Gabriel Silveira

Sou fã de Cavaleiros do Zodíaco desde que era criança. Comprei e li todos os mangás, assisti todas as temporadas, assisti quase todos os filmes e ainda tinha um boneco do Shiryu que sobreviveu comigo até eu completar 20 anos de idade. Quando saiu o primeiro trailer claro que fiquei super animado. Aquela animação linda, os dubladores originais, "Pegasus Fantasy" tocando no fundo, tudo aquilo me deixou doido no cinema. Mas mesmo assim, eu fui assistir o filme sem expectativa nenhuma, pois aprendi depois de muito tempo que a melhor maneira de assistir um filme é indo ver ele o mais neutro possível para não se decepcionar muito.
Como em toda adaptação, claro que serão feitos cortes. A Saga do Santuário tem cerca de 70 episódios com cada um na média de 25 minutos. Eu acho que ninguém esperava ficar quase 30 horas dentro de um cinema. Apesar dos cortes, conseguimos ver quase todos os cavaleiros de ouro (menos o Mestre Ancião Dohko, até porque né, ele não tem uma influência muito significante na trama dessa saga no anime), as batalhas que ficaram fantásticas e as armaduras que foi o que mais me impressionou em questão de detalhes. Claro que tivemos vários cortes importante também, como a luta de Ikki contra Shaka ou a luta de Shun contra a armadura de Gêmeos ou até mesmo um desenvolvimento melhor do personagem de Saga. E esses pontos foram trocados por pontos extremamente fracos como a aparição de Máscara da Morte. Eu sinceramente nunca gostei muito do cavaleiro de Câncer, desde o mangá sempre achei ele o cavaleiro de ouro mais fraco e menos importante, mas mesmo assim o que eles conseguiram fazer com ele no filme me deu pena, pois aquela cena em que eles entram na casa de Câncer e veem todos aqueles rostos nas paredes e no chão era bem dramática no anime e no mangá. Ao invés, o transformaram em um palhaço, tirando toda morte de Máscara da Morte. Mas esse foi o único momento em que eu olhei e pensei "que bosta ein".
Se formos olhar para uma imagem das 12 casas do zodíaco que vinha no primeiro mangá da saga do santuário, podemos ver que as casas não são tão distantes assim, permitindo assim que cada cavaleiro não passasse mais de 15 minutos correndo entre as casas e no anime eles passavam vários episódios só para chegar em uma outra casa quando conseguiam passar. Faz todo sentido que algumas lutas tenham acontecido ao mesmo tempo e isso para mim foi um ponto alto do filme.
Tá, não tivemos a luta entre Shiryu e Shura ou Shaka contra Ikki, mas mesmo assim tivemos boas lutas como a de Aioria contra Seiya, a luta final antes de encontrarem a mensagem de Aioros em que todos os cavaleiros estavam lutando da casa de Sagitário e, mesmo curta, a cena entre Hyoga e Kamus. Sem contar que a direção de arte do filme deixou as lutas muito mais dramáticas e eletrizantes como a gente sempre imaginava como ia ser no anime.

Estou dando 3 estrelas porque: 1 - Não tinha visto efeitos visuais em animação tão bons desde FF VII; 2 - Gostei de como eles levaram a história; 3 - ia dar pelo menos uma estrela de qualquer forma porque sou um grande fã do trabalho de Masami Kurumada.
E lembrando galera, no começo do filme eles falam "uma homenagem ao mestre Masami Kurumada", o que eles realmente fizeram.