Últimas opiniões enviadas
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Segundo filme da trilogia da Ucrânia, de Aleksandr Dovjenko, "Arsenal" mostra a sua força no poder imagético. As imagens moldando o poder imperioso da fome e da guerra. Inquestionável que se diga que Dovjenko era um exímio compositor de imagens evocativas fortíssimas. Daí a sua importância para um cinema que era, sobretudo, feito para fazer propaganda do regime soviético. Por outro lado, vindo dessa mesma vertente, "Arsenal" é um filme árido em termos de narrativa, já que tudo se presta aqui a passar uma mensagem de justificação política. Fácil entender seu poder como propaganda, e mesmo sua beleza estética quanto às imagens, mas difícil enquanto entretenimento e pouco instiga uma revisitada.
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A Casa
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Possui seus atributos dentro do nicho de terror independente latino-americano. "La Casa Muda" é filmado praticamente todo em plano-sequência, possui alguns momentos pontuais inspirados e um clima inquietante que funciona relativamente. Mas iria mentir se não dissesse que seus 86 minutos soam longos demais para uma história genérica que poderia caber em um curta. A atriz Florencia Colucci se esforça para conseguir segurar a trama - ou a falta de uma - e os 'jump scares' são vergonhosos em sua previsibilidade óbvia. Faz referências visuais a outros filmes de terror de 'casas velhas e empoeiradas no meio do nada' - lembrei em mais de um momento de "O Massacre da Serra Elétrica", de 1974 - mas sem chamar atenção para elas enquanto referências. No geral, razoável apenas.
Últimos recados
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Terceiro filme da trilogia da Ucrânia, de Aleksandr Dovjenko, "Terra" mantém a narrativa quase que de fluxo livre de seus antecessores. O objetivo, acima de tudo, é fazer a propaganda positiva da reforma agrária promovida pela União Soviética e a coletivização dos campos. Mas no meio do tom árido e questionável de suas intenções, Dovjenko encontra espaço para a poesia. As cenas dos campos, das flores, das frutas e da chuva trazem uma aura naturalista e idílica ao filme. Apresenta algumas coisas bastante ousadas para a época, como um nu completo de uma atriz ainda na década de 30, e o próprio ataque - fortíssimo, considerando o discurso incisivo - à instituição da Igreja e de suas crenças. E cria um paralelo belo entre morte e vida, resultando na reflexão de todos nós como frutos da terra. Ainda assim, "Terra", bem como seus colegas, sofre pela pouca empatia que provoca para com seus personagens, e a trama excessivamente episódica não conquista.