Mesmo com um roteiro pouco original, "Stranger Things" convence como uma grande série, no final das contas.
O roteiro é uma junção de tudo que funcionou em diversos filmes dos anos 70-80-90, dos livros de Stephen King e das obras de grandes diretores, que vão desde Spielberg à Carpenter e Zemeckis. O companheirismo e a relação entre os meninos lembra demais Conta Comigo e Goonies. A telecinese da El foi notavelmente inspirada em Carrie, enquanto a trama do desparecimento do Will (nos primeiros episódios) lembra demais o seriado Twin Peaks. Além disso, temos uma notável inspiração nas tramas de Super 8, E.T, Poltergeist, O Enigma de Outro Mundo e em diversas outras.
Se o seriado há problemas na originalidade do roteiro, o mesmo não pode ser dito do seu elenco. Contando com atores mirins fabulosos (Mike é o nerd solitário perfeito; a atriz da El é extremamente expressiva e consegue trazer toda a dor do personagem, sem dizer absolutamente nada; Dustin é perfeito como aquele amigo gordinho-fofo típico de Goonies), a série consegue fazer com que a dinâmica entre seus personagens mais novos seja absolutamente incrível, conquistando a todos que a assistem. Inclusive o romance entre o Mike e a El, que é um dos pontos altos de interação entre personagens da série, é retratado com muita delicadeza, naturalidade e inteligência.
O elenco mais velho também se sai bem. A Winona Ryder, apesar de abusar do overacting às vezes, se sai relativamente bem ao retratar a dor de uma mãe que perdeu seu filho. Charlie Heaton não impressiona logo no início, mas vai evoluindo até os episódios finais como o irmão mais velho do Will... E é neles que o ator mostra seu potencial. A atriz que faz a Nancy não fede, nem cheira e o intérprete do xerife se sai muito bem, conseguindo evocar a jornada dramática do seu personagem e a busca do mesmo pela verdade.
A trilha sonora é sensacional! Completamente evocativa e totalmente semelhante às trilhas dos filmes de ficção e terror dos anos 80, ela não tem medo de parecer brega ao utilizar sintetizadores típicos da época para aumentar a sensação de nostalgia que está presente em todos os aspectos da série. E se os efeitos em CGI não são tão bons, a fotografia da série é maravilhosa, com uma escolha de cores que remetem bastante à estética dos filmes do Spielberg da época - inclusive, há momentos em que é impressionante a influência plástica do diretor no seriado.
A trama completa da série poderia ter cabido muito bem em dois episódios à menos, isso é verdade, mas a interação entre os personagens é tão boa que mesmo os momentos de encheção de linguiça (estou falando de você mesmo, episódio 6!) parecem ter algo relevante à mostrar ao espectador. E mesmo que não seja preciso ser um gênio para desvendar o final da história ou até mesmo para desenvolver uma trama do tipo, "Stranger Things" prova à todos que é uma série que merece ser assistida pelo seu altíssimo valor de entretenimento, excelente elenco e fator nostalgia extremamente bem explorado.
É, talvez, o protótipo mais perto de "máquina-do-tempo" que o ser-humano já criou. Se quiser voltar aos anos 80, basta acessar a Netflix e... Você já sabe onde clicar.
Excelente produção da Netflix. Além de contar com Wagner Moura trazendo uma complexa interpretação como o traficante de drogas colombiano, Pablo Escobar, "Narcos" ainda revela-se como um entretenimento que jamais banaliza a importância dos seus fatos históricos.
Temporada excelente, com final espetacular de tirar o fôlego! Não consigo imaginar a aflição que o público sentiu ao ter que esperar um ano pra ver a continuação dessa série maravilhosa.
Até agora, "Lost" permanece como o produto audiovisual mais misterioso que já vi. Mexe com o psicológico do espectador e, a cada mistério, aparentemente resolvido, mais dois surgem, levando a trama à lugares que até mesmo uma fértil imaginação não consegue decifrar.
Personagens unidimensionais (o que ignora totalmente a proposta do livro em que foi baseado), situações que se desenvolvem superficialmente - como a "melhora" da Tess, por exemplo - e um enredo multilado pelo roteiro, que tenta a todo custo avançar a trama de uma forma apressada e mal desenvolvida.
A adaptação televisiva de "Morte Súbita" - mini-série baseada na genuína obra de J.K. Rowling que, ao contrário desta adaptação, serve como um estudo inteligente sobre a política, moralidade e sociedade de um modo geral - é vazia e completamente esquecível. No meio de uma direção pouco ousada e amadora, ou na montagem frenética e cansativa, ou na trilha sonora terrível que tenta transformar a obra, muitas vezes, em uma série de comédia, a única coisa que se salva são os seus atores. Mas atuações boas não conseguem salvar "The Casual Vacancy" da mediocridade e da superficialidade.
Uma série que não demonstra um único propósito de existência. Uma pena.
Encheção de linguiça com inúmeras cenas desnecessárias; personagens demais e pouco tempo para desenvolver suas tramas; sequências longas que poderiam ser resumidas e outras resumidas que deveriam ter sido longas. Estes são alguns dos principais problemas que tornaram a quinta temporada de Game Of Thrones a mais fraca entre todas as temporadas já lançadas da série.
Uma temporada que começou sem saber para aonde ir, pausando tramas principais por diversos episódios (a da Sansa, Daenerys, etc) para perder tempo em tramas descartáveis (como a da Brienne e a do Sam, por exemplo). Sem falar da "cota de peito", desta temporada, que utilizou a nudez como algo exposito e desnecessário e não como um complemento narrativo.
Porém, se a quinta temporada começou e se desenvolveu mal, os seus últimos três episódios entraram para a lista dos melhores episódios de toda a série. Com destaque para os episódios oito e dez, que trouxeram à TV sequências dignas de cinema, recheadas de emoção, a equipe conseguiu criar momentos tão marcantes e sufocantes, que dificilmente fará algum espectador os esquecê-los. A centralização das tramas também foi melhorada, o que deu uma aliviada no desenrrolar da narrativa.
Foi uma temporada de altos e baixos - em que os baixos foram realmente baixos e os altos realmente altos. É importante agora ficarmos atento ao que nos aguarda depois do melhor encerramento de temporada da série (o espetacular episódio 10), que tirou o fôlego de todos do seu início ao fim.
"Game of Thrones" alcança sua maior faceta no nono episódio desta terceira temporada, surpreendendo e chocando a todos de uma maneira nunca realizada antes pelo seriado. Mantendo a mesma qualidade impecável em aspectos de linguagem visual e narrativa da temporada anterior (e melhorando o que já estava muito bom na primeira), a terceira temporada é divertida, emocionante e extremamente tensa.
O maior, melhor, mais bem escrito, dirigido, atuado e fotografado produto audiovisual lançado em 2013. O final de Breaking Bad alcança proporções épicas nunca visto antes pela TV americana, configurando-se, desta forma, como um seriado obrigatório para os cinéfilos ou estudantes de cinema/TV e garantindo seu espaço na lista das melhores séries para a televisão estadunidense de todos os tempos.
Sensacional, envolvente, tenso e emocionante do primeiro ao seu último segundo de projeção.
Com uma direção que consegue causar no espectador um nível de tensão que poucos filmes nos dias atuais conseguem.
Várias das melhores interpretações da TV americana, estas tão boas que, apontar uma como "a melhor" torna-se algo definitivamente impossível de se fazer. Vou fazer uma ressalva à Aaron Paul que - nesta temporada - com a ajuda primordial do roteiro de Vince Gilligan, fez do Jesse Pinkman um personagem interessante e complexo.
É fascinante ver a preocupação tida pela equipe técnica de Breaking Bad. Desta maneira, o design de produção da série (da direção de arte simplista e naturalista, até os figurinos com seus significados que exploram os sentimentos de seus personagens, passando pela inteligentíssima fotografia com uma paleta de cores que alternam, com frequência, entre o amarelo e o azul escuro) é quase cinematográfico de tão competente.
E a conclusão desta temporada - mesmo trazendo uma morte meio irreal e fictícia (mas para sempre icônica) - é competente e extremamente fascinante. Prova como a linguagem televisiva, quando bem utilizada, pode assemelhar-se à linguagem cinematográfica, seja em sua qualidade visual ou narrativa.
Antes de tudo, é claro, precisamos de uma equipe técnica e um cast tão bom quanto este de Breaking Bad.
Uma série obrigatória para aqueles que amam linguagem audiovisual, seja esta televisiva ou cinematográfica, e para quem ama se aventurar por um entretenimento inteligente e de primeira qualidade.
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Stranger Things (1ª Temporada)
4.5 2,7K Assista AgoraMesmo com um roteiro pouco original, "Stranger Things" convence como uma grande série, no final das contas.
O roteiro é uma junção de tudo que funcionou em diversos filmes dos anos 70-80-90, dos livros de Stephen King e das obras de grandes diretores, que vão desde Spielberg à Carpenter e Zemeckis. O companheirismo e a relação entre os meninos lembra demais Conta Comigo e Goonies. A telecinese da El foi notavelmente inspirada em Carrie, enquanto a trama do desparecimento do Will (nos primeiros episódios) lembra demais o seriado Twin Peaks. Além disso, temos uma notável inspiração nas tramas de Super 8, E.T, Poltergeist, O Enigma de Outro Mundo e em diversas outras.
Se o seriado há problemas na originalidade do roteiro, o mesmo não pode ser dito do seu elenco. Contando com atores mirins fabulosos (Mike é o nerd solitário perfeito; a atriz da El é extremamente expressiva e consegue trazer toda a dor do personagem, sem dizer absolutamente nada; Dustin é perfeito como aquele amigo gordinho-fofo típico de Goonies), a série consegue fazer com que a dinâmica entre seus personagens mais novos seja absolutamente incrível, conquistando a todos que a assistem. Inclusive o romance entre o Mike e a El, que é um dos pontos altos de interação entre personagens da série, é retratado com muita delicadeza, naturalidade e inteligência.
O elenco mais velho também se sai bem. A Winona Ryder, apesar de abusar do overacting às vezes, se sai relativamente bem ao retratar a dor de uma mãe que perdeu seu filho. Charlie Heaton não impressiona logo no início, mas vai evoluindo até os episódios finais como o irmão mais velho do Will... E é neles que o ator mostra seu potencial. A atriz que faz a Nancy não fede, nem cheira e o intérprete do xerife se sai muito bem, conseguindo evocar a jornada dramática do seu personagem e a busca do mesmo pela verdade.
A trilha sonora é sensacional! Completamente evocativa e totalmente semelhante às trilhas dos filmes de ficção e terror dos anos 80, ela não tem medo de parecer brega ao utilizar sintetizadores típicos da época para aumentar a sensação de nostalgia que está presente em todos os aspectos da série. E se os efeitos em CGI não são tão bons, a fotografia da série é maravilhosa, com uma escolha de cores que remetem bastante à estética dos filmes do Spielberg da época - inclusive, há momentos em que é impressionante a influência plástica do diretor no seriado.
A trama completa da série poderia ter cabido muito bem em dois episódios à menos, isso é verdade, mas a interação entre os personagens é tão boa que mesmo os momentos de encheção de linguiça (estou falando de você mesmo, episódio 6!) parecem ter algo relevante à mostrar ao espectador. E mesmo que não seja preciso ser um gênio para desvendar o final da história ou até mesmo para desenvolver uma trama do tipo, "Stranger Things" prova à todos que é uma série que merece ser assistida pelo seu altíssimo valor de entretenimento, excelente elenco e fator nostalgia extremamente bem explorado.
É, talvez, o protótipo mais perto de "máquina-do-tempo" que o ser-humano já criou. Se quiser voltar aos anos 80, basta acessar a Netflix e... Você já sabe onde clicar.
Narcos (1ª Temporada)
4.4 898 Assista AgoraExcelente produção da Netflix. Além de contar com Wagner Moura trazendo uma complexa interpretação como o traficante de drogas colombiano, Pablo Escobar, "Narcos" ainda revela-se como um entretenimento que jamais banaliza a importância dos seus fatos históricos.
Lost (5ª Temporada)
4.1 343 Assista AgoraTemporada excelente, com final espetacular de tirar o fôlego! Não consigo imaginar a aflição que o público sentiu ao ter que esperar um ano pra ver a continuação dessa série maravilhosa.
Lost (2ª Temporada)
4.4 377 Assista AgoraAté agora, "Lost" permanece como o produto audiovisual mais misterioso que já vi. Mexe com o psicológico do espectador e, a cada mistério, aparentemente resolvido, mais dois surgem, levando a trama à lugares que até mesmo uma fértil imaginação não consegue decifrar.
Genial!
Morte Súbita
3.2 110Personagens unidimensionais (o que ignora totalmente a proposta do livro em que foi baseado), situações que se desenvolvem superficialmente - como a "melhora" da Tess, por exemplo - e um enredo multilado pelo roteiro, que tenta a todo custo avançar a trama de uma forma apressada e mal desenvolvida.
A adaptação televisiva de "Morte Súbita" - mini-série baseada na genuína obra de J.K. Rowling que, ao contrário desta adaptação, serve como um estudo inteligente sobre a política, moralidade e sociedade de um modo geral - é vazia e completamente esquecível. No meio de uma direção pouco ousada e amadora, ou na montagem frenética e cansativa, ou na trilha sonora terrível que tenta transformar a obra, muitas vezes, em uma série de comédia, a única coisa que se salva são os seus atores. Mas atuações boas não conseguem salvar "The Casual Vacancy" da mediocridade e da superficialidade.
Uma série que não demonstra um único propósito de existência. Uma pena.
Game of Thrones (5ª Temporada)
4.4 1,4KEncheção de linguiça com inúmeras cenas desnecessárias; personagens demais e pouco tempo para desenvolver suas tramas; sequências longas que poderiam ser resumidas e outras resumidas que deveriam ter sido longas. Estes são alguns dos principais problemas que tornaram a quinta temporada de Game Of Thrones a mais fraca entre todas as temporadas já lançadas da série.
Uma temporada que começou sem saber para aonde ir, pausando tramas principais por diversos episódios (a da Sansa, Daenerys, etc) para perder tempo em tramas descartáveis (como a da Brienne e a do Sam, por exemplo). Sem falar da "cota de peito", desta temporada, que utilizou a nudez como algo exposito e desnecessário e não como um complemento narrativo.
Porém, se a quinta temporada começou e se desenvolveu mal, os seus últimos três episódios entraram para a lista dos melhores episódios de toda a série. Com destaque para os episódios oito e dez, que trouxeram à TV sequências dignas de cinema, recheadas de emoção, a equipe conseguiu criar momentos tão marcantes e sufocantes, que dificilmente fará algum espectador os esquecê-los. A centralização das tramas também foi melhorada, o que deu uma aliviada no desenrrolar da narrativa.
Foi uma temporada de altos e baixos - em que os baixos foram realmente baixos e os altos realmente altos. É importante agora ficarmos atento ao que nos aguarda depois do melhor encerramento de temporada da série (o espetacular episódio 10), que tirou o fôlego de todos do seu início ao fim.
Game of Thrones (3ª Temporada)
4.6 1,8K Assista Agora"Game of Thrones" alcança sua maior faceta no nono episódio desta terceira temporada, surpreendendo e chocando a todos de uma maneira nunca realizada antes pelo seriado. Mantendo a mesma qualidade impecável em aspectos de linguagem visual e narrativa da temporada anterior (e melhorando o que já estava muito bom na primeira), a terceira temporada é divertida, emocionante e extremamente tensa.
Breaking Bad (5ª Temporada)
4.8 3,0K Assista AgoraO maior, melhor, mais bem escrito, dirigido, atuado e fotografado produto audiovisual lançado em 2013. O final de Breaking Bad alcança proporções épicas nunca visto antes pela TV americana, configurando-se, desta forma, como um seriado obrigatório para os cinéfilos ou estudantes de cinema/TV e garantindo seu espaço na lista das melhores séries para a televisão estadunidense de todos os tempos.
Sensacional, envolvente, tenso e emocionante do primeiro ao seu último segundo de projeção.
Breaking Bad (4ª Temporada)
4.7 1,2K Assista AgoraUma temporada de tirar o fôlego!
Extremamente bem escrito.
Com uma direção que consegue causar no espectador um nível de tensão que poucos filmes nos dias atuais conseguem.
Várias das melhores interpretações da TV americana, estas tão boas que, apontar uma como "a melhor" torna-se algo definitivamente impossível de se fazer. Vou fazer uma ressalva à Aaron Paul que - nesta temporada - com a ajuda primordial do roteiro de Vince Gilligan, fez do Jesse Pinkman um personagem interessante e complexo.
É fascinante ver a preocupação tida pela equipe técnica de Breaking Bad. Desta maneira, o design de produção da série (da direção de arte simplista e naturalista, até os figurinos com seus significados que exploram os sentimentos de seus personagens, passando pela inteligentíssima fotografia com uma paleta de cores que alternam, com frequência, entre o amarelo e o azul escuro) é quase cinematográfico de tão competente.
E a conclusão desta temporada - mesmo trazendo uma morte meio irreal e fictícia (mas para sempre icônica) - é competente e extremamente fascinante. Prova como a linguagem televisiva, quando bem utilizada, pode assemelhar-se à linguagem cinematográfica, seja em sua qualidade visual ou narrativa.
Antes de tudo, é claro, precisamos de uma equipe técnica e um cast tão bom quanto este de Breaking Bad.
Uma série obrigatória para aqueles que amam linguagem audiovisual, seja esta televisiva ou cinematográfica, e para quem ama se aventurar por um entretenimento inteligente e de primeira qualidade.