Dark é uma ótima obra sobre determinismo e livre-arbítrio, só acho que poderia ser mais sucinta, e, principalmente, sem a overdose de fundamentos para o pretexto da série.
Explicando de maneira mais clara, o que quero dizer é que, paradoxalmente, ao mesmo tempo que consegue ter um enredo bastante recôndito, a série granjeia uma pornografia de explicações desnecessárias, exemplo : - Estar em determinada cena, e do nada, cortar para um diálogo gratuito onde Helge fala sozinho , ou mesmo, uma interação aleatória entre dois personagens, que servem apenas para dizer "olha aqui, estou te explicando" ; Dando outro exemplo mais prático, cito Helge (de novo), quando a série o mostra - de maneira quase caricata - exclamando, repetidamente, "tic tac". Isso para mim nada mais é do que o roteirista falando "aqui ó, nós temos um mistério temporal, ó, olha". O que é bastante desnecessário, uma vez que a série por si só, sem tais cenas expositivas, já fala e demonstra muita coisa.
Outro ponto a ser citado é que a OST é bastante incessante, não que chegue a incomodar, mas em alguns momentos - devido a repetição - acho que perde a linha, talvez poderia ser algo mais brando.
Mas tirando essas questões, a série é foda, esteticamente muito linda, e muito bem escrita, se você está acostumado com blockbusters mastigadinhos, é melhor nem assistir. Dark não facilita sua vida, e de fato, não é algo para todos. De maneira bem descomprometida, eu diria que Dark é uma mistura de Stranger Things para adultos com The Returned ao contrário e De Volta para o Futuro em loop temporal. No geral, é uma boa obra - embora eu ache que poderia ser melhor.
Mad Men não é sobre chegar a algum lugar, é sobre percorrer um caminho. A série exprime, como nenhuma outra obra, os anos 60 do começo ao fim, transpira os ideias americanos, o American Dream, espelhado em uma Nova York pré crise social dos anos 70~80. Retrata a própria História (com h maiúsculo) como plano de fundo ao enredo.
Do tabagismo escrachado à luta feminista retratada implicitamente por personagens como Peggy e Joan, a série aborda com maestria os temas recorrentes da década da contracultura, dos Beatles, de John Kennedy, dos Direitos Civis, da Apollo 11 e do Planeta dos Macacos.
Aliás, a primeira vez que vi o final, pensei que Don tinha virado uma espécie de Paul Kinsey, e fiquei no mínimo decepcionado (pensei: wtf?), mas depois, ao verificar novamente, nota-se que o próprio fucking Donald Draper é o mentor do comercial da Coca Cola. E CARALHO, que final, o final propriamente dito, aquele comercial, a relação entre consumismo, publicidade e, finalmente, harmonia (Perfect Harmony) ... Aquilo sintetiza a série INTEIRA em poucos segundos.
E que comercial lindo, lindo pra caralho. Essa série não tem explosões gigantescas, batalhas épicas, enredos mirabolantes ou plot twists malucos, mas mesmo assim, é uma das obras que mais me tocou. Torci, ri e chorei - e puta que paril, como chorei. Assisti a série durante esse ano, e vou sentir saudades, que experiência meus caros, que experiência...
Alás, todos os personagens tem um fechamento de arco relativamente melhor do que começaram, com exceção da Betty, que na minha concepção, serviu como sacrifício para mensagem social. Dificilmente a série - que devido própria ambientação - glamorizou tanto o cigarro, no final deixaria isso em branco. Aquela cena da Betty no carro após sair do hospital pegando uma carteira de cigarros para fumar, e Henry tomando da mão dela, amassando o charmoso tabaco, embelezado do começo ao fim da série, é no mínimo tocante
Don chega em casa após o suicídio de Pryce, se depara com Glen na sala, oferece a levá-lo para casa, e enquanto estavam no elevador, pergunta ao garoto:
- O que você faria se você pudesse fazer qualquer coisa?
É puro sentimentalismo. Um belo final fino para um episódio pesado, e junto a trilha sonora, que trás versos como:
"Please don´t you cry when the time to part has come" (Por favor, não chore quando a hora de partir chegar), em claras referências a morte do companheiro e sócio da Sterling Cooper Draper Pryce, faz desse momento uma cena única, que diz muito, sem dizer nada
Game of Thrones raiz era: Ou você ganha, ou você MORRE. A relação bem e mal era algo completamente tênue, o desenvolvimento dos personagens era apurado. A série não apelava para clichês e concebia a humanidade como ela é. E aí do nada vira a jornada do herói com a princesa?
Pff, se fosse para ver algo convencional eu assistia filme da Disney.
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Dark (1ª Temporada)
4.4 1,6KDark é uma ótima obra sobre determinismo e livre-arbítrio, só acho que poderia ser mais sucinta, e, principalmente, sem a overdose de fundamentos para o pretexto da série.
Explicando de maneira mais clara, o que quero dizer é que, paradoxalmente, ao mesmo tempo que consegue ter um enredo bastante recôndito, a série granjeia uma pornografia de explicações desnecessárias, exemplo : - Estar em determinada cena, e do nada, cortar para um diálogo gratuito onde Helge fala sozinho , ou mesmo, uma interação aleatória entre dois personagens, que servem apenas para dizer "olha aqui, estou te explicando" ; Dando outro exemplo mais prático, cito Helge (de novo), quando a série o mostra - de maneira quase caricata - exclamando, repetidamente, "tic tac". Isso para mim nada mais é do que o roteirista falando "aqui ó, nós temos um mistério temporal, ó, olha". O que é bastante desnecessário, uma vez que a série por si só, sem tais cenas expositivas, já fala e demonstra muita coisa.
Outro ponto a ser citado é que a OST é bastante incessante, não que chegue a incomodar, mas em alguns momentos - devido a repetição - acho que perde a linha, talvez poderia ser algo mais brando.
Mas tirando essas questões, a série é foda, esteticamente muito linda, e muito bem escrita, se você está acostumado com blockbusters mastigadinhos, é melhor nem assistir. Dark não facilita sua vida, e de fato, não é algo para todos. De maneira bem descomprometida, eu diria que Dark é uma mistura de Stranger Things para adultos com The Returned ao contrário e De Volta para o Futuro em loop temporal. No geral, é uma boa obra - embora eu ache que poderia ser melhor.
Mad Men (7ª Temporada)
4.6 387 Assista AgoraMad Men não é sobre chegar a algum lugar, é sobre percorrer um caminho. A série exprime, como nenhuma outra obra, os anos 60 do começo ao fim, transpira os ideias americanos, o American Dream, espelhado em uma Nova York pré crise social dos anos 70~80. Retrata a própria História (com h maiúsculo) como plano de fundo ao enredo.
Do tabagismo escrachado à luta feminista retratada implicitamente por personagens como Peggy e Joan, a série aborda com maestria os temas recorrentes da década da contracultura, dos Beatles, de John Kennedy, dos Direitos Civis, da Apollo 11 e do Planeta dos Macacos.
Aliás, a primeira vez que vi o final, pensei que Don tinha virado uma espécie de Paul Kinsey, e fiquei no mínimo decepcionado (pensei: wtf?), mas depois, ao verificar novamente, nota-se que o próprio fucking Donald Draper é o mentor do comercial da Coca Cola. E CARALHO, que final, o final propriamente dito, aquele comercial, a relação entre consumismo, publicidade e, finalmente, harmonia (Perfect Harmony) ... Aquilo sintetiza a série INTEIRA em poucos segundos.
E que comercial lindo, lindo pra caralho. Essa série não tem explosões gigantescas, batalhas épicas, enredos mirabolantes ou plot twists malucos, mas mesmo assim, é uma das obras que mais me tocou. Torci, ri e chorei - e puta que paril, como chorei. Assisti a série durante esse ano, e vou sentir saudades, que experiência meus caros, que experiência...
Alás, todos os personagens tem um fechamento de arco relativamente melhor do que começaram, com exceção da Betty, que na minha concepção, serviu como sacrifício para mensagem social. Dificilmente a série - que devido própria ambientação - glamorizou tanto o cigarro, no final deixaria isso em branco. Aquela cena da Betty no carro após sair do hospital pegando uma carteira de cigarros para fumar, e Henry tomando da mão dela, amassando o charmoso tabaco, embelezado do começo ao fim da série, é no mínimo tocante
Mad Men (5ª Temporada)
4.6 206 Assista AgoraA cena onde
Don chega em casa após o suicídio de Pryce, se depara com Glen na sala, oferece a levá-lo para casa, e enquanto estavam no elevador, pergunta ao garoto:
- O que você faria se você pudesse fazer qualquer coisa?
É puro sentimentalismo. Um belo final fino para um episódio pesado, e junto a trilha sonora, que trás versos como:
"Please don´t you cry when the time to part has come" (Por favor, não chore quando a hora de partir chegar), em claras referências a morte do companheiro e sócio da Sterling Cooper Draper Pryce, faz desse momento uma cena única, que diz muito, sem dizer nada
https://www.youtube.com/watch?v=6IUyhEr8dFk
Game of Thrones (7ª Temporada)
4.1 1,2K Assista AgoraGame of Thrones raiz era: Ou você ganha, ou você MORRE. A relação bem e mal era algo completamente tênue, o desenvolvimento dos personagens era apurado. A série não apelava para clichês e concebia a humanidade como ela é. E aí do nada vira a jornada do herói com a princesa?
Pff, se fosse para ver algo convencional eu assistia filme da Disney.