expulsão de alunos pela escola acaba os levando a ingressar na vida do crime e das drogas. E acerta em cheio ao mostrar como os adolescentes se magoam, como sentem fundo uma verdade que lhes é imposta.
Além dos adolescentes, adultos foram bem retratados na história. Professores com depressão, com raiva, com planos... Uma realidade francesa facilmente entendida por estudantes e professores brasileiros.
O melhor professor da minha vida é reflexívo, é sensível, mas não é tão profundo.
Sem mais delongas, It: A coisa é o melhor filme de terror do ano. Se eu fosse você não perderia a oportunidade de assistir porque, sinceramente... Ninguém sabe quando vai se fazer outro bom filme de terror de novo.
Divórcio
2.9 113 Assista AgoraQuem pensou que um divórcio podia render tantas risadas? Nesta comédia romântica brasileira o elemento surpresa foi misturar as emoções e fazer uma montanha russa de sentimentos.
Ambientado em 2017, o filme Divórcio fala sobre um casal casado por vinte anos que passa por uma crise no casamento e chega ao ponto de pensar em divórcio. O longa faz um flashback e nos permite acompanhar um pedaço de vários momentos da vida dos protagonistas até chegar ao ponto principal, a briga pelas filhas e pelo dinheiro da empresa.
Um grande aplauso para a qualidade dos filmes nacionais que não para de aumentar.
É uma delícia sentar na cadeira confortável do cinema, encostar a cabeça e acompanhar o carro de Júlio do final dos anos 90 (interpretado por Murilo Benício – voltaremos para falar da interpretação dele) balançando e correndo o mais rápido possível. Ele segura uma caixinha de aliança e em um dos balanços do carro a aliança foge da caixa. Os segundos de suspense que seguem em câmera lenta mostram toda uma nova preocupação com a estética dos momentos importantes dos filmes.
Passou a época em que os filmes brasileiros não tinham verba para superefeitos. E Divórcio mostra isso muito bem. A fotografia do filme é bem bonita, tem muito verde, maquiagens perfeitas e lugares belíssimos na câmera o tempo todo.
O misto de sentimentos nos conduz por toda a história.
Extremamente sensível, porém não sempre. Vamos por partes.
Quem já passou ou acompanhou sabe que uma situação de divórcio é extremamente delicada e a maioria das cenas deste filme explana isso com perfeição. Camila Morgado (que interpreta Noeli, a esposa em processo de divórcio) é uma atriz excelente. Nunca vou cansar de dizer isso. Poucas atrizes possuem tanto domínio do personagem como ela e todo mundo tem visto isso pelo decorrer dos anos e na quantidade imensa de ótimos personagens que ela viveu.
A esposa Noeli é delicada, é irritadiça, é real. Ao contrário de Murilo Benício que parece estar vivendo o mesmo personagem de todas as novelas que já fez. A cada cena podíamos lembrar de alguém que ela interpretou nos anos passados. Não há muita novidade na atuação de Murilo, porém o personagem era rico em detalhes e interessante o suficiente para fazer a gente deixar isso passar.
Enquanto algumas cenas são reais, motivadoras para o restante da história e bonitas de ver, outras cenas perdem o timing. Por ser uma comédia o roteiro apela para piadas prontas e personagens estereotipados que já cansamos de ver na tela.
A esposa que fica em casa sem trabalhar e adora comprar sapatos caros; a filha criança que se veste como um menino (o personagem tinha tudo para ser incrível, mas está exatamente igual à filha da protagonista na série Gipsy); a batalha de dança que já vimos em inúmeros filmes de adolescentes; a loira de cabelos enormes que adora sertanejo e só quer saber de tirar selfie e falar ‘uhuul’, entre outros.
Por outro lado, temos um filme consciente.
De maneira bela e engraçada, a história exibe uma preocupação social sobre mulheres que casam muito cedo e abandonam toda a sua vida pelo marido. Não é o caso de Noeli (que era tão dona da empresa como Júlio) mas a história retrata o fim de uma mulher largada sem um tostão.
O filme cumpre seu papel ao conscientizar sobre a importância de continuar construindo sua vida (estudando e trabalhando) independentemente da idade que você case.
Tem detalhes engraçados? Muitos!
Vale ressaltar que em determinado momento Murilo Benício aparece com uma roupa em tons de verde e roxo que lembrou muito o Coringa. Agora: Sei dizer se foi proposital, referência ou só coincidência? Não sei dizer. Mas a roupa é bem evidente.
Há uma metáfora engraçadíssima de Camila Morgado com raiva, recuando e avançando como um touro em ataque a algo que a desagradou. Digo e repito: Ela é maravilhosa!
Mas antes de finalizar, uma ressalva importante sobre violência.
Estamos em uma época incrível onde as mulheres finalmente ganharam voz e agora podem lutar contra a violência. Que tal retribuir?
O filme é repleto de cenas de abuso por parte da personagem de Camila Morgado. Já chega desse estereótipo da mulher louca que queima, atira, explode coisas e fica tudo bem... porque ela é mulher.
Violência não é legal nem de um lado e nem do outro.
Vamos ser conscientes!
Mais críticas no site: O cinema no fim do Universo
O Melhor Professor da Minha Vida
3.5 17 Assista AgoraO melhor professor da minha vida é um filme sobre ensinamentos da vida.
É uma época contemporânea na França e um professor na faixa dos quarenta anos é transferido de uma escola bem conceituada para uma periferia. François Foucault não sabe muito bem o que lhe aguarda. O costume de conviver com adolescentes mais abastados lhe fez temer o próximo ano na escola da periferia e é através desses desafios que o filme nos guia.
O filme é delicado e possui uma quantidade tranquila de humor, sem exagerar ou faltar. Denis Podalydès como o professor François Foucault representou com maestria o dia-a-dia de muitos mestres que sofrem com a falta de recursos para aplicar o ensino às escolas. E embora o filme seja realmente bonito, acaba por aí.
Não tem nada demais.
Histórias parecidas já nos fizeram emocionar mais alguns anos antes. Filmes americanos como Escola da Vida e Escritores da Liberdade tinham conteúdo mais original e empolgante.
O melhor professor da minha vida, porém, ganha pontos por trazer à tela aspectos de uma convivência natural que um filme americano não traria. Há muitos negros na França e também no elenco. É notável que ninguém ficou contando a quantidade de atores negros para preencher uma cota. E não há discriminação. Pelo menos não na escola. Todos os alunos e professores convivem normalmente sem sequer mencionar cor de pele.
E o filme é inteligente ao mostrar como a expulsão de alunos pela escola acaba os levando a ingressar na vida do crime e das drogas. E acerta em cheio ao mostrar como os adolescentes se magoam, como sentem fundo uma verdade que lhes é imposta.
Além dos adolescentes, adultos foram bem retratados na história. Professores com depressão, com raiva, com planos... Uma realidade francesa facilmente entendida por estudantes e professores brasileiros.
O melhor professor da minha vida é reflexívo, é sensível, mas não é tão profundo.
Porém, vale a indicação.
Mais reviews no site O cinema no fim do Universo.
It: A Coisa
3.9 3,0K Assista AgoraSem mais delongas, It: A coisa é o melhor filme de terror do ano. Se eu fosse você não perderia a oportunidade de assistir porque, sinceramente... Ninguém sabe quando vai se fazer outro bom filme de terror de novo.
Planeta dos Macacos: O Confronto
3.9 1,8K Assista AgoraGostei mais do primeiro filme, mas este também é muito muito bom.
Planeta dos Macacos: A Origem
3.8 3,1K Assista AgoraNão acredito que demorei todo esse tempo pra assistir Planeta dos Macacos. Que filmão!